A Vampira e o Tenor escrita por Nívea Raimundo


Capítulo 14
Ameaças




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Alguns dias após a confusão com Christopher e a visita à bruxa Gaia, Piero e Jane tiveram que se despedir para que o tenor voltasse sua atenção à agenda do Il Volo. Mesmo com todo foco com o qual estava se dedicando, Piero não conseguia deixar de parecer distraído e ao mesmo tempo perturbado quando não conseguia evitar de pensar em Jane e todo perigo que provavelmente ainda os aguardavam.

—Hey! Terra para Piero! – chamou Ignazio, estalando os dedos para acordar Piero de seu devaneio. Ignaziou olhou para Gianluca, pedindo que o amigo dissesse algo que os dois estavam querendo dizer. Os três estavam tomando café na sala se estar da casa alugada em Bologna para o Il Volo.

—Eu tava escutando, tava escutando, você e a Alessandra... o que mesmo? – tentou emendar Piero, não tendo sucesso em disfarçar sua distração.

—Ok, Piero! Sério, você nos contou sobre como foi com a Jane, mas dá pra perceber que tem algo que você está escondendo! – exclamou Gian, surpreendendo Piero – Cara, somos seus irmãos também. Se tiver algo te perturbando, você pode confiar na gente!

—Exato! – afirmou Ignazio – Somos irmãos, estamos mais tempo juntos do que estamos com as nossas famílias. Você pode contar qualquer coisa pra gente.

—Eu acho que vocês não entenderiam... Ninguém entenderia a particularidade que envolve a Jane... – respondeu Piero, sentindo um suor frio descer pela espinha. Piero queria muito desabafar a verdade com alguém, mas tinha medo de não ser levado a sério além de colocar Gian e Ignazio mais ainda em perigo.

—Particularidade? Piero, que problema essa garota vai trazer para a sua vida? Vai valer à pena? – indagou Ignazio.

—É um problema... sobrenatural, mas eu sei que vale a pena, ela vale a pena! – respondeu Piero, suspirando.

Antes que Piero pudesse reunir fôlego e contar a verdade sobre Jane, a gerente deles, Barbara Vitalli interrompeu a conversa pedindo que eles se apressassem, pois tinha que correr para os compromissos em Bologna. Recebeno tapinhas de consolo nas costas, Piero seguiu Gian e Ignazio, era hora de virar a chave e focar no Il Volo.

****

Alguns dias atrás.

Após deixar Piero em casa e se despedir dele com um amasso acalorado dentro do carro, Jane voltou ao hotel e foi direto para o quarto de Christopher se reunir com ele e Sully para debaterem sobre a mensagem de Truzzi.

—Como ao contrário de vocês, eu fiz a lição de casa, está mais do que na cara que essa mensagem é uma armadilha. – afirmou Jane, andando de um lado para o outro.

—Certo, espertalhona, e que armadilha ele vai plantar contra a gente? O que a bruxa te revelou que pode nos ajudar a não cair em mais essa cilada? – perguntou Christopher, andando até Jane, e fazendo-a para de andar ao segurar em seu braço, o que deixou Jane na defensiva, mesmo que Christopher não estivesse machucado-a.

—Eu acredito que se você for com Sully, você vai acabar capturado. Se eu for, ele vai dar algum jeito de além de te seqüestrar, de ameaçar a segurança do Piero, mesmo ele estando do outro lado do país. Ele vai tentar me atacar por qualquer lado. – respondeu Jane, se afastando com cautela de Christopher. – E eu não vou permitir que isso aconteça.

—E se o alvo for você? E a decisão estiver nas mãos do Christopher ou na do seu humaninho? – indagou Sully.

—É uma possibilidade. Temos que estar preparados para todos os casos. – respondeu Jane, com olhar suplicante a Christopher – Se a terceira opção acontecer, por favor Chris, não deixa o Piero ser envolvido. Você tem que me salvar e...

—Eu disse que não iria proteger aquele humano! Ele é sua responsabilidade, Jane! – retrucou Christopher, sentindo a raiva e frustração percorrer seu corpo – Nós tínhamos tudo e você jogou tudo fora por aquele tenorzinho...

—Nós não tínhamos nada, entendeu. NADA! – rebateu Jane, secando algumas lágrimas teimosas – Eu não assinei contrato nenhum com você!

—Hey! Esse não é o momento de vocês discutirem a relação de vocês! A prioridade é como vamos enfrentar o Truzzi, resgatar o Breat e ter como única baixa a cabeça daquela paspalho rolando no chão. – exclamou Sully, aumentando o tom de voz para Christopher e Jane voltarem o foco para o importava. Admitindo que Sully tinha razão, Jane e Christopher voltaram sua atenção ao que eles tinham que planejar.

****

Na madrugada marcada por Truzzi, Christopher e Sully já esperando pelo ex-sócio num lugar que parecia ser um pátio de algum Porto já desativado. Logo após eles, Truzzi chegava com pelo menos cinco vampiros, onde dois deles traziam Breat amarrado e que fora jogado no chão entre Truzzi e Christopher. Assim que Sully fez menção de ir até o amigo, um dos vampiros do outro time rapidamente puxou Breat de volta, soltando risadinha.

—Claro que não será tão fácil assim. – afirmou Truzzi, quebrando o silêncio – Não me surpreende que você tenha vindo com seu outro parceiro. Eu estou sabendo que Jane te trocou pelo tenorzinho.

—Ela fez a escolha dela. Se ela era quem você queria atingir, não tem mais porque manter um dos meus sob seu comando. É só libertá-lo, e nós vamos embora, sem mais problemas! Ela ainda vai estar na Itália para você fazer o que quiser com ela. – respondeu Christopher, levantando os braços em forma de rendição. Viemos sem armadilhas.

—Mas eu sou cheio delas! – exclamou Truzzi, dando uma gargalhada enquanto ficava mais próximo de Christopher - Sim, eu fiquei obcecado na sua vampira! Mas agora que vimos que ela tem a humanidade ligada ao tenor, acho que as coisas ficaram mais complicadas para mim. Veja, eu poderia atacar o tal do Piero Barone, é claro. Mas ele é uma pessoa pública na Itália. Eu mesmo adoro o Il Volo, não posso atacá-lo, e os vampiros italianos temos uma etiqueta de não mexer onde possamos ser expostos aos humanos. Então minha única chance de chamar a atenção de Jane é através de você.

—E o que te faz pensar que me atacar vai fazer com que Jane venha até nós? Eu a expulsei do clã, ela não tem mais porque se importar se estou vivo ou morto. Ela está em outra, assim como eu. – retrucou Christopher.

—Isso me decepciona, de verdade. Achei que iríamos brigar mais pela Jane, sabe, nós dois. – exclamou Truzzi, andando de um lado para o outro, pensativo. – Devolva o vampiro.

Acatando a ordem de Truzzi, o vampiro que segurava Breat o empurrou até que ele caíssem próximo à Christopher e Sully, que não demorou em puxar o amigo para seu lado.

—Sem nenhuma pegadinha mesmo? – indagou Christopher olhando com suspeita para o ex-sócio. – E estamos livres para ir embora?

—Estão sim. Os três estão. Como eu disse, estou obcecado pela sua vampira. Se eu souber que Jane está fugindo da Itália com vocês, eu abato os quatro. – respondeu Truzzi, como se fosse óbvio – Agora eu a quero de outro jeito, quero Jane morta por me afrontar diante de meus aliados no almoço. E conto com vocês para passar o recado pra ela. E eu vou atrás dela até eu conseguir o que eu quero.

Segurando a frustração e raiva que começavam a consumir seus pensamentos, Christopher apenas deu as costas ao ex-sócio e junto com Breat e Sully, saíram do Porto antes que Truzzi mudassem de idéia e eles caíssem em alguma armadilha pré-preparada pelo vampiro. Os três correram em sua velocidade vampírica até o ponto de encontro com Jane, que era longe, porém suficientemente perto para caso Christopher precisasse da presença dela.

—Breat! Mas foi assim fácil? – estranhou Jane, ao abraçar o companheiro do clã.

—Para nós três, porém não será para você. – respondeu Christopher, repassando para Jane como foi o encontro com Truzzi. – Você arranjou outro fã psicopata dessa vez

—Nada que eu não tenha enfrentado antes, não é? – respondeu Jane, com um sorriso amarelo – Agora esse país é minha prisão, maravilha.

—Você tem uma brecha... Ele não ataca personalidades famosas para não chamar atenção dos humanos. Ética dos vampiros italianos. – comentou Christopher com o olhar que ela assentiu entender do que ele estava falando. – Se eu não posso te ajudar a voltar pra casa, seu tenor pode.

Jane sorriu nervosa para Christopher, e o abraçou, surpreendendo o vampiro com o gesto. Apesar das últimas brigas, Jane ainda se importava com o vampiro e sabia que ele também ainda se preocupava com ela. Agora ela dependeria de sua paixão, de Piero, para escapar de seu novo inimigo, e isso aplicaria em envolver o Tenor do Il Volo ainda mais fundo nos perigos de sua realidade sobrenatural.

Soltando-se de Christopher, os quatro vampiros voltaram juntos para o hotel para fazer as malas e fazerem um tour na Itália antes de Christopher. Breat e Sully voltarem para Nova York.


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