Gangue dos Melzinho escrita por Bruna, Peixegabi


Capítulo 4
Kelvin




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Kelvin mal podia acreditar: Aná era sua dupla. Ela aceitara mesmo o convite. Ele estava transbordando de alegria, já que seria uma oportunidade para os dois se conhecerem melhor. O nervosismo foi aumentando e Kelvin nem sabia o que dizer.
— As instruções estão nesta folha que estou entregando. - A professora voltou a falar. - Podem começar a fazer. E lembrem que vocês têm uma semana para fazer. Se precisarem, se encontrem na biblioteca ou na casa de algum da dupla.
Kelvin se afundou no pensamento de Aná em sua casa, eles passando horas juntos...
Aná parecia ter uma empolgação saudável com o trabalho, enquanto seu parceiro já estava criando expectativas até demais. Ficaram até o final da aula conversando sobre o que fariam no trabalho e com o tempo, Kelvin foi deixando de lado sua timidez. A jovem percebeu que assim ele parecia menos esquisito.
Quando foram combinar onde poderiam se encontrar, concluíram que a biblioteca era a melhor opção. Kelvin ficou um tanto decepcionado, mas talvez fosse melhor assim.
Mesmo depois dessa aula, Aná estava sempre na cabeça de Kelvin, que não via a hora de interagir com ela. A figura de sua paixão parecia estampada em sua mente. As feições dragonianas, as escamas azul-esverdeadas... Era maravilhosamente encantadora.
Durante a tarde, Kelvin recebeu mensagens de sua amiga Lisa.
"LISA: Nossa, valeu mesmo! Troca a sua melhor amiga por uma paixonite qualquer! Se for pra ter um amigo assim, vou ficar feliz em fazer o trabalho sozinha mesmo!
KELVIN: Quanto drama! Não é pra tanto. Além disso, a Aná não é uma paixonite qualquer!
LISA: Parece que você não lembra, mas nós tínhamos combinado de fazer o próximo trabalho juntos. E o próximo trabalho era esse!"
Kelvin jogou o celular na cama com frustração. Ela não entendia.
Lisa nunca tinha gostado de ninguém, e agora vinha com ciúmes pra cima dele. Ele decidiu que precisava tomar um ar puro. Avisou sua mãe que estava saindo e foi para o bosque, que era por perto.

*

Por várias horas, o jovem ficou rondando pelas árvores. Aquele lugar tinha uma incrível capacidade de relaxar e distrair qualquer um que passasse por ali.
Kelvin estava acomodado em um galho baixo, considerando tirar uma soneca. Mas quando viu alguém se aproximando, ficou atento.
Ele se surpreendeu. Era Epíteto, o rato alado que o salvou de um buraco uma vez. Curioso, o jovem se levantou e foi até ele.
— Ei, Epíteto! O que faz por aqui?
O rato se assustou e deu um pulo, pois nem tinha percebido que tinha companhia.
— Ah... Rada re rais. - respondeu.
Kelvin assentiu e já pensou em como continuar a conversa, em uma tentativa de não deixar o silêncio vergonhoso tomar conta.
— Tem uma coisa que eu nunca te perguntei. O que é que você faz? Tipo, estuda em algum lugar, ou então trabalha?
— Rão... - Epíteto demonstrava insegurança. O que mais poderia dizer?
— Bem, eu gostaria de agradecer de novo por você ter me tirado daquele buraco. Não quero nem imaginar o que poderia ter acontecido comigo se você não passasse por lá.
Epíteto corou e nenhum dos dois soube o que mais dizer. Minutos se passaram.
— Já está tarde. - o felino comentou. - Acho melhor eu voltar para casa. Nos vemos qualquer hora por aí.
— Radeus... - o outro murmurou.
Kelvin pensou no quanto aquele sujeito era engraçado. Talvez tivesse algum problema, mas não lhe interessava. Poderiam ser bons amigos algum dia mesmo assim.
Ao chegar em casa, teve que ouvir sua mãe reclamando que ele tinha demorado demais. Kelvin justificou dizendo que tinha encontrado um amigo.
À noite, teve um estranho sonho envolvendo ratos introspectivos, dragões mal-humorados e tucanos reclamões.


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