As Aventuras de Ame e Vic escrita por Dama dos Mundos, ExMachinaGod


Capítulo 3
Salvando a donzela dos aliens – Parte I


Notas iniciais do capítulo

- Filha, querida, você poderia passar aqui em casa para termos uma conversinha?
— Não!
— Agora.
— Hum... er... não pode ser depois?
— Não me force a ir até ai buscá-la...
*Ame-chan senta e chora.*
*Apresentamos as Aventuras de Ame e Vic*



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+Ame-senpai

 

Eu já deveria saber que meu dia ia ser péssimo, tanto que poderia voltar a deitar e dormir novamente. É claro, minha mãe continuava mega irritada depois das férias que levei Vic para passar no Acre, e das cinquenta chamadas não atendidas que eu havia displicentemente ignorado. De forma que tive que ir até sua magnânima presença para me explicar.

É claro, eu adiei o máximo que consegui, e isso me custou a companhia de Victor, que teria aliviado muito a minha barra, já que mamãe geralmente mima-o bastante, e uma palavra sequer dele seria o suficiente para o sermão ser cortado pela metade.

Mas acabamos nos separando, e eu tive que enfrentar minha mãe sozinha.

Ela e sua aparência demoníaca dos infernos.

Bom… na realidade mamãe, ou a Rainha dos Vampiros, ou simplesmente Charlotte para os menos íntimos que eu (também chamada de Char), tinha uma aparência muito bonita, que eu tive a felicidade de herdar – com exceções dos seus olhos vermelhos que me fazem sofrer arrepios, principalmente quando estão tomados de ira contra a minha pessoa.

O problema maior era um certo maldito laço, numa primeira olhada inocente, que mantêm preso nos cabelos e que possuí um olho de íris laranja frenética que simplesmente não para de se mover. E de me encarar.

Enquanto eu ouvia a interminável bronca, como havia feito várias vezes antes, preferia não encará-la diretamente nos olhos, usando o truque de focar minha atenção um pouco acima desses. Isso funcionava muito bem antigamente, antes dela arrancar o olho de um mal subordinado e pregá-lo no acessório. Agora o maldito globo ocular seguia todos os meus movimentos, e nem sequer tinha uma pálpebra para que pudesse fechar. Repugnante.

Desviei meus olhos pela enésima vez da coisa para focá-los na boca de mamãe, tentando me lembrar sobre o que ela estava falando na última meia hora.

— Você compreende, não é mesmo? Precisa resolver isso hoje mesmo…

— Mas hoje eu tenho…

— Não estou te perguntando o que tem ou não, estou te enviando para resolver uma missão, de acordo?

— Sim, velha… digo, mãe.

— Você quer que eu arranque um de seus belos olhos verdes que me lembram tanto o imprestável do seu pai para colocar em outro laço? — Ela estava com uma expressão óbvia de sadismo crônico que me fez automaticamente mover a cabeça de maneira negativa. Se existia alguém que me fazia transpirar de medo, sem sombra de dúvida era ela. Que sorte do Vic por cair em suas graças… ela parecia ter um fraco por cães, achando-os adoráveis, e meu aprendiz é meio lobisomem (parece que ninguém pode ser apenas uma coisa hoje em dia).

Ela deveria me vender e comprar um coelho assassino dos Campos de Asfódelos para por no meu lugar.

Aquela mulher tinha até feito ponta em um filme batendo no Superman. Sabe, existe um limite do quão apelona e negligente alguém pode ser…

Deixei os salões onde minha mãe dava audiências de cabeça baixa, arrastando os pés e resmungando. E não demorou muito para que o celular tocasse. Normalmente eu ignoraria, mas Megalovania era o toque de chamada do Victor, então forcei-me a atender. — Onde você está?

— Saindo do filme do Deadpoul. Eu disse que iria no cinema.

Houve um retardo mental gigantesco da minha parte ao ouvir aquilo. Deadpoul… o miserável do meu servo havia assistido sem mim. Morte a ele por isso! — Como pôde trair-me dessa forma?

— Mas eu te avisei…

Sim, ele havia avisado que ia ao cinema, mas não para ver o filme que eu também queria ver. Enquanto eu xingava-o mentalmente de tudo quanto é nome, ele continuava as explicações via celular.

— Deixei na nota da geladeira…

— Pro quinto dos infernos com sua maldita geladeira, ela tem algo contra mim também, e além do mais…

O que veio a seguir me pegou completamente de surpresa. Em meio ao meu chilique contra meu aprendiz inútil, notei um faixo fluorescente de luz verde incidindo diretamente sobre mim. E bem, quando eu levantei a cabeça para observar o que era, já era meio tarde, e o OVNI que pairava sobre minha cabeça já havia me abduzido.

Uma ótima maneira de passar o dia, bancando a prisioneira de alienígenas cor-de-rosa felpudos vindos sabe-se lá de que sistema da galáxia…

 

 

+Victor

 

Era uma noite fria e supimpa, eu tinha ido assistir Deadpoul no cinema, o filme estava hilário e me deu várias ideias pra trollar a Baka-Ame, que pegou meu poncho “emprestado” com a desculpa de que faz muito frio no castelo da Char. A Rainha dos Vampiros, aliás é muito fofa, não entendo o porquê dela ficar com medo de ser despedaçada em mil pedaços toda vez que precisa visitá-la. Eu nunca vi Char fazer sequer uma maldade, a Ame-chan é mesmo muito medrosa.

Depois daquela noite onde um maldito demônio destruiu minha casa, meu videogame, minha geladeira e minha dignidade eu tive que me hospedar na casa da minha incrível senpai, que apesar de ser muito forte e habilidosa não consegue manter o apartamento arrumado. Então assim que cheguei lá, fiquei um tanto bolado com a bagunça toda e arrumei tudo, dai jogamos pizza enquanto comíamos meu videogame novo, aquele ps4 tava extremamente delicioso.

Saindo do cinema vi pessoas deadpoul, animais deadpoul, prédios deadpoul e carros deadpoul, eu estava no mundo dele, então fui pra casa poul enquanto cantava o rap deadpoul sobre as lendárias chimichangas flutuantes do monte deadpoul. E tomei muito cuidado pra não ficar bravo, que na real significa ficar dead puto.

Estava perto da casa, quando olhei para uma vitrine que tinha a roupa do deadpoul, que me pôs em um inesperado dilema moral:

— Elas são pra mim!

— Mas se eu roubar a Ame-senpai vai ficar brava…

— E se ela nunca descobrir!?

— Naum, má ideia, ela descobre tudo, é um monstro inacreditável.

— Já sei!

Então quebrei o vidro da loja, roubei as roupas e deixei alguns dinheiros. Agora sim! Hora de ir pra minha dead casa, com meu dead uniforme. A casa da Ame-senpai era um apartamento gigante com várias passagens secretas e dois quartos muito supimpas, porém nunca vi o dela. “Se entrar aqui, terei cachorro pulguento assado pro jantar” foi o que ela disse. Meu quarto era extremamente show de bola, tão show de bola que sempre me perguntava quão legal o dela deveria ser pra ter dado aquele pra mim. Em vez de ter cama, havia um colchão encaixado no chão que ficava acima do piso e um banheiro totalmente… totalmente normal, porém muito banheirástico, com um espelho que na verdade é um portal – sabem, coisas de banheiro básicas – e uma claraboia gigante com um vidro anti-lobisomem, pra eu não me transformar acidentalmente. O melhor do quarto é que eu nunca me sentia sozinho, sempre tinha vozes sussurrando pra mim e as vezes jogávamos rpg de mesa, um jogo que a senpai me ensinou a pouco tempo. No começo pensei que fosse coisa de gente velha, mas é muito divertido. Elas ainda me davam ideias de como trollar a Ame-senpai.

Na saída do dead cinema ela me mandou pro inferno (não vi graça no trocadilho), e depois desligou na minha cara, nem deu tempo de dizer que eu assistiria ao filme de novo no dia seguinte, pra poder presenciar a dead zoeira do dead poul, ou perguntar pra onde a Char havia mandado-a desta vez. Decidi aproveitar a chance pra entrar no quarto dela, a porta estava selada, então fui pela porta do banheiro, que aparentemente era normal, mas tinha uma jiboia na banheira:

— O que você essstá fazendo aqui!?

— Sou entregador de pizza, vim entregar uma pizza pra Ame-chan. — eu disse, enquanto balançava a cabeça esperando que ela acreditasse.

— Você essstá mentindooo! — ela responde, enquanto se enrolava ao meu redor até ficar completamente preso, então me teleportou de volta pro meu quarto. Aparentemente todos podem se teleportar nessa história, menos eu. Sem mais opções do que fazer, decidi ficar jogando rpg com os sussurros e depois dormi. Na manhã seguinte ela ainda não tinha chegado, então saí pra tomar ar e comprar panquecas (Ame-chan não me deixa comer panquecas no café da manhã porque não é saudável), era uma bela dead manhã pra caminhar por ai com meu dead uniforme, respirei fundo e olhei pro céu “SUA MESTRA FOI RAPTADA, SEU BESTA”— Ahhhh sim, agora tudo faz sentido…




+Ame-senpai

 

Eu olhei fixamente para o alien cor-de-rosa felpudo, e lancei um ataque com todas as minhas forças…

— Anulo todo o dano causado neste turno.

Filho de uma pelúcia abandonada…

Resmunguei em pensamento, enquanto ele me atacava com todo o seu exército e via minha vida reduzir-se a nada.

Quem diria que essas pragas eram boas no Magic?

Eu bem que tinha tentado ensinar o meu jogo de cartas favorito para Vic, mas ele definitivamente era mais fã de Hearthstone, não tinha jeito. De qualquer forma, depois de ser abduzida por Eldrazis… digo, ETs de aparência irritantemente fofa, não estava em condições de ficar questionando muito. Eles poderiam até parecer inofensivos, mas tinham uma mentalidade maligna, uma daquelas que amam ver os seus prisioneiros torturados. De preferência com cosquinhas, mas eles tinham outros métodos terríveis, como enfiar-nos numa sala fechada com um som no último volume tocando funk carioca atual, cujas letras deixariam qualquer um com um bom senso de recato com o rosto em brasas. Ou prender-nos a cadeiras e nos fazer assistir todas as temporadas de Pepa Pig. Sim, aquilo foi o pior.

É lógico que, a uns dias atrás, eu havia pegado emprestado (sem pedir permissão pessoalmente) para Victor um tal poncho muito estiloso, que coincidentemente eu ainda estava usando quando fui levada. Sua capacidade de oferecer invulnerabilidade (contra danos físicos) até que não funcionara muito bem com o raio transportador que me trouxe a nave, contudo ele parecia segurar bem as torturas de meus algozes peludos. Pelo menos as cócegas…

Quando eu já estava de saco cheio de fingir que estava rindo e me desesperando realmente por ver e ouvir tais atrocidades à minha sanidade, sugeri que começássemos a jogar uma partida de Magic – que, mais uma vez por coincidência, eles já conheciam. E aqui estamos nós.

O E.T pareceu ficar de saco cheio daquilo também e se afastou para guardar seus decks impecáveis, enquanto voltava a trancar a gaiola onde eu estava presa – mais confortável do que parecia, a primeira vista – e foi então que meu celular tocou. Quase havia esquecido que ele estava comigo, na verdade, nem pensara que o sinal pega-se no OVNI, mas aparentemente eles deveriam ter estacionado-o no ar perto de algum transmissor, porque era Victor que ligava.

Atendi sem muita preocupação que eles ouvissem. — Até que enfim, Vic…

— Senpai, você foi mesmo raptada?

— Lógico que não, é apenas um dos meus hobbys.

— Oh, que bom, porque eu acabei de ver uma mensagem deixada no céu…

— Onde?

— No céu, onde mais seria?

— Bom, não me importa. — resmunguei, coçando a cabeça. — Venha logo me buscar.

— Ué, mas não era só um hobby?

— Vou fazer você engolir essas palavras, sendo inocentes ou sarcásticas, quando chegar aqui. — levei o microfone para mais perto da boca. — A-G-O-R-A, Aprendiz relaxado, isso é sua nova missão.

— Mas onde é que você está?

— Você encontra, faz parte do desafio… fareje, dê seus pulos. — desliguei logo em seguida o celular, observando uma careta cor-de-rosa e fofinha me olhando atentamente e estendendo a mãozinha pra pegar o aparelho. Aparentemente, eu ia passar por mais uma sessão de Pepa Pig…

Acho que pela primeira vez na vida desejei realmente que Vic andasse logo…


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Notas finais do capítulo

-Senpai, senpai, o que acha que vai ter no próximo capitulo?
—Bem aprendiz...nós estávamos lá, você sabe!
—Não, não sei.
—Sabe sim.
—Será que sei?
—Talvez saiba!
*Até a próxima amiguinhos*



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