Crônicas - não dos reis - da vida. escrita por M Moraes


Capítulo 8
09/01/2020




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Meu fone me levou a Duque de Caxias! 

 

E eu explico por quê.

 

Projetei sair cedo do trabalho, para isso, cheguei cedo também. Quando deu meu horário, fui para casa deixar a bicicleta e logo saí apressada. Como eu estava na expectativa de chegar cedo! Planejei tudo para este dia. 

 

Passei no banco para pagar algumas contas, incrivelmente o caixa eletrônico que eu estava o botão "Cancelar" estava um pouco pressionado e na hora de digitar os muitos números do código de barra, o sistema dava que eu havia cancelado a operação. Novamente eu retirava o cartão, aguardava um pouco, continuava a operação, colocava o cartão de volta e começava tudo de novo. Foi umas três vezes até eu conseguir pagar. 

 

Saí do banco ainda na expectativa, andava rápido para não perder o trem. E tive êxito, cheguei na estação e o trem ainda estava vindo. 

 

A viagem foi tranquila, passei o tempo explicando a minha irmã que não estava com o carregador dela e fazendo algumas lições do aplicativo de inglês que baixei atualmente (indicação de uma colega de trabalho, muito bom diga-se de passagem). 

 

Quando dei por mim, já estava na estação Maracanã-RJ. Preparei-me para desembarcar do trem, subi as escadas correndo (como de costume), pensei em parar para comprar um lanche, mas desisti. 

 

Quando troquei de plataforma, o trem, em direção a "Gramacho", já estava vindo. "Bênção!", pensei comigo. Estava dando tudo certo! Com as músicas selecionadas, entrei no trem para "Gramacho" certa de que chegaria na Estação Penha na hora. 

 

Mas a música alta não me permitiu ouvir um pequeno detalhe da viagem: o trem era expresso. 

 

Para quem não entende, eu explico: em alguns transportes públicos, há uma facilidade e rapidez para o público que se utiliza desse meio, esse transporte é chamado "EXPRESSO", pois ele só para em locais "principais", passando direto por alguns municípios/cidades. O mais comum é o transporte "PARADOR", como o próprio nome diz, para em tudo que é lugar, que era o que eu deveria ter pego. 

 

Mas peguei o EXPRESSO, e como eu me dei conta? Quando o trem passou acelerado pela Estação da Penha, eu já estava em uma posição desconfortável, tendo que esticar  bem o meu braço para segurar no ferro e me manter em equilíbrio. 

 

Logo que passamos pela Estação da Penha, perguntei a uma menina ao meu lado se aquele trem era realmente "Gramacho" e ela respondeu que sim e  que o EXPRESSO. Continuei minhas indagações e perguntei: "Qual será a próxima estação?". E ela respondeu: Duque de Caxias. 

 

Eu já tinha uma noção, pois há uns anos eu fiz estágio no MPRJ (Ministério Público) em Duque de Caxias e pegava muito trem tanto para sair da faculdade  e ir para o estágio como para ir à Penha. 

 

Comecei a recordar de algumas estações que fizeram parte do meu trajeto cerca de quase dois anos. Perto de chegar a estação de Caxias, e eu ansiosa  para descer, o trem parecia correr em câmera lenta ao passarmos em frente ao prédio do MPRJ. Um sorriso né apareceu nos lábios. 

 

Quase dois anos estive ali, vivi grandes momentos, grandes aprendizados, conheci de servidores públicos até promotores de justiça, até mesmo advogados e prefeito de um município. Recebi documentos importantes, cometi alguns erros e tomei como aprendizado. Fui amadurecida. Lá foi onde tive minha luta com a impressora PHASER 3635 MPF, onde conto em um dos meus poemas "Destarte, eu senti".

 

Até que não foi ruim dar uma passada em Duque de Caxias, apesar de observar tudo pela janela de um trem em movimento. 

 

Por fim, um trem em direção à Central estava parando simultaneamente com o trem em que eu estava. Já fiquei na porta, agoniada porque a mesma não abria e as portas do trem para a Central já estavam abertas. Sente o drama!



Assim que se abriram, corri até o outro trem, entrei e fui abordada por outra passageira que viera comigo no mesmo vagão e ela me surpreendeu dizendo: "Você também pegou o trem errado?" E riu. "Também queria descer na Penha." E eu ri também. 

 

Logo chamei por um vendedor ambulante e indaguei se aquele trem, enfim, parava na Penha. E na resposta, ele disse: "Pegaram o trem errado, né? Esse para na Penha, sim". E saiu rindo. 

 

No final, a viagem terminou em risos pelo erro cometido. 


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