Ascenção: O Império escrita por Melissa Salvatore


Capítulo 4
Bondosa doação


Notas iniciais do capítulo

*apareci novamente
*mais um capitulo, espero que gostem!



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Uma hora mais tarde Melissa desceu, encontrou no saguão todos dos seus meninos Jonathan, Lucca, Joseph, Thomas e Jordan, vestidos em ternos elegantes, esbanjando sorrisos a todas as mulheres que ali passavam. Caminhando calmamente foi ao encontro deles, parou e então com a sua voz mais doce e suave proferiu as palavras que dariam inicio aquela longa e torturante noite.

— Rapazes, vejo que seus sorrisos galantes já conquistaram muitas mulheres essa noite. Porém temo em ter que interromper os flertes, temos uma festa para ir.

Enquanto Melissa falava ia andando para a luxuosa porta do saguão, os cinco a acompanhavam, com passos certeiros, olhares atentos, e sorrisos cordiais, estavam a trabalho e sentiam que deveriam temer aquela noite, afinal era uma festa dos Rosevelt , algo sempre acontecia.

Ao chegar ao local, em dois carros, Melissa e Jonathan seguiram para as escadarias com tapete vermelho, Lucca e Thomas foram averiguar o entorno do belo e suntuoso salão onde a festa aconteceria , e por fim Jordan e Joseph ficaram a uns metros de menina Rosevelt, afinal todo cuidado era pouco, ela seria a atenção da noite.

Depois de flashs, sorrisos, respostas aos jornalistas, Melissa finalmente conseguiu entrar, seguiu caminho pelo salão,  todo decorado em tons de dourado e branco, pegou uma taça de champanhe e foi cumprimentar os convidados; após no mínimo um hora carregando um sorriso galante e sendo o mais simpática possível, tentou então falar com seu irmão, mas não o achava na multidão.

                - Procurando alguém?

                - Meu irmão Jonathan, era pra ele já estar aqui antes mesmo de mim. Além é claro que Marcos adora uma festa.

                - Ali, sentado no bar do lado da moça loira, creio que seu irmão já arranjou a diversão da noite.

                - E acreditar que disseram que ele seria mais responsável por ser o mais velho. Enquanto falo com ele avise aos rapazes que essa noite eles estão liberados após eu ir embora, então também podem procurar suas aventuras.

Com um sorriso ela saiu do lado de seu companheiro e seguiu caminho até o mais velho dos irmão Rosevelt, para trás deixara um jovem homem com um sorriso sedutor, já se encaminhando para seus parceiros de trabalho para dar a noticia que alegraria suas noites, afinal fazia tempos que não podiam aproveitar festas como essas.

Enquanto Melissa se encaminhava para seu destino, não percebera ou melhor fingira que não via os olhares cobiçosos que lhe eram lançados; seu vestido vermelho que acompanhava seus curvas era simples porém elegante, acompanhado de sandálias pretas com tiras em cetim e cabelos em um coque, com olhos marcos pelo delineado preto, a tornavam uma das mulheres mais atraentes da festa, o que não era de se espantar, uma vez que Melissa sempre sabia como se destacar.

Ao chegar perto do irmão virá alguém que a tempos não se fazia presente nos seus pensamentos: Madeline Laughlin. A moça de cabelos loiros abusava da sensualidade, lábios pintados de vermelho, vestido em dourado, com decotes extravagantes tanto nos seios quanto nas costas, não lembrava em nada a menina que um dia Melissa conhecerá. Era uma constatação triste, mas que não a abalara, “pessoas mudam, o tempo passa”, pensará a garota, decidiu então que sem mais delongas se faria presente, não estava em clima de saudosismo.

                - Madeline que surpresa agradável, quem a convidou?

                -Seu irmão é claro, alguns da família nunca me esqueceram.

Madeline usava o tom ácido e sarcástico, seu objetivo aquela noite era fazer com que Melissa perdesse o controle, era necessário se quisesse que seus planos dessem certo. Mas para seu azar a bela jovem de vermelho lhe respondeu com um tom doce, mas os olhos em chamas. Primeira tentativa falha.

         - Ah minha querida alguns de nós não possuem responsabilidades, vivem apenas pelo nome que carregam. Agora se nos der licença eu quero falar com meu irão sem sua presença, está bem querida?

Irritada Madeline se retirou dali, a passos duros, com barulhos ocos transbordando sua raiva, foi direto para o lado do pai, ela era ambiciosa, mas ainda continuava sendo a garotinha mimada do papai no final do dia.

                - Madeline Marcos?! Há mulheres melhores no salão.

                - Não importa as outras mulheres, eu quero ela, somente ela. Afinal porque veio falar comigo e interromper minha ilustre conversa com ela?

                - Porque devo lembrar que você também é um Roosevelt, não me importa com quem você dorme, mas me importa o que nossos investidores pensam. Fiquei sabendo pelas bocas do salão que não falou com nenhum deles hoje, e não me venha com a conversa de ‘o dia de hoje é difícil’ ou ‘você faz isso melhor que eu’, vamos faça algo de útil a memoria de nosso pai.

Sem uma palavra Marcos se levantou, engoliu o resto de uísque em seu copo, e colocou o sorriso mais cordial possível no rosto, se virou pra irmã, lhe deu uma piscadela e foi então cumprir o seu dever, coisa que deveria ter feito antes de Melissa chegar, porém uma certa loira se agarrou a ele no minuto que colocou os pés no salão, a amaldiçoara, como pudera esquecer das mais simples de suas obrigações?! A faria pagar caro, começando por aquela noite, em seu intimo já se arrependera do acordo de mais cedo, mas nunca admitira aquilo; um Roosevelt jamais volta atrás.

Sozinha no bar Melissa resolveu observar o salão, na companhia de seu bom e velho wisk. Os homens de terno, mulheres de vestidos longos, sorrisos fartos e abraços vazios, ela mais do que ninguém sabia como aquelas festas eram recheadas de falsa cortesia e conspirações. Suspirara cansada, fazia um longo tempo que não sabia o que era convivência verdadeira, um abraço caloroso, um sorriso amigável... mas não havia tempo pra lamentações, aquele tempo passara e agora era tudo diferente, agonizantemente diferente.

                - Ouvi dizer, My Lady, que estamos livres essa noite, estou correto.

                - Certíssimo meu caro Thomas, creio que assim como eu vocês precisam de descanso.

                - Tem certeza que é seguro ficar sozinha essa noite?

Thomas era o terceiro a quem Melissa tinha escolhera para fazer parte de sua segurança pessoal, em meio a treinamentos e vigias, eles tinham desenvolvido uma amizade quase que fraternal; ali naquele momento não era mais Thomas Western o guarda costas, era Thomas o amigo. Trocaram aquele olhar de quem já sabiam a resposta um do outro, então Melissa deu um leve sorriso de canto de boca, e não hesitou em proferir as palavras que sabiam ser mais verdadeiras do que qualquer outras.

                - Nunca é seguro Thomas, sozinha ou não.

                - Se quiser fico essa noite em seu ...

                - Não será necessário meu caro, vá e aproveite, vejo em seus olhos o brilho da liberdade, não vou lhe tirar isso, não mais.

                - Obrigado, e cuide-se.

Então tão silencioso quanto tinha chegado ele se foi, “você os treinara bem”, a voz de seu pai ecoou em sua mente, ‘não foi somente eu papai, não foi’ dissera em um sussurro, tão breve como o vento. Colocou-se a andar, rondou o salão uma, duas vezes, quando uma voz feminina desconhecida a fez parar, o som era ouvido em todo o lugar.

                - Boa noite senhoras e senhores, é com alegria que inicio o leilão do Vigésimo Sétimo Baile Anual de Veneza, com uma meta um tanto ambiciosa, pretendemos ultrapassar os valores finais do ano passado. Que comecem os lances!

Sem intuito de fazer um lance sequer Melissa assinou um cheque em uma quantia um tanto que generosa, o depositou no baú de doações e tirou fotos com o prefeito da cidade e seus comandantes. Para onde o dinheiro ia, não tinha noção, deduzia que parte ia para os bolsos daqueles falsos governantes, que fingiam lutar pelas causas sociais da cidade, mas esperava que de algum modo a outra parte fosse usada para o bem da sociedade; afinal ainda havia um pouco de bondade nela.

Determinada a sair de lá, já que seu papel tinha sido cumprido, representara a empresa e seu nome, fizera uma boa ação e talvez novos contratos para seus negócios, podia se dar ao luxo de ir embora mais cedo, estava cansada. Andava cansada à algum tempo, sem tempo para parar e existir somente, sem responsabilidades e ordens, mas naquele dia estava particularmente exausta, era sempre assim ao findar daquela data sentia suas forças esgotadas, como estivera à quatro anos atrás.


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Notas finais do capítulo

*quero postar outro em breve, mas não dou certeza se ainda vai ser nessa semana. (07/03/2019)



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