Jane aguardava ansiosa em seu quarto por Piero. Apesar de saber que teria que atualizá-lo sobre o que acontecera e sobre a ameaça mais eminente sob a qual ela estava na mira, a única coisa que ela conseguia pensar era em estar logo nos braços daquele humano que virou seu mundo de cabeça para baixo (como se ela não tivesse feito pior na vida dele).

Ao ouvir as batidas na porta, Jane correu para se certificar de quem era pelo olho mágico. Ao confirmar que era Piero, abriu e o puxou para dentro. Trancando a porta, logo se jogou em seus braços, beijando-o com urgência. Piero prontamente retribui o beijo com a mesma intensidade, tentando transmitir em cada carícia e apertão que fazia com as mãos debaixo da blusa de Jane a saudade desesperada que ele havia sentido dela nos dias em que ficaram longe um do outro, mesmo que não tivesse sido tantos.

—Eu nunca senti meu coração tão esmagado, ficar longe de você sem saber como você estava foi um tormento. – desabafou Piero, entre beijos, olhando tão profundo nos olhos da vampira, que a fez sentir-se arrepiada.  – Jane, eu...

—Shh. Eu sei. Eu também. – responde Jane, retribuindo o olhar de Piero, sentindo uma onda de calor lhe percorrer a espinha.

A Vampira e o Tenor sabiam que não precisavam mais pronunciar nenhuma palavra assim que voltaram a colar seus lábios com a mesma intensidade. Intuitivamente as mãos de Piero voltaram a passear pelo corpo de Jane, que o abraçava com força, com medo de soltá-lo e de repente tudo aquilo ser apenas alucinação de sua mente. Diminuíram o ritmo apenas para um despir o outro, e quando finalmente estavam livres de qualquer roupa, Jane e Piero avançaram a relação para o patamar mais íntimo onde eles ainda não haviam chegado até aquele momento.

Piero explorou com cuidado e repetidamente cada centímetro do corpo de Jane para ter certeza que iria memorizar cada curva, cada pinta, cada sensação e arrepio que fazia a vampira sentir ao seu toque, assim como Jane guardava na impressão de seus lábios cada detalhe e gosto que a pele e o corpo do tenor continha. Quando entrelaçaram as mãos no alto, Piero olhou novamente para Jane vendo a ofegante por segurar sua natureza e as sensações que estavam a ponto de explodir em seu corpo. Assim que ambos fecharam os olhos, Piero fez o movimento final para que Jane enfim liberasse tudo o que ela estava segurando, fazendo o Tenor sentir urgência e movimentar-se para expressar ali toda a paixão por Jane que ele havia reprimido naqueles anos, e que só percebera ainda sentir ao reencontrá-la no dia da festa.

—Piero... eu não... – exclamou Jane, segurando abraçando Piero com tanta força a ponto de arrancar a pele dele com as unhas – Eu preciso...

Entendendo do que se tratava, Piero apenas assentiu para que Jane fizesse o que tivesse que fazer. “Não tenha medo, eu nunca machucaria você”, disse Jane, rapidamente ficando por cima de Piero, sem retirá-lo dela, e massageando o tórax dele, não conseguindo mais segurar suas presas vampirescas. Num movimento rápido, Jane se abaixou mordendo o pescoço de Piero, fazendo exclamar primeiro da dor quando sentiu seu sangue esvair para a boca de Jane, e depois exclamar novamente com o novo tipo prazer que agora Jane proporcionava a ele.

Os dois não sabiam quanto tempo passaram repetindo a troca de amor e prazer intenso, mas quando por fim se sentiram exaustos, Jane e Piero caíram no sono pesado instantaneamente após Piero sair de Jane e ela desmaiar ao seu lado.

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Há alguns quartos à distância, um vampiro acabara de escutar e perceber que toda e qualquer chance que ele poderia ter com Jane havia se perdido naquela tarde, o enchendo de um sentimento que ele há muito tempo não sentia. O sentimento mais humano, a tristeza de perder o amor para outra pessoa, seguida da plena raiva.