Anoitecer escrita por Lynx Melnik


Capítulo 2
Capitulo Dois — Lendas Quileutes.


Notas iniciais do capítulo

OI OI OI GENTE ♥
Caraca, estou tipo, MUITO feliz com o bom recebimento que Serena teve para vocês! ♥
É a minha primeira história nessa categoria (como vocês bem sabem) e eu não imaginava ter 259 visualizações SÓ no primeiro capítulo!
Eu pensei que ela seria tipo, flopadona.
Então, meu muito obrigada à vocês ♥

Agora vamos a uns avisinhos básicos? Aqui vai:
→ Em "Serena", apenas Seth, da família Clearwater, é lobo. Leah não é. "Mas por que, tia Lyxn?", bem, quando eu imaginei Serena, eu a imaginei como a única mulher da matilha. Então, é isso. Serena é a única.
→ O sobrenome da Serena é Young. E, como bem sabemos, há outros Young's na história. Então, sim: Serena é prima de Emily, mulher de Sam. Não prima de segundo, nem de terceiro grau. É apenas prima - na verdade eu não parei muito pra ver a árvore genealógica da Emily, mas acho que Serena é prima de quinto ou sexto grau.
→ Eu já tinha esse capítulo pronto, então, por isso não demorei muito a postar. O outro já está na metade, então não demorará também. Mas, estou relendo toda a saga, para não ficar perdida e cometer gafes por aqui. Então, pode dar uma demorada para o quarto sair. Desculpem! :x

Avisos dados, boa leitura ♥



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Assim que coloquei meus pés para fora de casa, vi um homem parado, com seus braços cruzados e expressão severa. Não parecia ter mais do que vinte e cinco, pele marrom-avermelhada, cabelo castanho escuro num corte curto. Vestia uma bermuda jeans gasta e tênis.

— Você deve ser Sam Uley. — Perguntei, vendo-o assentir ainda com seriedade e um certo poder sobre mim. Era como se eu devesse o obedecer, como um líder. Ele exalava liderança e superioridade.

Ele fez um gesto com a cabeça em direção à floresta. Uma fina garoa caía, molhando aos poucos minha roupa. Segui ele, andando ao seu lado, enquanto esperava ansiosamente que ele dissesse qualquer coisa. Principalmente, que me explicasse o que estava acontecendo comigo, com meu corpo, minha mente... Eu sinceramente achava que tudo fosse um sonho. Não poderia ser real.

Adentramos a floresta, seguindo por uma trilha entre as árvores. O clima parecia frio, mas eu, incrivelmente, não o sentia. Parecia que estava numa temperatura normal.

Por incrível que pareça, enquanto andávamos lado a lado, comecei a ouvir algum animal pisar em um galho seco há alguns metros de nós. Podia ouvir o ronronar de uma gata também não muito distante e o coração de Sam que parecia bater lentamente em seu peito. Aquilo era assustador. Os pelos de meu braço estavam arrepiados, minha respiração calma, por mais que por dentro, me sentisse um vulcão perto de uma erupção. Foi então que sua voz me tirou a atenção.

— Você conhece as lendas quileutes? — Sam perguntou e sua voz cortou minha atenção aos barulhos ao meu redor. Neguei com a cabeça. — Você conhece alguma das nossas antigas histórias, sobre de onde viemos? Nós, os Quileutes?

— Eu nunca prestei atenção nas histórias que meu pai contava. — Franzi o cenho enquanto levantava um galho que estava na minha frente. — Ele sempre escolhia as horas que eu estava caindo de sono para me contar essas histórias.

Sam riu fraco.

— Existem muitas lendas, algumas delas datam da época do Dilúvio, alguns dos nossos ancestrais Quileutes amarraram suas canoas nos topos das árvores mais altas da montanha para se salvarem, como Noé fez com a Arca. Outra lenda diz que nós somos descendentes dos lobos e que os lobos ainda são nossos irmãos. É contra a lei tribal matar eles.

— E o que isso tem a ver com eu me transformando em um lobo no meio do meu quarto?

— Tudo, na verdade. Por sermos descendentes de lobos, temos a capacidade de nos transformar em um. Não são todos, apenas os descendentes dos antigos. É uma linhagem familiar.

Olhei para frente, um pouco incomodada por conseguir ouvir patas de encontro ao chão, numa área um pouco longe da que estávamos.

— Os Young são uma dessas famílias, não é? — Juntei o óbvio, não realmente esperando por resposta, mas Sam afirmou com a cabeça. — E meu pai, ele também, você sabe, se... transforma?

— Não. Parece que alguma coisa aconteceu, pulando sua geração. E como filho único, a única esperança dos Young é você.

— Entendi. — Suspirei. Aquela informação pareceu pesar quilos nos meus ombros. Uma responsabilidade, que maravilha. E eu pensando que a única coisa que teria que enfrentar eram as chuvas constantes e a escola. — Você meio que tem um poder sobre mim. É coisa de lobo? — Franzi o cenho, achando graça. Se eu dissesse “você meio que tem um poder sobre mim” em outra situação, com toda certeza pareceria um flerte.

Viramos para um caminho a direita, saindo da trilha e andando entre os arbustos e matos. Sam ficou mais um tempo em silêncio, nos conduzindo por um caminho que só ele parecia conhecer.

— Sim. — Falou finalmente. — Eu sou o Alfa da alcateia, matilha, bando. Enfim, como quiser chamar.

— Tem mais gente?

— Você vai conhecer eles amanhã. Vamos nos reunir ao redor de uma fogueira, contar histórias e essas coisas. — Sam falou, virando para a esquerda e finalmente me vi livre do verde da floresta, mas isso não me agradou tanto assim.

O que era estranho. Antes, eu não gostava tanto assim de me esgueirar pelo mato, com medo de que algum animal poderia me atacar. Agora, parecia que eu estava conectada com o verde da floresta. E o medo se fora, já que eu sabia, de alguma forma, que eu poderia me defender agora.

— Eu, bem, é muita coisa para digerir. — Pigarrei, virando para Sam que me observava com uma expressão neutra. — Posso ir para casa, pensar melhor nisso, resolver esse pandemônio que está minha mente?

Não sei por que eu perguntei se podia ir embora. Era como se eu tivesse que pedir. Balancei minha cabeça de leve, exasperada. Eu nunca me acostumaria com a ideia de ter alguém mandando em mim.

— Claro, Serena. Podemos nos ver amanhã? Vou te ajudar na sua transformação. — Assenti, colocando as mãos nos bolsos da frente do shorts. — Vou passar na sua casa umas dez da manhã, tudo bem?

— Claro, sem problemas. — Puxei o ar, enchendo o meu pulmão. — Até mais Sam.

Ele deu um aceno de leve e eu me virei de volta para a floresta, tomando um caminho diferente do que viemos. Me embranhei na mata, sem seguir um caminho certo. Tudo o que eu queria era andar para longe de tudo aquilo.

Virei para a direita, me desviando de alguns troncos caídos e galhos baixos de árvores.

“Outra lenda diz que nós somos descendentes dos lobos e que os lobos ainda são nossos irmãos”.

As palavras de Sam iam e vinham em minha mente, numa dança para me fazer enlouquecer. Meus músculos estavam rígidos, enquanto minhas passadas se tornavam mais pesadas e mais rápidas.

Eu nem tinha percebido quando começara a correr, me desviando facilmente das árvores, numa velocidade um pouco maior do que a que eu tinha antes de tudo isso acontecer, quando era apenas a eu de Londres.

A raiva latejava em meu peito. Eu não queria me dividir em duas eu’s. Não queria me tornar outra pessoa, não queria mudar.

As lágrimas começaram a cair, desesperadamente.

Meus ombros começaram a tremer levemente, minha respiração descompassada. E outra vez no dia, explodi num grande lobo cor de café.

Continuei a correr pela floresta, agora numa velocidade muito maior. Minhas patas grandes deixavam marcas no solo e eu já não sabia o caminho para voltar para casa, e nem queria. Talvez o motivo do meu pai insistir tanto para eu vir morar com ele fosse exatamente esse.

Ouvi barulhos desse lado!

A voz masculina soou na minha cabeça, me fazendo parar. Era diferente da voz de Sam, mas soara na minha mente exatamente como a dele soou. Comecei a ouvir passos pesados em minha direção.

Quem está aí?!, perguntei, me virando par ao lado que tinha ouvido barulhos no solo.

É uma garota?

Um outro perguntou, parecendo estar confuso. Soltei uma risada sarcástica, que soou mais como um granido. Pelo que parece, lobos não conseguem dar risadas direito.

Na última vez que eu chequei, eu sou uma garota, falei com ironia.

Temos gente nova no bando?

Uma outra voz perguntou, animado. A voz era um tanto infantil.

Os passos pesados se aproximaram e logo três lobos grandes apareceram. Um tinha a pelagem cinza escuro, era grande e parecia estar mal-humorado, enquanto me analisava por completo. O outro lobo ao lado dele tinha o pelo castanho-chocolate, tão grande quanto o cinza e olhava para mim quase da mesma forma, só que com mais empatia.

Já o terceiro tinha os pelos cor de areia e me olhava com animação. Parecia ser um tanto menor que eu.

Como é o seu nome?

O animadinho perguntou, enquanto caminhava em minha direção, me rondando animado. Seus olhos pareciam brilhar.

Animado demais.

Serena Young, respondi.

Céus, em que lugar eu fui me meter?


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Notas finais do capítulo

Spoilerzito do próximo capítulo: Jacob Delícia Black aparece e conhece nossa Serena. O que esperam desse encontro? Me digam nos comentários ♥