Crônicas - não dos reis - da vida. escrita por M Moraes


Capítulo 4
17.08.2019




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Em um sábado com programação na igreja, após assistir (pela terceira vez) o ilustre filme sobre a história do Dr. Ben Carson - Mãos Talentosas, fiz uma prosa com meu líder da juventude e um irmão (em Cristo), falávamos sobre alguns assuntos e concluímos sobre "opiniões", o meu líder até citou uma frase de alguém conhecido, cujo nome não me recordo, mas que dizia mais ou menos assim "Se quer me dar opinião, eu não aceitarei, pois opiniões mudam com o tempo. Mas conselho com base numa experiência, isso, sim, eu aceito". 

Depois disso, encontrei-me com uma jovem menina, que estava dando suporte nos bastidores do evento, também conversamos um pouco, meu líder tirou uma foto nossa que, confesso, quase fiz uma "figurinha" de Whatsapp dessa jovem, mas... contive-me. 

Seguindo a programação, assisti a uma palestra e, no intervalo, saí da igreja e fui a uma praça. Geralmente vou nela para passar o tempo. Não havia culto, ou jovens reunidos para louvor, mas tinha uma galerinha reunida jogando futebol.

Ah! Deus sabe que amo futebol, ainda mais sem compromissos, só aquela garotada com suas regras de gols, para sair uma equipe e entrar a outra; sem juiz, mas com a consciência de que quando ocorre falta é falta, ou quando a bola sai é escanteio ou lateral, essas coisas simples, fáceis de se entender e que faz o jogo ser gostoso de se assistir, sem maldades, mas com risadas quando se perde o gol ou nos apertos de mãos quando se faz o gol. Ou quando um corajoso corre atrás da bola quando ela sai da quadra e quase vai ou vai para rua. 

Sentei-me na pequena arquibancada de dois degraus, suja com as folhas da árvore que ficava acima, proporcionando uma boa sombra, creio eu, mas que naquela hora não fazia tanta diferença por já passar das 18h. 

Atentei-me a duas personagens que não costumava ver naquela quadra: duas meninas jogando com os meninos. Os times estavam formados e elas estavam de... titulares! E que titulares!

Das duas, uma me chamou a atenção pelo seu jeito de se vestir: cabelo preso, top, short de algum menino ao contrário, pois o "Adidas" estava para trás (não creio que aquele calção seja dela, mas posso estar errada) e os pés descalços. E o  seu modo de jogar: que ousadia! 

Arriscava-se entre os rapazes como se fosse um deles, não se intimidava quando partiam para cima, pelo contrário! Se a bola estava com ela, procurava a pessoa certa para jogar e quando a bola não estava com ela, posionava-se para recebê-la.

Tentou uns chutes a gol, sem êxito, mas como jogava! Sorria, colocava as mãos na cintura e respirava fundo. Corria de novo! 

O que me encantou foi seu traço feminino, ainda que estivesse jogando futebol numa quadra cheio de meninos, eles sabiam respeita-la por ser menina.

Quando levantei-me para ir embora, por conta da hora da plenária que teria após o intervalo, não sei se a menina, ou melhor: as meninas fizeram gol. 

Mas eu vi suas tentativas e me encantei. Por que não ali naquela praça, naquela quadra, não estariam se divertindo a próxima geração de jogadoras de futebol da seleção brasileira? Menina, mas com gingado do futebol com raça que vemos nos jogos masculinos.

Confesso, não sou muito fã de futebol feminino, mas admiro quando se tem o talento de um bom futebol.

 


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