O Jogo do Desafio Duplo - Anna & Leoa escrita por Leonardo, Hastings


Capítulo 1
One da Anninha - Eu, Você e Eles.


Notas iniciais do capítulo

Título: Eu, Você e Eles
Mínimo-Máximo de palavras: 732 - 1568
Tema: Família é Amor
Música: Amanhã Não Se Sabe - LS Jack
Personagens: Eduardo de Almeida, Luísa Alves, Pedro Amorim, Bianca Sanches



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Eu tenho todos os motivos possíveis pra ser a pessoa mais feliz do mundo. Comecei a trabalhar como caixa de um supermercado e aos poucos nós vamos nos ajeitando no nosso apartamento. Mas é tão estranho pensar que estamos aqui por causa de nossas famílias. Mano, desde sempre a gente aprende que família é amor. Então, por que as nossas não puderam nos dar amor como nós realmente somos? Eu acho que me perdi muito em pensamentos do tipo. Lu chegou na sala e me deu um beijo. P e Du chegaram logo depois. Eu conversei sobre isso com eles. Sobre nossas famílias. “Famílias”, se é que assim podemos chamar. É um assunto realmente triste de se tratar.

Eu sou a palhaça da turma, mas eu realmente estava triste... Numa bad muito bad mesmo.

Du me lembrou de quando ele me apresentou Pedro, me contando sobre sua história com o garoto, me contando que eram namorados. Uma história nada fácil, afinal namoravam escondido por causa dos pais e, vamos combinar? Por causa da sociedade também. É incrível como em pleno século XXI, ainda existam pessoas homofóbicas. É como “HELLO, ABRAM SUAS MENTES, OBRIGADA, DE NADA”. Du também me lembrou que eu os apoiei de uma forma que nem eu consigo explicar.

Lu, por sua vez, me lembrou do dia em que nos conhecemos. O dia em que me apaixonei. Me lembrou do nosso primeiro beijo, quando fomos pra uma festa e ela estava triste, então eu quis animá-la de alguma forma. Okay, foi uma coisa precipitada a se fazer, mas foi bom. Estava tocando "Amanhã Não Se Sabe" do LS Jack, que é uma das minhas músicas favoritas, deixou o momento ainda melhor. Foi especial. O dia em que eu a pedi em namoro. Algo incerto, algo que nunca pensei que realmente aconteceria: eu estava apaixonada por uma garota.

Eles me lembraram de momentos maravilhosos.

Quando fomos morar naquela barraca. Okay, esse nem tão maravilhoso. Mas apenas provou que o amor era o que importava naquele momento. Mesmo com toda a tristeza de sermos chutados pra fora de nossas casas, continuamos fortes. Por um sentimento bem especial, mais conhecido como amor.

Quando fomos pra uma noite do pijama na casa de amigos e acabamos nos pegando escondido porque a vontade era muita. Quase nos descobriram naquela noite! Tudo iria por água abaixo. Bom, só adiantaria o que estava para acontecer, que era a revolta de nossas famílias.

E a primeira vez que P e Du se beijaram em público? Não tem muito tempo. Mas foi muito fofo. Minha vontade era estar com um cartaz na mão escrito “MEU OTP” e sair correndo em volta deles enquanto se beijavam. Ver o ódio no rosto dos que tinham nojo de nós era a melhor parte. Era como se tivéssemos vencido esse obstáculo também.

E todas as vezes em que eu estava falando e Luísa, do nada, me mordia. Era uma mania dela. Eu sempre ficava brava porque não gostava, mas ela sempre continuava me mordendo. Era o jeitinho que ela tinha de me conquistar cada vez mais.

Só de ver a felicidade no rosto da minha bicha diva de estimação ao poder sair de mãos dadas com seu namorado. Aquilo me enchia de orgulho. E de felicidade também. E, obviamente, eu também amava poder sair com a minha namorada linda, diva, maravilhosa, vulgo amor da minha vida, Luísa. Ainda recebíamos alguns olhares de reprovação, outros de alegria por ver a nossa alegria. Mas, fazer o quê? Não nasci pra agradar ninguém, minha gente.

Lembraram-me de quando Du foi pra casa do P e eles estavam se beijando, quando o nojento do senhor Amorim bateu na porta. Quando me contaram, no dia, eu quase não acreditei. Passaram maior sufoco porque quase não dava pra disfarçar o que tinha acontecido ali. Uma vez que Lu foi lá pra minha antiga casa, minha irmã viu nós duas nos beijando. Mas não, ela não contou pra minha família. “Nossa, Bi, então ela te apoiou?”. Nananinanão. A filha da mãe me chantageou com aquilo. Nunca sofri tanto na mão de alguém. Acho que a amaldiçoo até hoje por isso.

Poder ser quem a gente era, de verdade, nos deixava bem. E era algo que nossas famílias deveriam ao menos respeitar. Mas não foi isso que aconteceu.

Foi então que percebi. Sua família nem sempre vai ser aquela que te criou, te deu comida, escola, roupas se ela não foi capaz de te aceitar, de te amar como tu é. Família é quem vai estar contigo em todas as estações. Vai te apoiar em qualquer decisão. Vai querer, acima de tudo, a sua felicidade. Família é quem faz você se sentir amado. Sua família de verdade vai te amar como se o amanhã não existisse, até porque não existe mesmo. Existe o hoje, então hoje eles vão te dar todo o amor do mundo. Família é quem tá ali nos momentos bons e ruins, que vai chorar e sorrir com você. E essa família pode não ser a de sangue.

A minha verdadeira família é formada por eu e mais três pessoinhas que eu amo com todo o meu coração. Pessoas que eu quero levar pro resto da vida. Pedro Amorim, Eduardo de Almeida e Luísa Alves. Eles são minha família. Porque me acolheram, me abraçaram, me aceitaram quando eu precisei. E, também, eles me amaram como eu sou. A minha família, a que eu amo, não é composta por pessoas que tem o mesmo sangue que eu. Ela é composta por pessoas que são capazes de amar sem julgamentos. E, sim. Depois de hoje eu posso dizer. A minha família é puro amor. CHUPA, SOCIEDADE! (dancinha mental da vitória rsrsrs, desculpa eu precisava fazer isso).


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