Mundos em conflito escrita por LariBookworm


Capítulo 1
Isabella e a cidade padrão


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!!
Comentários, opiniões e perguntas são muito bem vindos!!!
Boa leitura!!!!



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Isabella girou o lápis nos dedos devagar olhando seu mais novo desenho, um intrincado padrão geométrico deslizando corpo acima de uma mulher esboçada em sua capa de caderno, a aula de história sendo narrada pela professora Lívia era chata e Isa preferia muito mais seu trabalho atual.

Seus colegas de classe nunca entenderam seu jeito, a consideravam estranha, e fora do padrão deles, ali, na cidade de Rowena, as pessoas n eram espontâneas e criativas como ela, n tinham fome de leitura ou vontade artística, eram pessoas simples, que viviam das fofocas e seguiam a palavra das autoridades como lei absoluta, sendo totalmente ignorantes com o que não conheciam ou era diferente deles.
Mas Isabella sempre fora diferente, se preocupava com as outras pessoas, questionava leis e ordens das autoridades e não via problema nas pessoas diferentes.

Claro, isso tudo sempre foi levado como rebeldia jovem, uma garota querendo ser mais do que sua cidade fora feita pra ser, uma bela dona de casa, que faria torta pros vizinhos e serviria os convidados nas festas dos filhos e churrascos de família.

Mas claro, o que Isabella queria era milhares de quilômetros longe disso.

A maior parte do mundo era dominada por pessoas simples e chatas, ligadas a idéias centenárias e totalmente intolerantes, ela queria ir embora e ter sua vidinha, mas pra isso, precisava ser aprovada pra deixar a cidade, já que, por motivos que ela desconhecia, ninguém podia deixar suas cidades de origem antes dos 18 anos, e tinham de ser avaliados antes.

O sinal tocou, e as dezenas de alunos se empurravam pelos corredores indo pra saída o mais rápido possível, Isabella saiu tranqüila, não tinha pressa de chegar em casa, seus olhos castanhos claros analisavam as pessoas no corredor, ela abraçou os livros contra o a blusa azul escura e seguiu caminhando tranquila pela calçada.

Isabella não entendia a que todo mundo se apegava tanto na cidadezinha, as casas eram quase todas iguais, todos compravam quase o mesmo carro, tinham os mesmos passatempos chatos, ficar em casa vendo TV com a família ou sair pro shopping com os amigos uma vez por mês.

A brisa de verão varreu os longos cabelos castanhos ondulados pra fora de seus ombros, os deixando cair pelas costas, o sol forte contrastando de forma gritante contra a pele pálida, ela nunca havia gostado de sol, mas achava estúpido as pessoas se trancarem em casa e gastarem dinheiro com bronzeamento artificial.

Perto de sua casa ela voltou a ver um ou dois cartazes entre as dezenas coladas nos becos com "se você vir um deles, avise as autoridades" ou "saiba reconhecer os sinais, não se deixe enganar, ligue para o número de emergência".

Isa nunca entendeu esses cartazes, o que a irritava muito, pois era curiosa, aparentemente, todo mundo que tinha mais de dezessete anos sabia do que isso se tratava, e toda vez que perguntava ao pai, eles lhe diziam pra não meter o nariz no que não era da conta dela, e no tempo certo ela saberia.

A mãe sempre dizia que ela não devia se preucupar, e quando ela tivesse a idade certa lhe explicariam tudo, talvez fosse só impressão ou empatia com sua mãe, mas isa sempre achou que a mãe nunca se encaixara no estilo de vida que tinham, ela era tão cheia de vida, tão esperta e tão misteriosa, nunca parecia gostar de como o resto do povo da cidade agia e muito menos de como seu pai as tratava.

Enquanto entrava em casa Isabella lembrava da mãe fazendo careta ao olhar os cartazes quando andava com ela na rua, o que quase não faziam, Hannah sempre tentava manter Isa o mais longe possível do resto do povo, ela sempre acreditou que a mãe fazia isso para que ela não ficasse ignorante e submissa como eles.

Estava tão distraida com seus pensamentos que nem notou quando bateu contra o pai parado no meio do corredor à olhando feio, ela estava atrasada, por que veio andando e não pode pegar carona com seu amigo Dean, que havia faltado, e ao invés de aceitar a oferta de passar quase vinte minutos num carro com um dos idiotas na escola ela achou melhor vir andando e chegar atrasada.

— Onde você estava Isabella? - Andrew disse sério e Isa o olhou

— O Dean não foi a escola hoje, eu tive de vir andando papai - Isa disse e contornou o pai para alcançar seu quarto, mas ele agarrou seu pulso com força

— Por que não veio com um dos garotos da escola? eu não gosto desse tal de Dean, quero você longe dele - Andrew disse é Isa suspirou

— Ele é meu amigo, e os caras da escola iam ficar dando voltas e voltas antes de me deixar aqui, chegaria bem mais atrasada - Isa disse sentindo o pulso formigar de leve

— Ainda seria melhor que com aquele garoto fora de linha! pelo menos eu saberia como e com quem você estava! - Andrew disse e Isa bufou

— Papai eu não sou um brinquedo pra você saber onde estou o tempo todo! - Isa disse é puxou seu pulso pra longe do aperto ignorando o olhar de fúria do pai

— Esse seu amigo está pondo idéias estranhas na sua cabeça! você é minha filha eu tenho que saber exatamente o que está fazendo pra ter certeza de que... - Andrew disse mas congelou

— De que..? - Isa disse curiosa

— Vá pro seu quarto - Andrew disse sério

— Mas... - Isa disse querendo argumentar, ele nunca respondia suas perguntas

— Vá! - Andrew disse e Isa sumiu antes que o humor dele piorasse

Quase todos os dias eram complicados assim, como sempre sua mae entrou pouco depois, lhe deu o almoço, depois o jantar quando Isabella não quis descer pra comer com eles, falou sobre o dia, lhe deu um beijo de boa noite e se foi.

Isabella não entendia como sua mãe acabara casando com seu pai, Hannah tinha os olhos castanhos claros, longos cabelos castanhos ondulados, um corpo em ampulheta belo e altura normal, como todos diziam, as duas eram igualzinhas, só a idade denunciava sua relação de mãe e filha.

Ela se sentia muito sortuda por não herdar nada de seu pai, ele era enorme, mal encarado e com olhos escuros e frios, seu irmão mais novo era bem parecido com ele, o pai o criava pra ser a máquina machista perfeita, mas, por causa da mãe, ele acabou tendo um temperamento calmo, a menos que irritado.

No dia seguinte ela foi pra escola andando rapidamente, evitou até tomar café só pra não ter de falar com o pai, quando chegou na esquina da escola, viu os familiares olhos negros e sorriso brilhante de Dean, só esperando ela para caminharem pra escola, ele fazia isso todo dia, mesmo quando chovia, pra ter certeza de que ela chegaria bem, o garoto nunca fora uma pessoa carinhosa e sempre fora anti social, menos com os amigos, que no caso, era só ela.

Não que Isabella se permitisse reclamar, ela parou a frente dele, olhando pra cima no garoto uma cabeça mais alto que ela, e se afundou nos braços dele, chorando e o apertando contra si.

Ela contou a ele toda a discussão da noite anterior, como sempre fazia, chorou um pouco, sentiu seus dedos passearem pelo cabelo dela enquanto dizia que logo ela estaria longe, e tudo seria melhor, ela não acreditava, o pai daria um jeito dela ficar presa lá, mas Dean prometeu que a tiraria daquela cidade perdida, e a levaria pra um lugar onde as pessoas não fossem pequenas, onde ela pudesse se sentir real.

Os dois tinham a mesma idade, eram melhores amigos desde que entraram no ensino médio, os pais de Dean haviam morrido a um ano, ele mudou de escola, e agora ali estava, com ela, ele sempre falava de vários lugares no mundo como se os tivesse visitado, e tinha opiniões bem parecidas com as dela, os dois planejavam ir pra uma cidade nova quando tivessem idade pra sair dali, uma onde a vida seria nova e brilhante, mas essas cidades eram muito muito longe, em outro continente.

Eles viviam agora onde um dia foram os EUA, a mais de um milênio, quando as pessoas ainda falavam línguas diferentes dependendo do lugar e quando uma cidade podia abrigar tanto pessoas diferentes quanto pessoas que queriam ser iguais.

Agora tudo estava mudado, e não havia a menor aceitação, mas Isabella não sabia como aguentaria mais quase dois anos para poder ir embora, já que em menos de um mês ela completaria dezessete, mas ela esperava que com Dean a seu lado ela pudesse ter uma fuga de todo aquele caos.

—----- Na casa de Isabella ------

Andrew estava farto das rebeldias da filha, daquele modo ela começaria a querer se afastar da família, e acabaria saindo da linha, ele decidiu que arrumaria um pretendente para ela, um dos bons, que colocaria sua filha na linha direitinho e a tornaria uma ótima dona de casa, como ele fez com Hannah.

Que, a propósito, havia injuriado a ideia completamente, dizendo que aquela imposição arcaica de casamento não era para sua filha e que ela não seria obrigada a casar como o pai de Hannah a tinha levado a fazer, ela jamais gostará de Andrew, só lhe era grata por seus dois amados filhos, infelizmente, impostos a força, mas ela não se importava mais, agora tinha seus dois bebês, e jamais permitiria que aquela atrocidade se repetisse com um deles.

Desafia-lo lhe rendeu uma tarde infernal, mas pelo menos atrasou os planos de arrumar um noivo, então para ela havia válido a pena, ela estava decidida a falar logo com Isabella sobre várias coisas, e tirar a filha de perto daquela loucura o mais rápido possível.

Hannah assistiu o marido se afundar no sofá limpando seu sangue das mãos enquanto ouvia no noticiário sobre o pequeno terremoto que houvera na cidade um pouco antes, era normal ali em Rowena, as vezes o chão tremia um pouco ou, raramente, o bastante pra você derrubar o que estivesse na mão.

—----- Na Sala de aula ------

Dean assistiu Isabella não dar a mínima atenção pra explicação de matemática enquanto trabalhava num detalhado robô de guerra para a capa do caderno dele, ele deveria se preocupar com ela fazer algo pra ele ao invés de dar atenção a aula, mas Isa era genial, ela poderia não prestar atenção a nada no ano, que quando visse o que tinha que fazer na prova ela ainda teria a chance de gabaritar, era por isso que os professores não reclamavam com ela, mas as vezes chamavam os pais da garota para falar de como ela não se inscrevia nas atividades da escola e não socializava com outros alunos.

Estranha, era o que eles queriam dizer dela, mas nunca o fariam até todos terem a maldita idade para saber dos cartazes e fazerem os tais exames misteriosos nos gabinetes dos conselheiros, porém, o jeito como Isa não ligava pro que eles pensariam, o preocupava, poderia ser perigoso pra ela quando descobrissem com o que estavam lidando.

O sinal tocou dois tempos antes do que deveria, e eles foram avisados que a professora dos últimos tempos sofrera um acidente de carro durante o pequeno terremoto e não pudera vir, imediatamente as hordas de alunos dispararam pelo corredor para chegar em casa e assistir um programa de TV novo que havia estreado, Isa levantou sem muito ânimo e lhe entregou o caderno, um sorriso orgulhoso escapando de seus lábios rosados e cheinhos.

— Espero que goste Dean, este foi bem trabalhado hein! - Isa disse é sorriu mais, fazendo o moreno sorrir também

— Relaxa Isa, ficou incrível! - Dean disse é ela acabou corando, o que o fez sorrir sorrateiro - Mas o que é isso? A rainha dos detalhes está corando!? Na minha presença!? - Dean disse e Isa riu

— Deixa de ser bobo! Eu não coro - Isa disse é Dean cutucou uma de suas bochechas rosadas

— É um belo detalhe - Dean comentou e riu quando a bochechas se tornou avermelhada - Vamos logo rainha D. eu tenho uma surpresa - Dean disse é isa o seguiu ele foi andando com ela até seu carro

— Que surpresa projeto de pilha? - Isa disse entrando no carro e ele lhe dirigiu uma careta

— Eu não suporto esse apelido - Dean disse ligando o carro é começando a dirigir pelas ruas calmamente

— Você é inquieto como uma pilha, longo e magro como uma, combina perfeitamente - Isa disse e riu das caretas dele

— Quero ver você me chamar assim quando... - Dean disse e repensou a frase, então se calou

— Dean? o q foi? - Isa disse e o olhou curiosa - Oh meu deus... - Isa disse é ele a olhou preocupado - Você está vermelho! - Isa gritou

— Nem pensar! - Dean rosnou e Isa começou a rir descontroladamente

Eles continuaram rindo e se divertindo durante toda a viagem, até enquanto Dean tampava os olhos dela com uma das mãos para que ela não visse onde iam, mas Isabella já havia memorizado o caminho, e podia ver os cantos do caminho fora da estrada que Dean pegou, através de seus dedos mal colocados.

— Pra onde você está me levando? - Isa disse tamborilando os dedos nas coxas, ele sabia que ela estava pelo menos minimamente nervosa, pois sempre que ficava inquieta batia as pontas dos dedos em qualquer superfície plana, entao decidiu acalma-la

— Eu te vendi pra uma garotinha te usar de boneca humana, vai te pentear e maquiar como se você fosse uma Barbie - Dean disse e Isa riu

— Estamos indo pra casa dela então? - Isa disse e sorriu Contra os dedos dele

— Sim! ela quer começar com você o mais rápido possível - Dean disse e Isa voltou a rir

— Eu viu ensinar a ela golpes ninja, e a bater em pessoas chamadas Dean - Isa disse é Dean riu estacionando

— Isso vai ser bem útil pra você né!? - Dean

— Claro! - Isa disse sorridente e ele sorriu a olhando

Ele saiu do carro e a mandou ficar de olhos fechados, e então a tirou do carro e segurou seus ombros, a guiando por um chão estranho até algum lugar.

Quando finalmente a deixou abrir os olhos, Isabella viu algo que nunca havia presenciado até agora a não ser em seus livros.

Uma floresta, uma pequena floresta perto de uma pequena montanha, ela nunca tinha visto aquilo da cidade, eram só casas um uma ou duas árvores pela rua, e um pequeno parque já morrendo no centro.

Mas aquilo era magnífico, as árvores cresciam em busca do céu e suas raízes se espalhavam pelo chão entre a grama, que parecia muito macia, os topos cheios de folhas cobriam o sol forte e faziam pequenos pontos de luz aparecerem no chão pelas falhas na capa de folhas, haviam arbustos, e até algumas flores, ela havia lido tanto sobre isso, sonhado tanto em ver um mundo assim, diferente das poucas coisas que não eram artificiais em sua cidade, já que cuidar de algo que não fosse de si mesmos era complicado.

Ela só notou as lágrimas descendo por seus olhos quando Dean as afastou com o polegar, seu olhar preocupado contrastava de forma gritante com o olhar maravilhado dela, suas mãos tremendo de ansiedade para tocar o pequeno pedaço de paraíso a sua frente.

— Você não gostou Isa? Está assustada? Quer ir embora? - Dean disse nervoso, ele sempre espiava os livros dela, e sabia que aquele lugar vinha crescendo escondido da cidade a anos e achou que ela adoraria ver, mas agora ela estava lá, tremendo e chorando levemente, não sabia onde errara, até que isa se jogou nele rindo e o derrubando na grama macia

— É perfeito! - Ela disse animada e ele riu pela expressão de pura felicidade em seu rosto - Como achou esse lugar!? meu deus como isso sobreviveu a nossa cidade!? - isa disse perplexa olhando tudo e apertando a grama um pouco molhada nas mãos

— Bom, nem todas as cidades são como as nossas, mesmo algumas das antiquadas tem bastante natureza, uma perto do litoral tem até um parque bem grande - Dean disse fazendo os olhos de Isa brilharem admirados - E parece que alguém tem cuidado deste pedacinho da cidade, ou não sobreviveria - Dean

— Eu darei um prêmio a essa pessoa! - Isa disse ainda maravilhada e Dean riu

— Talvez seja melhor dar as rosas ali - Dean disse e riu mais vendo isa disparar até lá pra ver

Eles passaram um bom tempo olhando as flores e lembrando os nomes vindos dos livros de Isabella, depois ficaram na grama conversando e rindo, e mais tarde Dean a levou pra casa.

O pai dela estava esperando na porta, furioso, com os braços grossos cruzados e olhos olhos frios e cortantes, Dean a acompanhou até a porta, preocupado, enquanto Isabella tremia por dentro, eles pararam na frente de Andrew, a mão de Dean afagando as costas tensas de Isabella.

— O que você quer com a minha filha? - Andrew rosnou e Dean continuou afagando isa calmamente

— Somos amigos, senhor - Dean disse e Andrew agarrou isa pelo ombro e arrancou-a dos braços de Dean, a fazendo gritar - Ei! - Dean disse sentindo seu interior se contorcer de fúria

— Se não vai ter nada bem sério com minha filha, não terá nada com ela, fique longe! - Andrew rosnou e bateu a porta

Dean tentou abrir e bater na porta algumas vezes, principalmente quando ouviu o grito de Isabella a ser jogada no chão do corredor pelo pai furioso, mas nada do que ele fez adiantou, e ele não podia chamar as autoridades, se sentia tão inútil que chegava a doer, mas teve de se recolher com a dor e ir pra casa, pensando em como falar ou ate mesmo pra Isabella na manhã seguinte.

— Onde você estava!? - Andrew rosnou e Isa se esgueirou de costas pelo corredor, ignorando a dor latente em seu quadril

— Na escola papai - Isa disse e levantou, só pra ser jogada no chão dnv

— Eu liguei pra lá! você não teve aula!! onde você estava!? - Andrew disse é varreu o corredor com os olhos procurando algo pesado que pudesse usar

— Por que ligou pra lá!? - Isa disse confusa e levantou de novo, desviando de outro empurrão

— Eu ligo todo dia pra saber se você não vai sair dando pra qualquer um!!! - Andrew rosnou furioso e Isa engoliu em seco sabendo que a parece atrás dela se aproximava

— Como pode fazer isso?? eu sou sua filha você devia confiar em mim!!! - Isa disse chorosa mas isso não teve efeito algum no Andrew furioso a frente dela

— Não quero você andando como se fosse uma qualquer com gente estranha na rua!! - Andrew berrou furioso - Eu vou te arrumar um marido pra te dar um jeito! - Andrew

— Eu não vou me casar com garoto nenhum que você escolher!!! Nunca vou acabar com um homem como você! Eu vou pra faculdade ficar bem longe daqui!!!!! - Isa disse furiosa e o pai levantou o longo braço contra ela, pouco antes de ele lhe acertar o tapa Hannah se meteu entre os dois, fazendo Andrew congelar

— Você não vai bater na minha filha também!!! - Hannah disse e Andrew a olhou com fúria - Não vai torna-la como eu!!! a minha filha vai fazer o que quiser!!! - Hannah disse e gritou quando o tapa desceu nela, a fazendo cair no chão e apagar

Isabella congelou em terror total, o irmão arquejou surpreso da sala correndo para ver a mãe desmaiada e sangrando um pouco, ele pegou a cabeça dela com cuidado e embalou em seu colo, enquanto o pai agarrou isa pelos braços com tanta força que ela tinha certeza de que ficaria roxo, e a balançou com violência até que ela saísse do choque e dirigisse seu olhar de terror a ele.

— Você não vai pra lugar nenhum!!! Não me importa o jeito estúpido como sua mãe te criou!! você vai ficar em casa e aprender uma boa menina!! não vai mais pra droga de escola nenhuma!! muito menos pra faculdade longe!!! - Andrew disse furioso e com ódio fazendo Isa estremecer e gritar com a dor

De repente todo o chão começou a tremer com força e algumas janelas começarem a estourar, Peter apertou a mãe contra o chão tentando minimizar os efeitos do terremoto contra o corpo já frágil dela.

Andrew acabou soltando Isa quando os dois caíram no chão enquanto o resto das janelas estourava e o chão arrancava seu equilíbrio, ela rapidamente disparou pra seu quarto e se trancou lá, esperando que o pai se distraísse o bastante pra não lembrar que uma porta trancada jamais poderia para-lo.

Felizmente, ele começou a arrumar as janelas, amaldiçoando o terremoto mais pesado que eles tinham em cerca de vinte anos, Peter levou a mãe pra cama, e Isabella passou o resto da noite chorando, pensando em como poderia aguentar mais uma vida inteira daquela convivência nociva, como seria feliz no meio de tantas coisas ruins era uma de suas maiores perguntas.

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Os olhos azuis como os de uma tarde de verão voaram para o colar preto brilhando na bancada, ele não devia estar ali, não era lá que o tinha deixado, mas quando foi a sala perguntar aos outros sobre ele, voltou, e o colar ainda estava descansando na bancada da cozinha, a garota imediatamente gritou e pulou pelo cômodo, berrando a todos sua descoberta o mais animada possível.

—----- Na casa de Isabella ------

Hannah pôs o café num silêncio mortal, o rosto ainda vermelho e o lábio sangrando do tapa, Andrew tentara conversar com ela depois que acordou, argumentando que ela fora culpada, mas que ele até sentia um pouco pelo que fez.

Hannah disse que iria embora com os filhos, e jamais voltaria, mas Andrew fez questão de jogar na cara dela que isso jamais seria possível, pois ela não tinha dinheiro, muito menos lugar pra ir e jamais aceitariam o divórcio dos dois, muito menos deixariam que ela levasse dois menores de idade embora.

Mesmo assim os dois não estavam se falando, enquanto comiam, Andrew avisou que aquele seria o último dia de isa na escola.

— Não pode me obrigar a parar de ir! - Isa

— Claro que posso sua garota insolente! pegue sua mochila logo eu vou te levar! - Andrew rosnou e Isa arrumou suas coisas quieta, ódio fermentando dentro dela

A rua estava calma, algumas janelas quebradas e algumas rachaduras no asfalto,o terremoto não parecera nada de mais afinal, mesmo sendo um dos mais fortes em anos, talvez sua cidade estranha estivesse acostumada com sofrer em silêncio, ela jamais entenderia, Isabella saiu do carro ao chegarem, muda, e entrou nos corredores chorando, nem conseguiu explicar a Dean, que apenas a abraçou apertado e beijou sua nuca sussurrando tantos pedidos de desculpa quanto podia.

Até a saída a menina já havia se acalmado, Dean estava com um braço em seus ombros a puxando perto, enquanto os dois conversaram animadamente sobre faculdades e ruínas históricas pelo mundo, quando usa congelou no meio do pátio vendo o pai furioso indo até eles.

— Tire as mãos da minha filha!! - Andrew rosnou e empurrou Dean pro chão

— Pai! - Isa gritou e ignorou os olhares em volta

— Vamos embora! você nunca mais voltará aqui! - Andrew disse e agarrou o braço de isa, que se soltou furiosa

— É claro que vou! pare de me tratar assim! - Isa disse e no segundo em que o tapa a atingiu, o chão tremeu numa intensidade uma centena de vezes maior do que a força com que a mão atingiu sua bochecha pálida

Ela não ouviu as outras crianças gritando de surpresa com o tapa, mal notou o grito de Dean e como ele a puxou pra longe do pai, ela só congelou, e então o mundo inteiro continuou a tremer violentamente, os postes balançavam, alguns chegando a cair, as janelas estilhaçavam como balões de festa e as pessoas despencavam no chão como pecinhas de um castelo de cartas, inclusive seu pai, que desmaiou no chão quando um dos canos explodiu e atravessou o concreto, acertando um ou dois carros na rua.

Isa só percebeu que era a única de pé, quando seus olhos cheios de lágrimas entraram em foco e ela viu a maioria de seus colegas desacordado ou tonto, Dean apagado a seus pés e seu pai estava caido perto acordando tonto, sua bochecha ardia e seus olhos queimavam com as lágrimas, ela disparou como um míssil para o mais longe possível, torcendo para que o pai não a seguisse.

Deixou que a memória a guiasse, lágrimas entupindo seus olhos e pensamentos confusos embaralhando sua cabeça, o cabelo longo se agitava com o vendo sendo levado para trás com as gotas salgadas que não paravam de derramar, quando ela chegou ao Jardim que Dean lhe mostrou, desabou no chão, se encolhendo a uma árvore e tentando pelo menso minimamente entender que diabos havia acontecido.

Ela ficou lá por alguns minutos, e só então quando foi tirar as lágrimas acumuladas e secando em suas bochechas, sentiu a textura estranha de sua mão, quando a olhou, viu a imensidão de negro com um aspecto enevoado cobrindo suas mãos, palmas, dedos e até o pulso, subindo em ramos até quase o cotovelo.

Foi aí que ela gritou, tao alto e em pânico como poderia.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!
Comentários, perguntas e idéias são muito bem vindos!
Beijos da autora!



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