A Sombra do Vento escrita por Lady G


Capítulo 2
Capítulo 1 - A primeira morte a gente nunca esquece


Notas iniciais do capítulo

Olá seus lindos!
Estou muito contente com a recepção da fanfic! Portanto, aqui mais um capitulo... CAPRICHADO! E teremos envolvimento de mais personagens :)

Inclui notas de rodapé, para explicar alguns casos específicos. Bem ao estilo de livros e TCCS.
Caso você não saiba, notas de rodapé são observações enumeradas (fica ao lado da palavra) e no fim de cada capítulo, terá o significado!

Enjoy!



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Era tantos olhos encarando curiosamente a nova integrante do quadro de policiais e investigadores de policia, que Temari parecia uma aluna novata numa escola. Engoliu em seco e ignorou os olhares pervertidos de alguns policiais presentes. A Delegacia de Homicídios de Konoha dividia opiniões: a primeira parte elogiava o trabalho duro e respeitoso do Delegado Kakashi Hatake[1]. Um homem com trinta e dois anos muito bem aproveitados de trabalho e dedicação na área. Por mais que seu cabelo já esteja prateado, mal parece ter a idade que tem. Existem várias lendas sobre sua cicatriz no olho esquerdo: foi por causa da guerra (já serviu o exercito), foi um preso, foi uma ex-mulher... Mas, ele nunca revelou em sim. Sempre em resposta a esta pergunta, ele dava um sorriso amarelo e dizia que foi um acidente com um gato. Como um professor, explicava aos “alunos” sobre Temari, uma investigadora[2] transferida da cidade de Sunagakure. Uma cidade afastada do calor intenso de Konoha, entretanto, tão populosa quanto. Em Suna, como é apelidada pelos moradores, o deserto é uma das principais atratividades do local.

— Temari foi transferida para cá devido minha insistência ao prefeito de Suna, pois, basicamente cinqüenta por cento dos casos de homicídios foram resolvidos por ela nos últimos dois anos. E para uma jovem de vinte e três anos, isso realmente é incrível. – disse Kakashi muito satisfeito.

— Apenas fazendo meu trabalho, Delegado, não é nenhum mérito. – ela tentou parecer mais gentil possível. Muitos membros da delegacia pareciam não acreditar na idade e nas proezas da mulher diante deles.

— Ah! Eu sei que pode parecer exagero, mas espero que sirva de exemplos para muitos de vocês. Principalmente a nova geração. Vamos tentar fazer essa cidade parecer menos cruel como de costume. – Kakashi levantou os braços e começou a bater palmas, - Vamos! Mecham-se, existem trilhões de casos para resolver! – muitos policiais de dissiparam e se locomoveram para seus receptivos lugares. E indicou Temari onde ficaria sua mesa.

— Novamente agradeço por ter aceitado. – repetiu Kakashi.

— O senhor não precisa agradecer tantas vezes. Aceitei também pelo fato de novos desafios por ser uma cidade muito maior que a minha. E... Gosto de novos ares.

Satisfeito, Kakashi seguiu para sua sala sendo acompanhado da escrivã[3], Shizune, - uma jovem adulta de cabelos curtos e pretos. Seu jeito lembrava mais uma adolescente apaixonada ao lado dele do que exatamente uma profissional. Temari analisou e só se permitiu arquear a sobrancelha e ri para si. Organizando seus pertences a mesa em forma de L, onde havia um computador para acessar dados dentro da organização, duas gavetas anexas e muita poeira, começava a imaginar que crime iria enfrentar dali por diante. Temari era mulher muito bonita, incluindo a cor dos seus olhos, verde esmeralda. Seu olhar era sua marca registrada, era um olhar firme e que não cedia para ninguém. Ninguém mesmo.

Sincera, às vezes muito sarcástica, entretanto, uma boa pessoa e amigável. O cabelo loiro estava preso a um coque bem firme[4] e suas vestes eram muito formais para uma detetive informal. Uma mulher de quase a mesma altura que Temari se aproximava com algumas fichas embaixo do braço. Tinha um cabelo bem longo para um local como aquele. Usava jaleco branco e um distintivo pendurado no pescoço de psicólogo perito[5]. Era muito atraente e seu perfume de flores exalava por toda sala.

— Olá, seja bem-vinda Temari, me chamo Ino Yamanaka, sou psicóloga perita. – e esticou a mão para cumprimentar. – Cuido dos presos e de quem mais precisar de mim e minhas receitas com os mais variados calmantes.

— Sou detetive, investigadora Temari, como quiser chamar. – apertou a mão e deu sorriso. – Aqui é uma ótima mesa. Gostei.

— Sim, ela era bem concorrida. Fica próxima da saída, perto dos banheiros e ainda, tem uma vista perfeita na janela. – disse indicando cada local mencionado.

A delegacia ficava numa espécie de “complexo da justiça”. Eram pequenos prédios um do lado do outro. Ao todo eram cinco prédios que ocupavam basicamente um quarteirão. O primeiro era fórum e cartório, para resolver os assuntos da pessoa física e jurídica; Segundo era delegacia da mulher e da criança; o terceiro homicídios, onde estava Temari; o quarto furtos e roubos; E o quinto, onde as papeladas se acumulavam. O almoxarifado. Não muito longe das edificações, ficava o IML, Instituto Médico Legal, onde as vitimas faziam suas inspeções algum crime envolvendo estupro, por exemplo, e,  aonde os corpos iam para fazer autopsia e finalizar laudos. 

— Bom, como estava vindo por este caminho, Capitão Kakashi pediu para ir até a sala dele, parece que você tem o primeiro caso! E se você precisar de algo pode me perguntar, fico naquela sala. – apontou para pequena sala, a porta de vidro tinha escrito Dr. Yamanaka em letras pretas coladas.

— Você é bem solicita, hein?

— Meu dever. Ajudar não importa quem. – deu de ombros. – Até mais e boa sorte.

— Obrigada.

Depois foi até a sala de Kakashi, conhecido também por capitão Kakashi, que explicou um caso incomum de suicídio. O corpo estava estendido numa das pontes de acesso do subúrbio até o centro de Konoha e está ainda no local esperando para averiguação. E eram apenas oito da manhã e já tinha trabalho para fazer. Chegando ao local, ambos os acessos a ponte estavam fechados para curiosos não estragar a cena e tinha meia dúzia de policiais conversando e fazendo algum tipo de gracejo em uma médica legista que fazia todas as anotações. Aparentemente, o falecido era um homem com seus quarenta anos, vestia roupas sociais e muito caras. Rico. A detetive foi até onde os policiais estavam e fez um olhar de repudio para ambos. “Todos os homens daqui são idiotas ou é só impressão?”, indagou.

— Como estamos aqui? – perguntou, chamando a atenção da legista.

— Bom o que temos aqui é um cara desesperado para morrer. – analisou, levantando. Tirou a luva com sangue e pus do cadáver e foi cumprimentar Temari. A mesma não conseguiu disfarçar o nojo em seu rosto. Não por causa da moça claro, mas... Ela apalpava cada parte do pescoço torcido do cadáver como se estive fazendo pão.

— Me desculpe à cara de nojo... Sou Temari. – e apertou a mão da estranha de cabelos róseos.

— Sakura Haruno, sou a médica legista da Delegacia. Prazer. – e recuou o braço tateando a luva guardada do bolso. - Você é a recém chegada, né? - perguntou enquanto recolocava a mesma luva de sangue e pus.

O corpo estava lamentável de se ver. O pescoço extremamente vermelho, do sangue, pois o cabo ficou tão bem preso, que chegou a cortar a pele e afundar a garganta e roxo pelo sufocamento. Sem contar que sua cabeça estava inchada, com olhos saltando para fora da cavidade ocular. Para imaginar de maneira mais “leve”, parecia uma espécie desconhecida de sapo.

— Sim. – Sakura pegou com as pontas dos dedos um saco de evidencias que estava ao lado do corpo e esticou para Temari. Dentro continha um cabo USB cumprido, celular quebrado e sem chip e documentos do sujeito. Antes, a médica apontou para um saco de luvas plásticas – Ele se matou com isso? – com mãos protegidas, ela abre e analisa o cabo USB com parte de pele, sangue e gordura.

— Não foi suicídio.

A voz grave surpreendeu à loira, que estava tão concentrada observando o morto. Ela olhou para o dono da voz. Um sujeito que aparentava ter a mesma idade dela, ou, um pouco mais novo. Cabelo o dele estava preso até uma parte e a parte solta, caia na altura dos ombros. Seu olhar era de alguém entediado com a vida e mesmo assim instigou a curiosidade de Temari. Ele segurava um bloco de notas e uma caneta.

— E você é? – Erguendo um pouco a cabeça para encarar o sujeito.

— Ninguém. Apenas um curioso.

— Então tchau, curioso. Aqui é uma área restrita, não está vendo que estamos investigando uma morte?  

— Nem adianta Temari. Ele não vai sair. – alertou Sakura rindo, terminando de fazer as anotações em formulário. – Ele só sai quando consegue o que quer.

— Ouviu a moça.

— Um jornalista...? Como você furou o blo...

— Se a pessoa estivesse desesperada para morrer, era só se jogar. Essa ponte tem dez metros de altura. Um mergulho de cabeça e pronto. – esticou-se um pouco a cabeça para confirmar sua teoria.

— Temari, em algumas horas, consigo um laudo simplificado da causa da morte. Sabe onde é necrotério? – a loira fez-se que sim com a cabeça. – Ótimo. Até daqui a pouco! Tchau Shika. – ela acenou com a cabeça para o rapaz.

— Tchau Sakura, mande lembranças ao Sasuke. – a rósea deu costas para a dupla, mostrando o dedo médio em direção ao moreno e entra no carro onde normalmente levam-se corpos para autopsia. - Para você não é estranho? – ignorou o gesto de Sakura e voltou a analisar as marcas em preto que o cabo havia deixado na grade da ponte. - Um cara simplesmente se enroscar num cabo USB, amarrar a ponta e pronto, se joga? E percebendo o tamanho que está o corte no pescoço, aquilo foi causado por alguém.

Temari não respondeu. Aquilo a incomodava também. Valendo lembrar que o crime acontecerá durante a madrugada. O que poderia ter sido causado por alguém. Vingança? Latrocínio? Quem era ele? Ela abriu a carteira e leu um nome complicado em seu documento pessoal: Stanislau Yervant. Nomes diferentes estavam comuns em Konoha, devido o seu aumento demográfico, pessoas de todos os países começaram a se mudar e trazer mais riquezas ou não para a capital. Mais de um milhão de cidadão morando na cidade... Então pessoas estranhas e de etnias diferentes poderiam aparecer. A própria Temari, uma mulher que conviveu a vida inteira com tempestades de areias, Oasis e silencio mesmo na sua cidade-capital, até as coisas em Konoha eram estranhas para ela. Enquanto o jornalista fazia anotações, algo chamou a atenção da investigadora: marcas de calçado no parapeito da ponte. Debaixo para cima, três pares. Shikamaru olhou na mesma direção que Temari e viu a mesma coisa. Chegou próximo e colocou o próprio pé, calçado com uma velha botina preta, em cima das pegadas.

— Foi suspendido enquanto seguravam a corda em seu pescoço... Ele tentou lutar. – analisou Temari erguendo o pé, - no caso dela, teve que tirar o salto para medir melhor.

— Boa observação, para uma mulher. – Temari olhou imediatamente para Shikamaru com raiva e indignação. Antes que começasse a xingá-lo, ele terminou. – Uma mulher que acabou de chegar... Calma, não deixa nem eu terminar.

— Se saiu bem. – confessou. – Ainda não sei seu nome.

— Shikamaru Nara e você? – não olhou para ela, continuava anotando tópicos e acrescentando as recentes observações.

— Temari.

— Só “Temari”? – ele parou de escrever e a fitou, arqueando uma das sobrancelhas.

— Sim. Meu sobrenome não interessa. – ela procurou por mais evidencias até achar uma fotografia de uma mulher com um vestido branco e uma echarpe azul turquesa em volta dos ombros, além das finas jóias nas mãos e pescoço. Ruiva e olhos azuis, uma femme fatale. Atrás tinha um numero de celular e uma mensagem: “não se esqueça de mim”. – Bom. Ou é amante ou é esposa. Vou ligar quando eu estiver com a Dra. Haruno. Até mais e espero não te ver de novo. – ela guardou as evidencias cuidadosamente e mostrou para um policial que fazia relatório que ela estava levando. Ele apenas acenou.

— Vai me abandonar assim? – o tom era claro de sarcasmo, mas Temari apenas deu as costas e seguiu pela mesma direção que chegou. – Hm... Que mulher complicada... 

Temari preferia andar a pegar um carro, moto ou qualquer coisa do tipo. Ela gosta de andar para pensar e a fazia refletir sobre o que lhe incomodava. No caso, a morte de um homem estrangeiro e rico no coração de Konoha. A idéia de se mudar partira por que ela realmente estava cansada da vida que levava em Suna. A sufocava de certa forma. Kakashi tinha dom para escolher a dedo alguém de uma área especifica para sua equipe. Sakura é uma delas. Estudando medicina desde pequena, ela sempre se interessou nos detalhes do corpo humano e não exatamente de como curá-los. Mas seu maior desejo era curar as doenças terminais, principalmente cânceres.

Na delegacia, Temari ligava para o número da fotografia.

Só chamava.

Ela estava impaciente.

Enquanto pela quinta fez tentava ligar para o único numero que a conectava com o passado vitima, uma silhueta no balcão de atendimento há alguns metros de onde ela estava sentada chamou a atenção. Quase incrédula, permitiu soltar aqueles “risinhos de indignação” quando nada mais, nada menos, Shikamaru aparece na sua frente. Antes de fazer qualquer coisa, Ino chega e o repreende.

— O que está fazendo aqui?

— Fazendo uma visita para uma velha amiga, não posso? – fez-se um bico, como se fosse uma criança.

— Pelo visto está de bom humor. Ah... Lembrei... – do jaleco, Ino tira um envelope muito bem dobrado com uma fita roxa em volta. – Convite da minha festa de aniversário.

— Vinte quatro[6] com cara de trinta, que lindinha.  – Shikamaru levou um soco de Ino no ombro. – Ai!

— Você vai, não vai? Choji confirmou. Só falta você!

— Hm, vou pensar.

— Só não pense muito, não é uma estratégia de xadrez, é só minha festa.

Temari acabou prestando a atenção na conversa, percebendo que ele tinha laços na delegacia. A psicóloga com cheiro de flores parecia bem próxima a ele. O que a fez crer que existem três motivos: são namorados, se conhecem desde a escola ou já ficaram e agora são amigos. Temari balançou a cabeça negativamente a fazendo parar de pensar em coisas tão bobas e focar no caso. Era quase meio dia. E celular apenas chamava e ela estava com fome.

Começou a pesquisar informações sobre Stanislau Yervant nas redes de informação do sistema da delegacia. Poucas coisas cruciais. Não era casado atualmente, mas já foi há cinco anos com Yvone Yervant, não tinha filhos. O que faz pensar que a mulher da foto era apenas um caso. Continuando a pesquisa, ele era dono de uma empresa têxtil na divisa do País do Fogo, mas a sede administrativa fica em Konoha. Ou seja, ele era podre de rico. Ela tinha várias possíveis causas, menos suicídio. O que não queria acreditar, mas era possível, o mais banal de todos: crime passional.

A mulher foi traída pela garota da foto e quer vingança e dinheiro. Fim.

Ao conseguir o numero da ex-esposa, já preparava psicologicamente uma discussão até que quando ia discar em seu telefone foi abordada por uma mulher ruiva de olhos azuis.

— Me disseram que você está cuidando do caso do meu ex-marido, Stanislau Yervant... Por favor... Me deixe vê-lo... – era a MESMA mulher da foto aos prantos. Entretanto com roupas mais simples do que da própria Temari e sem nenhuma jóia. Shikamaru observava de longe e abriu um sorriso. “Que matéria linda que vai dar!”.


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Notas finais do capítulo

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Notas de rodapé!
[1] Aqui o Kakashi estará sem mascará!
[2] Investigadora de polícia é um sinônimo para detetive, que tem múltiplas funções.
[3] Escrivão é como se fosse um assistente. Basicamente o cargo dela na série Naruto.
[4] Por ser uma história mais “real”, ela não usara aquele penteado tão famoso dela. Normalmente estará preso em coque o solto.
[5] Isso tive que inventar, por que não existe.
[6] Fiz a Ino mais velha, para fazer sentido o tempo de curso que a pessoa deve ter para exercer medicina.

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E aí gostaram das novas personagens e os empregos dado a eles? Hahaha! Espero que sim!
E os detalhes da cena? Acharam legais? Por favor me dizem para melhorar cada vez mais ;)

Obrigada e até a próxima!



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