As Aventuras de Ame e Vic escrita por Dama dos Mundos, ExMachinaGod


Capítulo 2
Caça aos vampiros no Acre – Parte II


Notas iniciais do capítulo

- Corre criatura, estamos atrasados para apresentar a aventura!
— Corre senpai, eu deixei o forno ligado ontem!
— Ahhh, maldição!
Finge que a gente trombou com um letreiro:

*Apresentamos as aventuras de Ame e Vic*



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Victor

 

Após minha senpai me endireitar em queda livre, as árvores apararam minha queda… foi pura sorte, mas ela ficará uma fera se descobrir, e nesse caso serei forçado a fazer outra maratona de mil dias ininterruptos. Ao contrário de mim ela caiu de cara no chão e eu, como todo bom aprendiz, fui até lá zoar com a cara dela: — Como é o gosto da terra senpai, com molho vai bem?

Rimos muito… levei outra frigideirada. Então olhamos ao redor, tinha um povo estranho vestindo roupas da época vitoriana, dizendo coisas como “Sangue fresco” e “Como vocês vieram parar aqui?”, então eu sorri pra minha senpai e ela entendeu: Dei alguns passos a frente e disse: - Sou vendedor de relógios da marca kabum, eles são famosos por mostrar a direção do sangue!

Olhei ao meu redor e contei cinco vampiros, eles se juntaram para ver meu incrível relógio explosivo. Enquanto o tempo passava me afastei devagar e BUUUUUUUUM!

Os vampiros ficaram irados, um deles gritou algo sobre eu ter estragado sua roupa de grife (acho que esse saiu do Crepúsculo). Então Ame-chan nos teleportou pro outro lado da ilha, onde tudo estava vazio. Pulamos entre as árvores ao melhor estilo Tarzan misturado com Chuck Norris e Mister Bean.

Aqueles vampiros eram do tipo Crepúsculo segundo minha senpai, não podíamos usar a luz do sol para matá-los, pois o único jeito de matar um vampiro afeminado é arrancar sua cabeça e queimar suas roupas de grife no mesmo dia. Então continuamos pulando até que meus olhos viram algo com que eu sonhava: sim, eram eles, os pokémons que minha senpai prometeu, então trombei com um galho e desmaiei:

— Acorde escra… aprendiz inútil — Ame-chan, esbofeteou minha face.

— Não é hora pra fazer carinho no meu rosto senpai, finalmente achamos os pokémons!

— …

— Senpai, quer capturar os pokémons comigo?

— Não escravo, arranje um que sirva pra carregar meu celular, ficarei aqui tirando uma soneca.

Ela e as sonecas, uma história de amor mais bonita que Crepúsculo… deixando isso de lado, ela me chamou de escravo?

 

..…

 

Aquela maldita megera linda, se não tivesse me levado, a chutaria pra lua.

Na floresta havia vários pokémons mas nenhum deles era do tipo elétrico, então caminhei mais e mais até chegar a um lago onde tinha um pikachu. O que um pikachu fazia no lago, eu não sei, talvez fosse a deusa dos mestres pokémons sorrindo pra mim. Então saquei minha pokebola mágica edição especial monster hunter, que minha senpai me deu de aniversário (pois é, ela só parece uma megera, na verdade é apenas meio megera) e lancei contra ele, que deu uma mortal pra trás como se fosse uma dádiva dos ninjas e sacou uma katana. Me encarou como se estivesse dizendo “cai pro x1 malandro”. Eu o encarei de volta e disse “challenge accepted”. Corremos um contra o outro e num tilintar de ferro nossas espadas se chocaram e nós lutamos em sincronia por uma hora inteira, até que ele parou de lutar e nos encaramos de novo, então nos tornamos amigos e eu o capturei. A água do lago estava ótima, então decidi tomar um banho pra senpai não reclamar do cheiro. Ela vive me mandando comprar desodorante, não entendo o porquê.

Após o banho saquei minha vara de pescar, peguei alguns peixes pro jantar e um balde cheio d’água pra acordar a Baka-Ame. “Isso vai ser interessante”, pensei comigo mesmo, então levei os peixes até o acampamento improvisado e a acordei do meu jeito especial.

 

++++

 

Ame-chan

 

— Da próxima vez que jogar água em mim, vou fazê-lo engolir magma.

Eu mantinha meu pé sobre a cabeça de Vic, forçando-a para baixo, enquanto mastigava um dos peixes recém-feitos. Meus cabelos estavam encharcados e minhas roupas nem se fala… de que adianta ter poder de secagem automática quando seu aprendiz/escravo/criado é um idiota?

— Mas Senpai, eu trouxe um pikachu, como você pediu. E ele usa katanas!

— Podia ser até o Papa, já lhe falei mil vezes para…

Um barulho vindo das árvores fez com que eu me calasse, retirando o pé da cabeça dele para chutá-lo em direção a um grupo de vampiros que acabava de nos cercar. Eles caíram como cartas de baralho. Acho que eu deveria mesmo voltar a jogar boliche…

— Senpai….!!!!!

— Pare de choramingar e vá a luta! Lembre-se, a cabeça e as roupas de grife. Não se esqueça das roupas, ou eles virarão cadáveres sem cabeça que andam e ficam agarrando nossos pés. E de gente agarrando meus pés já basta você…

— Senpaiiiiii, esses vampiros com roupas de grife me assustam! Eu não quero, eu não quero, eu não quero!!!

Ele literalmente estava agarrado ao meu pé nesse momento (de alguma forma havia conseguido voltar o caminho até mim, acho que posso chamar isso de “o poder do medo”). Era só o que me faltava, um servo com vampirofobia crepusculesca… se bem que até mesmo eu sou tentada a me assustar com aqueles caras. Tipo, coisas que brilham no sol não são nem um pouco confiáveis.

— Me largue, desgraça, meu pé não é um ursinho de pelúcia pra você ficar agarrando.

— Mas ele é tão confortável!

— Eu vou te chutar outra vez!

— Ei! — eu pude ouvir as vozes exaltadas dos vampiros que havia derrubado minutos antes. — Não entendem nada das regras de cortesia? Quando começamos uma briga, esperamos que os adversários nos deem atenção!

— É, além do mais, nem tivemos nosso duelo verbal rebuscado ainda!

— Pikachu, eu o invoco! Choque do trovão neles! — Ouvi Vic exclamar, praticamente do nada, e em seguida um raio desceu dos céus e queimou-os até os ossos, de tão forte que estava… diabos me carreguem, isso é o que, Yu-gi-oh, pra ficarmos invocando coisas estranhas assim?

— Por que diabos você não fez isso antes?

— Ora, eu estava blefando! - meu aprendiz alegou, erguendo o queixo, com uma expressão muito satisfeita.

— Admita logo de uma vez que você ficou com mais medo de ter que entrar em um duelo verbal rebuscado do que dos próprios vampiros afeminados… - aleguei. Ele ignorou-me completamente, mas pela sua cara, deveria ser isso mesmo.

No fim das contas nosso acampamento estava mais uma vez destruído (será possível que não consigo comer nada direito quando estou em missão?), e decidimos ir adiante. E, é claro, coloquei o pikachu para carregar meu celular, porque a bateria já estava fraca. Não demorou muito para que ele começasse a tocar, avisando que haviam mensagens na caixa postal. Observei com repulsa as cinquenta chamadas não atendidas da minha mãe e as outras dez mensagens de voz gravadas…

— Senpai, você não vai ligar para a Megera-mor… digo, para a Majestade sua mãe?

— Nah… ela espera mais um pouco. Além do mais, agora estamos realmente chegando ao nosso objetivo.

Guardei o celular no bolso e apontei para o Castelo que surgia no meio das árvores, que eu podia jurar que tinha sido baseado em Castlevania. Ao menos nisso os vampiros desse lugar tinham que ter bom senso. Decidi que aquela seria minha moradia de verão enquanto eu estivesse naquele fim de mundo, e apressei o passo para encontrar meu futuro ex-anfitrião vampírico do qual iria roubá-la.

Ou melhor… pedir emprestado sem ter a intenção de devolver. Afinal, sou uma pessoa muito educada.

 

++++

 

Victor

 

Era um enorme castelo, já podia ver a Ame-chan reivindicando ele após enfrentarmos o enorme exército de vampiros que surgia a nossa frente. Como posso explicar? Era como se os fashionistas tivessem vindo pra guerra com toda sua fúria, porém eles não podiam se comparar a minha senpai, cujo ciclo da tpm havia acabado de começar:

— Vamos lá escra… aprendiz, pra superar seu medo terá de matar todos eles sozinho!

— Por que sozinho?

— Oras, porque está na hora do meu chá! — disse ela, enquanto tirava um kit de chá portátil da mochila.

Então eu caminhei até a frente dos vampiros, os encarei e eles me encararam de volta e juro que nunca vi tantos gays purpurinados na minha vida, e com o selo que minha mestra – mais conhecida como “linda megera” – eu não tinha nem mesmo 5% da minha força demoníaca, não conseguiria vencê-los sem trapacear. Minhas pernas tremiam e eles continuavam me encarando sem saber o que fazer, então pikachu avançou primeiro e eletrocutou alguns deles, porém ele já não tinha força suficiente pra lidar com todos sozinho. Com lágrimas nos olhos eu pude vê-lo sendo engayzado pelos vampiros, então decidi que ia matar todos. Ame-chan, já cansada de me esperar agir, arremessou uma pedra e matou metade dos vampiros, na tpm ela é quase tão perigosa quanto eu sem o selo.

Todos os vampiros sentiram o cheiro do chá da minha mege… senpai, então brandi minha espada e fui matando um após o outro, fiquei empolgado e comecei a decapitá-los com um sorriso no rosto até que sobrou apenas uma.

— O que uma vampira faz no meio de todos essas bixas, senpai?

— Ela é seu desafio, boa sorte! — respondeu ela, com um sorriso macabro no rosto.

Caminhei até ela, ao fundo podia ouvir uma música que lembrava o velho oeste e ambos nos olhamos, a hora que todos esperavam chegou, sim, sem dúvida nós teríamos um duelo rebuscado:

— Quem são vocês que se atrevem a invadir meu reino e matar meus soldados!?

O que digo agora…? Droga, não posso nem apelar pra uma divindade, todas elas me odeiam, vamos lá, tem que ter algo…

— Moça, eu vim te convidar pra comer uma pizza, mas aquela megera linda ali está querendo roubar seu castelo…

— Falácia, limparei o chão com você e depois matarei aquela denominada como Megera Linda!

— Vai com calma, só eu posso chamar ela assim.

Então sem mais palavras eu saquei minha katana, fui pra cima dela com um salto apenas pra ser recebido com uma enorme mão que rapidamente segurou minha cabeça e me bateu com violência contra o chão (aposto que ela também estava na tpm). Não me dei por vencido e com minhas pernas consegui tirá-la de cima de mim, porém ao me levantar ela já estava em minhas costas e me agarrou com toda a força de um monstro ainda mais assustador que o Exódia, e isso era impressionante, considerando que ele havia nascido apenas para obliterar. Em seguida ela me levantou como o saco de batatas que havia me tornado, apenas para me chutar pra longe, depois agarrou uma das minhas pernas, assim me usando para martelar o chão. Antes de desmaiar, eu apenas pude dizer:

— Minha senpai, tá na tpm, você vai apanhar…

 

++++

 

Ame-chan

 

— Já acabou, Jéssica?

Antes mesmo que ela se virasse, eu já estava estalando meus próprios dedos. Quem aquela vadia pensava que era pra surrar o meu aprendiz – que também era inútil, diga-se de passagem – e atrapalhar o meu chazinho? O que estava achando, que cólica se passava de uma hora para a outra, sem um remédio sequer?

— Quem tu pensas que é para dizer meu nome aos quatro ventos?

Um milésimo de segundo depois, meu lindo pé já estava na cara dela. Quem diria que daria um bom apoio? — Cala-te, pra mim já chega de duelo verbal rebuscado, isso me deixa com sono.

A vampirinha que por puro capricho do destino se chamava mesmo Jéssica (eu sempre quis dizer aquela frase, como ia saber que era mesmo o nome da idiota?), fez menção de me atirar para trás, e eu, vítima de uma dor fulminante em lugares que prefiro não citar, acabei realmente me afastando.

Agora ela estava se achando, um monte de energia colorida parecendo purpurina levantando a sua volta. Até tentou dar uma risada maléfica… — Muahahahahaahhhhhhh… cof, cof. Eu sou a senhora deste castelo, nunca me derrotará! Sou a vampira mais poderosa do Acre!

— Eu pensava que ninguém tinha ouvido falar desse fim do mundo, mas o fim do mundo não ter ouvido falar do resto é demais… — revirei meus olhos. Que chateação, meu estoque de chocolate havia acabado… vou ter que pedir para o Vic ir buscar mais, quando eu conseguir despertá-lo de novo.

Jéssica veio correndo em minha direção, levantando poeira e pedaços de solo enquanto passava. Com toda certeza deveria ser um golpe muito forte que estava preparando. Bufei, tirando o cabelo do rosto e estralando o pescoço. Preparei minhas katanas, devidamente guardadas por dentro de meu sobretudo. — Prepare-se para morrer, Megera Linda!

Esse servo estúpido… como vai ficar minha reputação se ele continuar a espalhar esse apelido humilhante? Tudo bem que sou realmente divina, mas não precisa contar pra todo mundo, né…

Ergui meu pé, girei o corpo e dei um belo chute no busto dela, completei o combo atirando-a para cima com o outro pé, enquanto o primeiro tocava o chão, e quando a vampira ficou suficientemente alta, saltei e passei-lhe a espada. Quando voltei a pisar no chão, os pedacinhos da sua roupa da nobreza estavam incinerando-se automaticamente e ela caia um pouco mais distante, do jeito que veio ao mundo. Ainda bem que Vic estava desmaiado, ou teria uma hemorragia nasal…

— Quem… quem és tu?

— Bom… já que são seus últimos momentos quase-viva, irei satisfazer sua curiosidade. - Tossi brevemente, ignorando as pontadas que recomeçaram (afinal eu não deveria lutar de TPM, mas sempre insisto, e é nisso que dá), deixei-me cair sentada nas costas dela e finquei as espadas no chão. Eu sou a filha da Megera-mor… digo, da toda poderosa e soberana Rainha dos Vampiros, mas me chamam de Ame-chan. E falando nisso, sua bastarda… seu castelo agora é meu.

 

E agora vai ter um idiota se perguntando: por que diabos você caça vampiros se sua mãe controla eles?

A verdade é que sou rebelde. E minha mãe é preguiçosa, ela só faz questão de controlar os seus servos mais próximos. Quem ia se incomodar com o que acontece no Acre? Além do mais, eu sou responsável por me desfazer dos vampiros idiotas que não entendem nada sobre o pacto que temos com os humanos. Se um vampiro causa problema, a escrava-filha aqui tem que deixar tudo o que está fazendo pra ir resolver.

Estão achando que é só o Vic que é explorado nessa história?

 

Por falar em Vic… ele acabava de acordar nesse instante, depois do corpo de Jéssica ter virado purpurina e de eu ter dado uns tabefes na cara dele. Ele ainda ousou virar o corpo, se encolher como uma bolinha e voltar a dormir, até eu tacar a pokébola com o pikachu em sua testa.

— Acorda, seu bastardo! Minha cólica está piorando, eu quero meu castelo novo pronto para a nossa estadia, prepare o wifi, os computadores, comida e as camas. Detesto a ideia de ficar nesse lugar nessa minha situação atual, mas não tem jeito.

— Sim, senpai… estou acordando, senpai… — vi-o levantar, abraçar a pokébola e depois me fitar com os olhos esbugalhados. — Aqui pega wifi? JURA?

— Não sei se pega, dê seus pulos! E cuide direito desse seu pikachu ninja, deu trabalho despurpurinar ele.

Virei minhas costas, olhando novamente para minha nova aquisição. Meu belo castelo inutilmente gigantesco e que deveria cheirar a mofo e umidade. Aí me lembrei das trocentas chamadas não atendidas de minha mãe e suspirei.

Nossa aventura no Acre havia terminado sem grandes problemas, mas o sermão que eu ia ouvir ia ser épico. Talvez fosse melhor eu estender minha estadia por aqui…

— Senpai!

— O que foi?

— Podemos disputar uma partida de Yu-gi-oh mais tarde!

— É claro. — sorri mansamente para ele. É claro que logo depois minha expressão já estava transformada em uma careta de bruxa, como o bom “demônio maléfico” que sou. — Mas antes… TRAGA-ME MEU CHOCOLATE, SERVO.


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Notas finais do capítulo

- Faça as notas finais, aprendiz, estou com preguiça.
— Mas você está sempre com preguiça, senpai!
— Eu sou a senpai, eu posso ficar com preguiça quantas vezes quiser.
— Okay, okay... sua megera linda.

Espero que todos tenham gostado, espero todos aventura para mais zoeira - digo, histórias epicamente sérias e interessantes.
Se gostarem, por favor, nos acompanhem, contem pros seus amigos, sua mãe, seu pai e o cachorro também! E não tenha medo de dar críticas e sugestões, somos amiguinhos e não mordemos ninguém...quero dizer... talvez nas noites de lua cheia, mas não liguem pra isso.
Até a próxima!



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