São Francisco escrita por Dri Viana


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Atualização sem demora.



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Retornei pra junto de Sara, Maurice e a namorada dele poucos minutos depois, quando eu já me encontrava em condições de sair da água sem ser preso por atentado ao pudor. 

Acomodado ao lado da minha namorada, eu ouvia na minha a conversa animada dos outros três a respeito da viagem à trabalho de Alícia à Vancouver, a qual havia durado cinco dias. 

A namorada de Maurice é modelo fotográfica e tinha ido fazer uma sessão de fotos para uma campanha publicitária lá na cidade do Canadá.

Ela nos contou um pouco sobre a cidade e alguns lugares legais que conheceu junto com as outras modelos, quando elas não estavam trabalhando. Alícia comentou que o clima frio daquela época do ano, foi o único ponto negativo. A namorada de Maurice nos confidenciou que detestava frio e foi calhar de ir fazer esse trabalho em Vancouver justo na época do inverno, onde as temperaturas por lá estão as mais baixas. Mas segundo ela, tirando o perrengue do frio, a viagem foi ótima.

Ainda ficamos os quatro de papo ali por um bom tempo. E quando vimos que já tava quase dando uma hora, resolvemos Sara e eu que era hora de voltar pra casa dela.

Estávamos nos despedindo de Maurice e Alícia quando o médico de Sara nos fez um convite.

—Quero convidar os dois e os seus pais também, Sara, a participarem do luau que eu e um amigo com que faço trabalhos voluntários no hospital infantil pra crianças com câncer, estamos organizando. Vai ser na próxima semana, quinta-feira, e vai rolar na barraca de um conhecido do meu amigo. Eu te mando depois por SMS o endereço direito, Sara. A entrada para o luau é um presente que juntaremos pra distribuir na noite de Natal para as crianças internadas no hospital. Posso contar com a presença de vocês lá?

—Acho que comigo e o Grissom sim, não é, Gil?

—Claro!

—Quanto aos meus pais, você sabe que é mais complicado pra eles saírem por causa da pousada. Alguém tem que ficar na pousada a noite já que o Carl só trabalha até o fim da tarde. Mas vou dizer pra eles. Qualquer coisa, se não der pra eles irem com a gente, nós levamos mesmo assim o presente deles.

—Beleza!

—Tchau!

A gente se despediu deles de novo e seguimos pra pousada.

...

—Você não quer mais um pouco, Grissom?

—Não, Laura. Obrigado. Estou satisfeito já. - Comuniquei com um sorriso gentil.

Amo a comida da minha mãe, ela cozinha muito bem. Mas a minha sogra manda muito, muito bem na cozinha. A comida dela é excelente. O almoço que ela nos preparou estava divinamente delicioso.

—Encontramos Maurice e a namorada na praia. - Sara comentou aos pais dela. Em seguida, minha namorada contou sobre o convite que ele tinha feito a eles. 

—Você sabe que é meio difícil pra gente ir, querida. A pousada não pode ficar só. 

—Foi o que eu imaginei e disse ao Maurice. 

—Mas você e o Grissom podem muito bem ir e nos representar, não é Otávio?

—A gente pode falar com o Carl e perguntar se ele não pode ficar umas horinhas aqui pra gente ir com eles, Laura. Marta seu filho tem algum plano pra quinta?

—Acho que não. Mas sabe como são esses jovens, arranjam em cima da hora programas pra fazer.

—Otávio que vontade repentina de ir a um luau é essa? Você nem gosta desse tipo de coisa.

—Mas vai ficar chato não aparecermos. O Maurice nos convidou.

Eu não sei porquê, mas pra mim esse interesse do meu sogro em ir era só pra não me deixar ir sozinho com Sara.

—Bom... Então você fala com o Carl pra saber se ele pode ficar aqui quinta.

—Eu falo!... Ah, Sara, que cabeça minha... Esqueci de te avisar que o Kylie esteve aqui pouco antes de você chegar e te trouxe uma prancha de stand up... alguma coisa.

—Stand up paddle, pai!

—É isso mesmo que ele falou. Guardei a prancha lá na oficina velha.

—Valeu, pai!

Ouvir aquela conversa de presente e a menção do nome: Kylie, foi bem indigesto pra mim. Mas fiquei na minha. O que eu podia fazer?

Só que meu sogro resolveu me sondar a esse respeito ali na mesa.

—Você não se importa de saber que outro cara presenteou sua namorada?

Encarei com desconfiança Otávio após sua pergunta ser lançada à mim. Sinto que ele está me testando. 

—Sara me disse que ele é amigo dela. Amigos se presenteiam. É natural. 

Ele ficou me encarando e encarando até balançar a cabeça, e sorrir de um jeito nada satisfeito. 

—Você sabe que não respondeu a minha pergunta, não é? 

É claro que eu sabia, mas respondi do meu jeito.

—Pai, por favor, deixa o Grissom em paz.

Sara tomou a frente da palavra antes que eu abrisse a boca pra dizer algo ao pai dela. 

Dona Laura também veio em minha defesa e ralhou com o marido por ficar de implicância comigo.

Ele não ousou dizer nada. Cruzou os talheres sobre o prato, levantou-se de sua cadeira e saiu da copa, sem que eu tivesse lhe dado a resposta que parecia querer de mim.

—Desculpa, Grissom.

—Tudo bem, Laura.

Tranquilizei minha sogra que visivelmente não aprovava aquela intolerância do marido em relação a mim.

—Vou falar com ele.

Eu ia dizer pra ela não fazer isso, mas Laura já tinha saído dali antes que eu abrisse a boca.

—Otávio logo deixa dessa implicância com você, rapaz.

Marta que lavava a louça ali, me dirigiu tais palavras exibindo-me um sorriso maternal. 

—Ela tem razão. Se bem que eu acho que ainda vai custar um pouquinho pro meu pai ser diferente com você.

—Eu acho que vai levar é um tempão, isso sim!

...

—Uau! Bem que ele falou que era grande a prancha.

Observava nada contente a empolgação da minha namorada ante ao presente que o amigo dela lhe deu.

—Bonita, né?

—É! - Respondi sem muita boa vontade.

—Nossa, sua empolgação chegou a ser contagiante! - Ela me ironizou. _Que cara é essa, hein Grissom?

Sara notou minha expressão descontente.

—Minha cara. A única que eu tenho. - Respondi de maneira grosseira e ao olhar fulminante de Sara, eu tratei de pedir desculpas pelas palavras nada gentis. _Foi mal, me desculpa.

—Isso é por causa do presente do Kylie, não é?

—Não! - Neguei ciente de que isso era a mais pura mentira. E Sara pareceu sacar isso.

—Qual é, quatro olhos? Vai querer mentir mesmo pra mim? Já te disse que você é um péssimo mentiroso.

Depois dessa era difícil continuar mentindo o óbvio. Sara me conhecia. E pelo visto, já conhecia bem.

—Ok! Eu não gostei dele ter te dado um presente.

—Grissom... amigos dão presente à outros amigos. Aposto que a Catherine te dá presente e você me vê implicar com isso?

—Não, porque não tem o que implicar. Catherine e eu somo AMIGOS. Nunca tivemos nada romanticamente falando. Ao contrário, de você e esse Kylie que já foram ficantes.

Olha, eu juro que tentava deixar esse lance de ciúmes desse cara com Sara ficar longe de mim, mas era difícil demais. A proximidade dele ou de qualquer outro cara perto da minha namorada me deixava com ciúmes. Na verdade, eu me sentia inseguro com outros caras próximos da Sara. Pra mim, eu tinha impressão de que qualquer outro era melhor e mais certo pra Sara do que eu. E temia que alguém viesse e me roubasse a minha garota insuportável. 

—Mas agora eu e ele somos somente AMIGOS, Grissom. Põem isso nessa sua cabeça. Que saco!

Pelas suas palavras e o modo como as pronunciou, pude perceber seu aborrecimento diante daquela situação.

—Sara...

O toque do meu celular interrompeu o que eu ia dizer a ela. Sob o olhar disfarçado dela, eu apanhei o aparelho do bolso da bermuda e vi na tela do mesmo que era uma chamada da minha mãe. Atendi prontamente.

—Oi, mãe!

Por cerca de uns quinze minutos mais ou menos, eu fiquei de conversa com minha mãe. Ela quis saber como eu estava; como estavam indo as coisas pra mim na casa da Sara; se eu estava me comportando direito; e todo aquele interrogatório que mãe faz na gente quando estamos passando uns dias longe dela e na casa de estranhos. 

—Minha mãe te mandou um beijo e sua tia também. - Contei após a ligação com minha mãe ter sido encerrada.

—Obrigada! Da próxima vez que falar com ela diz que eu também mandei um beijo à ela e à minha tia.

Apenas assenti, mas ela não viu já que estava de costas pra mim olhando aquela bendita prancha, que o ex dela lhe deu de presente. 

Eu precisava pedir desculpas à ela. E mais ainda, eu precisava maneirar nesse meu ciúmes todo ou isso acabaria se tornando um veneno perigoso na minha relação com Sara.

—Me desculpa. - Pedi me aproximando e postando-me atrás dela. Depois com certa hesitação, eu passei meus braços em torno da cintura de Sara e fiquei abraçado à ela. _Não é fácil pra mim lidar com o ciúmes. Assim como não é pra você também. Inclusive, hoje mesmo na praia tivemos uma mostra disso. Você não conseguiu disfarçar em nada o seu ciúme.

—Tá querendo se justificar em cima disso?

—De forma alguma!... Olha... - Eu fiz com ela se virasse pra mim. _... Prometo tentar não sentir tanto ciúmes assim desse seu 'amigo'. Tá bem?

—Você não tem que prometer nada, Grissom.

—Mas eu quero.

—Só não espere que eu vai prometer o mesmo, porque eu não vou.

Eu sorri do jeito birrento dela ao pronunciar isso.

—Não precisa. Gosto das suas cenas de ciúmes. Elas são engraçadas.

—Engraçado é você. Mas é um engraçado sem qualquer graça, fique sabendo.

Ela me golpeou no braço e um novo sorriso surgiu em meus lábios enquanto eu tomava Sara em meus braços novamente, pra logo em seguida beijá-la.

De verdade, eu tentaria cumprir a promessa que fiz a ela. Não queria brigar mais com ela por causa de ciúmes desse Kylie.


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Notas finais do capítulo

Será que o quatro olhos consegue cumprir de fato essa promessa?

Só lendo os capítulos que vem pela frente pra descobrir.

Beijos e até breve.



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