Inquebrável escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate


Capítulo 15
Accidentaly In Love


Notas iniciais do capítulo

Olá amoras da minha vida ♥
Nós demoramos um pouco para postar esse porque é UM POV BELIKOV
Então, nós demoramos um pouco mais para entrar na cabecinha do nosso camarada.

Mas voltamos e estamos bem aqui para vocês!!!!!
Vamos tentar acelerar outro CAP pela demora !!
ENJOY, bebês!!! XOXO



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ACCIDENTALY IN LOVE  

Então ela disse: Qual o problema, amor?  
Qual o problema eu não sei  
Bem, talvez eu esteja apaixonado (apaixonado)  
Penso nisso toda vez que eu penso nisso  
Não consigo parar de pensar nisso  

Quanto tempo vai levar pra curar isso?  
Só curar, porque eu não posso ignorar se for amor (amor)  
Me faz querer dar meia volta e aceitar  
Mas eu não sei nada sobre amor  

 

(Accidentally in Love – Counting Crows)  

 

 

POV DIMITRI   

   

 Rose me deixou transtornado, como poucas vezes fiquei em minha vida, no meio daquele corredor. Observei a mulher de longos e cheirosos cachos castanhos, dona do olhar mais profundo e da personalidade mais intrigante que já conheci caminhar até o fim do corredor, enquanto ainda sentia o toque das pequenas mãos macias dela nas minhas. Ela é como uma caixinha de surpresas que eu posso estar muito tentado a desvendar, e isso com certeza é potencialmente perigoso.  

 

Retornei ao apartamento, observando Tasha sentada no meu sofá de forma elegante, me fitando com seus olhos de oceano e com uma de suas sobrancelhas arqueadas. Pigarreei, brigando com minha mente para desviar meus pensamentos de Rose.  

 

— Então, Tasha, você dizia sobre? – Me encostei na ilha que dividia a sala da cozinha, com as mãos nos bolsos.  

 

 Ela pisca os olhos e balança rapidamente a cabeça, mudando a expressão analítica para uma mais doce.  

 

— Vim te convidar para jantar comigo, Dimka.  

 

— Tasha, você é uma amiga muito querida. Sabe disso, não é?  

 

— Como amigos, Dimka. Finalmente fui convidada para fechar um contrato com Jimmy Choo, eu simplesmente amo os sapatos dele e eu quero muito sair para comemorar! 

 

— Certo. – Ponderei.-  As 19h no Le’Duc?  

 

— Como sempre, você conhece bem meus gostos. Perfeito, Dimka! Pode deixar que farei a reserva. – Sorriu de forma gentil. – Agora, preciso ir. Tenho uma sessão fotográfica esta tarde, e você sabe, detesto me atrasar. – Levantou-se e passou as mãos levemente no tecido do casaco, alisando um amassado invisível.  

 

—  Claro, te levo até a porta. Até mais tarde, Tasha. – Me despedi indo até a porta e abrindo a mesma para ela.  

 

— Até mais tarde, Dimka! – Me abraçou de repente, beijando minha bochecha logo depois.  

 

 Correspondi seu abraço lhe dando um sorriso contido. Observando-a se virar e chamar o elevador, que não demorou a se abrir.  

 

  Fechei a porta e me dirigi à cozinha, me servindo de uma xícara de café, enquanto pensava sobre as palavras de Roza e o convite de Tasha. 

 

     Eu conhecia Natasha perfeitamente, por isso sabia bem que ela ainda tinha esperanças de retomar o relacionamento fracassado que tivemos no passado. 

     A conheci durante a faculdade de direito em Harvard, Natasha cursou junto comigo durante três períodos, pois seu pai queria que ela estivesse à frente do departamento jurídico da rede de hotéis da família Ozera, o que não era muito de seu interesse, mas ela cursava mesmo assim para agradar o pai. Nos tornamos bons amigos, e então ela sempre estava lá para mim. 

     Natasha sempre foi uma pessoa extremamente franca, tanto que no terceiro período ela viu que definitivamente não era o que ela queria, e decidiu focar no trabalho de modelo que tinha desde sua adolescência, indo de uma modelo fotográfica que era chamada de forma esporádica, para uma modelo também de passarela muito requisitada e reconhecida no mundo da moda, fechando contrato com grandes marcas.  

     Na mesma época que encerrou sua matrícula, Tasha me contou sobre seus sentimentos. Ela era realmente uma boa pessoa, e decidi tentar engatar em um relacionamento com ela, tentei dar valor a seus sentimentos, afinal ela realmente se dedicava em me fazer sentir bem nos mínimos detalhes, sendo uma companheira extremamente atenciosa, mesmo que eu nunca tivesse de fato correspondido seus sentimentos românticos.  

    Tasha era para mim uma ótima amiga, e eu olhava para ela como olhava para Vikka. Não achei que estivesse sendo justo com ela e decidi terminar o relacionamento, pois ela merecia alguém que realmente a amasse, que fosse louco por ela, não alguém que ao olhá-la sentisse apenas uma profunda sensação de irmandade.  

     Apesar de ter aceitado a minha amizade após o término, eu sabia que Tasha ainda nutria sentimentos por mim, por mais discreta e menos invasiva que tentasse parecer. Eu nunca falei com ela sobre, não sabia como abordar esse assunto e não queria magoá-la ou fazer com que sentisse rejeitada soando grosseiro. Não deu certo entre nós no passado, e sei que não daria no futuro. Então eu continuava como seu amigo, torcendo para seu sucesso, e eu sabia que Natasha seria uma ótima companheira de vida para o cara certo para ela, aquele que de fato fosse apreciá-la em todas as suas emoções e sentimentos, e valorizasse cada um deles.  

 

   

                                                             * * *  

   

 

   Esmurrei a mesa em profunda frustração. Mais uma vítima encontrada, morta por overdose e com estranhas manchas na pele.   

 

— DROGA! Preciso encontrar esse cara! – Bufo, passando as mãos pelos cabelos enquanto sentava-me novamente em minha cadeira.  

 

— É, eu não queria estar na pele desse traficante quando você puser as mãos nele. -  Disse Christian enquanto entrava em minha sala com alguns documentos em mãos.  

 

— Esse infeliz está mais escorregadio que sabão de detento. – Respiro fundo. – Algum avanço com o capanga dele?  

 

 Christian senta na cadeira à minha frente após colocar os documentos sobre à mesa.  

 

— Nada ainda. O cara parece ser extremamente fiel ao Vokrot. – Falou enquanto apertava a ponte do nariz, parecendo assim como eu, cansado e frustrado.  

 

    Estávamos há alguns meses na cola de um traficante que se autodenominava “The Vokrot”. Devo admitir que ele era um gênio. Nenhuma sombra de pista até então. Não sabíamos como era seu rosto ou qual era seu nome verdadeiro, nenhuma digital, nenhum registro de Vokrot no sistema do FBI, ou mesmo da INTERPOL. Apenas um símbolo esquisito que encontramos na nuca de cada um de seus subordinados, isto é, aqueles que aparentemente traíram a confiança dele ou o irritaram o bastante para chegarem ao final da linha.  

     No entanto, o cara finalmente errou, ou um de seus homens, no caso. Fomos contatados após a denúncia de mais uma jovem com estranhas manchas negras pelo corpo, morta por overdose em um dos quartos no andar de cima de uma boate famosa na cidade. Chegamos à paisana, e reconheci o símbolo no pescoço de um cara sentado no bar. Ao pesquisar sua ficha criminal, descobrimos que a mesma era extensa, passando por porte de drogas e até alguns assaltos, o prendemos para retirar informações, mas o mesmo dizia apenas que já havia cumprido sua sentença e não nos devia nada. 

  

— Vamos arranjar uma forma de retirar informações dele, nem que para isso eu precise contatar a unidade de análise comportamental.  

 Christian balança a cabeça afirmativamente enquanto me olha sério.   

 

   

                                                          * * *  

   

    Após chegar em casa e tomar um bom banho, me arrumei rapidamente notando que se demorasse mais de dez minutos para entrar no carro e ir em direção ao restaurante, poderia me atrasar muito.  

 

   Cheguei as 18h50 e Tasha já me aguardava vestida elegantemente em um vestido de seda champagne, enquanto bebericava uma taça de vinho sentada em uma das mesas próximas à janela do restaurante francês cinco estrelas com vista panorâmica da cidade.  

   - Como sempre, nunca deixa uma dama esperando! – Sorriu com os lábios pintados de rubro, após ter me cumprimentado. 

— Sabe que também não gosto de me atrasar, Tasha. Ainda mais hoje, que me parecer ser um dia especial para você. Me conte, já assinou o contrato? – Disse descontraído enquanto me sentava à sua frente. 

— Sim, Dimka! A sessão de fotos que tive hoje de tarde foi para apresentar a nova coleção de sapatos... 

 Me servi de um pouco de vinho enquanto observava Tasha desatar a falar sobre como essa conquista era mais emocionante do que pensou que seria. Ela tinha poucos amigos, principalmente mulheres, e eu sabia que essa casca foi desenvolvida pelo competitivo e, algumas vezes até obscuro, mundo das passarelas. Os lábios vermelhos se moviam empolgados... e então eu via lábios volumosos, com uma charmosa pinta na linha do canto esquerdo da boca bem desenhada... Droga, Roza. Pisquei voltando a observar os lábios bonitos, mas menos volumosos de Natasha, que me olhava confusa. 

— Dimka? – Me observava analíticamente. 

— Perdão, Tasha. Me distraí, deve ser o cansaço. Estou lidando com um caso desgastante. – Soltei uma lufada de ar que nem sabia que estava segurando. A mulher com apelido de flor preenchia meus pensamentos durante grande parte do dia, e durante a noite, seus profundos olhos castanhos protagonizavam meus sonhos. 

— Eu imagino, Dimka. O garçom veio e pedi carbonnade flamande para você, certo? – Sorriu compreensiva, com um olhar um pouco afetado. – Se quiser conversar sobre o que tem acontecido no seu trabalho... 

— Claro, está ótimo para mim. Obrigado. Sabe que infelizmente não posso, Tasha. É... 

— Segredo de estado, eu sei! Bléh, que sem graça Dimka! Seu emprego parece ser tão... empolgante! 

— Está mais para estressante nos últimos dias, mas eu gosto mesmo assim. – Suspirei entre um sorriso contido. 

— Eu sei, lembro de te levar café nas suas intermináveis noites estudando durante e após a faculdade para quando finalmente abrisse o concurso para a vaga. – Tasha levou sua mão à minha. 

— É sim, eu te agradeço pelo apoio, foi importante para mim. – Sorri apertando de leve seus dedos, e retirei minha mão para beliscar as batatas do meu carbonnade flamande que tinha acabado de ser servido. Era a única coisa que eu gostava de comer daquele restaurante. Não era um grande fã de culinária francesa, mas Tasha realmente apreciava e bom, eu cresci cercado por mulheres e sabia que era de bom tom dar preferência aos gostos da dama, mesmo que fosse apenas um jantar entre dois bons amigos. 

— Foi bom poder te ajudar a alcançar seu sonho de alguma forma. – Pendeu levemente a cabeça para a direita, com um sorriso gentil, enquanto voltava a atenção ao seu próprio prato.  

Ela levou o garfo aos lábios e mastigou lentamente a comida enquanto pousava o talher no prato na exata posição indicada pela etiqueta. Engoliu, ajeitando a postura e assumindo um ar um pouco mais sério, enquanto sorvia um pouco do vinho de sua taça. 

— Natasha, algo lhe incomoda? – A observei atento. 

— Como sempre, extremamente observador. – Levou a mão esquerda ao colo, e com a direita levou uma das mechas do cabelo curto para trás da orelha. - Dimitri, eu não sabia bem como conversar sobre esse assunto com você, mas eu tenho pensado muito em algo que... bom, é uma situação bem delicada... 

  Eu a observava atentamente, quando meu celular começou a vibrar de forma insistente no bolso do meu casaco. Pedi um segundo a Tasha para verificar quem era e ela assentiu, sabia que minha vida era corrida e que eu poderia ser solicitado na divisão em qualquer momento do dia, ou da noite. Pedi licença rapidamente, levantei indo em direção à pequena área aberta próxima a nossa mesa, e atendi Christian ao décimo toque. 

— Alguma novidade? – Perguntei sério. 

— Olá, chefe. Infelizmente, não. Mas Lissa me insistiu muito que te ligasse. Perdão, está ocupado? – O tom de voz dele parecia levemente preocupado.  

Com certeza era algo relevante, Christian não costuma me ligar de forma insistente à toa, se fosse um assunto descontraído ele me chamaria em apenas três toques, era um costume. 

— Um pouco. – Não diria que estava jantando com sua tia. Apesar de não ter nada entre nós e ele saber que éramos amigos, eu não queria me demorar, pois Tasha parecia realmente tensa à mesa. E eu ouvi bem, ou ele me disse que Lissa insistiu para que ele me ligasse? – Lissa te pediu para me ligar? 

— Sim. Bom... – Ouvi um barulho ao fundo. – Olá, Dimitri. – Uma voz feminina assumiu a chamada. Lissa. 

— Olá, Lissa... 

— Me perdoe a falta de modos, mas é um assunto sério. Sei que se tornou amigo de Rose, e eu e Christian estamos fora da cidade no momento... – Lissa falava rápido e sua voz transbordava preocupação e até mesmo frustração.  

— Rose? O que houve com Roza? – Meu corpo inteiro se retesou e ficou instintivamente mais alerta que o normal, qualquer outro assunto se apagou de minha mente. 

— Alberta me ligou há poucos minutos, disse que fez uma chamada de vídeo com Rose e ela parecia estar muito doente, mal conseguia abrir os olhos e respondia apenas com frases curtas. Ela achou que eu estava no apartamento ou próxima de Rose. Parece que ela atendeu muitos pacientes com uma gripe extremamente forte que tem assolado o hospital, disse causar muita fraqueza. Estou preocupada, Dimitri. Perdão se estiver atrapalhando você, mas... 

— Lissa, não se preocupe, estarei com Rose em poucos minutos. – Disse já me apressando em pegar as chaves do carro no bolso do casaco. Eu sabia que mais cedo algo em Roza não parecia bem. 

— Obrigada, Dimitri. Assim que puder, me mande notícias. Rose é muito altruísta, mas não é muito cuidadosa com a própria saúde. Até mais. – Parecia mais calma por saber que eu correria ao socorro da minha Roza. 

— Até mais, Lissa.  

 Desliguei a chamada, me dirigindo em passos rápidos à mesa onde Tasha continuava sentada, me observando atentamente. 

— Tasha, sinto muito, mas infelizmente aconteceu uma emergência e preciso me retirar. 

— Claro, Dimitri. Não se preocupe, conversamos outro dia. – Disse se levantando e se despedindo. 

 Me afastei aflito enquanto discava seu número insistentemente, sem respostas.  

— Atende, Roza... – Droga, Roza! Por que tão imprudente consigo mesma! 

    Dirigi igual um louco até o condomínio, por pouco não utilizo a sirene para chegar mais rápido. Rose vencia qualquer barreira minha sem ao menos saber, em apenas segundos. Eu sabia o porquê, só que talvez fosse perigoso demais admitir e mais ainda transparecer, por mais inevitável que fosse. Eu me conhecia, e sabia que era apenas questão de tempo para que mais essa barreira fosse transpassada por ela. 

   Estacionei o carro na garagem descoberta mesmo, pois era a vaga mais rápida que vi. Peguei um pouco de chuva enquanto corri até o hall do condomínio. Subi correndo as escadas, o elevador poderia demorar muito. 

 Agradeci a Deus quando cheguei em sua porta, e após tocar sua campainha, Rose apareceu enrolada da cabeça aos pés em uma grossa manta, parecia mal se aguentar em pé, pálida e menor do que costumava ser.  

— Hey, camarada. Achei que você tinha um encontro. – Sua voz soou rouca e fraca.  

 As bochechas e o nariz pequeno e arrebitado encontravam-se avermelhados, e isso apesar de deixá-la adorável, era preocupante para mim.  

A empurrei delicadamente para dentro de seu apartamento. 

“Sim, Roza, eu saí com uma amiga. Mas agora eu sei que estou onde eu deveria estar.” 

                                                     *** 

    Rose parecia como uma criança dengosa, e até mesmo um pouco birrenta enquanto doente. Cheguei medicando-a e mandando-a para um banho, para ver se ajudava a melhorar um pouco seu estado. Enquanto ela se banhava, eu desbravei a geladeira cheia de industrializados congelados e restos de comidas de delivery que Rose aparentemente não tinha conseguido comer completamente. Quando finalmente encontrei alguns legumes e um pouco de carne de boi congelada, que com certeza eram obras de Lissa, me pus a preparar uma sopa nutritiva para a pequena rabugenta, e modéstia parte, o cheiro estava ótimo. Aproveitei e resolvi fazer umas pipocas para mim. 

   Quando Rose chegou à cozinha, sua aparência estava melhor. O cheiro de seus cabelos tomou o ambiente, e por um instante eu fiquei quase hipnotizado ao vê-la. Tão simples em seu moletom, de cara limpa e cabelos molhados, e mesmo assim, estupidamente maravilhosa. 

   Recobrei o controle, mandando-a sentar no sofá e a servindo com uma tigela de sopa quentinha, e pegando a bacia de pipocas para mim. Ao ver as pipocas, os lábios volumosos se franziram em um lindo biquinho manhoso, e ela pôs-se a comer após um murmúrio contrariado, e eu apenas sorri mais relaxado ao vê-la um pouco melhor do que antes, e sabendo que estava ao lado dela para socorrê-la caso precisasse. Analisando a situação, achei muito interessante conhecer aquela faceta de Rose, ela estava um pouco fragilizada e bem dengosa, mas os comentários espertinhos não deixavam de sair de seus lábios. Roza com certeza era a mulher mais espirituosa, inteligente e divertida que eu conheci, ela tinha resposta para tudo que lhe era perguntado. 

     Olhei o cenário me sentindo muito à vontade naquele momento, e percebi que eu realmente gostaria que aquela cena se repetisse mais vezes: Rose ao meu lado aconchegada no sofá, um balde de pipocas e um filme qualquer passando na TV. Isso me fez sentir uma agradável sensação de relaxamento completo, como a muito não experimentava, e eu sabia que a dona dos pequenos pés que repousavam em meu colo tinha uma imensa participação nisso. 

    Não demorou muito para que Rose pegasse no sono. Após conferir minhas escalas da semana com um dos meus colegas de trabalho e ligar rapidamente para Christian informando que eu estava cuidando de Rose, voltei para perto da mesma e levantei-a sem muito esforço. Mesmo sendo notável que ela tinha uma boa quantidade de massa muscular, sem exageros, e sabe-se lá como ela conseguiu, afinal ela não negava ser extremamente sedentária em seu tempo livre, Rose era leve como uma pluma para mim. Sorri observando-a se aninhar em mim quando perguntei onde era seu quarto, menos ainda eu quis soltá-la, mas me obriguei a isso quando cheguei perto de sua cama. Encostei a mão em sua testa para verificar sua temperatura mais uma vez, observando que ela estava menos quente.  

  Sabendo que ela estava dopada pelos medicamentos, peguei sua mão e plantei um beijo suave em sua palma, lhe desejando boa noite. Quando me preparava para levantar e ir dormir no sofá, senti sua mão segurar a minha, não permitindo que eu a soltasse. Me surpreendi ao ver seus olhos semicerrados me fitando, e ouvi meu nome sair de sua boca. Mais uma vez ela me perguntava por que não fui ao encontro, e eu respondi da melhor e mais sincera forma que pude, ocultando o fato de que fui ao desespero ao pensar que ela estava mal e eu não estava ao seu lado, e que naquele momento automaticamente minha mente pôs de lado qualquer pensamento que não fosse correr ao seu encontro.  

  Ela puxou levemente minha mão enquanto seu olhar me pedia para ficar, e eu cedi. Me deitei ao lado dela, sentindo-a se aconchegar em meu peito quase que de forma automática, novamente tive aquela sensação de relaxamento, pertencimento, como se ali fosse meu lugar. Apesar de tempestuosa, Roza era quase como um calmante para mim, como um lar.  

  De repente ela disse que aquela seria a última vez que faríamos aquilo, eu estremeci em discordância, e perguntei-lhe o porquê, com uma sensação interna de agonia. E então ela me aliviou de forma automática quando em continuação à sua pegadinha, me disse que aceitaria morar comigo. Aquela pequena piadista.  

  Após mais algumas palavras e carinhos, e com o peito aquecido por saber que ela gostava de dormir em meus braços, tanto quanto eu gostava de aninhá-la, senti Rose enfim adormecendo. Antes de seus olhos fecharem eu apertei-a ainda mais para mim levemente. 

— Não consigo mais ficar longe de você, Roza. - sussurrei para que só ela ouvisse. Mas ela não pareceu ouvir. Ela já tinha se rendido ao sono.  

E então, sentindo seu calor e calma, eu acabei adormecendo enquanto desejava que aquela cena se repetisse muitas vezes.  


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Notas finais do capítulo

E aí????? Conta aqui pra gente o que vocês acharam!
XOXO



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