Autour du petit Black escrita por shadowhunter


Capítulo 1
O Início de uma nova História


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta!!!!
Aqui esta a segunda parte da nova maravilhosa Charlote Black, espero que gostem, de todo coreção.
Aproveitem!!!



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POV Lotte

Já fazia um bom tempo desde que cheguei em casa. Nesse meio tempo tratei de me distrair com minhas amigas, mas assim que foram embora fiquei remoendo os acontecimentos do ministério. Cada vez que fechava meus olhos, via Sirius atravessando aquele portal, e cada vez que isso acontecia eu me deixava levar pelas lagrimas. Eu já estava cansada de chorar, mas não conseguia evitar, Sirius era o meu tio e eu o amava.

Como se não bastasse a minha possível depressão. Malia, Mione e Rony decidiram me ignorar, assim como Harry, e isso só piorava a situação. Eu ainda mantinha contato com meus amigos das outras casas, mas o que me deixava alegre era ler a carta das meninas. Dumbledore era outro que me ignorava, depois de descobrir a verdade sobre o meu pai ele permitiu que Ted e Andy me contasse toda a verdade, mas desde então vem me ignorando.

As coisas no mundo bruxo estavam piorando. O profeta diário estava de marcação cerrada em Harry, achando que ele era o Escolhido. Ele de fato é o escolhido, ele é aquele destinado a deter o Lorde das Trevas, mas isso é algo que poucos sabem. O ministério entregou a todos um folheto roxo que dizia:

Por ordem do Ministério da Magia

PARA PROTEGER SUA CASA E SUA FAMÍLIA DAS FORÇAS DAS TREVAS

Atualmente a comunidade bruxa está sendo ameaçada por uma organização que se autodenomina Comensais da Morte. Observando simples diretrizes de segurança, você poderá proteger a si mesmo, a sua família e a sua casa de qualquer ataque.

Recomendamos que você não saia de casa sozinho.

Tome especial cuidado durante a noite. Sempre que possível, programe suas viagens para começarem e terminarem antes do anoitecer.

Repasse as medidas de segurança que cercam a sua casa, cuidando para que todos os membros de sua família conheçam os procedimentos de emergência, tais como os feitiços Escudo e da Desilusão e, em caso de familiares de menor idade, a Aparatação Acompanhada.

Combine senhas com seus familiares e amigos íntimos para detectar Comensais da Morte que se façam passar por outras pessoas após a ingestão da Poção Polissuco (veja p. 2).

Se você sentir que um familiar, colega, amigo ou vizinho está agindo de modo estranho, entre imediatamente em contato com o Esquadrão de Execução das Leis da Magia. Ele ou ela talvez esteja dominado/a pela Maldição Imperius (veja p. 4).

Se a Marca Negra aparecer pairando sobre qualquer prédio, NÃO ENTRE. Contate imediatamente a Seção de Aurores.

A visão de objetos não identificados sugere que os Comensais da Morte talvez esteja usando Inferi (veja p. 10). Se avistar ou encontrar algum, reporte ao

Ministério IMEDIATAMENTE.

As coisas estavam complicadas, isso era um fato. A Ordem estava dando o seu melhor e Dumbledore estava em uma missão misteriosa. A única coisa que eu podia fazer era treinar em nas horas livres e visitar Fleur, que estava passando as férias na casa de seu mais novo namorado, Gui Weasley. Visitar a Toca sempre era difícil , pois eu era constantemente ignorada por Rony e Hermione, que passava as férias com a família, e as vezes por Malia, que ia visitá-los junto com Marlene.

Mas hoje o dia seria diferente. Hoje eu iria, junto com Dumbledore, escoltar Harry para a Toca. É claro que o moreno odiará a minha presença, mas ele não tem muita escolha. Eu sinto falta dele, as vezes me pego pensando em como seria as nossas vidas se Voldemort não existisse, se nossos pais nunca tivessem sido mortos e se Sirius não ficasse preso por um crime que não cometeu. Eu sei que isso é besteira, mas a ideia de ainda poder viver uma vida tranquila, sem que ninguém mais precise morrer, é o que me mantem em pé, quando tudo o que quero é desmoronar.

— Mãe – falo descendo as escadas e entrando na sala – Viu aquela minha capa branca?

Mas, antes que ela pudesse responder, alguém me entrega a capa. Dumbledore já tinha chegado e pelo visto estava a minha espera. O diretor parece cansado e uma de suas mãos tem uma mancha preta. Assim que meu olhar encontra o dele, uma voz bem distante grita seu nome. Ele estava morrendo e, pelo sorriso triste que acabará de me mandar, ele sabia disso.

— Perdão pela demora – falo pondo a capa

— Nunca pesei que diria isso – fala minha mãe entrando na sala – Mas sinto falta de quando se podia ver uma peça colorida em você – então ela dá um sorriso triste

Desde que Almofadinhas se foi entrei numa espécie de luto. Não só por ele, mas também pelo meu pai, já que a ideia de herói que eu tinha em minha cabeça morreu, e também uma guerra se aproximava, tempos sombrios estavam a caminho, então decidi adotar um visual diferente.

Uma camisa branca, calça preta, botas pretas de cano longo, luvas da mesma cor e uma capa branca. Meu cabelo preso em um rabo de cavalo e uma maquiagem simples. Eu tinha passado a usar os anéis que ganhei de natal e o colar que Harry tinha me dado estava escondido. Se fosse no ano passado eu provavelmente usaria algo mais colorido e francês, mas me tornei uma outra pessoa e não quero exalar uma alegria que não existe mais.

Aparatamos no início da Rua dos Alfeneiros e seguimos até a casa de número 4. Era uma casa simples, tão simples que quase chegava a gritar “SOMOS TROUXAS” e pelo visto era o que os donos tinham orgulho de ser. Eu nunca tive preconceito com os trouxas, os adoro, mas essa família parecia ser uma exceção. Não sei se foram as histórias que ouvi ou se foi algo que disseram, talvez os dois, mas eles me irritavam profundamente, isso sem nem que eu os tenha conhecido.

Tocamos a capainha e esperamos. De longe ouviu-se a voz do Sr. Dursley, que parecia mais mal-humorado do que tudo. Este, quando abriu a porta, ficou nos encarando em um misto de surpresa e raiva.

— Boa-noite. O senhor deve ser o Sr. Dursley. Será que Harry não o preveniu que eu viria buscá-lo? – falou o diretor

Nessa hora, Harry desceu as escadas e ficou nos observando, mantendo uma distância segura de seu tio. O moreno parecia não acreditar que eu estava ali, ele me olhava surpreso, me pergunto se estava feliz em me ver. Tento ignora-lo, será melhor assim, mas uma parte de mim está louca para correr em sua direção e me jogar em seus braços.

— A julgar pelo seu ar aturdido e descrente, Harry não o avisou da nossa vinda – disse Dumbledore em tom amável. – Mas vamos presumir que o senhor tenha nos convidado, cordialmente, a entrar. Não é sensato demorar demais à soleira das portas nestes tempos perturbados.

O bruxo cruzou o portal com elegância e eu o segui, fechando a porta ao passar.

— Faz muito tempo desde a minha última visita – falou Dumbledore, olhando por cima dos óculos para o tio Válter. – Devo dizer que os seus agapantos estão bem floridos.

 Válter continuou calado. Alguma coisa em Dumbledore parecia ter-lhe roubado temporariamente o fôlego. Talvez fosse a sua inegável aparência bruxa ou o fato de que mesmo ele podia perceber que ali estava um homem muito difícil de intimidar.  Eu apenas continuo calada, segurando-me para não rir diante de tal cena. Chamo a atenção do diretor e aponto em direção a Harry com a cabeça.

— Ah, boa-noite, Harry – cumprimentou Dumbledore, erguendo a cabeça para olhá-lo através dos óculos com ar de satisfação. – Ótimo, ótimo.

Tais palavras pareceram despertar o trouxa.

— Não quero ser grosseiro... – começou ele, em um tom que ameaçava se tornar grosseiro a cada sílaba.

— ... contudo, a grosseria acidental ocorre com alarmante frequência – Dumbledore terminou a frase sério. – É melhor não dizer nada, meu caro. Ah, e esta deve ser Petúnia.

A porta da cozinha se abrira, revelando a tia de Harry, de luvas de borracha e um robe por cima da camisola. Seu rosto cavalar expressava apenas choque.

— Alvo Dumbledore – informou o bruxo, já que o tio Válter não o apresentara. – Temos nos correspondido, é claro. – chegava a ser o cômico o jeito que o diretor estava agindo, ele parecia familiarizado com todos. – E esse deve ser o seu filho Duda, não?

Naquele instante, Duda espiara à porta da sala de estar. Sua cabeça grande e loura, emergindo da gola listrada do pijama, parecia estranhamente separada do corpo, a boca aberta de espanto e medo. Dumbledore esperou um momento, aparentemente para ver se os Dursley iam dizer alguma coisa, mas, como o silêncio se prolongasse, ele sorriu.

— Posso presumir que os senhores tenham nos convidado a sentar em sua sala de estar?

Duda afastou-se depressa do caminho quando Dumbledore passou. Harry, segurando o telescópio e os tênis, acompanhou Dumbledore e eu o segui (sempre calada e olhando para o nada), o diretor se acomodou na poltrona mais próxima da lareira e se deteve a reconhecer o ambiente com uma expressão de educado interesse. Parecia extraordinariamente deslocado.

— Não vamos embora, professor? – perguntou Harry ansioso.

— Certamente, mas primeiro há umas questões que precisamos discutir. E preferia não fazer isto ao ar livre. Por isso, vamos abusar da hospitalidade dos seus tios por mais uns minutinhos.

— Certamente iremos! – falo sorrindo para o diretor e me sentando em uma das poltronas da sala.

Válter Dursley entrara na sala, Petúnia ao seu lado e Duda, mal-humorado, atrás deles.

— É – disse Dumbledore com simplicidade. – Abusaremos.

E sacou a varinha com tanta rapidez que mal cheguei a vê-la; a um gesto displicente, o sofá arremessou-se para a frente, atingiu os joelhos dos Dursley e os fez perder o equilíbrio e desmontar nele. A um segundo gesto com a varinha, o sofá voltou rapidamente à posição inicial.

— E é melhor fazermos isso com conforto – disse o bruxo cordialmente.

O único lugar se sobrara foi a poltrona em que estou, então, para a infelicidade do moreno, tivemos que dividir a poltrona. O garoto, por incrível que pareça, não teve receio em se sentar ao meu lado, ainda me mandou um sorriso quando o fez.

— Presumi que fossem me oferecer uma bebida – disse Dumbledore a Válter –, mas, pelo visto, tanto otimismo seria tolice.

Um terceiro gesto com a varinha fez aparecer no ar uma garrafa empoeirada e cinco copos.

A garrafa se inclinou e serviu uma generosa dose de um líquido cor de mel em cada copo, que, então, flutuou até cada uma das pessoas na sala.

— É o melhor hidromel envelhecido em barris de carvalho por Madame Rosmerta – explico pegando um copo e bebendo o liquido, amo hidromel.

Os Dursley, depois de trocarem olhares rápidos e apavorados, tentaram fingir que não viam seus copos, o que era difícil porque eles davam pancadinhas em suas cabeças. Assim como o diretor, eu estava me divertido com a situação. Três trouxas que desprezam o mundo bruxo, estão assustados com simples magicas, chega a ser cômico.

— Bom, Harry – disse o diretor dirigindo-se ao moreno –, surgiu uma dificuldade que espero que você possa resolver para nós. Por nós, eu me refiro à Ordem da Fênix. Antes de mais nada, porém, preciso lhe dizer que encontraram o testamento de Sirius há uma semana, e ele deixou todos os seus bens para você.

— Geralmente é um testamento bem simples – eu explico – O ouro será dividido entre nós dois e Malia, também divididos os bens pessoais, mas o complicado mesmo é o...

— O padrinho dele morreu? – pergunta Válter me interrompendo – Morreu? O padrinho dele?

— Morreu – afirmo, indignada pela interrupção – Agora se me permite continuar – falo a morça com cara de gente – Sirius também lhe deixou o Largo Grimmauld

— Mas a casa pertence a você e a Malia – exclama o garoto – Vocês são as verdadeiras herdeiras

— Malia já tinha deixado bem claro que não queria nada com a casa – explica o diretor – Mesmo antes da morte do pai e Charlote concordou em ficar com metade da casa, então a outra metade é sua por direito.

Harry e Dumbledore continuaram conversando, mas só fiquei observando. Tratar desse assunto me machucava, eu sinto que não mereço herdar nada. Eu não sei se é o que o meu pai gostaria que acontecesse ou se essa era realmente a vontade de Sirius, tudo o que eu sei é que, desde os acontecimentos no ministério, há um buraco em meu coração. Tudo o que consigo pensar é que uma guerra está se aproximando e muitas pessoas irão morre, e eu ouvirei cada morte e saberei cada nome, tenho medo de enlouquecer.

Sou tirada dos meus pensamentos por um grito:

— Que diabo é isso?

— ... o Monstro – apresentou Dumbledore.

— Monstro não quer, Monstro não quer. Monstro não quer – grasnou o elfo doméstico, berrando quase tão alto quanto Válter, batendo no chão os pés nodosos e puxando as orelhas. – Monstro é da senhorita Belatriz, ah, sim, Monstro é dos Black. Monstro quer sua nova dona, Monstro não quer o pirralho Potter, Monstro não quer, não quer, não quer...

— Como você está vendo, Harry – disse Dumbledore alteando a voz acima dos grasnidos ininterruptos do Monstro de “não quer, não quer, não quer” –, Monstro está demonstrando uma certa relutância em passar às suas mãos.

— Ele pertence a Malia ou a Charlote – diz o garoto olhando para o elfo com nojo – Eu não o quero

— Monstro não nos obedece – digo olhando para o pobre elfo – Você prefere que ele fique com Belatiz? Mesmo ele tendo convivido com a Ordem? Você sabe as coisas que ele pode revelar a ela?

O garoto para pôr um momento, como se analisasse a situação. Eu o entendo, Monstro nos traiu e, de certa forma, Sirius está morto por sua causa. A ideia de tomar conta do elfo podia ser perturbadora, mas ainda era melhor do que deixa-lo para Belatriz.

— Só dê-lhe uma ordem – peço – Apenas isso. Se ele for seu terá que lhe obedecer, caso o contrário teremos que achar um jeito de mantê-lo longe de sua dona.

— Não quer, não quer, não quer, NÃO QUER!

Monstro agora urrava.

— Monstro, cala a boca! – disse Harry

Por um instante pareceu que o Monstro fosse engasgar. Levou as mãos à garganta, a boca ainda mexendo furiosamente, os olhos saltando das órbitas. Passados alguns segundos de engolidas em seco, ele se atirou de cara no tapete e bateu no chão com as mãos e os pés, entregando-se a um violento, mas silencioso, acesso de raiva.

— Bem, isto simplifica a questão – disse Dumbledore animado. – Parece que Sirius sabia o que estava fazendo. Você e Charlote são os legítimos proprietários da casa número doze no largo Grimmauld e você é o mais novo mestre de Monstro.

— Será que tenho de... de ficar com ele? – perguntou Harry, horrorizado, enquanto Monstro continuava a se debater a seus pés.

— Não, se não quiser – disse Dumbledore. – Se aceita uma sugestão, você poderia mandá-lo trabalhar na cozinha de Hogwarts. Desta maneira, os outros elfos domésticos poderiam vigiá-lo.

— É – exclamou Harry aliviado –, é o que vou fazer. Ãa... Monstro... quero que vá para as cozinhas de Hogwarts trabalhar com os outros elfos.

Monstro, que agora estava com as costas achatadas contra o chão, e os pés e as pernas no ar, lançou a Harry, de baixo para cima, um olhar do mais profundo desprezo e, com outro forte estalo, desapareceu.

— Bom – disse Dumbledore. – Temos também o problema do hipogrifo. Hagrid tem cuidado dele desde que Sirius morreu, mas o Bicuço agora é seu, por isso, se preferir tomar outras providências...

— Não – respondeu Harry imediatamente –, ele pode continuar com Hagrid. Bicuço gostaria mais assim.

— Hagrid vai adorar – disse Dumbledore sorrindo. – Ficou contente de rever Bicuço. Por falar nisso, para garantir a segurança dele, decidimos, por ora, rebatizá-lo de Asafugaz, embora eu duvide que o Ministério possa concluir que é o mesmo hipogrifo condenado à morte. Agora, Harry, suas malas estão prontas?

— Ããã...

— Duvidou que eu apareceria? – insinuou Dumbledore astutamente.

— Num minuto... eh... eu termino – apressou-se Harry a dizer, catando o telescópio e os tênis que tinham caído.

— Charlote irá ajuda-lo – fala

— Vou? – pergunto surpresa. Ele realmente quer que eu vá? O diretor apenas me olha sério – Claro que eu vou – resmungo, seguindo o garoto.

Entrei no quarto do moreno, que estava uma bagunça, e, com um simples aceno de varinha, suas coisas estavam no malão. Não trocamos nenhuma palavra, não havia o que dizer, ele tinha deixado isso bem claro quando terminou comigo. Eu não irei correr atrás dele, nem me jogar aos seus pés implorando o seu perdão. Admito que errei, mas não fui a única. Desci rapidamente as escadas, vendo que o moreno iria falar algo, e voltei para sala onde se encontrava o diretor e os Dursley. Um silêncio desconfortável pairava sobre o lugar.

— Estamos pronto para partir – aviso

— Bom – disse Dumbledore. – Uma última coisa, então. – E se virou para falar com os

Dursley. – Como os senhores sem dúvida sabem, dentro de um ano Harry atinge a maioridade...

— Não – interrompeu-o Petúnia, falando pela primeira vez desde a chegada de Dumbledore.

— Perdão? – disse o bruxo, educadamente.

— Não. Ele é um mês mais novo que o Duda, e meu filho só vai fazer dezoito anos daqui a dois anos.

— Ah! – exclamou Dumbledore cordialmente –, mas, no mundo dos bruxos, atingimos a maioridade aos dezessete.

Válter resmungou “que absurdo”, mas Dumbledore não lhe deu atenção.

— Então, como os senhores sabem, o bruxo chamado Lorde Voldemort voltou ao país. Atualmente a nossa comunidade está em guerra declarada. Harry, a quem Lorde Voldemort já tentou matar em várias ocasiões, está passando por um perigo muito maior do que no dia em que o deixei à sua porta, há quinze anos, com uma carta explicando que seus pais tinham sido assassinados e manifestando a esperança de que os senhores cuidassem dele como se fosse um filho.

Dumbledore fez uma pausa, e, embora sua voz continuasse leve e calma, e não deixasse transparecer sua raiva, dava para notar a frieza em sua voz. Os Dursley se aconchegaram uns aos outros quase imperceptivelmente.

— Os senhores não fizeram o que pedi. Nunca trataram Harry como um filho. Nas suas mãos, ele só conheceu o descaso e muitas vezes a crueldade. O máximo que se pode dizer a seu favor é que ele escapou do enorme dano que os senhores causaram a esse pobre menino sentado entre os dois.

Válter e Petúnia se viraram instintivamente, como se esperassem ver mais alguém além de Duda espremido entre eles.

— Nós... tratamos mal o Dudoca? Que conversa...? – começou a morsa, furioso, mas Dumbledore ergueu um dedo mandando-o silenciar, e o silêncio sobreveio como se o bruxo o tivesse emudecido.

— A mágica que invoquei há quinze anos significa que Harry contará com uma forte proteção enquanto puder considerar esta casa dele. Por mais infeliz que tenha sido aqui, por mais mal recebido, por mais destratado, os senhores lhe concederam pelo menos abrigo, ainda que de má vontade. A mágica cessará no momento em que Harry fizer dezessete anos; em outras palavras, no momento em que se tornar homem. Então só peço uma coisa: que os senhores deixem Harry voltar mais uma vez a esta casa, antes do seu aniversário de dezessete anos, o que garantirá que a proteção se manterá em vigor até aquela data.

Nenhum dos Dursley disse coisa alguma. Duda tinha a testa ligeiramente enrugada, como se ainda tentasse entender quando fora maltratado. Válter parecia ter alguma coisa entalada na garganta. Petúnia, no entanto, parecia estranhamente corada.

— Bem, Harry... está na hora de irmos andando – falou, por fim, Dumbledore, levantando-se e acertando a longa capa preta. – Até a próxima – disse aos Dursley, que, pelo jeito, pareciam desejar que a próxima não chegasse nunca. E, cumprimentando-os com um aceno do chapéu, saiu teatralmente da sala.

— Espero não os ver nunca mais – falo sorrindo e seguindo o diretor.

— Tchau – despediu-se Harry, apressado, nos acompanhando.

— Não queremos nos sobrecarregar com isso agora – disse, puxando mais uma vez a varinha. – Vou despachar está bagagem para A Toca. Mas gostaria que você levasse sua Capa da Invisibilidade... caso precise.

Dumbledore acenou com a varinha, e o malão, a gaiola e Edwiges desapareceram. Fez um novo aceno, e a porta da casa se abriu para a escuridão fresca e enevoada.

— E agora, Harry, vamos sair para a noite em busca dessa sedutora volúvel, a aventura.

Levantei o capuz de minha capa e me posicionei ao lado do diretor.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Não deixem de comentar!!!
Bjs!!!



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