Demônios do Sol Nascente escrita por RickyBalboa


Capítulo 4
Capítulo 4 - A Despedida


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada, peço que perdoem a minha longa ausência do site, sem adicionar capítulos. Eu estava resolvendo assuntos importantes da minha vida pessoal, mas agora voltei com tudo, com um capítulo fresquinho da fic "Demônios do Sol Nascente", que farei o possível para continuar com regularidade.
Esse capítulo terá boas surpresas, e a história foi atualizada e corrigida.
Boa leitura!



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Magrí estava em sua casa, assistindo um VT de uma partida de vôlei, para estudar as táticas do esporte, e melhorar seu estilo de jogo, quando recebeu um telefonema. A voz parecia alarmada.

- Magrí, pára tudo o que você estiver fazendo agora e presta atenção!

- Chumbinho, você me deu um susto! O que você quer.

- Eu já disse. Que você pare tudo o que estiver fazendo e venha me encontrar em frente à minha casa.

- Sinto muito, Chumbinho, mas vai ter que ser uma coisa muito importante. Estou estudando táticas de vôlei, você sabe que o time do colégio vai pegar pedreira essa semana, e preciso estar afinada.

- Então me perdoe por isso, Magrí. Mas eu preciso de você aqui, Magrí. O Miguel deu notícias.

Magrí se encheu de esperanças. Parecia que o amigo tinha voltado ao normal.

- Sério, Chumbinho? Me fala! Como ele está?

- Não é tão simples assim, Magrí. As notícias não são boas. Só sei que ele convocou uma reunião de emergência máxima em um hospital da polícia.

- O quê?

- Tenho o pressentimento de que o Miguel se envolveu em uma coisa muito séria. Tão séria que ele me mandou uma foto horrorosa por celular. Vou enviar para você agora.

- Pode enviar.

Magrí esperou por 3 minutos. Depois disso, Magrí se horrorizou com a mesma foto da mão ensangüentada. Magrí retornou para o Chumbinho, dizendo.

- Não precisa me ligar de novo. Estou a caminho agora! Me espera por aí. Chame o Crânio e o Calú. Eles precisam saber disso.

Chumbinho ouviu o telefone desligar do outro lado. Então, percorreu em seu celular os nomes dos seus amigos.

E ligou para Crânio.

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Crânio estava encarando um enorme desafio mental. Um dos maiores que um gênio como ele poderia enfrentar. Ele teria que realizar uma palestra sobre xadrez em uma escola infantil. Não que ele não gostasse da idéia de realizar a palestra, mas o difícil seria fazer com que as crianças não dormissem durante a palestra. Ele sabia que o xadrez era um excelente jogo, com várias vantagens para seus praticantes, mas não tinha muita visibilidade na mídia, e as crianças hoje preferiam jogos virtuais de todo tipo. Era uma tarefa muito ingrata. E ele recebeu um telefonema...

- Alô.

- Crânio, pare tudo e venha me encontrar na minha casa.

- Chumbinho, fala devagar o que está acontecendo.

- É o Miguel. Tenho suspeitas de que ele se envolveu em uma coisa barra-pesada. Ele convocou uma reunião no hospital da polícia.

- Nossa. Você sabe de mais alguma coisa? O Miguel te falou algo?

- Não, cara. Ele só convocou a bendita reunião e me enviou uma foto horrorosa de um K escrito em sangue.

- Então com certeza o caso é grave, Kara. Já estou a caminho. Você já avisou alguém?

- Sim. A Magrí já sabe. Só falta falar com o Calú.

- Só espero que ele não fique bravo de ser retirado da sala de bate-papo com a Peggy...

Ambos riem.

- É verdade. Preciso de todos os Karas comigo. Temos que saber o que aconteceu com o Miguel. Até mais, Kara.

Chumbinho desliga o telefone. Ele se lembra de tudo o que passou por seus amigos, e diz a si mesmo:

- Miguel, por favor, esteja bem...

Então ele pegou o telefone e ligou para Calú...

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Calú estava com um maço de papel em mãos. Ele estava ensaiando para uma peça importante que ele faria para o Colégio Elite. A peça era “Sonho de uma Noite de Verão”, de William Shakespeare, e ele faria o papel de Demétrio, o belo, rico e jovem rapaz com quem, Egeus queria que sua rebelde filha Hérmia se casasse. Mas Hérmia amava Lisandro, cujos pais Egeus odiava. Seu personagem rivalizaria com Lisandro por Hérmia, e seria constantemente perseguido por Helena, que o amava desesperadamente. Um papel bastante agitado, uns diriam, mas alguém tinha que fazê-lo. Até porque seria interessante fazer o papel de um jovem que amava uma menina que era apaixonada por outro rapaz. Ele já tinha sentido essa situação na pele. Durante o auto-ensaio, veio o telefonema:

- Calú, sai da sala de bate-papo, se despede da Peggy, e vem correndo agora para a minha casa.

- Chumbinho, você falou rápido demais. Repete aí.

- Eu disse para você largar agora essa sala de bate-papo, se despedir da Peggy e vir correndo até a minha casa! O amor te deixou surdo agora?

- Eu ouvi bem, mas o que você pediu não vai ser possível.

- Ah, é? Me fala o motivo, seu conquistador barato.

- Eu não estou em sala de bate-papo nenhuma, Chumbinho. Como vou sair de uma coisa em que nem entrei hoje? Me explica.

- E o que você está fazendo então?

- Eu estou ensaiando as falas do meu personagem para a peça do colégio. É um papel complexo, e preciso treinar, Kara.

- Mas o que quero dizer é muito importante, Calú. O Miguel me enviou um SMS...

- Bom saber que ele saiu do auto-isolamento. Ele falou mais alguma coisa?

- É isso que eu quero dizer, Kara. O Miguel convocou uma reunião no hospital da polícia, e me enviou uma foto horrorosa de um K escrito em sangue. Ele pode estar envolvido em algo muito sério.

- NOSSA! Se o Miguel enviou isso, com certeza é algo muito grave. Já estou a caminho. Avise aos outros!!!

- Já foram avisados. Apenas venha.

- Certo!

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Em pouco tempo, os Karas já estavam reunidos do lado de fora da casa de Chumbinho. De lá, Chumbinho tinha chamado um táxi para levá-los ao hospital da polícia. Eles rapidamente embarcaram, e o táxi partiu.

Enquanto o táxi se dirigia ao seu destino, os Karas estavam imersos em seus pensamentos, e compartilhavam uma preocupação: o bem-estar de Miguel. Os Karas tentavam imaginar no que Miguel tinha se envolvido.

Chumbinho se lembrou de tudo o que Miguel tinha feito no caso da Droga da Obediência, e na luta contra o Dr. Q.I.. Lembrou que tinha sido de Miguel o genial plano de chegar à casa de força da PAIN CONTROL e desligar a chave geral, impossibilitando qualquer plano do vilão. Também tinha sido de Miguel o plano de que Calú forjasse a voz do vilão, uma vez que a chave geral fosse desligada, o que fez com que os capangas do vilão desistissem de um confronto armado com a polícia e os bombeiros, evitando assim, um banho de sangue. Graças a Miguel, os jovens sequestrados retornaram às suas casas, a morte de seu grande amigo, o Bronca, foi vingada, e o mundo foi salvo de uma epidemia zumbi que seria causada pela droga da obediência.

Crânio se lembrou do caso do Pântano de Sangue. Miguel o tinha ajudado a desmascarar sua maligna Tia Matilde Bellini, a tesoureira da Máfia Siciliana no Brasil. E evitou que um senador honesto fosse acusado pelos crimes. Graças a Miguel, o avião de ouro Papa-Tango-Mike-Sierra-Bravo, ou PT-MSB fora apreendido pela Interpol, causando um grande desfalque nos cofres da Máfia Siciliana. A morte de seu amado mentor, o Professor Elias, foi vingada. E agora, a tribo dos Formigas-Paradas, liderada por seu amigo Araguaçu, poderia viver em paz, lutando por sua cultura.

Calú se lembrou do caso da Anjo da Morte. Miguel tinha orquestrado o plano que permitiu a prisão de Kurt Kraut, o Todesengel, vulgo “Anjo da Morte”. Com o plano de Miguel, Max Godson, o falso messias nazista, e seu companheiro, foram redirecionados para o aeroporto de Viracopos, o que permitiu que Chumbinho e Calú assumissem seus lugares e se infiltrassem na organização neonazista, que pretendia provocar outra guerra mundial a fim de implantar um império maligno na Terra, onde o crime seria legalizado. A morte de milhares de crianças judias foram vingadas, ainda que não a de seu mentor, pois Calú teve de inocentar o verdadeiro assassino de Solomon Friedman, Davi Segai, para que Kurt Kraut fosse levado à Justiça.

Magrí se lembrou do caso da Droga do Amor. Apesar de ela mesma e do Chumbinho se unirem em um plano para reunir os Karas novamente, Miguel tinha organizado os planos que tornaram possíveis a elucidação do suposto sequestro do Dr. Flanagan, e o mistério da suposta fuga do Dr. Q.I.. Sua treinadora fora salva dos terríveis homens da Drug Enforcement Inc., e seu líder, Hector Morales, fora desmascarado. Mesmo com o final infeliz, a descoberta da farsa que era a Droga do Amor, ela estava feliz com a prisão de um homem que estava brincando com a vida de milhões de pessoas no mundo.

Ela também era muito grata por Miguel ter elaborado o plano que salvou a sua vida na luta contra os “Heróis em Defesa da América para os Americanos”. Graças a Miguel e seus amigos, ela poderia viver feliz amando Crânio, e o mundo fora salvo de uma terrível doutrina isolacionista e belicista, que traria apenas o caos.

Miguel era uma pessoa especial para todos os Karas. Para eles, não importava o que pudesse acontecer, eles dariam todo o apoio possível para ajudá-lo.

Então o táxi chegou ao hospital. Os Karas pagaram a corrida e se dirigiram à recepção. Logo, Magrí perguntou por Miguel. Para desespero geral, a recepcionista disse que havia um Miguel na UTI com uma paciente. Os Karas se apressaram até lá, mas para alívio e surpresa de todos, Miguel estava na porta, do lado de fora da UTI.

- MIGUEL! – Gritou Magrí – Que bom saber que você está bem!

- Oi, Magrí. – Respondeu Miguel - Bom ter meus amigos aqui comigo, mas sobre o que você disse, discordo. Tenho cara de uma pessoa que está bem?

Miguel estava visivelmente abalado. Alguma coisa grave tinha acontecido.

- Miguel. Nós recebemos a sua mensagem. – relatou Chumbinho – Você me enviou uma foto horrível de um K escrito em sangue! O que aconteceu, Kara?

- Uma coisa terrível. – balbuciou Miguel.

- Fizeram alguma coisa com você? – perguntou Crânio.

- Antes fosse comigo. declarou Miguel

- Foi alguma coisa com seus pais? – deduziu Calú – Fala! O que aconteceu?

Quando Miguel ia responder, o Médico interferiu.

- Senhor Miguel. A paciente deseja falar com você antes de ser realizada a cirurgia. – disse o médico.

- Obrigado.

Então, Miguel entrou na sala da UTI. E falou com a paciente.

- A-Aeka-Sensei. O que fizeram com você?

- Miguel-san. Tão bom te ver, meu aluno querido. Quero muito falar com você.

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Enquanto Miguel e Aeka conversavam, os Karas procuraram saber o máximo possível sobre a paciente que Miguel acompanhava.

- Boa noite. – disse Magrí ao médico. – O senhor poderia nos informar quem é aquela senhora?

- O nome dela é Aeka Kirishima. – disse o médico. - Ela é uma senhora japonesa de 75 anos.

- Ela é uma parenta distante do Miguel? – perguntou Crânio.

- Na verdade, ela é uma ex-empregada dos pais de Miguel. – respondeu – E ela também era uma tutora. Tomava conta do Miguel quando ele era criança. Ele tem muito apreço por ela, como pude perceber.

- E o que aconteceu com ela, para estar na UTI? – Foi a vez de Chumbinho perguntar.

- Ela foi atacada num bosque, por homens encapuzados, que a perfuraram no estômago, quase na altura do baço, com uma espada Katana. – explicou o médico. -  Pessoas que passavam por perto a socorreram e chamaram a ambulância, mas ela perdeu muito sangue no caminho do hospital. Para falar a verdade, não há muitas chances para ela.

- Que horror! – exclamou Calú – Por algum motivo, isto me traz à tona memórias terríveis.

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- Aeka, me responda. – disse Miguel – Quem fez isso com você?

- Não deu para ver, Miguel. O homem estava encapuzado. – explicou Aeka - Não pude ver seu rosto.

- Procura relembrar, sensei, por favor. – pediu Miguel – Você viu alguma característica chamativa na roupa dele?

- Sim, meu aluno, mas isso tinha na roupa de todos os homens que me atacaram. – disse Aeka – Todos eles usavam, como eu poderia dizer, uma suástica ao contrário em um bracelete.

- Um Manji? – Perguntou Miguel?

- Isso mesmo, jovem aluno. – afirmou Aeka – Um manji. Daqueles usados em países orientais para indicarem templos budistas.

- Ótimo. Já é alguma coisa. – disse Miguel, esperançoso. – Escute, Aeka, você vai viver. Você vai superar isso, e vai contar tudo o que sabe à polícia, está bem?

- Não, Miguel-san. Não tenho muito tempo de vida. – disse uma Aeka com voz enfraquecida. – Miguel, eu vou te contar tudo para que você fale ao detetive que esteve aqui para me interrogar antes de você chegar.

- Contar o que, Aeka-sensei? Você sabe de alguma coisa? – Perguntou Miguel.

- Eles voltaram, Miguel. Voltaram com sede de vingança.

- Quem voltou, Aeka-sensei? Quem fez isso com você?

 - Aqueles que aterrorizaram a comunidade japonesa no Brasil voltaram, Miguel. E voltaram com sede de sangue. Eu não fui a primeira, e também não serei a última a ser atacada por eles. Eles vão continuar matando, Miguel, a não ser que alguém os impeça.

- Quem são eles, Aeka-sensei?

- Eles se auto-intitulam... NEO SHINDO RENMEI!! Cof! Cof! Cof!

Miguel olha para o aparelho de batimentos cardíacos. O coração de Aeka está falhando.

- Aeka, não durma, pelo amor de Deus! Você tem que viver!

- Não adianta, meu aluno. Deus está me chamando. Chegou a minha hora de ir morar na celeste glória!

- Resista, Aeka! Fica acordada!

- Olhe pela janela, aluno. Você tem bons amigos. Parece que eles vieram só por você. Cof! Cof! Eles te consolarão quando eu partir.

- Não diga isso, Aeka! MÉDICO! MÉDICO!

- Diga ao meu querido Kyo-chan, que sinto muito, Miguel. Eu não poderei recebê-lo esse ano. Diga meu adeus a ele por mim.

- F-Farei isso, Aeka-sensei. MÉDICO!

- Eu vou pelo caminho de toda a Terra, Miguel-san. Erga-te pois e sê homem. E diga a seus pais que foi bom prestar serviços a eles enquanto vivi.

- Por favor, Aeka, não desista. MÉDICO!

- Adeus, Miguel. Use tudo o que te ensinei para o bem, busque a paz e a justiça, e seja feliz!

- NÃO!! MÉDICO!

- Oh, Deus! Estou pronta para partir! Venha me buscar para que eu possa morar no teu santo reino!...

Nesse mesmo momento, o coração de Aeka para de bater. Miguel fica extremamente triste e desolado, mas se segura para não chorar. Ele é um Kara. O líder deles. Ou ex-líder. Ele não podia fraquejar nem mesmo diante do pior desastre. Ele tinha que fazer justiça. Ele faria com que a morte de sua sensei não fosse em vão. O médico chega com o desfibrilador e expulsa Miguel da UTI. O médico tenta ressuscitá-la várias vezes com o desfibrilador. Em vão. Aeka morreu às 22:00, com um sorriso no rosto, certa de que ia morar no céu.

Percebendo o desastre que aconteceu, os Karas vão logo consolar Miguel.

- Sinto muito pelo que aconteceu, Miguel. – disse Magrí

- A morte dela vai ser esclarecida. – disse Crânio

- Estamos aqui para o que você precisar, Kara. – disse Chumbinho

- Justiça será feita, Miguel, tenha certeza. – disse Calú

- Obrigado por estarem aqui comigo, amigos. – agradeceu Miguel – Só quero saber uma coisa, os Karas ainda estão na ativa?

- De certa forma, sim. – respondeu Chumbinho – Só que decidimos que o grupo ficaria em estado de hibernação. Não ocorreram missões dignas de nós por muito tempo. Estávamos esperando uma missão “daquelas que fariam tremer os adultos mais valentes”.

- Excelente, Chumbinho. – disse Miguel – Porque sinto que chegou a hora de despertar.

- Bom ter você de volta. – disse Calú

Mas de repente, uma voz conhecida surpreendeu os Karas:

- Estava bom demais para ser verdade. – disse a voz – Não posso descansar nem por um momento, e vocês já se metem em encrencas!!!

A surpresa é geral.

- Detetive Andrade???!!!


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Notas finais do capítulo

Em breve teremos o Capítulo 5.
Muito em breve mesmo.
É só adicionar um review que ficarei muito feliz!!!



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