Autour du petit Black escrita por shadowhunter


Capítulo 12
Adeus velho amigo


Notas iniciais do capítulo

E é isso, chega ao fim a segunda parte da história de Charlotte Black, logo voltarei com a parte final. Espero que tenham gostado e se emocionado com os grandes acontecimentos, vejo vocês em breve.
PS: Esse capítulo contém muitas partes do livro



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POV Lotte

Pessoas se aproximava, todas em choque com o que veem, falando sobre o diretor que se encontra morto a minha frente. Mas as vozes parecem estar a quilômetros de distância, pois não ouço nada, apenas sinto alguém agachar ao meu lado e me abraçar. Olho e vejo Harry, mas ele não olha em meus olhos, está muito ocupado olhando para o diretor e concertando seu oclinhos meia lua. Mais uma vez me perco em meus pensamentos, revivendo cada momento que tive com o diretor, cada conversa, cada sorriso e conselho. Eu nunca mais ouvirei a sua voz ou o verei andar de um lado para o outro, pensativo. Nunca mais irei chorar em seus ombros quando não aguentar mais esconder meus sentimentos. Nunca mais...

— Lotte – fala alguém – Lotte... você precisa levantar, deitar e descansar um pouco.

— Não – falo com uma voz falha – Eu não posso deixa-lo, eu não quero deixa-lo.

— Lotte – outra pessoa fala – Venha apenas tomar um banho, beber um chá e então você volta a ficar ao lado dele, só deixe que levem o corpo.

Eu não queria deixa-lo, eu não podia... Tenho que ficar até o fim, eu prometi que ficaria até o fim.

— Lotte – fala Harry ao meu lado, baixinho – Por favor... vem comigo – fala estendendo a mão.

Seu olhar estava tão perdido e distante quanto o meu, eu podia ver que ele também não queria sair dali, mas estava tentando ser forte por mim. Levantei e o abracei com força, as lagrimas rolando descontroladamente, então fomos escoltados para dentro do castelo, só então percebi que as pessoas que estavam tentando me fazer sair do lugar eram Stlies e Belle. Seguimos até a Ala Hospitalar, não ousei falar nenhuma palavra, não havia forças para isso.

Tínhamos chegado à ala hospitalar, quando eles empurraram as portas, vi Neville deitado, aparentemente adormecido, em uma cama próxima. Rony, Hermione, Luna, Tonks e Lupin estavam agrupados em torno de outra cama, no extremo oposto da enfermaria. Ao ouvirem as portas se abrindo, todos se viraram. Hermione correu para Harry e abraçou-o; Lupin se adiantou também, ansioso. Não me importei com as pessoas a minha volta, apenas corri para os braços da minha irmã e comecei a chorar, estava tão focada no diretor que havia esquecido que ela estaria aqui.

As pessoas falavam a minha volta, mas não as ouvi, apenas chorava descontroladamente enquanto era colocada em uma das camas.

— Dumbleredore... está... ele está... morto – falei interrompendo a conversa e fazendo com que todos prestassem atenção em mim.

— Não! – Lupin olhou desvairado de mim para Harry, como se esperasse que o garoto a desmentisse, mas ao ver que Harry não o fez, Lupin desmontou em uma cadeira ao lado da cama de Gui, as mãos cobrindo o rosto. Nunca vira Lupin se descontrolar; tive a sensação de estar invadindo algo privado, indecente

. – Como foi que ele morreu? – sussurrou Tonks passando as mãos pelo meu cabelo. – Como foi que aconteceu?

 – Snape o matou – respondeu Harry. – Eu estava lá e vi. Voltamos direto para a Torre de Astronomia porque vimos a Marca lá... Dumbledore estava mal, fraco, mas acho que percebeu que era uma armadilha quando ouviu passos rápidos subindo a escada. Ele me imobilizou, não pude fazer nada, estava coberto pela Capa da Invisibilidade... então, Malfoy entrou e desarmou Dumbledore... – Hermione levou as mãos à boca, e Rony gemeu. A boca de Luna tremeu. – ... chegaram mais Comensais da Morte... depois Snape... e Snape o matou. A Avada Kedavra. – Harry não conseguiu prosseguir.

 Madame Pomfrey caiu no choro. Ninguém lhe deu atenção a não ser Gina, que sussurrou:

 – Psiu! Escute!

Engolindo em seco, Madame Pomfrey apertou a boca com os dedos, olhos arregalados. Em algum lugar lá fora, na escuridão, uma Fênix cantava de um jeito que eu jamais ouvira: um lamento comovido de terrível beleza. E senti, como antes sentira ao ouvir o canto da fênix, que a música vinha de dentro e não de fora dele: era o seu próprio pesar que se transformava magicamente em canto, ecoava pelos jardins e entrava pelas janelas do castelo. Fawkes sentia a morte de seu dono e amigo, e, assim como eu, estava de luto.

Aos poucos fui pegando no sono... cansada demais para sonhar.

***  

(Ouça se possível)

Olho-me no espelho sem me importar com minha aparência. Estou usando uma saia preta, acompanhada de uma camisa da mesma cor, sapatos pretos, uma capa e um pequeno e simples véu. Coloco o anel que Dumbledore havia me nado no natal anterior, respiro fundo e saio do quarto. Como prometido, após acordar, não sai do lado dele, apenas para me trocar, e continuaria ao seu lado até que fosse enterrado.

Todas as aulas foram suspensas, todos os exames adiados. Alguns estudantes foram retirados às pressas de Hogwarts, pelos pais, nos dois dias que se seguiram – as gêmeas Patil partiram antes do café na manhã após a morte de Dumbledore, e Zacarias Smith saiu do castelo acompanhado pelo arrogante pai. Por outro lado, Simas Finnigan recusou-se terminantemente a voltar para casa com a mãe; discutiram aos gritos no Saguão de Entrada, e só resolveram a questão quando a mãe concordou que ele ficaria para os funerais.

Houve alguma excitação entre os alunos mais jovens que nunca tinham visto aquilo, a carruagem azul-clara do tamanho de uma casa, puxada por doze enormes palominos alados, que surgiu no céu, no fim da tarde, antes dos funerais e aterrissou na orla da Floresta. Observou de uma janela uma mulher gigantesca e bela, de pele morena e cabelos negros, descer os degraus da carruagem e se atirar nos braços de Hagrid, que a aguardava. Entrementes, uma delegação de funcionários do Ministério, inclusive o próprio ministro da Magia, foi acomodada no castelo.

Harry as vezes ia me visitar, tentar fazer com que eu saísse do lado do diretor alegando que aquilo não estava me fazendo bem. Eu realmente não estava bem e aquela situação só piorou tudo, mas me recusei a deixar o homem a quem tanto amei e admirei. Stiles e Belle vinham sempre me trazer comida e passavam um tempinho ao meu lado, em nenhum momento tentaram me tirar de lá. Fleur era outra que sempre que podia estava ao meu lado, ela não falava nada, apenas deixava com que eu deitasse com a cabeça em seu colo e me fazia um cafuné. Alli e Julie também estavam no castelo, passávamos horas abraçadas e elas me permitiam chorar quando quisesse. Tonks apenas sentava ao meu lado, segurando a minha mão, e olhava para o nada.

O Expresso de Hogwarts estaria partindo uma hora após os funerais. Embaixo, no Salão Principal, encontrei o ambiente anormalmente quieto. Todos usavam vestes formais, e ninguém parecia ter muita fome. A professora McGonagall deixara vazio o cadeirão ao centro da mesa dos professores. A cadeira de Hagrid também estava desocupada: acho que ele talvez não tivesse conseguido enfrentar o café da manhã; o lugar de Snape, no entanto, fora ocupado, sem a menor cerimônia, por Rufo Scrimgeour. Sentei ao lado de Harry, Julie e Alli logo ao meu lado, e apenas encarei o prato vazio enquanto segurava a mão do meu namorado.

A professora McGonagall ficara de pé, e os murmúrios tristes no Salão Principal tinham cessado prontamente.

— Está quase na hora – começou ela. – Por favor, acompanhem os diretores de suas Casas até os jardins. Alunos da Grifinória, venham comigo.

Eles deixaram seus bancos disciplinadamente, quase em silêncio. Vi Slughorn, de relance, à frente da fila da Sonserina, trajando magníficas vestes verde-esmeralda, bordadas com fios prateados. Nunca vira a professora Sprout, diretora da Lufa-Lufa, com uma aparência tão limpa; não havia um único remendo em seu chapéu e, quando chegaram ao Saguão de Entrada, encontraram Madame Pince parada ao lado de Filch, ela usando um véu negro e grosso até os joelhos, e ele, uma gravata e um terno antiquado cheirando fortemente a naftalina. Eu estava caminhando na frente de todos, os guiando até o local onde Dumbledore seria enterrado.

Fazia um belíssimo dia de verão.

Uma variedade extraordinária de pessoas já se acomodara em metade das cadeiras; malvestidas e bem-vestidas, velhas e jovens. Reconheceu algumas, entre elas membros da Ordem da Fênix: Kingsley Shacklebolt, Olho-Tonto Moody, Tonks, seus cabelos milagrosamente tinham recuperado o tom rosa-berrante, Remo Lupin, com quem ela parecia estar de mãos dadas, o sr. e a sra. Weasley, Gui amparado por Fleur e seguido por Fred e Jorge, usando paletós pretos de pele de dragão. Estavam também presentes Madame Maxime, que, sozinha, ocupava duas cadeiras e meia, Tom, o taberneiro do Caldeirão Furado, Arabella Figg, a bruxa abortada vizinha de Harry, a guitarrista cabeluda do grupo bruxo As Esquisitonas, Ernesto Prang, motorista do Nôitibus, Madame Malkin, da loja de vestes no Beco Diagonal. Os fantasmas do castelo também estavam lá, quase invisíveis ao sol forte, mas discerníveis quando se moviam, tremeluzindo incorporeamente no ar luminoso.

Enquanto todos tomavam seus lugares, permaneci em pé, ao lado da mesa onde seria colocado o corpo, assim como estive a minha vida toda ao lado do diretor. Hagrid vinha andando pela passagem entre as cadeiras. Chorava silenciosamente, seu rosto brilhava de lágrimas, e trazia nos braços, envolto em veludo roxo salpicado de estrelas douradas, o corpo do diretor.

E então, quando percebi, o enterro já havia acabado. As pessoas estavam indo embora, enquanto eu apenas encarava o lago negro, logo senti Harry ao meu lado, ele apenas beijou minha bochecha e disse que estaria me esperando na estação de trem. Quando ele saiu, Fawkes posou na minha frente e me encarou com seus tristes olhos, uma lagrima escapou dos olhos da fênix e ela fez algo perecido com uma reverência. E então eu percebi... a partir de agora tudo dependia de mim, não poderei enfrentar a missão ao lado de Harry, mas poderei guiar o bruxos e bruxas, passar a eles as informações que Dumbledore permitiu que eu passasse.

Eu iria lutar até o fim, mesmo que isso resultasse na minha morte.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam desse final? Nos vemos em breve!!!
Bjs ♥



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