São Francisco escrita por Dri Viana


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Ana no capítulo 15 você e as demais leitoras vão saber porque Sara mentiu pro namorado sobre estar "naqueles dias".



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No dia seguinte, um domingo, eu acompanhei Sara e os pais dela à missa logo cedo. Eles iam todo domingo como ela me disse quando ficou na minha casa.

Lá pelas nove estávamos de volta pra pousada. Como naquele dia era folga do Carl, coube a minha namorada fazer as vezes de recepcionista e eu fiquei fazendo companhia pra ela na recepção.

A gente ficou de conversa, escutou música no celular dela, trocamos uns beijos quando não havia ninguém por perto, principalmente o pai dela. E atendemos um ou outro hóspede quando ele aparecia ali pedindo informação ou outra coisa.

No fim da tarde formos dar uma volta na praia e aproveitamos o fato de estarmos livre da vigilância do pai dela, pra namorarmos com mais liberdade. E namoramos bem e bastante!

Por falar no pai da Sara, eu não sei o que dona Laura possa ter dito à ele, pois desde ontem ele não implicou mais tanto comigo. Mas ele ainda me olhava com total desconfiança e ficava de marcação em mim e Sara. Parecia uma sombra nos espreitando de longe.

Na segunda pela manhã foi o dia de Sara me levar pra dar um passeio turístico pela cidade. Saímos da casa dela por volta das nove e aproveitamos pra pegar carona com Laura que ia ao centro fazer uns pagamentos.

Minha sogra nos deixou numa esquina e dali seguimos para conhecer alguns pontos. O primeiro não podia ser outro senão a icônica ponte Golden Gate. Tiramos várias fotos lá. A vista que se tem dela é algo impressionante e lindo demais. Nos rendeu belas fotos juntos.

Depois dali formos a pé até um ponto pra pegarmos o cable car (espécie de bonde) a fim de darmos um passeio pela cidade. Ficamos no aguardo por alguns minutos, quando o transporte apontou lá no fim da rua e subimos nele quando chegou no ponto em que o aguardávamos. Andar naquilo era bom demais, o "problema" era as ladeiras enorme que a gente via ao apontar no topo das ruas, dava um medo tremendo, mas o bonde andava devagar e assim não assustava tanto.

O passeio de bonde passou por vários bairros conhecidos que Sara ia me falando quais eram. Ela parecia saber mesmo bem demais a respeito da cidade onde mora. Conheci de passagem algumas avenidas e bairros mais conhecidos, como por exemplo: Union Square que é considerado um dos maiores centros comerciais de São Francisco. Sara foi explicando que ali encontra-se todos os tipos de mercadorias e produtos possíveis. Indo desde as lojas mais tradicionais até as mais sofisticadas. Vimos gente e mais gente com sacolas na mão aproveitando o melhor que este verdadeiro shopping a céu aberto tem a oferecer. Segundo Sara é uma grande aventura andar por aquela avenida, afinal são muitas vitrines com os principais lançamentos de marcas e grifes dos Estados Unidos e do mundo.

Vimos também o Chinatown que como o próprio nome em inglês já diz é uma espécie de bairro com tudo o que você possa imaginar da China. Segundo Sara me contou, o lugar que foi construído pelos chineses que moram em São Francisco é um verdadeiro paraíso cultural; pois conta com várias lojinhas, restaurantes e até igrejas com influência asiática. Minha namorada disse que em outro dia com mais calma a gente vem passear por ele e almoçaríamos em um restaurante tipicamente chineses.

Ainda conheci de vista o Alamo Square que é um conjunto de casas vitorianas, conhecido também como Painted Ladies. E alguns outros pontos por onde o bondinho ia passando.

Depois de quase quarenta minutos naquele cable car, a gente saltou numa rua e Sara me levou pra conhecer a requisitadíssima Lombard Street que é nada mais nada menos que uma enorme rua em formato zigue zague que faz com que qualquer um que a desça tenha a sensação de movimento. É meio louco, mas divertido. E o incrível desta rua é que ela está toda envolvida por incríveis jardins e belíssimos canteiros que dão um charme a mais ao local e faz com que a gente turista queira ir lá ou para descê-la ou simplesmente para tirar algumas fotos na região, como foi meu caso e de Sara.

Dali nos pegamos caminho e fomos parar no Parque Yerba Buena Gardens situado bem no centro da cidade. Esse parque além de ser um lugar muito bonito e aconchegante é também uma ótima opção para os amantes de atividades físicas. Com uma extensa área verde e diversos jardins que se espalham por todo o local, o que mais vimos nele foram turistas dando uma relaxada ou simplesmente passando para tirar algumas fotos em meio ao belíssimo cenário que se dispõe. 

Eu e minha namorada aproveitamos o lugar pra fazer exatamente o que os turistas faziam e mais, ainda aproveitamos pra namorar um pouco.

E quando a fome bateu, a gente fez uma pausa no passeio pra comer algo numa lanchonete.

—Hum... Daqui pra onde vamos? - Quis saber dando uma última colada no meu suco.

—Você ainda quer bater perna?

—Por que você já cansou?

—Um pouco. Além do mais, não vou te mostrar tudo de uma vez só, né Gil? Tem que deixar lugares pra conhecer outros dias.

—Ok! A gente vai pra casa então?

—Sim!

O celular de Sara tocou. Ela atendeu e pelo que entendi era o pai dela querendo saber onde estávamos e que horas íamos voltar pra casa. Sara disse que já estávamos indo pra casa.

—Acho que se fosse fazer gosto seu pai ia está aqui a tira-colo com a gente.

—Não tenha dúvidas!

A gente sorriu.

—Já acabei! Podemos ir.

Saímos da lanchonete e seguimos pra um ponto de ônibus pra ir para a pousada.

Acomodados já num banco do ônibus, a gente foi conversando sobre as coisas que vimos e vendo as fotos que tiramos com meu celular.

—Essa ficou legal!

A gente tava no parque fazendo caretas engraçadas.

—Você adora tirar fotos assim e me fazer tirar também, né?

—É divertido! Ficam engraçadas as fotos. E você fazendo careta fica mais engraçado.

—Ainda tem muita coisa pra eu conhecer na cidade.

—Claro que tem. Bastante! Depois de amanhã a gente sai de novo pra eu te levar a mais pontos turísticos legais.

—Certo!

—Se não tivesse alguém fazendo aniversário amanhã, a gente até saia pra fazer tour de novo. Mas amanhã certo "quatro olhos" fica um ano mais velho então... Não vai rolar tour.

Eu sorri da lembrança dela quanto ao meu aniversário.

—Vou ganhar presente amanhã?

—Não sei se você anda merecendo. Veio me visitar muito 'gracioso' pro meu gosto.

A gente caiu na risada logo após a fala dela.

—Quer saber? Não preciso que me dê presente.

—Ah, não?

—Não! Só o fato de passar o meu aniversário do seu lado já é um presente e tanto pra mim. - Contei antes de beijar Sara.

...

—Essa guia aí te levou pra conhecer que lugares, cara?

Contei todo nosso tour ao Carl. Estávamos, Sara, eu e ele de papo ali na recepção.

—Ah, qual é, Sara? Que lugares mais chuchu você levou o cara.

—Chuchu é a sua cara.

—Pensei que ia levá-lo ao Píer, Alcatraz, Aquarium of The Bay, o parque The Presidio, Golden Gate Park e esses pontos legais.

—Eu vou levar outro dia. Não ia também levar o Grissom pra conhecer tudo de uma vez, senão a gente ia voltar só amanhã.

—Não seria uma má ideia a gente passar a noite fora, que seu pai não nos escute. - Murmurei somente pra Sara, Carl e eu ouvimos. Depois das minhas palavras nós três caímos na risada.

—Acho que se eu estivesse no seu lugar com um sogro desses, eu já tinha pulado fora.

—Primeiro que nem em sonho você ia estar no lugar dele, porque nem confiança eu ia te dar pra ser meu namorado. Já começa por aí, Carl.

—Mas que menina, chata. Cara, como você aguenta uma garota dessas? As vezes, não senti vontade de esganá-la, não?

—Se você responder pra ele, eu te mando pastar no inferno, Grissom!

Eu esbocei um discreto sorriso.

—Vou ficar te devendo essa resposta, Carl.

Eu não ia ser louco de arriscar brincar com Sara depois dessa ameaça dela.

—Aí, Sara, deixa eu levar seu namorado pra dar um tour por Frisco também? Vou levá-lo a lugares mais legais que você. Tipo: boates com show girls.

—Boate Show Girls é um soco que eu vou dar na sua cara muito bem dado, se continuar me irritando. E nem pensar que vai levar o Grissom pra conhecer boate de show girls.

—Ih, ela ciumenta!

—Você não faz ideia do quanto, Carl! - Eu confirmei abraçando Sara por trás e dando um beijo em seu rosto.

—E você também é. Se duvidar, ele é mais ciumento que eu, Carl.

—Sério? Você não tem cara de ciumento.

—Mas ele é. Esse cara de nerd engana tá.

—Quer fazer o favor de sair de trás da minha filha e soltá-la?

Eu me assustei com a voz grave e severa de Otávio reverberando atrás de mim.

Na mesma hora, larguei Sara e me afastei dela um pouco.

—Pai qual é o problema dele ficar assim comigo?

—Todos! E pensei que tivesse dito pra respeitar a minha filha e não ficar de agarramento com ela pela casa, rapaz.

—Pai dá um tempo, por favor?

—O que está havendo aqui?

Dona Laura apareceu e Sara contou a ela sobre.

—Otávio tenha santa paciência, homem! Eles são namorados. Você quer o quê? Que eles não se toquem nunca?

—Se fosse possível eu adoraria isso!

—Mas infelizmente não é. Então deixe os dois namorarem em paz. Vem comigo!

—Pra onde?

—Não pergunta e vem!

Dona Laura saiu arrastando o marido pousada adentro.

—Acho que acabei de descobrir de quem você herdou o jeito mandão. - Comentei com um sorriso zombeteiro.

—Não tenha dúvidas quanto a isso, cara. Sua namorada herdou o jeito mandão da dona Laura e a educação francesa do Otávio.

—Vou enfiar a mão na sua cara, se fizer mais uma gracinha comigo, Carl.

—Viu só a educação dela.


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Notas finais do capítulo

É a vida do Gil com um sogrão desses tá complicada. Kkkk

O próximo post já é do aniversário do nosso quatro olhos.

Beijo e até o próximo post.



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