A Vampira e o Tenor escrita por Nívea Raimundo


Capítulo 13
Saindo à Frente




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Ao chegarem a Palermo, não foi difícil para Jane e Piero identificarem a loja onde deveriam encontrar a bruxa que Ivana havia indicado. Assim que estacionaram e saíram do carro, a bruxa já saía da loja, como se soubesse que eles estariam a caminho para vê-la.

—Gaia, certo? – confirmou Jane em italiano, trancando o carro e se aproximando da loja, com Piero ao seu lado. Ao observar melhor o lugar, percebeu que o local era além de uma loja – Espero que possa me convidar a entrar. Não vai ser seguro falarmos aqui fora.

—Eu deveria mandá-la direto para os imundos do Truzzi que vão interceptá-la aqui a qualquer momento só por ter colocado essa criança na bagunça de vocês vampiros! – respondeu Gaia, olhando para Piero, e obviamente reconhecendo quem ele era, mas antes que o tenor se defendesse, a bruxa continuou – Porém, entre. Inimigo do meu inimigo é meu amigo por hora.

Jane suspirou aliviada, e segurando a mão de Piero, os dois entraram na casa da bruxa. Gaia os convidou a sentar no sofá, enquanto ela preparava um café. “Sabe, vocês não são os primeiros clãs que caem na conversa do Truzzi e acabam em algum tipo de emboscada dele.”, explicou Gaia servindo o café e algumas bolachinhas. Jane bebericou o café com cuidado, mas ao perceber que não tinha verbena, relaxou e continuou ouvindo o que a bruxa italiana tinha a contar sobre o inimigo em comum. “Ele se tornou inimigo da maioria das bruxas da Sicilia e do resto do país ao tentar nos controlar, inspirado por um tal de Marcell Gerard de Nova Orleans, mas ele tem muitos vampiros leais igualmente. Nós demos uma lição nele e nos demais, mas com algumas baixas irrecuperáveis para os covis. Desde então ele não mexe conosco, e não nos envolvemos.”

—Isso quer dizer que não conseguirei ter seu apoio para abatê-lo. – afirmou Jane, entendendo o recado da bruxa.

—Não diretamente, é claro. Eu devo favores a vampira Ivana, então te auxiliando é minha forma de pagá-la e ficar livre de algum débito com a sua espécie. – respondeu Gaia, olhando para Piero. – Aposto que uma parte da ajuda será protegê-lo?

—Sim. Não só ele como mais algumas pessoas. – respondeu Jane, olhando para Piero, e que retribuía o olhar, mas confuso. Voltando para a bruxa, Jane continuou – Eu preciso de alguns acessórios embebidos em verbena e, além disso, enfeitiçados, para que nem ele, nem a família, o resto do Il Volo e quem mais for importante que possa ser usado contra o Piero, para protegê-los de qualquer vampiro. E bruxas.

—Jane, você não vai conseguir proteger tanta gente! – exclamou Piero, pensando na família além de seus pais e irmãos, Gianluca, Ignazio, a equipe que gerencia o Il Volo, além dos amigos.

—Eu posso fazer algo mais forte, sem que sejam necessários tantos badulaques. Venham. – respondeu Gaia, saindo para uma porta dos fundos e sendo seguida por Jane e Piero.

Em sua mesa de trabalho, a bruxa juntou alguns ingredientes, e no meio de um circulo feito de sal e cinzas, estava uma pulseira parecida com os modelos que Piero já utilizava. Com uma adaga em uma mão, Gaia pediu que Piero estendesse a mão direita para ela. Receoso, o italiano fez como lhe foi pedido, sendo encorajado por Jane. Gaia então fez um furo no dedo indicador de Piero, deixando que algumas gotas caíssem dentro de uma vasilha, onde já misturava com os ingredientes que havia separado. Colocando a pulseira dentro da vasilha, e a vasilha dentro do circulo, a bruxa começou a entoar o encanto: “Qui vult defendere amores sanguine immortalium quan- male sanguis tuebitur omnes magnates suos et omnes sicut seipsum.”.

—Feito. Enquanto você usar essa pulseira, você e todos aqueles que você estima estarão protegidos da hipnose dos vampiros, e feitiços de bruxas, e todo tipo de encanto. – afirmou Gaia, colocando a pulseira no pulso de Piero, fazendo um último feitiço para que a pulseira não pudesse ser removida nem pelo próprio Piero.

—Obrigada! Eu consigo sentir que ela tem um poder... – comentou Piero, olhando agradecido e empolgado de Gaia para Jane. – Se eu pensar nas fãs do Il Volo, também vai...

—Meu poder não chega a tanto, garoto. Irá proteger as pessoas que você estima e que são as mais próximas, que estão sempre em sua mente. – respondeu Gaia, e então se virou para Jane – Estamos quites ou tem algo mais que possa fazer antes que vocês irem embora?

—Você não terminou sua história. Eu preciso saber como derrotar o Truzzi! – respondeu Jane, explicando enfim a situação para Gaia num resumo de como tudo aconteceu desde a festa na boate ao almoço onde Truzzi capturara Breat. Sentindo o celular vibrar, Jane emendou o assunto com a novidade que Christopher acabara de compartilhar – E agora ele vai negociar o Breat daqui 3 dias.

—Típico. Olhe, eu não tenho uma receita para acabar com ele, Vampira, se tivesse teria acabado com ele. O que eu posso é te passar dicas de como não cair mais nas armadilhas mais previsíveis e letais dele – respondeu Gaia, instruindo Jane com algumas dicas de como lidar com Truzzi e seus capangas.

Após mais um tempo de conversando e absorvendo toda informação que Gaia, Jane e Piero se despediram, agradecendo a atenção que a Bruxa lhes dedicara. “Ivana saberá que a dívida está quitada!”, mencionou Jane à Bruxa, antes dela e Piero entraram no carro. Percebendo que haviam sido seguidos por soldados do Truzzi, Gaia prestou um último favor lançando um feitiço de confusão nos vampiros, dando vantagem para que Jane e Piero saíssem na frente e conseguissem chegar ao seu destino em segurança.


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