- Acho que já tá na hora de desistir, Jun. – falou Touma, ajeitando seus cabelos loiros.

- Dois contra um, não vale, isso é covardia! – gritou Louise.

- Quem te perguntou se isso é covardia? – disse Touma aproximando-se de Louise.

- NÃO CHEGA PERTO DELA! – berrou Keiko, se levantando com dificuldade e com a mão na barriga.

- “Ele ainda está de pé?” – pensou Taka. – “Ele não sabe a hora de desistir?”- Taka tentava entender porque Keiko teimava em levantar, eram dois contra um, era evidente que ele não tinha chance, mas se levantava toda vez, sempre querendo proteger Louise. – “Ele ama tanta, a vaca da Louise assim?”

- Ah, por favor... – disse Touma meio irritado. – Eu já estou cansado disso, cara! Você sabe que não pode contra os Rokaido, você é um membro da terceira família ao posto de Gandalfr não tem nenhuma chance contra agente.

- Eu quero derrotar vocês e eu posso derrotar vocês. É como meu avô diz: Querer é poder. – disse Keiko.

Touma gargalhou, deu aquelas gargalhadas longas. Keiko correu pra cima do loiro, o ruivo realmente estava com a intenção de acabar com os Rokaido, ele tinha que provar que era suficiente pra Louise, e também ele não ia ficar por baixo depois que Touma insultou sua família.

- Toni! – disse Touma ficando sério.

- Mortal Fist – Toni apareceu na frente de Keiko quase que instantaneamente, e desferiu seu soco mortal nele.

Keiko soltou um grito de dor, um berro, seja o que for, foi alto, muito alto. Keiko caiu imóvel, nem conseguia se mexer, seus olhos estavam arregalados. Se Keiko se mexesse, seu ferimento ia abrir, a sua dor era imensa que ele chorava de dor.

- Keiko! – Louise tentou socorre-lo, mas Toni a impediu.

Touma ficou agachado do lado de Keiko e disse só pra ele ouvir:

- Querer é poder, mas poder não é fazer. – Touma começou a gargalhar de novo.

- Keiko... – Louise se segurava pra não chorar.

- “Idiota, eu sabia que isso ia acontecer com ele.” – pensou Taka.

- Ai, ai... Então... Descendente do vácuo. – Touma chegou perto dela, ele acariciou o rosto da rosada.

- CHEGUEI! – gritou Sayo correndo pra cima de Touma e dando um soco nele.

O loiro voou e atravessou a parede.

- Mas que força é essa? – Toni se espantou.

Mas logo ele voltou ao normal quando percebeu algo vindo em sua direção. Saito desferiu um ataque contra ele, Toni defendeu da espada com as placas de metal nas costas da sua luva.

- Essa foi por pouco, parceiro. – disse Derf.

- Saito! – Louise disse aliviada e surpresa por vê-lo.

Saito estava sério, seu olho esquerdo estava vermelho, era a habilidade especial de Gandalf de ver o que seu mestre está vendo. E fora por isso que ele tinha achado Louise.

- Depois nós conversamos, Louise. – Saito se distanciou de Toni, as runas do contrato brilharam mais intensamente e ele deu um corte no ar com toda sua força.

O ar se propagou com grande velocidade, arrastando Toni junto com ele e lançando-o para o lado de Taka.

- Só ganham na covardia. – disse Sayo.

- São os Rokaido, eles são assim. – disse Saito.

Os dois Hiraga ficaram na frente de Keiko e de Louise. A rosada foi dá assistência ao Jun.

- Mas que porcaria é essa?! – Touma sai dos destroços da parede, estava todo empoeirado.

- Acho melhor irem embora! – disse Saito.

- Hiraga desgraçado! – gritou Touma.

- Vamos embora. – disse Toni se levantando e ajeitando seus óculos.

- Hã? – estranhou Touma.

A verdade é que o Toni não queria lutar contra a Sayo.

- Agora que as coisas estão ficando interessantes. – Touma pegou uma vara de metal e correu pra cima de Saito. Os dois começaram lutar ali mesmo. E o loiro gritava: - Veio proteger sua mestra, foi? – Touma encontrou um ponto cego na defesa de Saito e tentou acerta-lo na cabeça.

- Der-kou’s Block – ele defendeu o ataque que vinha do seu lado esquerdo. E deu um chute no Rokaido empurrando-o, e novamente deu um corte no ar, propagando-o e dessa vez levando Touma junto com ele. – Acho melhor irem embora. – repetiu Saito mais sério ainda.

- Se eu tivesse com minha espada. – resmungou Touma.

- Vamos embora. – disse Taka, vendo a expressão séria de Saito.

- Ainda vamos ter uma luta séria, Hiraga Saito. – disse Touma.

Os irmãos Rokaido de retiraram dali, Saito colocou Derflinger na bainha em sua costa, seus olhos já tinham voltado ao normal e Sayo foi de encontro à Louise e Keiko.

- Como ele está? – perguntou a Hiraga.

- Está bem, mas não consegue se mover. – respondeu Louise.

Sayo colocou um braço de Keiko em seu ombro e o colocou de pé.

- Consegue andar? – perguntou Sayo.

- Eu estou bem. – ele tentou andar sozinho, mas perdeu o equilíbrio e Sayo o segurou.

- Vamos mandar ele pra casa dele de táxi. – disse Saito.

- Tem dinheiro. – perguntou Sayo.

- Uso o troco do shoyu.

- Hai. – Sayo pegou o troco do shoyu e foi levando Keiko até a esquina pra pegar um táxi. – Eu já volto.

Keiko acenou fracamente pra Louise e a mesma retribui.

Saito e Louise ficaram sozinhos esperando Sayo voltar, Louise estranhou como seu animal de estimação estava sério.

- Saito... – ela tentou falar.

- Porque, Louise? Porque veio pro comércio com o Keiko e ainda por cima com seu joelho machucado?

- Saito é que...

- Ah, e não se esqueça de levar em conta o fato de que você mentiu pra mim também.

- Saito... Isso é ciúme?

- Ciúme? – as bochechas deles ficaram vermelhas, mas ainda estava sério. – Não muda de assunto, Louise.

- Antes de eu contar... Quero te falar uma coisa.

- O quê?

- É que... – ela corou. – Quando você chegou, meu coração pulou só em te ver. – é claro que Louise não falaria assim tão abertamente pra Saito, mas ela precisava distrair ele, não podia falar que tinha vindo comprar o presente dele. – Eu fiquei feliz em te ter perto de mim. Obrigado, Saito.

- De nada... – ele disse envergonhado, Louise tinha pegado ele de jeito. – Agora vai contar porque estava aqui com o Keiko? – mas Saito ainda queria resposta.

- Saito... Bem... É que... Sabe... Hum...

- Está tão difícil falar?

- Sim.

- Só precisa responder, porque estava aqui com o Keiko?

- Tá bom, desisto. Eu vim...

- YO! – berrou Sayo chegando perto deles. – Calma, Saito-oniichan.

- Para de graça, Sayo.

- Hai! Mas Saito, não briga com a Louise, eu que pedi pra ela vim aqui comprar o CD da Ichiko pra mim.

- Não me engana. Eu sei que você tem todos os CDs dela.

- Mas o CD do I Say Yes arranhou, e você sabe como eu adoro essa música. Então pedi pra ela comprar.

- Sei... E porque ela não podia me dizer? E porque ela veio com o Keiko?

- Ah Saito, ela não podia vim sozinho e bem... – ela deu uma pausa. – Eu dei o seu dinheiro pra ela comprar o CD.

- VOCÊ O QUÊ?

- Viu? É por isso que não podia te contar.

- Só por isso eu não vou mais fazer o jantar! Vai ser você! – ele gritou. – Agora vamos embora!

- Obrigado, Sayo. – Louise sussurrou. – Mas eu não sei se é certo mentir pra ele.

- Tudo bem, ele vai entender quando você der o presente pra ele. – Sayo riu. – Falando no presente, me mostra o que comprou.

- Eu não comprei nada. – Louise riu sem graça.

- O QUÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ? – berrou Sayo.

Parece que Louise não conseguiu comprar nada pro Saito, acho que todos esperavam isso.

Mas deixando isso de lado, já tinha anoitecido, Sora e Sayame estavam na cozinha, ela preparava algo ali em cima da mesa e o seu marido o ajudava. Os dois conversavam animados, até que Sayame toca em um determinado assunto.

- Amor, depois de amanhã é o aniversário do Saito.

- Eu sei, pretender fazer festa? – perguntou Sora.

- Quero convidar nossos conhecidos e fazer uma surpresa pra ele.

- Entendo. Amanhã eu acho que eu vou receber meu salário e te dou o dinheiro.

- Tudo bem, Amor.

- TADAIMA! – Sayo gritou, tinha que ser ela mesmo.

- Okaeri. – disse Sayame lá da cozinha.

Saito, Louise e Sayo foram pra cozinha.

- Vou preparar o jantar, Oka-san. – disse Sayo.

- Eu e seu pai já fizemos. – ela respondeu.

- E o que vai ser? – perguntou Saito.

- Bolinho de arroz. – ela amostrou um em sua mão.

- De novo... – Sayo, Saito e Louise disseram desanimados.

- Vocês chegaram muito tarde, a culpa é de vocês. – disse Sayame.

Todos jantaram, Soka se negou a descer, pois estava cansado de comer bolinho de arroz. As palavras dele foram:

- Oh bolinho de arroz... – ele pegou um. – Legal. – ele jogou o bolinho de arroz no lixo. – Ah, me poupe.

Depois do jantar e da louça lavada, Saito e Louise foram pro seu quarto. Saito estava calado, muito calado e Louise estranhou.

- Saito, fala comigo. – ela mandou.

- O que foi?

- Porque está assim?

- Porque acha?

- Não aconteceu nada com o Keiko.

- Sei...

- Acho bom você confiar na sua mestra.

- Eu confio.

- Deixa de ser chato. – Louise deu um selinho nele.

- Estou melhor agora. – ele disse sorridente.

- Cachorro tarado!

- Woof! – ele latiu abraçando Louise.

- Para de graça. – ela disse corando.

Os dois se jogaram ali no futon.

- Meu joelho! Ainda dói. – ralhou Louise, empurrando Saito.

- Desculpa desconfiar de você. – ele disse se deitando do lado dela. – Mas ainda continuo desconfiado do Keiko, não vou com a cara dele.

- Isso é ciúme.

- Tá, mas até parece que você nunca sentiu ciúme de mim também.

- Eu não!

- Siesta, Jessica, Kirche, Tabitha, Montmorency, Henrietta, Tifania, Irukukwu. Esses nomes não te lembram de nada?

- Pode para!

Ele riu e abraçou Louise por trás, ficando de conchinha.

- Você é muito grudento, Saito.

- E você não gosta?

- Eu... – ela corou. – Esquece.

Louise dormiu como um anjo nos braços de Saito, já ele adormeceu também, entretanto ele acordou no meio da noite. Viu sua amada dormindo serenamente, se desgrudou dela com o máximo de cuidado para não acordá-la e desceu para tomar um copo com água. Abriu a geladeira, encheu seu copo com água e tomou, enquanto olhava o relógio da cozinha. Já era duas horas da manhã.

- “Meu aniversário é amanhã.” – pensou Saito. – “Será que alguém lembra? Será que a Louise...? Não... Ela não sabe a data do meu aniversário.”

Mau Saito sabia que todos lembravam do seu aniversário. Só faltava apenas um dia agora, e Louise ainda não tinha achado um presente pra ele.