São Francisco escrita por Dri Viana


Capítulo 21
Capítulo 20




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Assim que chegamos da missa no domingo, meu celular tocou. Era a minha mãe.

—Oi, mãe. E aí, qual foi o resultado?

Eu tava na maior ansiedade e expectativa pela ligação dela me contando se passei ou não na prova. Quase não dormi direito, pois hoje saía esse resultado das provas de admissão para a Universidade da Califórnia e eu não havia comentado com ninguém ali sobre isso.

Com o celular preso a orelha e fitando meus sogros e a minha namorada que me encaravam com curiosidade e sem entender nada, eu ouvi a minha mãe me dar os parabéns porque ela tinha acabado de ver a lista dos aprovados e o meu nome tava no meio deles. Abri um sorriso enorme de felicidade. Eu tinha passado e ia poder vim ver minha namorada todo o fim de semana.

Assim que a chamada com a minha mãe foi encerrada por mim poucos minutos depois dela ter me dado a boa notícia de que fui aprovado, eu abracei Sara de surpresa tirando-a do chão.

—Ei! O que foi?

—Acabei de receber uma ótima notícia.

—Tô vendo que foi ótima notícia. Mas qual notícia foi essa?

Coloquei Sara no chão e então lhe contei a notícia.

—Minha mãe acabou de me dizer que fui aprovado na Universidade da Califórnia.

Sara arregalou os olhos e eu sorri.

—Califórnia? Mas achei que você tivesse feito pra Universidade de Las Vegas.

—Não! Eu fiz pra Universidade da Califórnia pra ficar mais perto de você.

—Jura?

—Juro! E comigo estudando há poucas milhas daqui, a gente vai poder se ver todo o fim de semana. Pois eu pretendo vir aqui te ver nos fins de semana sempre. Só espero que você não vá enjoar da minha cara.

—Até parece! - Sara socou meu braço.

Vi um sorriso tão lindo surgir nos lábios dela que me deixou mais feliz ainda pela me escolha de ingressar na UCLA.

Sara então me abraçou e me deu os parabéns por ter sido aprovado. Depois foi a vez de Laura e até Otávio me felicitarem pelo mesmo.

—Minha filha não vai enjoar da sua cara por aqui, mas eu vou!

—Otávio!

Minha sogra acertou um safanão de leve no braço do marido e eu não pude deixar de rir. Eu tava tão feliz que aquela pequena grosseira do meu sogro não ia me tirar o sorriso.

—Pai, eu posso ir algumas vezes visitar o Gil, quando o senhor enjoar de ver a cara dele por aqui. - Sara disse me abraçando.

O pai dela nos encarou com olhos semifechados e disparou sem pestanejar:

—Nem pensar! Seu namorado aí que não cuide de ele mesmo vir te ver, pra vê se você vai lá encontrá-lo lá pra onde ele vai morar.

Sara, eu e Laura rimos de seu Otávio.

—Eu venho sem problema.

—Ah, certamente você virá mesmo.

—O quarto que era do Sean já é seu Grissom.

—Obrigado, Laura.

Minha sogra sempre gentil comigo. Acho que não ganhei uma sogra e sim, uma segunda mãe.

—Também não quer convidá-lo pra morar aqui, não Laura? Porque o quarto já até deu pra ele.

—Bom, se ele quiser morar aqui.

—O quê? Negativo! Não vai morar aqui coisa nenhuma.

—Mas e se ele e nossa filha casarem  um dia e quiserem morar aqui, você não vai acolhe-los?

—Que casar o quê, Laura? Eu vou subir e trocar de roupa que essa sua conversa já tá descambando pra um assunto desagradável. Fui, como diz o Carl.

Meu sogro pegou as escadas e subiu resmungando.

—Acho que ele ficou aborrecido.

—Que nada! Vou subir também e trocar de roupa. Grissom, parabéns de novo e eu falei sério sobre o quarto.

—Obrigado, Laura.

—De nada. Agora, deixa eu ir lá ver aquele velho resmungão do meu marido.

Nós sorrimos e Laura seguiu o mesmo rumo de Otávio.

—Seu pai é piada, Sara.

—Eu que sei.

—Sabe que essa história de casamento me fez lembrar que com essa minha vinda pra UCLA, a minha mãe e o Phil vão casar logo.

—Como assim casar logo?

—O combinado era que se eu fosse aprovado, eles casariam antes de eu ir pra Universidade. Do contrário, eles esperariam pra casar.

—Ah, então teremos um casamento é? E você aceitou assim numa boa a sua mãe casar com o Phil?

—Vou te confessar que no começo não me agradou a ideia. Mas aí, eu vi que iria pra outra cidade estudar e minha mãe ia ficar sozinha naquela casa, então... Aceitei o casamento, porque vou ficar menos preocupado com ela sabendo que tem o Phil cuidando dela e fazendo companhia pra ela naquela casa. Além do mais, eles se amam e eu aprendi a gostar dele.

—Nossa, como o meu namorado nerd evoluiu. Nem parece aquele filho ciumento que não queria que a mãe namorasse.

Sara zombou de mim apertando as minhas bochechas.

—Você tem uma parcela de culpa nessa evolução.

—Tenho é?

Assenti com um sorriso e beijei Sara.

...

Com Sara acomodada em meus braços após termos feito amor momentos atrás, eu me perguntava silenciosamente como foi que consegui aguentar esses meses que passei longe dela sem poder tocar nela, sem seu cheiro, seu beijo, sem ela!

De maneira alguma eu queria repetir a experiência de passar tanto tempo sem a minha garota insuportável. Muito por isso que optei por uma Universidade mais próxima de onde Sara morava, pra justamente não ter que só vir vê-la de férias em férias. Eu não ia aguentar isso!

—Grissom?

—Oi!

—Pensei que tivesse dormido.

—Não!

—Sabe que eu ainda não acredito que vou passar a te ver toda semana.

—Mas pode acreditar que vai. Todo o fim de semana eu virei pra cá te perturbar.

—Até parece. É mais fácil eu te perturbar do que você me fazer isso.

—Verdade! Você me perturba demais. E ainda fica me zoando também.

—Ah, eu gosto de te zoar.

—E eu não sei?!

—Vai dizer que você não gosta disso?

Ela levantou a cabeça do meu peito e me encarou esperando pela minha resposta.

—Não, não gosto.

—Ai, que péssimo mentiroso você é, Grissom!

Gargalhei com Sara rindo junto comigo.

Eu tava tão feliz por ter passado na prova, por estar ali com a minha namorada e por ela me amar mesmo eu sendo tão diferente dela.

—Não sou mentiroso. - Me defendi ainda sorrindo.

—É sim, um péssimo mentiroso. E sabe que isso é muito bom?

—Posso saber por que é bom?

—Porque quando você tentar bancar o experto e mentiroso, eu vou saber na hora, pois você não sabe mentir.

—E não tenho pra quê mentir para você, Sara.

—Agora! Mais lá pra frente pode surgir um "por quê" e aí se tentar mentir pra mim, eu vou saber seu nerd sem graça.

—Você é louca, Sara. E eu te amo assim mesmo.

—Eu sei que ama.

—Sabe??

—Sei. Inclusive, eu sei até que você é louco por mim.

—Sabe como?

—Você disse.

—E é verdade. Eu sou completamente louco por você, garota insuportavelmente irritante.

—Isuportavelmente irritante é você!

Ela socou meu peito e eu sorri. Depois Sara se acomodou de volta com a cabeça em meu peito.

—Você acha que esse nosso namoro vai longe, Grissom?

—Acho! Você não acha?

—Sei lá... As vezes fico pensando que esse meu jeito nada amoroso um dia vai acabar te enchendo o saco e aí, você vai dar um pé na minha bunda pra arranjar uma garota que te trate melhor do que eu trato.

—Eu gosto do jeito como você me trata. Foi por ele e por você que eu me apaixonei. - Pela segunda vez, ela levantou a cabeça pra me olhar. _E é mais fácil você encher o saco de mim e do meu jeito nerd estranho e sem graça, e me dá um belo pé na bunda do que eu fazer isso com você.

—Eu gosto do seu jeito nerd estranho e sem graça! - Ela me murmurou com um sorriso e deslizando o dedo por sobre meus lábios. _Eu implico com ele e fico te zoando por isso, mas a verdade é que eu gosto muito que seja assim.

—Gosta mesmo?

Ela assentiu positivamente antes de colar sua boca na minha e iniciar com esse beijo mais uma sessão de amor nossa.

...

O Natal seria na quarta e naquela segunda, eu passei a manhã quase toda pintando a cerca dos fundos como meu sogro me "pediu" gentilmente e Sara me ajudou nisso. Foi divertido principalmente, quando terminamos e com o pouco de resto de tinta que sobrou nós iniciamos uma pequena guerra de tinta que nos rendeu muitas risadas. E ao final daquela nossa divertida "brincadeira" flagramos os pais de Sara nos observando da varanda do segundo andar da pousada. Os dois tinham um sorriso no rosto sendo que minha sogra exibia um sorriso mais largo e divertido. Já o meu sogro exibia um mais discreto. E eu gostei de vê-lo sorrindo, pois em nada parecia o sogro sério e intimidador que vive implicando comigo.

Depois daquela guerra nós fomos tomar um banho ali num chuveiro que havia pra tirar aquela tinta do corpo e também da roupa. Um tempo mais tarde, com a gente devidamente limpos e de banho tomado, almoçamos e fomos ficar de conversa na varanda deitados numa rede.

—Quando é mesmo que você vai voltar pra sua casa?

—Segunda que vem. Acho que vou comprar passagem pro voo da tarde.

Parece que os dias estavam passando tão rápido. Uma semana era o que me restava ali com ela. E eu queria que essa semana passasse lentamente.

—E quando você vai vir aqui de novo?

—Ainda nem parti e você já tá com saudades? - Provoquei minha namorada e ela me olhou atravessado, me fazendo sorrir.

Sara já ia me dizer algo, quando Taylor apareceu ali onde estávamos, empunhando o telefone com uma chamada pra minha namorada.

—Valeu, Tay.

—De nada. Vou voltar pro meu serviço.

Ela saiu e Sara atendeu a chamada. Em poucos segundos vi minha namorada abrir um sorriso enorme e questionar: "De verdade mesmo?". Acho que ela acabava de receber alguma notícia boa, pois sua empolgação era nítida.

—Tá bom. Então a gente se vê. Me mandem mensagem pra eu saber direitinho as coisas. Beijo.

—Boa notícia?

—Excelente! Mas eu não posso te contar.

—Por quê?

—Porque é segredo!

Sara me deu um beijo e saiu da rede dizendo que era pra eu ficar ali que ela já voltava, só ia falar com sua mãe uma coisa.

—Essa garota tá com muito segredo pro meu gosto! - Resmunguei me embalando na rede.


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Notas finais do capítulo

Meninas preciso dar um aviso importante que vai estar nas três fics. É o seguinte: essa semana eu vou ficar impossibilitada de fazer atualizações nas três estórias por questões de saúde. Desse modo, decidi soltar dois capítulos de cada fic pra vocês hoje. O primeiro agora pela parte da manhã e o segundo a noite. E depois desses post, vocês só terão atualizações no próximo sábado. OK? Fiquem no aguardo pelo próximo capítulo mais tarde.



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