Eu estava totalmente preocupado com ela, do nada ela começou a passar muito mal, nada parava em seu estômago, mas foi estranho porque eu não me lembro de termos comido nada demais, e Bella não teve outros sintomas a não ser cansaço, nem febre, nem nada, ela disse que doía seu corpo um pouco e as náuseas constantes, mas nada além disso. Agora estamos aqui, com Bella tomando soro, dormindo nos meus braços, enquanto eu me remoía de preocupação aguardando a hora de saber o resultado.

 Tentei vasculhar a mente das pessoas, mas pelo visto ninguém estava pensando especificamente nesse resultado. Pelo menos algo me alentou, se ninguém tinha um pensamento alarmante sobre algum resultado, é porque não devia ser nada grave. Me apeguei a esse pensamento enquanto aguardava. Vi que o soro estava quase acabando e resolvi acordar a Bella, assim que acabasse iriamos atrás da doutora para saber do resultado.

— Amor, acorda minha linda. - beijei sua cabeça e fiz carinho em seu braço para não assustá-la. Bella abriu os olhos sonolentos e logo estava alerta novamente.

— Obrigada anjo por me deixar dormir um pouco, estava realmente cansada. - ela me abraçou meio desajeitada com um braço só, mas logo fez uma careta, mas como sempre ela fazia agora, não deixou transparecer nada em sua mente. Essa diabinha só usava sua mente quando queria.

— O que foi Bella? Está sentindo alguma coisa? - perguntei ansioso.

— Nada, não sei, é só que.. - ficou vermelha, sem jeito. - eu senti meu seio mais sensível quando encostei em você, está dolorido. - disse sussurrando para mim ainda envergonhada.

— Ei, não precisa ter vergonha de me contar nada ok? E nós podemos falar isso para a doutora daqui a pouco, ver se é algo normal ou algo assim. - disse calmamente, mas estava preocupado.

— Tudo bem amor, olha, já está acabando o soro, vamos chamar a enfermeira. - disse normalmente, sua voz já parecia bem melhor, mais disposta, acho que o soro ajudou a controlar suas náuseas e sua fraqueza.

 Após retirar o soro, seguimos em direção à sala da doutora que tinha nos atendido antes. A princípio ela apenas nos pediu para entrar e começou a abrir o exame, sua mente como na consulta anterior não deixava transparecer nada, ela era calma e tranquila. Vi que ela começou a ler e logo em sua mente vi uma risada surgir e ela pensar “hahaha que bonitinhos, tão novinhos”, mas não elaborou o pensamento, e os números que eu via por sua mente não me indicavam nada, mas pelo menos se mentalmente ela riu, não podia ser algo grave não é?. Estava muito ansioso querendo que ela acabasse com nossa agonia logo.

— Então doutora, o que ela tem? - disse ansioso.

 E nessa hora, a resposta em sua mente me fez congelar. “Ela está grávida”, pensou com um sorriso, e nessa fração de segundos em que ela não disse nada, mas pensou, um arrepio subiu pela minha espinha, EU SERIA PAI!, Bella iria me dar um filho nosso!

— Bem, quando foi sua última menstruação querida? - perguntou a doutora, ao invés de dizer de uma vez da gravidez. Respirei fundo, esperava que Bella não tivesse uma reação ruim à essa notícia. Minha mente estava um turbilhão.

— Humm.. é.. Pensando bem, acho que foi há um mês e meio atrás por aí. - disse Bella franzindo o cenho e fazendo contas mentais. Me sentei mais reto na cadeira e foquei na mente de Bella, para saber o que ela pensaria quando a doutora revelasse a gravidez.

— Pois então querida, seu problema com todas essas náuseas, é um pequeno serzinho que está crescendo na sua barriga. Parabéns papais, vocês estão esperando um bebê. - sorriu brilhantemente para nós.

 Vi que Bella congelou na hora, sua mente em branco, só para variar. Eu sorri de orelha a orelha, uma coisa era ouvir nos pensamentos da doutora, e outra era ouvir com as palavras. Tudo se tornava mais real, mal podia acreditar que após uma vida toda de sofrimento, agora poderíamos ser plenamente felizes com uma família completa.

 Bella se recuperou do choque e me olhou sorrindo, com lágrimas nos olhos e se jogou em minha direção me abraçando apertado. Ambos começamos a chorar pela emoção do momento.

— Obrigada meu anjo, por me dar essa alegria. - disse contra meu ombro.

— Eu que tenho que agradecer meu amor por ser tão perfeita para mim e por me dar um bebê nosso. - disse emocionado.

 Mesmo através de nossa bolha, pude ver os pensamentos impressionados e emocionados da doutora, ela pensava que mesmo sendo tão jovens estávamos tão felizes por sermos pais que era impressionante, normalmente pessoas dessa idade ficavam desesperadas e assustadas.

— Fico contente que vocês têm um ao outro nesse momento, agora é importante fazer todo o acompanhamento necessário. Eu vou te encaminhar para uma obstetra que é ótima e vai poder te dar todas as indicações para levar perfeitamente essa gravidez. - disse a doutora com um sorriso.

— Mas doutora, todas essas náuseas, digo, ela ficou o dia todo vomitando, isso é normal? E bom, ela disse que sentiu uma dor em seu seio quando ela me abraçou - disse me recuperando de tanta emoção para ser um pouco racional, Bella ainda estava meio chocada para fazer as perguntas.

— É sim meu rapaz, o começo da gravidez pode ser terrível mesmo, a questão é que tem as coisas certas que ajudam a melhorar essas náuseas, uma dieta saudável, com frutas, verduras vai ajudar, mas principalmente tem um segredinho, antes mesmo de levantar da cama pela manhã, seria bom, comer umas duas ou três bolachas de água e sal, ajuda bastante a estabilizar o estômago. Mas não se preocupem, a obstetra vai explicar tudo que tiverem dúvidas, vai indicar algumas vitaminas e tudo que for necessário. Quanto a dor no seio, é completamente normal também, já que agora ele vai começar a se desenvolver para produzir leite, por isso uma maior sensibilidade. - explicou tranquilamente.

— Entendi, obrigada doutora, vou tentar fazer o máximo possível principalmente para que essas náuseas melhorem. - sorriu Bella.

— Claro que sim querida, fico muito contente de ver um casal tão jovem, assumindo uma responsabilidade dessas com tanta alegria, me faz acreditar em um mundo melhor. Desejo muito boa sorte a vocês e a nova família que estão criando. - sorriu e se levantou para apertar nossas mãos. Ela era uma pessoa boa, pelos seus pensamentos, pude ver toda a sinceridade de suas palavras. Ela nos entregou o encaminhamento para a obstetra e o resultado do exame para levarmos.

— Muito obrigado doutora. - agradeci e nos despedimos saindo da sala.

 Andamos automaticamente até o carro, quando entramos nos viramos em direção um do outro com um sorriso no rosto.

— Anjo, nós vamos ter um bebê. - disse Bella com os olhos brilhando e colocando as mãos na barriga ainda plana.

— Simmm minha linda, mal posso esperar por ver uma Bellinha correndo pela casa. - disse com um sorriso enorme, imaginando uma mini Bella, linda em meus braços.

— Ou um eddiezinho, com seus olhos verdes e esse cabelo bagunçado. - sorriu ela de volta, imaginando um garotinho com o cabelo todo bagunçado, olhos verdes e duas covinhas no rosto. Adorável.

— Meu deus, coitado, que ele não tenha esse cabelo, tomara que puxe ao seu. - ri alto imaginando a pobre criança sofrendo com esse cabelo descontrolado, mas completamente em êxtase com o pensamento.

— hahaha, ai Edward, meu deus, isso ainda não parece real. Quer dizer, eu sempre quis ter um filho, é claro que não com 17 anos, mas nessa vida isso não quer dizer nada é óbvio, eu estou tão contente, não precisamos planejar nada, foi exatamente como deveria ser. E você sabe né o dia que nosso filho foi feito? - Perguntou com um sorriso sacana e passando imagens mentais daquele dia que ela tirou o gesso, me deu o melhor boquete da minha vida enquanto eu dirigia e nós nos amamos loucamente ainda dentro do carro, sem camisinha. Realmente, após a primeira vez, essa foi a única outra que não usamos camisinha. Sorri sacana com os pensamentos lascivos de Bella.

— Não teria nem como me esquecer minha linda Bella, você foi uma diabinha naquele dia, nem sei como eu não bati o carro com o que você estava fazendo com essa boca maravilhosa, e logo depois quando batizamos o carro, foi tudo perfeito, matamos nossas saudades e ainda fizemos um filho de uma tacada só, eu sou o máximo mesmo! - fingi um ar de convencido só para provocá-la. Ela deu um tapinha no meu braço rindo e me abraçou apertado.

— Você não vale nada meu anjo, mas eu te amo mais que tudo no mundo. E agora vou amar muito nosso filho. - disse ainda emocionada.

— Eu também minha linda, te amo tanto. E amo infinitamente mais por me fazer o homem mais feliz do mundo e me dar um filho nosso, você é maravilhosa! - A beijei intensamente transmitindo todo meu amor nesse momento.

 Após tanto tempo de sofrimento, vendo minha Bella em sua vida na Terra, sofrendo pelos cantos, solitária, e eu sem poder fazer nada, sofrendo do céu, querendo estar do seu lado a fazendo feliz. Agora estamos aqui, no auge da nossa felicidade. Só faltava uma coisa. Bella ser minha oficialmente.