A Dama de Ferro e a Garota de Aço escrita por Anne Espario


Capítulo 13
Capítulo 13 - Reinício


Notas iniciais do capítulo

Olá, temos um novo capítulo. Boa leitura.



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                                                   — Kara —

A primeira coisa que fiz após Lena me deixa para trás foi juntar as peças, Kate e Moira não se esbarraram por acaso, alguém havia feito aquilo acontecer.

— Sua desgraçada. — Apertei o pescoço de Catriona e a encostei contra a parede. — Você causou toda essa atual confusão. — Ela sorriu para mim, evitei olhar em seus olhos, pois eles me causavam medo.

— Um pouco mais forte, eu adoro assim. — Eu odiava a conotação sexual que ela dava a tudo.

— Porque você fez isso? — Indaguei já quase gritando.

— Eu estava cansada de esperar as coisas seguirem seu curso natural, claro que um dia Kate esbarraria com Moira e Lena se daria conta que ama você, mas eu não estava afim de esperar. — Soltei seu pescoço. — Continue, eu estava gostando. — Ela sussurrou em um tom provocativo, como aquela coisa pôde um dia ser parte de Lena? Dei as costas para ela, eu não precisava daquilo, não naquele momento. — Como você planeja educar o pequeno diabo? Quer dizer... seu enteado. — Zac, aquele era o problema de maior magnitude. Ele era só uma criança indefesa, mas mesmo assim com o futuro traçado.

— O que você sugere? — Eu adoraria saber o que uma deusa maníaca tinha para falar sobre conter outro.

— Meu conselho? Mate-o enquanto é pequeno e indefeso. — Eu jamais faria isso, menos ainda com o filho de Lena.

— Eu pensarei em outra coisa. — Não existia muito o que fazer para salvar ele pelo que todos diziam, mas eu tinha o hábito de ser teimosa.

— Ganhar a afeição do diabo não adiante para fazê-lo bom, só se lembre disso. — Assenti, eu não precisava da afeição só de Zac, eu precisava do perdão de Lena.

Voltei a sala e todas tinham se retirado, eu queria ir até Lena, isso não era exatamente esperto sabendo que no momento ela me odiava. Ela precisava de tempo, eu daria isso para ela.

                                               — Lena —

Tudo caiu sobre mim como uma bomba, não só Zac, mas também o fato de que eu era mortal pela primeira vez em minha vida. Eu sentia falta, eu me sentia incompleta. Meu primeiro reflexo ao me dar conta que Nix não estava mais comigo foi vomitar, era como se eu estivesse colocando para fora até o ultimo vestígio dela.

— Você está bem? — A mão de Kate tocou meu ombro.

— Na verdade, não. Nosso filho... — Kate levou as duas mãos ao rosto.

— Ele continua sendo Zac, o garotinho de cinco anos que adora ver TV com a irmã mais velha, não consegue dormir sem meias e costuma roubar biscoitos entre as refeições. — Kate segurou meu rosto. — Não deixe isso mudar na sua cabeça, nunca. — Fechei meus olhos e respirei fundo, seria difícil acostumar-me com aquilo.

— E quanto a nós? — A pergunta era necessária, afinal nosso casamento não era exatamente verdadeiro.

— Um divórcio pode ser ruim para os negócios, então... esposas de mentirinha? — Ela estendeu a mão, como alguém podia levar aquilo com tanta calma. Apertei sua mão. — E você precisa conversar com Kara, a Barbie intergaláctica ama você, Lena. Ela também sofreu com tudo isso. — Eu jamais ia entender porque Kate simpatizava tanto com Kara, mas eu não falaria com ela, por nada no universo.

— Tudo que Kara Danvers terá de mim será silencio, ouça-me bem e ouça claramente... silencio pela eternidade. — Kate deu de ombros como se não acreditasse.

— Eu vou estar no quarto de hospedes, caso você precise de mim, boa noite. — Ela depositou um beijo em minha testa. Tudo teria sido tão mais fácil se nosso primeiro casamento tivesse funcionado, mas agora eu não conseguia amar mais ninguém, ninguém além de Kara.

                                                 — Kara —

Seis meses se foram e eu não tinha notícias de Lena, eu apenas via Kate esporadicamente, ela me trazia novidades e era tudo que conseguia. Nesse meio tempo eu havia me aproximado de Violet e Zac, não por opção, mas talvez por Lena ter se afastado de seus filhos e Kate sempre precisava de uma babá.

— Vamos, Zac.! — Gritei para ele arremessar a bola para mim.

— Você está muito longe, não é justo! — O garotinho bateu o pé, ele era absurdamente parecido com Lena. Sua pele clara, cabelos negros e olhos verdes não negavam.

— Quer dizer que você não consegue? — Violet provocou o irmão. Zac logo arremessou a bola que nem mesmo chegou a metade do caminho. — Zac é um fracote. — Violet começou a cantarolar e o garotinho começou a correr atrás dela pelo parque, isso queria dizer que eu finalmente conseguiria sentar.

— Kara... — A voz que me chamou ao sentar do meu lado me era conhecida, era Lena.

— Lena? — Perguntei quase assustada, as crianças correram em nossa direção.

— Hora de ir para casa, monstrinhos. — Ela acolheu Zac em seus braços enquanto Violet ficou de pé frente a mãe.

— Kara, pode jantar conosco hoje, mamãe? — Violet indagou empolgada, Lena abriu e fechou a boca, mas nada conseguiu formular. — Por favor, você nunca está em casa e ela está me ajudando muito no meu projeto para feira de ciências. — A garota insistiu, eu já me preparava para criar uma desculpa para não constranger Lena.

— Claro que ela pode, querida. — Aquilo realmente me deixou surpresa, a lenda de que pais fazem concessões dolorosas pelos filhos era real, pois Lena nem mesmo conseguia olhar para mim.

O caminho até a residência Luthor e Kane foi silencioso, a não pela implicância dos irmãos. Eu não atrevi a puxar assunto com Lena, eu sabia que ela não queria nem mesmo ouvir minha voz, porém não resisti.

— Por quanto tempo você vai continuar me evitando? — Esperei as crianças se afastarem para perguntar.

— Eu não sei, eu quero que tudo seja como antes, mas eu tenho medo que as coisas terminem novamente como uma tragédia grega. — Ela estava voltando a ser abrir.

— Eu sei que o que eu fiz foi egoísta, Lena. Eu continuo dizendo que fiz por Kate, pelo outros, mas a verdade é que eu fiz por mim mesma. Eu não aguentaria viver sem você. — Dizer aquilo em voz me fez bem, me fez desapegar de uma mentira, na verdade.

— Eu sei, vamos tentar viver com essa nova realidade. — Assenti. — Mas, eu realmente sinto falta de Game of Thrones, alguma chance de surgir nos próximos anos aqui? — Ela estava se esforçando para voltarmos ao normal, ao menos nosso normal.

— Nós merecemos saber com quem ficará o Trono de Ferro. — Ela sorriu e olhou para Zac e Violet que entravam na residência.

Entramos logo atrás das crianças, Lena e Kate continuavam morando juntas, eu não sabia como a dinâmica funcionava, mas sabia que elas preferiram não salvar a relação delas. Logo quando entramos encontramos Kane, ela agora tinha um novo visual, seus cabelos estavam loiros e curtos, lhe caia muito bem.  E me ajudava a não confundi-la com Moira, afinal eram duas ruivas estonteantes de olhos verdes.

— Kara! — Kate abraçou-me.

— Você esqueceu as crianças no parque comigo de propósito, não foi? — Sussurrei em seu ouvido.

— Eu? É claro que sim. — Ela sussurrou de volta.

— Eu estou indo a Central City, talvez no sábado esteja de volta. — Kate beijou o rosto de Lena, não como uma esposa, mas como uma amiga.

— Tudo bem, cuidado. Diga para Moira que eu estou com saudades. — Kate apenas piscou para mim e se foi, eu admirava o modo prático como ela lidava com tudo.

— Por alguma chance o equilíbrio do universo foi totalmente quebrado e você saber cozinhar agora? — Lena perguntou-me enquanto jogava suas chaves em uma mesa.

— Não, mas eu continuo comendo exatamente do mesmo jeito. — Respondi rapidamente.

— Como um dinossauro. — Ela provocou-me.

— Kara, vamos! — Violet me puxou em direção a seu quarto, olhei para Lena que apenas fez sinal para que eu fosse. Eu queria ficar e conversar com ela, mas com uma adolescente e um garotinho disputando nossa atenção era uma tarefa desafiadora.

Fui arrastada até o quarto da garota, ela tinha muito de mim, na realidade. Era estranho já ter vivido o bastante para se enxercar em alguém mais jovem.

— Então, o que você acha? — Ela apontou para uma réplica do sistema solar kryptoniano, sem mesmo saber que falava com a última filha de Krypton, mas os detalhes eram absurdos, até mesmo para uma jovem com as habilidades dela.

— Como você conseguiu tantos detalhes? — Indaguei curiosa.

— Vantagens de ser uma Luthor. — Ela respondeu misteriosamente.

Ficamos conversando sobre planetas, constelações e garotos por algum tempo, até que Lena veio até nós. O jantar estava servido, o silencio não pairou pela mesa um único segundo, até mesmo Lena que não estava em seu momento mais feliz sorria e conversava. Após a sobremesa ficamos eu e Lena a mesa, o silêncio se manifestou, antes que eu falasse ela levantou-se e foi até a varanda.

— Eu ainda devo para você algum tipo de desculpa ou explicação? — Parei ao seu lado.

— Desculpa? Eu morri, fui puxada do meu túmulo, tive meus poderes arrancados de mim como se fossem minha alma e como se não fosse suficiente, eu gerei Ares em meu ventre, para cair novamente sobre esse mundo como uma praga. Eu não acredito que suas desculpas vão mudar algo. — Ela suspirou ao falar, só então percebi, ela tinha morrido. Não importava que tivesse sido por apenas um dia, mas ela havia estado do outro lado.

— Como foi? — Aproximei-me mais dela, Lena relutou.

— Solitário. — Sua resposta foi breve e vaga. Encostei minha cabeça em seu ombro, ela não afastou-se. — De alguma, eu não aceitava minha morte, eu estava presa a você. Eu queria voltar para você e isso fez tudo ainda mais doloroso. — Ela completou.

— Mamãe, ela vai ser sua nova namorada? — Fomos surpreendidas pelo garotinho que segurava um boneco nas mãos.

— O quê? — Me afastei de Lena abruptamente.

— Eu acho que está na hora de você dormir. — Lena olhou no relógio e andou até o filho, deixando-me para trás na varanda.

Fiquei zanzando pela casa, até me encontrei diante do escritório de Lena. Adentrei sem pensar duas vezes, eu gostava da sensação que me trazia, estar diante seu ambiente de trabalho.

 — Você se lembra da primeira vez em que foi ao meu escritório? — Ela surpreendeu-me.

— Sim, você estava tão determinada em provar que era diferente dos outros membros da sua família, mas eu não conseguia prestar atenção em mais nada a não ser nos seu belos olhos. — Lena gargalhou.

— Não seja piegas, você estava olhando para o meu decote. — Ela apontou para seus seios.

— Essa é a sua versão da história. — Retruquei.  — Você quer que seja como Zac perguntou? — Me aproximei dela.

— E como seria? — Lena segurou minha mão e me fez aproximar-se mais.

— Eu, você... namoradas. — Completei envergonhada. Ela segurou meu rosto.

— Um dia eu vou conseguir dizer não para você? — Não tive tempo para responder, pois ela me beijou. Aquele beijou sanou todas as minhas dúvidas, nós definitivamente estávamos voltando aos trilhos.

Nós continuávamos com a mesma sintonia, mas existia algo mais dessa vez, existia algo dentro de Lena que não estava lá antes. Talvez raiva, ou até mesmo mágoa, mas em essência nós não éramos mais as mesmas, nem nossa forma de amar. Tentei tirar sua blusa, mas ela me impediu virando-me de costas para ela, pude senti-la lentamente abrindo o zíper de meu vestido.

— Eu acho que nós já passamos dá fase gentil e inocente, vamos tentar algo novo. — Ela sussurrou em meu ouvido enquanto apertava meu pescoço levemente.

Eu quase podia sentir seu olhar acompanhar meu corpo ser exposto pela ausência do vestido, logo foi a vez do meu sutiã ia ao chão. Ela acariciava meus seios e mordiscava meu pescoço, eu estava apoiada em sua mesa e tentava ao máximo não gemer por conta das crianças. Fiz alguns enfeites e um abajur ser jogado ao chão, logo meu corpo estava sendo curvado sobre a mesa. Senti seu dedos lentamente adentrarem dentro de mim, não pude conter um leve gemido. Antes que eu me acostumasse aquilo, ela puxou-me e me conduziu até o sofá. Eu estava completamente nua, enquanto acompanhava minha queda no moveu ela removeu suas roupas. Ela ajoelhou-se no sofá e logo estava separando minhas pernas, a senti morder a parte interna de minhas coxas. Quando ela finalmente alcançou o centro do meu corpo, eu não consegui me conter um gemido nada sutil me escapou, suas mãos subiam pelo meu corpo e apertavam meus seios. Logo eu estava no ápice, iriamos repetir aquilo outras vezes aquela noite eu sabia, mas aquele instante... aquele momento eu senti que o tempo havia parado. Lena subiu depositando beijos em minha barriga, até encaixar-se em meu pescoço. Eu ainda estava ofegante.

— Porque é tão bom com você? — Lena indagou enquanto dava leve beijos em meu pescoço. — Sua pele, seu beijo... tudo em você me faz querer repetir isso todos os dias. — Inverti as posições a fiz com que ela tomasse meu lugar.

— Nós ainda nem começamos, temos a noite toda. — Beijei sua boca.

Nós teríamos aquela noite inteira para nós, nós a merecíamos depois de tudo. O que viria pela frente era impossível dizer, mas aquele momento serviria de reinicio.


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Notas finais do capítulo

Por hoje fico por aqui, até o próximo capítulo e beijos.