Call me Miss V escrita por LaudaLua325
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem, desculpem pelos erros ortográficos e de concordância
Dias vem e vão, havia tempos que Melissa não ouvia e nem via nada da vampira ou de seus capangas, ela só vivia dia após dia, trabalhando no café de Tom-Tom, fazendo faculdade, mas essa monotonia estava prestes a acabar.
Melissa, com o seu avental verde de funcionária do café e seu cabelo preso num rabo de cavalo dourado e seus olhos azuis como o fundo do mar trabalhava normalmente, estava contando quanto já tinham lucrado no dia, pois o estabelecimento estava vazio, quando um homem raquítico, pálido cujo cabelo e a barba eram loiros de uma cor bem clara adentrou o lugar fazendo o sininho da porta tilintar doce e delicado, isso pegou de surpresa nossa protagonista, a fez recuar pra trás um pouco sem fôlego, mas logo se recuperou por não ver nenhuma ameaça, apesar de o albinismo do homem não ser familiar a Melissa, ela se aproximou do balcão e perguntou o que ela perguntaria a qualquer cliente: “Bom dia, senhor, em que posso ajudar?” o homem estava distraído observando todo o estabelecimento, Melissa esperou pacientemente por uma resposta com os cotovelos apoiados no balcão e uma expressão que indicava que ela sonhava acordada, quando julgou propenso, Melissa repetiu a pergunta após pigarrear para chamar a atenção do cliente, que finalmente voltou a atenção para a garota, e não tirou os olhos dela, umedeceu os lábios com a ponta da língua, isso quase que intimidou Melissa, mas ela respirou fundo e falou com toda a simpatia que pôde: “O senhor deve estar faminto, o que vai pedir?” e dessa vez ela finalmente obteve uma resposta: “Ah, sim, gostaria de uma xícara de café expresso, por favor” Depois desse minúsculo diálogo, o homem sentou na mesa central longe de qualquer parede até mesmo da atraente vitrine, a mesa mais escolhida pelos clientes era a mesa mais próxima a vitrine, mas não por aquele misterioso e intimidador homem, ele preferiu sentar-se ao meio, onde a luz forte do sol refletia contrária a ele, o fazendo parecer apenas uma sombra do ponto de vista de Melissa, mas ela só reparou nisso depois de servir-lhe o café e retornar ao seu balcão, ela observou por alguns segundos, mas depois se virou para as prateleira atrás de si e começou a limpa-la, até que se ouviu no ar o som de vidro quebrando, ela se virou e o homem raquítico derrubara sua xicara no chão: “Não se preocupe, senhor eu limpo essa bagunça, pode deixar.” Ela pegou o balde de lixo e foi recolher os cacos do chão, em meio a uma distração dela, um dos cacos mais pontudos penetrou sua pele e o cheiro de seu sangue se espalhou pelo local. O cheiro meio ferroso do sangue de Melissa invadiu as narinas do homem e seus olhos foram tomados por uma cor branca, ele respirou fundo e aquele cheiro lhe encheu de força e excitação, e então com uma voz demoníaca o homem falou “Se aproxima a hora suprema... a Deusa... despertará!!!” Aquilo sim amedrontara Melissa, ela terminou de recolher os cacos do chão e pegou algo para estancar o sangue de seu dedo. Quando ela olhou para trás o homem estava flutuando, como se estivesse possuído por uma força maior, Melissa engoliu em seco sem ação, ela caiu sentada no chão e foi se arrastando para longe do homem e começou a berrar e chorar por ajuda, sem saber o que fazer subiu a escada correndo assim que recuperou os movimentos depois do nervosismo, ela tentou desesperadamente telefonar para Tom-Tom, mas sempre caiu na caixa postal, quando começou a ouvir barulhos no café lá embaixo, como se estivesse acontecendo uma briga, com o peito ofegante, ela procurou um revolver que Tom-Tom guardava em uma das gavetas, achou e desceu bem devagar segurando-o com os braços trêmulos, não só os braços como o corpo inteiro. No meio da trajetória o ruído de briga parou, o que fez ela descer mais rápido. Chegando lá ela apontou a arma para o corpo caído no chão, era a vampira, Miss V sua pele estava a ponto de se derreter como um filme queimando lentamente com a luz do sol, Melissa levou a mão a boca e começou a chorar, seu instinto foi ajuda-la, já que muito provavelmente ela quem salvara sua vida, ela levou a vampira até o andar de cima e fechou todas as janelas, deitou a vampira em sua cama, preparou para que nenhuma frestinha de sol penetrasse nem um canto sequer do quarto.
Depois de toda a confusão Melissa finalmente conseguiu respirar, guardou a arma no lugar onde pegou e desceu, só quando a adrenalina abaixou um pouco ela se permitiu ver o caos causado, sangue, alguns copos quebrados, muita decoração derrubada, o lugar estava uma zona, ela respirou fundo e começou a limpar, em uma explosão de sentimentos ela chorou, Melissa não é muito de chorar, mas numa situação dessas é difícil de se segurar, ela não fazia ideia do que estava acontecendo, ela só estava apavorada e desejando que isso tudo seja apenas um sonho, mas não era, era tudo real. Melissa tentava remoer e digerir tudo o que acontecera a pouco. O sininho da porta tilintou de novo fazendo a garota dar um pequeno saltinho para trás, tudo poderia assusta-la agora. Um garoto magrelo com cachos castanho-claro em sua cabeça bem próximos a suas sobrancelhas grossa logo acima de seus olhos verdes agua, o rapaz segurava seu celular assim que conseguiu a atenção de Melissa apontou a câmera do celular na cara da moça: “Você sabe o que aconteceu aqui? Obviamente tinha alguma coisa a ver com você” Melissa lançou um olhar de ódio a ele e ele recuou, mas manteve a câmera apontada pra ela, ela fechou o celular do garoto: “Guarda isso” ele engoliu em seco e falou: “Isso tudo é tão maneiro, sabe esse lance de bruxas e vampiros, eu sabia que isso existia, só precisava de provas... Então... a quanto tempo você faz bruxaria?” Melissa olhou pra o garoto com muita raiva e ele recuou mais um pouco e rosnou e ele recuou até tropeçar numa cadeira, Melissa voltou ao trabalho e disse “Eu não sou uma bruxa, idiota!” o garoto olhou pros lados um pouco distraído então apontou pro cadáver do homem que estava lá a pouco e foi assassinado pela vampira, o garoto engoliu em seco e falou: “Então... E-Então, o que... ele... flutuando...” Melissa jogou a flanelinha que ela usava para limpar o sangue no chão e olhou para o garoto de novo, quando ela viu o cadáver no chão ela se espantou e lembrou da existência dele, esse foi um detalhe que ela havia deixado passar no susto. Ela engoliu em seco: “Eu não sei, mas tem algo maior ainda nisso” O garoto se levantou e tentou sair de fininho, mas Melissa segurou-o pelo braço: “Ah, mas nem pensar, você já está envolvido demais nisso para sair agora.” O garoto sentou-se de novo: “O que vamos fazer com ele então?” ele perguntou ainda se conformando com o ocorrido: “Devemos ligar pra polícia?” ele continuou. Melissa então se decidiu “Me ajude a esconde-lo.” Ele ajudou a carregar o cadáver por escada a cima e deixou-o dentro do baú em frente a cama que fora cedida a Melissa por sua bondosa anfitriã. Eles voltaram a descer, e o garoto sentou com a mão na cabeça, a situação lhe tinha dado enxaqueca, ele nunca esperava ter passado por isso, ele, assim como seu primo só eram fissurados por tudo o que era sobrenatural, ele viu um homem flutuando numa cafeteria e filmou pela vitrine, até Miss V atacar ele, estava tudo registrado no celular dele, mas ele não tinha ideia da enrascada em que estava se metendo, mas ele e o primo tinham um código de honra: Sempre arque com as consequências de seus atos. E ele estava fazendo isso.
O garoto pegou um pedaço de guardanapo e ajudou Melissa a limpar antes que Tom-Tom chegasse: “Parece... que vamos ter que ficar bem próximos a partir de hoje, meu nome é Robert, mas pode me chamar de Bobby ou de Rob, tanto faz” A garota suspirou com o cansaço: “Sou Melissa” eles sorriram por terem começado juntos esse caos, Melissa ficou feliz por ter alguém bom além de uma vampira ou de Tom-Tom em sua vida. Mas isso não muda o fato de que sua vida estava prestes a ficar cada vez mais assustadora.
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