Sweet Mel escrita por fefu


Capítulo 3
Apenas um sonho




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/728070/chapter/3

O despertados de Antônio Inácio toca, mas o despertar é da sua não seguidora Cris Mary. Antônio enrola o acordar, mas Cris fica ali intacta olhando fixo a um ponto no teto. Um filme passava diante de sua cabeça, um o qual ela foi protagonista no cinema,contudo o nome já não era importante, o importante é que aquilo a fazia se sentir bem, a fama, o amor de todos que a rodeiam, suas conquistas...E assim acordou o marido:

—Acorde Antônio. O dia não vai passar se não aplicar uma força a ele.

E lá foi Antônio em direção ao banheiro cumprir suas funções fisiológicas como ser humano. Ao lavar o rosto sentiu pela primeira vez como a água era gelada e como a agradava igual a quase tudo o que o rodeava. Um momento de reflexão e loucura, loucura para se voltar a um mundo louco.

—Bom dia meus filhos, onde está Mel?–Desce em instantes meu pai.- responderam num eco Paola e Douglas, enquanto olhavam pra seus xícaras de café e refletiam todas as ambições, hipocrisias e esperanças para o mundo que viriam enfrentar, aliás terminaram o colégio.

Mel ainda não teve a mesma “sorte”, ainda faltava pouco para terminar, e aquela manhã não era uma exceção. A garota estava a pensar assim como todos os seres naquela manhã, pensava sobre si, sobre os outros sob o chão. Mel sentia vontade de voar mesmo sem asas, mesmo com um frio estranho na barriga, ela queria voar. Como não era possível naquele momento, pos-se a descer as escadas em direção ao café da manhã.

—Bom dia a todos.–Bom dia.- bem seco, aliás, era inverno.–Minha filha! Suba e passe uma maquiagem no rosto, hoje vamos gravar um especial pra TV! (gargalha Cris Mary)–Mãe, maquiagem e TV não combinam comigo desde nunca. (retrucou Mel)–Não comecem. (pensou Antônio Inácio)–Eu já cuidei da minha. (sorri Douglas)–Ela é mais menino que nosso irmão. (boceja o sarcasmo de Paola)–Eu te odeio. (respondem- em pensamento- a mãe e filha de maneira recíproca.

Cristina Mary acha a filha um pássaro fora do ninho, então não faz questão de a ver na TV e a dispensa. Em contrapartida Mel está com a cabeça nas nuvens para a opinião da mãe e vai pra escola pela manhã.

Chegando lá, encontra a velha parceira de caminhada, Alice, e como todos os dias dos últimos anos se abraçam. “Eu te amo minha amiga” diz o gesto.

Naquela manhã fria, aquele abraço soou muito mais caloroso, parecia um cobertor feito de nuvens de algodão, a felicidade nos braços de Alice penetravam o ser de Mel e a magia estava feita, não a branca nem a negra e sim a magia do ‘amar’.

Com Alice o mundo de Mel se construía, a felicidade durava 1 minuto e se renovava constantemente, e naquele dia tudo estava mais lindo desde o seu sorriso até o seu caminhar. Terminando o período, outro abraço, frio, que dizia “até mais”.

Enquanto Mel não chega, Cristina Mary reclama pros outros filhos:

—A irmã de vocês é tão megera! Como se recusa aparecer na TV pra milhões de pessoas e se amada, venerada, admirada! Hahahahaha!

Douglas, o amado, entra na retaguarda:

—Não se preocupe mamãe, preocupação só vai trazer rugas pra sua pele de pêssego. Mel está confusa, falta algum boy na vida dela! Só anda com a sonsa pobre da Alice. Quem sabe ela não use isso como marketing um dia: “salvando a mendiga”.–Olhem meu olhar de me poupem.- responde Paola.–Eu e o papai amamos ela, ainda bem né?

Silêncio.

Então Mel chega como todos os dias, cumprimenta a todos, beija a irmã, almoça e se dirige ao quarto. De repente o celular vibra, é uma mensagem de Alice:

—Amiga! Preciso de ter ainda hoje! Acho que descobri o amor!

Mel sente seu coração funcionando por inércia. Será que é o que está imaginando? Ela e sua melhor amiga! Será apenas um sonho?! E a amizade, como fica?! Quem se importa!

—Podemos nos ver agora? respondeu o sorriso de Mel.–Sim! Em uma hora, no café.

E lá foi Mel. Desceu as escadas voando assim como desejara, visualizou sua família gesticulando bobagens, mas nada escutou além de um cantar de anjos. Do lado de fora o céu parecia tão lindo que era possível ver outras estrelas além do sol, o amor floresceu.

Ao ver Alice ela correu feito uma ventania e a segurou forte como uma abelha que protege sua rainha e a amiga retribuiu com um beijo...na testa.

—Minha amiga, descobri o amor! Ele se chama Michel e é lindo!

E continuou Alice enquanto o mundo de Mel saia da perfeição, passava pelo normal e estacionava no pior. As duas conversaram por horas até o anoitecer, quando uma outra Mel abraçou a amiga e dirigiu-se para casa.

A luz refletida pela Lua era linda e iluminava as lágrimas da menina. Era apenas um sonho, e o pesadelo tinha um sabor amargo.

Em casa, o único toque que precisava era da água morna em sua pele negra, e o único combustível que ela aspirava para descansar era o abraço de seu pai…

Deitada na cama, um amor cercado por dúvidas. Fechou os olhos e começou a sonhar novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sweet Mel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.