Anoitecer escrita por Lynx Melnik


Capítulo 1
Capitulo Um — La Push, baby.


Notas iniciais do capítulo

✧ Personagens criados por Stephenie Meyer, se fossem meus, o final teria sido completamente diferente;
✧ Serena Young, assim como o pai, mãe, padrasto e todos aqueles personagens que claramente não fazem parte da saga, são de minha autoria;
✧ História sem data de postagem fixa;
✧ A história não é movida a comentários, mas eu realmente me sentiria feliz aos saber que tem gente lendo, pois é minha primeira fanfiction nessa categoria;

Obrigada por chegar até aqui e boa leitura! ♥



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Estacionei meu carro em frente à casa do meu pai. Desliguei o rádio, ficando no completo silêncio. Pelo menos, até a porta de casa ser escancarada e Will aparecer ao lado de meu carro com um sorriso gentil.

  Will Young, mais conhecido como meu pai. Tem os cabelos curtos e escuros, olhos castanhos, quase pretos e pequenos. Sua pele era avermelhada, assim como todos os outros de La Push. Ele era alto, tinha um corpo de dar inveja em vários jovens e seu sorriso de dentes brancos era capaz de fazer muitas tiazonas cair de amores, mas, infelizmente, ele ainda era caidinho pela minha mãe – que já superou ele e está casada com um empresário de sucesso.

  Suspirei e abri a porta do carro, pegando meu celular e colocando no bolso de meus jeans. Saí e abracei Will, apertando-o forte tentando suprir a saudade que sentia. Sempre fui mais apegada com meu pai, infelizmente, Mariza Trisdale lutou na justiça por minha guarda, acabou ganhando e me levando ainda bebê para Londres.

  E agora, depois de muito brigar com minha mãe, vim parar em La Push com Will.

La Push é uma cidadezinha pequena, chuvosa, com casas pequenas e tudo perto de tudo. Muito melhor do que a grande cidade do Big Ben. Não que eu reclame muito de onde vim, afinal, o que supria um pouco de minha solidão, eram as poucas pessoas que faziam meus dias melhores.

  — Serena. — Will disse alegre, enquanto se separava do abraço o suficiente para me olhar. Ele segurou em meus braços, com suas duas grandes mãos, se afastando para me observar e me avaliando, como se quisesse se certificar de que era realmente eu ali, junto a ele. Já fazia algum tempo desde que nos vimos pela última vez, e isso foi quando eu tinha sete anos e agora estou com quase dezessete. — Você está tão linda, querida.

  Minhas bochechas coraram. Eu era uma mistura de meu pai e minha mãe. Meus cabelos eram lisos e escuros - assim como os do meu pai - e batiam na minha cintura, meus olhos eram verdes claros, quase cristalinos, que eu puxei da minha mãe e minha pele era parda. Uma mistura da pele avermelhada de Will e a pálida de Mariza.

  — Preciso de ajuda com as malas. — Disse, tentando mudar de assunto. Eu estava completamente sem jeito. Confesso que, um pouco nervosa, afinal, mesmo que Will fosse meu pai, ainda era um estranho e eu ainda tinha a vontade interna de querer que ele gostasse de mim. O que pelo o que vejo, não era muito o caso das pessoas que praticamente me criaram.

  Will assentiu sorrindo e me abraçou de lado enquanto íamos até o porta-malas. Peguei as chaves do bolso e abri o compartimento, vendo minhas quatro malas de couro preto empilhadas.

  — Bonito carro. Alugou? — Ele perguntou, enquanto pegava duas malas e ia em direção à porta de casa.

  Peguei as outras duas e fechei o porta-malas, o seguindo para dentro.

  — Mamãe me deu. Peguei ele logo que saí do aeroporto de Port Angeles. — Falei, franzindo o cenho.

Mariza era uma pessoa extravagante. O que sempre me levava a perguntar como ela e meu pai ficaram cinco anos casados. Will era do tipo que adorava as coisas mais simples do possível. Odiava complicações e extravagâncias. Já ela, era o completo oposto dele.

  — Bem a cara da sua mãe. — Will disse dando um riso sem emoção, como se lembrasse de algo, e infelizmente, pude ouvir um tom melancólico em sua voz.

  Achei melhor deixar de lado, não falar nada. Segui ele pela casa pequena, passando pela sala que tinha uma bancada separando o cômodo da cozinha e indo em direção ao pequeno corredor, abrindo uma porta do lado direito.

  Meu quarto estava o mesmo, tirando a cama de solteiro que foi trocada por uma de casal, o que acabou ocupando uma grande parte do local, que assim como tudo aqui, é pequeno. O guarda-roupa estava encostado no fundo do quarto, quase imperceptível e tinha um criado-mudo ao lado da cama. As paredes estavam pintadas num tom claro de azul e tinha alguns pôsteres colados na parede. Coloquei minhas malas ao lado da cama e me sentei tentando ver os detalhes do quarto, vendo o que mudou enquanto estive fora.

  Will sentou ao meu lado, logo após colocar as malas que trazia ao lado das outras. Recostei minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos.

  — É isso aí pai, somos eu e você e você e eu agora. Nós dois contra a terrível tarefa de cuidar de uma casa. — Brinquei, ouvindo sua risada sonora preencher o quarto.

  — Vou precisar ir na casa de um amigo. Você pode preparar alguma coisa para comer, se quiser.

  — Beleza.

* * *

  Abri meus olhos, os arregalando, retesando meu corpo.

  Estava no chão de meu quarto. Meu corpo parecia queimar de dentro para fora e todos os meus ossos doíam. Buscava desesperadamente por ar, enquanto minha cabeça girava em círculos.

 Tudo o que eu conseguia pensar, era se eu estava morrendo.

Meu coração disparava dentro de meu peito. Minha respiração estava lenta e meus pulmões trabalhavam para puxar ar. Estava difícil respirar. Minhas tripas davam nós, minhas costelas pareciam mudar de lugar. Meu corpo estava em uma luta interna.

Tudo parecia passar em câmera lenta. Como num filme de suspense. Mas aquilo estava acontecendo.

Senti calafrios por todo o meu corpo. Os ossos de minha mão estavam estalando, como se raspassem uns nos outros, a fim de mudar de lugar.

  Urrei de dor quando senti a dor absurda, parecendo que meus ossos estavam rachando, se partindo ao meio. Fechei meus olhos, apertando-os. A queimação aumentara de proporção. Parecia que alguém colocou fogo em meu corpo e eu estava em chamas.

  Respirei novamente, descompassada e a sensação de tanto ar adentrando os meus pulmões me assustou, parecia que eles tinham aumentado de tamanho.

  Foi quando tudo pareceu explodir, meu corpo pareceu aumentar e se transformar em segundos. Eu estava num misto de medo, confusão e vontade de me encolher num canto.

  Abri meus olhos alarmada e o que vi me assustou: eu estava sobre quatro patas, cobertas de pêlos cor de café. Tentei movimentar meu corpo, esperando voltar ao normal. Mas isso não aconteceu.

Eu havia me transformado numa loba.

Afinal, que tipo de pesadelo era aquele? E um pesadelo tão real?

PAAI!

Tentei gritar, mas a única coisa que saiu da minha boca foi algo comparado com um uivo.

Tudo bem, Serena. Se acalme.

Mas que infernos?! Eu não poderia estar tão louca para estar ouvindo vozes na minha cabeça.

Balancei a cabeça, num ato que me fez perceber como ela estava pesada.

Você não está louca. Se acalme. Eu sou Sam Uley, vou te ajudar. Respire.

Que merda está acontecendo?!

Olhei ao meu redor. O quarto parecia ainda menor do que já era. Tentei acalmar minha respiração, para acalmar a batida do meu coração.

Se concentre em voltar a sua forma normal. Precisa tirar todo o resto de sua mente. Quando terminar, se vista. Estarei te esperando em frente à sua casa.

A voz de Sam estava calma, mas mesmo assim era poderosa. Respirei fundo novamente, me concentrando. Novamente eu senti a sensação estranha do meu organismo se transformando, e a queimação, que agora estava numa escala menor. E, novamente era eu mesma.

Agachada, nua, no chão do meu quarto. Olhei ao redor e meus jeans estavam estilhaçados, assim como minha regata preta que eu estava usando quando dormi, um pouco depois de meu pai ter ido para a casa do tal amigo.

O que acabara de acontecer?

Respirei, tentando achar o ar que parecia fugir de mim. Eu estava dormindo e de repente acordei sentindo espasmo em meu corpo e foi quando as dores começaram. Dilacerantes, me fazendo perder o fôlego.

O desespero ainda tomava conta de mim. A dor ainda estava presente, mas era pouca. Meus ossos pareciam se acostumar com o meu corpo novamente.

Levantei, com uma estranha sensação no corpo, que parecia formigar de dentro para fora. Passei a mão em meu braço esquerdo, sentindo-o numa temperatura acima do normal.

Precisava de respostas e eu só as terias quando terminasse de me vestir e fosse conversar com Sam Uley. Caminhei até o guarda-roupa e peguei um shorts jeans e uma regata azul escura. Vesti meu all-star e prendi o cabelo num coque mal feito.

Dei uma rápida olhada ao redor. Tudo parecia igual. Apenas eu estava diferente.

Então eu soube. Eu nunca seria normal novamente. Fazia algum tempo que eu não estava sendo eu mesma.


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