Menos de 7 segundos escrita por Lívia Thuler


Capítulo 1
1


Notas iniciais do capítulo

Oi :)!



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Eu tinha levado algum tempo para convencer meus pais a me deixarem começar as aulas no dia 7. Começava dia 4, mas eu só podia ir dia 7. Não porque eu tinha algum compromisso, ou queria ficar em casa atoa, mas desde pequena, o certo - para mim - era começar dia 7. Eles odiavam isso em certos aspectos como estudos e horário de dormir. Eu sempre colocava o despertador para tocar as 07:07 da manhã porém ia dormir ás 1 da manhã para ter 7 horas de sono e eles reclamavam que eu não dormia horas suficientes e que isso um dia atrapalharia a escola. O restante eles não se importavam e deixavam eu me virar. Desde meu aniversário de 7 anos que tinham 7 pessoas e eu ganhei 7 presentes eu decidi que daquele dia em diante que eu iria fazer tudo em 7 anos, 7 meses, 7 semanas, 7 dias, 7 horas, 7 minutos ou em 7 segundos. Era mais como uma aposta comigo mesma. As vezes dava certo as vezes não.

Eu tinha colocado o despertador para tocar no horário de sempre, tudo já estava pronto. Meus materiais, minhas aulas principais e extracurriculares. A seletiva para o time de vôlei da escola só começava dia 18, até então eu tinha tempo o suficiente para me preparar até o “grande dia”.
Papai como sempre estava tomando chá enquanto lia algo no notebook e mamãe resolvia algumas finanças de seu restaurante.
— George vai para Brown amanha as 06:00 a.m. – disse mamãe me dando um beijo na bochecha quando abaixei um pouco para lhe dar um abraço de bom dia.
— As aulas dele vão começar numa sexta feira? – eu disse incrédula. Que diabos de universidade começavam as aulas numa sexta feira?
— Não querida. As aulas dele começam na segunda, mas amanhã ele vai apenas para se adaptar e conhecer o local – papai respondeu
— Com local você quer dizer o que? A universidade ou as fraternidades? – eu perguntei irônica
Eles me repreenderam com o olhar.

Mas era verdade. George adorava festas, vivia em festas. Era o famigerado “garoto popular problema” de sua escola. Ele não era encrenca como diziam, era um filho bom, mas ele apenas vivia em festas e praticamente ficava pegando garotas para no outro dia nem fazer questão de lembrar o nome delas.
— Isso ele que resolva – papai respondeu.
Terminei de tomar a vitamina de morango em 7 goles. Mamãe olhou para o relógio em seu pulso e levantou.
— Vamos querida, temos que buscar Nina ainda. – disse.
Nina era minha melhor amiga. Ela era um ano mais velha do que eu e estava nesse colégio há um ano. Ela não era mais a “carne fresca” como ela citou na noite passada enquanto conversávamos pelo telefone.
Carne fresca significava as calouras. Era um termo ridículo e mais ridículo ainda era quem tinha a mentalidade para inventar isso.

          “Vai ser como um cordeiro indo ao abate” disse Nina rindo
“Claro que não. Eu vou saber me virar. Eu sempre me virei em relação a experiências novas” respondi.
“Não estou falando de você bobinha. Estou falando das outras que vão cair na lábia dos garotos”  provavelmente ela estava se divertindo com sua imaginação.
“Ah. Não fale assim. É normal de qualquer garota. Você caiu na lábia do meu irmão” provoquei-a
Nina tinha bebido um pouco em uma festa, meu irmão falou algumas palavras fáceis e os dois acabaram se pegando. Ela agradeceu aos céus que não tinha acontecido algo a mais e desde então evita ele o máximo possível por causa de vergonha. Ele não se importa muito, obviamente.

Já estávamos paradas em frente à escola. Eu estava um pouco nervosa e pela primeira vez queria ir para casa e não começar algo no dia 7. Porém não deixei transparecer. Despedi-me de mamãe e sai do carro. Eu e Nina estávamos parada em frente à escola observando tudo.


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Notas finais do capítulo

Tchau! :)
Espero que gostem



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