Ego escrita por Nipatsu


Capítulo 3
Impulso




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— É “Grandark” para você. - Ei. Ei, ei, ei! Como assim me chamar por esse nome? Eu odeio esse nome, e ninguém tem o direito de me chamar assim, não importa a ocasião.

— Informação registrada.

Qual é a desse cubo idiota? Primeiro invade nosso espaço pessoal com um anão e agora vai me chamando bem como entender?

— Escuta aqui, caixa flutuante. – virei meu único olho na direção do objeto que pairava no ar. – Quem você acha que é pra chegar assim, se achando o dono desse pedaço de terra e sei lá como, extraindo informação de nós dois? Tá afim de brigar?

O cubo permaneceu em silêncio. Zero se agitou um pouco, aproximando-se mais de mim.

— Gran, eu não acho que seja uma boa ideia brigar com essa coisa...

— E quem é que tem que achar algo por aqui? Achei que você só tivesse que abaixar essas orelhas de abano e ficar na tua, pois quem guia você aqui sou eu!

Zero de fato abaixou as orelhas, permanecendo inerte. Claramente eu estava irritado.

— Sua caixinha de bosta, vaza daqui com esse anão esquisito!

Uma espécie de orbe brilhante atravessou a caverna e acertou um dos cantos, resultando em uma explosão e derrubando algumas pedras. Não parecia ser tão forte, mas era capaz de causar algum dano.

— Ugh, vocês podem calar a boca?! Estou tentando entender o que aconteceu naquela torre idiota e repor minhas energias! – era a voz imbecil de criança que ecoava do canto onde estava o “embrulho”.

— Perdão, Lorde Terr. – o cubo se afastou de nós dois, indo até o outro canto da caverna. – Temos a agradável companhia de dois asmodianos.

— E o que dois asmodianos querem aqui, Machina? Devem ser dois idiotas perdidos.

Idiota é a mãe. Não faço ideia de quem é esse pirralho e não sou covarde ao ponto de atacar alguém que esteja ferido por causa de outro conflito, então assim que ele levantar e vier tirar uma com a nossa cara, Zero vai cortar ele no meio!

— São Zero Zephyrum e Mag- - ele interrompeu a fala. – Perdão, são Zero Zephyrum e Grandark, meu senhor.

A luz de um relâmpago iluminou o interior da caverna, e eu pude ver que ele havia se virado para encarar o cubo voador.

— Eu... Nunca ouvi falar desses dois. Reitero minhas palavras, devem ser dois idiotas perdidos.

Oras, seu tampinha! Como pode ter a coragem de falar isso? Está certo que o Zero é de fato um idiota perdido, mas ele tem a mim, o grandioso Grandark, o guiando sempre e fazendo questão de saber que estamos no caminho correto! Eu não viria para esse fim de mundo se não estivesse certo do que faço!

Observei Zero novamente. Ele parecia não se importar nem um pouco com as palavras do gnomo.

— Asmodianos, eh? – Minha voz de desdém ecoou no recinto. – Aposto que são dois fracotes.

— Machina, trace a rota para sairmos daqui.

— Sim senhor.

Estão me ignorando?!

— Hey, não ignorem o grande Grandark!

— Ninguém aqui liga pra quem você é ou deixa de ser, caolho! – O garoto estava me provocando, eu conseguia sentir isto.

— Eu vou cortar você no meio!

— Você nem tem braços pra isso, sua espada fedida!

— Eu tenho o meu espadachim pessoal-

Uma cúpula meio transparente se criou no entorno do tal do Terr. Nada mais que ele falava era ouvido por mim. Olhei para o Zero, que deu de ombros como quem não entendia o que estava rolando. Provavelmente era esta a intenção, e esta cúpula permaneceu naquele local por um tempo considerável.

— Já que nossos "colegas" aqui não nos respeitam, vamos embora, Zero.

O jovem levantou, puxando a espada com ele. Quando fomos sair da caverna, a chuva pareceu ter aumentado, trazendo com ela uma saraivada de trovões. Com meu "corpo" metálico, sair no meio desta feita seria pedir para morrer eletrocutado.

— ... Esquece, vamos ficar mais um tempo aqui, Zero.

Concordando com o que disse, o espadachim retornou para o interior da caverna, me levando junto com ele.

[...]

O dia seguinte amanheceu um tanto gelado, em decorrência da chuva que caiu durante a noite inteira. Abri meu olho e notei que o garoto ainda estava no mesmo local que nós, dormindo e abraçado no cubo de voz metálica.

— Zero, acorda. Vamos embora.

Zero parecia estar dormindo de maneira confortável, e não queria acordar naquele momento.

— Zero. Zero!

— Zero Zephyrum se encontra indisponível no momento, Grandark.

Olhei para o cubo. Ele estava funcionando e ouvindo tudo que eu dizia?

— Olha, cubo mágico, não me interessa, quero que ele acorde para irmos embora. Zero!

— Nós iremos com vocês.

Voltei minha atenção para o cubo mais uma vez. Eles o quê? 

— Não, vocês não vão.

— Lorde Terr e eu conversamos na noite anterior, e decidimos que seria melhor acompanhar dois asmodianos que estão aqui em Ernas por mais tempo do que nós. Vocês aparentam conhecer melhor o caminho de volta para Elyos.

Não estamos voltando para Elyos, é esse o ponto. Contudo, viajar com o garoto pode ajudar a repartir as despesas. Ouro não está tão fácil de conseguir, e humanos parecem receber isso em troca de tudo o que ofertam.

— Tudo bem, vocês podem ir conosco, mas não interfiram no nosso trabalho.

Certamente iriam interferir, mas quem sabe esse cubo imbecil quebre no meio de uma briga e pare de encher o saco. Sem ele, vai ser muito mais fácil nos livrarmos do anão também, depois de gastar todo o dinheiro que ele pode garantir. Tem cara de rico, afinal.

— Afinal, quem é o garoto?

O cubo se desvencilhou dos braços da criatura pequena, se aproximando de mim.

— Veigas Terr. O único herdeiro dos Terr. Veio para Ernas atrás do Burning Canyon.

Na realidade, eu não fazia ideia de quem era esse povo.


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Notas finais do capítulo

Oi, oi~
Essa fic na verdade foi um teste e fonte pro meu TCC em direito, sendo que após a entrega do mesmo, deixei de continuá-la (me garantiu um 10, k)
Porém eu estava gostando de como ela estava saindo e decidi continuar lentamente ´w`
Algum dia sai capítulo novo, até mais~



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