Beatlaculous escrita por Drids


Capítulo 4
You like me too much


Notas iniciais do capítulo

SINOPSE: Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Chloé tanto fez que conseguiu afastar sua melhor amiga, Sabrina. Mas como a loira ira reagir sem ter quem a venere?


MÚSICA: YOU LIKE ME TOO MUCH

Though you've gone away this morning,
You'll be back again tonight,
Telling me there'll be no next time,
If I just don't treat you right,
You'll never leave me and you know it's true,
'Cos you like me too much and I like you.

You've tried before to leave me,
But you haven't got the nerve,
To walk out and make me lonely,
Which is all that I deserve,
You'll never leave me and you know it's true,
'Cos you like me too much and I like you.

I really do and it's nice when you believe me,
If you leave me,
I will follow you and bring you back where you belong,
'Cos I could't really stand it, I admit that I was wrong,
I wouldn't let you leave me 'cos it's true,
'Cos you like me too much and I like you,
'Cos you like me too much and I like you.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/727483/chapter/4

Sabrina, aos poucos (beeem poucos! Já levava anos), estava se cansando dos mandos e desmandos da Chloé. A pobre menina era constantemente envolvida em suas ideias malucas para conseguir o que quisesse. E a loira nunca perdia a oportunidade de colocá-la para baixo, dizendo-lhe o quanto ela era imprestável.

− Não sei por que ainda falo contigo – dizia com frequência.

Tá, a Chloé era assim com todos. Intransigente, mandona, manipuladora... até mesmo com o próprio pai. Mas parece que a proximidade dela com Sabrina tornava a ruiva uma vítima mais frequente de sua personalidade ácida. E isso já estava cansando.

Verdadeiramente, havia uma relação de simbiose entre as duas. Cada uma lucrava de alguma forma. Chloé tinha suas tarefas e trabalhos escolares feitos, uma companheira para seus planos de conquistas – desde um pôster autografado de Adrien até a representação de classe. Sabrina, por sua vez, ganhava alguns agrados: broches, boinas, echarpes. E, com isso, tinha constante upgrade de seu estilo e ficava na moda. Mas o principal ganho de Sabrina era atenção e popularidade. E nesse aspecto somente Sabrina tinha vantagens, pois ela era somente a filha de um policial, amante de matemática e moda. E Chloé era uma celebridade na escola. Todos em Paris a conheciam.

Mas com o passar dos anos, as vantagens de Sabrina estavam custando a ela um preço alto: sua auto-estima. E a idade trazia para ela algum conhecimento. Ela notava na amizade entre outras pessoas coisas que não tinha na sua relação com Chloé: o respeito mútuo de Alya e Marinette, a cumplicidade de Kim e Max, a diversão e descontração de Adrien e Nino. Pessoas tão diferentes, mas que se tratavam bem.

Para Sabrina já era o momento de dar um basta naquela relação de dependência. E assim, sem mais nem menos, sem qualquer aviso prévio, um dia ela simplesmente não entregou o dever de geografia para Chloé. Não o fez, nem deu satisfações. Mas a loira exigiria uma:

− Sabrina! Onde diabos está o meu dever de geografia?

− Não sei, Chloé. Deveria estar contigo. Você não o fez?

− Como assim “você não o fez”? O que você estava fazendo?

− Eu estava fazendo o MEU dever de geografia. Não sei se você sabe, mas essa tarefa era in-di-vi-du-al.

− E por que você não fez dois, então?

− Porque... não quis! Pronto, falei!

− O que? Como assim? E o nosso trato?

− Nosso trato está oficialmente desfeito!

− Quem disse?

− EU disse. E agora, com licença. A professora está recolhendo as tarefas e eu tenho que entregar a minha.

− Você me paga, Sabrina – cochichou para si mesma, enquanto via a garota se afastar.

No intervalo, Chloé procurou alguém que se encaixasse no perfil se substituta de Sabrina. Listou mentalmente suas colegas de classe. Sabia que Alya nunca concordaria. E Marinette? “Deus me livre! Prefiro morrer sozinha!”, pensou. Juleka era muito gótica. Não restaram muitas opções, então ela partiu para o ataque. Primeiro, buscou Mylene:

− Passar o intervalo contigo? Desculpe, Chloé, mas tenho encontro marcado com meu namorado, Ivan.

Depois, consultou Alix, com outra abordagem. Prometeu-lhe uma repaginada extrema naquele “visual de skatista suja”:

− O que? Tá louca? Não preciso de seus conselhos de moda! Se enxerga, garota!

Finalmente, só sobrou a Rose:

− Claro, Chloé. Podemos conversar sobre meu clube de adesivos fofinhos, e as cartas que troco com o Príncipe Ali. Ai, ele é liiindo!

− Ai, tá bom, chega! Agora vamos falar do que interessa: Euzinha! – Chloé puxava Rose pelo braço aos solavancos, pelo pátio da escola.

Pronto. Com certeza Sabrina a veria com sua “nova amiga” e entenderia que não fazia falta nenhuma. Mas o intervalo passou e Sabrina nem olhou para Chloé e Rose. No retorno à sala, onde estava a ruiva? Sentada com Nathaniel, mais ao fundo. Havia pedido à professora que a deixasse mudar de lugar.

Assim, distante de Chloé, Sabrina se manteve por toda semana. Todo dia recebia em seu celular fotos da loira e sua amicíssima Rose, com lindas peças de roupa da última estação que compartilhavam. Mas logo as apagava. Chloé, por sua vez não entendia como Sabrina conseguia resistir tantos dias sem sua amizade. Ela tentava se convencer de que o problema estava na sua preguiça de fazer dever de casa. Não queria dar o braço a torcer, mas Sabrina começava a fazer falta.

Chloé tentou, então, uma ofensiva mais direta. Mandou uma mensagem no celular da ex-amiga:

 

“Sabrina, eu imagino que a essa altura você já deve estar sofrendo muito com saudades de mim. Olha, eu te perdoo, em nome da minha boa vontade. Pode voltar a falar comigo”.

 

Mas não teve resposta. Passaram-se cinco dias inteiros! Chloé então decidiu escrever novamente:

 

“Sabrina! Você já tentou me deixar antes, lembra? Mas você não teve nervos para manter sua decisão e acabou akumatizada. Deixa de ser orgulhosa!”

 

Passaram mais quatro dias e... nada de Sabrina. Na sala de aula ela parecia até se divertir com o novo companheiro de mesa. Quem diria que, além dos cabelos avermelhados, aquele improvável par teria mais coisas a compartilhar! Chloé até fazia vômito só der ver aquela cena “patética”. Ela precisava salvar Sabrina dela mesma e do ridículo que estava passando!

 

“Deixa de ser ridícula, Sabrina. Forçando risinhos, justo com o insosso do Nathaniel? Não me faça ir aí e lhe trazer a força para o lugar ao qual pertence!”

 

Três dias. Sem respostas. Talvez Sabrina não estivesse recebendo as mensagens. Talvez seu celular estivesse estragado. Para alguém com recursos e o hábito de chantagear a todos, a solução era óbvia. Mandou para a casa de Sabrina um celular novo, de última geração. Preso à caixa, um bilhete:

 

“Me diz agora que eu te trato mal, vai!!! Toma aí, pra você ver minhas fotos no face com melhor resolução. Pode jogar aquela carcaça velha fora.”

 

No mesmo dia, já em seu quarto, o entregador do hotel fez chegar às mãos de Chloé uma encomenda. Era o celular novo, devolvido por Sabrina. Ela o entregou intacto, mas sem nenhuma resposta ao bilhete. Sabrina estava passando dos limites, para a loira. Ela queria ir imediatamente puxar a ruiva pelos cabelos. Mas respirou, se segurou e deu a Sabrina mais dois dias. E só então escreveu:

 

“Sabrina, eu realmente não posso mais suportar isso. Eu admito que estava errada. E peço desculpas. Por favor, eu imploro: não me faça repetir isso, porque é demais pra mim. E se você disser que eu disse isso a alguém, eu nego até a morte.

Você está magoada, eu sei. Mas também sei que isso passa e, por isso eu não vou deixar você me deixar. Porque eu sei que você gosta muito de mim – todos me adoram! E eu gosto de você também. Amigas?”.

 

A filha do prefeito amargou o resto do dia e a noite inteira sem nenhum contato de Sabrina. Como podia ser tão fria? Será que ela simplesmente esqueceu todos os anos de amizade? Chloé se abriu como nunca antes, nem mesmo com Adrien. De tão ansiosa, dormiu agarrada ao celular.

No dia seguinte, Chloé acordou sem ânimo para voltar à escola. Se levantou e praticamente se arrastou até o banheiro, e depois para o closet e por todo o interior do hotel de luxo onde morava. Depois foi levada à escola quase a força. Parou em frente ao portão, tentando criar coragem para seguir a diante. Seguiu a passos lentos até a sala de aula. Colegas a cumprimentavam. Garotas olhavam seu look (pelo qual nem se esforçou muito), o desejando. Garotos a viam passar, a admirando. Tudo dentro do normal. Mas a loira nem notava. De que adiantava tamanha popularidade quando não estava feliz? Pra que exibir seus status de filha de prefeito? Pra que humilhar as invejosas com seu cabelo arrasador? Nada estava fazendo sentido nessa manhã.

Mas quando Chloé entrou na sala de aula se depara com Sabrina, sentada no lugar de antes. Como se nada tivesse acontecido. Quando Chloé se aproximou da mesa, ainda sem acreditar, foi recebida por uma garota sorridente, de expressão meiga. Seu coração se aqueceu. Mas sua insolência não pediria passagem e atropelaria cada bom sentimento que ousasse passar por aquela cabeça dura de cabelos loiros.

− Sabrina, você acha mesmo que pode...

− Não fala nada, Chloé. Não precisa. Só se senta aqui – a nerd apontava o assento, ainda com o sorriso nos lábios e brilho nos olhos.

A loira nem tentou. Estava mesmo sem palavras. Não queria, pelo menos naquele momento, demonstrar superioridade. E também não queria arriscar ferir os sentimentos de Sabrina novamente. Então foi assim, em silêncio que as duas reestabeleceram seus laços, mas não sem antes seguirem o protocolo:

− Aqui, toma – Chloé esticou a mão no sentido da amiga, revelando uma caixinha com uma linda faixa de cabelo, decorada com pedrinhas. – troca essa tiara horrível por algo mais condizente com sua roupa.

− Obrigada, Chloé! – Sabrina puxou para si a embalagem e a abraçou. – Aqui está a tarefa de física da semana.

Ah! Tem amigos que não têm preço! Mas o preço da Sabrina... uma massagem no ego.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bolachinha, minha única leitora comentarista (rssss). Obrigada por acompanhar. A próxima será a ultima música. ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Beatlaculous" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.