The Wolf escrita por Nika Mikaelson


Capítulo 6
Pulgas e Vampiros


Notas iniciais do capítulo

Ola ola ola *-*
Obrigadaaaa pelos comentáriossss...
E lá vamos nós para mais um capítulos!
Me digam se estão gostando ♥



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Era a terceira vez em que eu recusava a chamada de telefone da mamãe. Já havia recusado as dezenas do papai, e ignorado as centenas de mensagens deles durante esses últimos dias.  Não que eu não quisesse nunca mais falar com eles, mas por enquanto, estava irritada o bastante para não querer ouvir a voz.

Tenho tanta coisa para dizer, que estou esperando a hora certa para atender o telefonema deles. Talvez, eles devessem aproveitar esse tempo para preparar todas as respostas, para as minhas perguntas. Que não são poucas.

O café da manhã estava sendo tranquilo, apenas eu, Vovó Swan, Seth, Sue e Bill á mesa. Jake havia saído cedo, e não teria dito aonde ia. Seth começou a supor que talvez tivesse fugido, levando um olhar de reprovação do pai.

— Alguém precisa se distrair. – Ele alegou em sua defesa.

Mas não adiantou muito, a cara do Billy ficou ranzinza o café da manhã inteiro.  Estava curiosa para saber aonde o Jake foi. Tão cedo, não passava das dez da manhã.

— Sabe Bella, lobos têm pulgas... – Seth começou, arrancando um sorrisinho da vovó. – Já compramos alguns remédios de pulgas para cachorro. Porém não funcionou. Elas devem ser mutantes.

— Seth. – Sue coçou a testa, segurando o riso.

— Só estou avisando, mãe. – Ele falou dando os ombros, de uma forma divertida. – Nunca me peça para caçar pulgas! – Sussurrou, mas todos ouviram.

— Basta! – Billy deu meia volta com a cadeira. – Esse garoto não muda.

Todos da mesa riram.

— Pode deixar. – Falei, olhando para o Bill. – Pego as suas se quiser, Billy.

Pude ouvir sua risada, e ele sussurrar: Igual ao pai.

Um barulho na porta faz com que todos nós, olhássemos. Eram três garotos, que pareciam ter cruzado a linha de chegada, de alguma competição de corrida. Eles riam e empurravam uns aos outros. Um deles era o Jacob. Meu coração saltou contente, e eu tentei conter o meu sorriso. Ele sustentou o olhar ao meu, antes de olhar para a Sue.

Os três estavam sem camisa, e com o mesmo físico definido.  Reconheci um deles, que transferiu o olhar pra mim, diferente daquele dia na floresta, seus olhos brilhavam em uma simpatia fora do normal. Olhei para o Jacob, que arrumava o cabelo – ou bagunçava.

— Sentem-se meninos, vou dar alguma coisa para vocês comerem. – Sue levantou-se, indo direto para o fogão.

Os três se sentaram como meninos, ainda rindo e contando piadas internas.

— E ai pivete. – Um que eu nunca havia visto, falou se referindo ao Seth. – Seus ossos já colaram? O vampirão te deu um abraço, fiquei sabendo  – Debochou.

— Ah, sim. – Seth sorriu irônico. – Só seu cérebro que ainda não. Dizem que demora mesmo.

Vovó Swan caiu na gargalhada. E o garoto mais velho, pareceu não ter gostado da piada, depositando um tabefe leve na nuca do Seth, que sorriu terminando as suas panquecas.

— Bella. – Sue voltou, com mais três pratos. – Esse é o Embry Call. – Colocou o prato a frente do que fazia as piadas.

— E ai, Bella. – Cumprimentou com uma piscadela.

— Esse é o Paul Lahote.  – O da floresta. Que mesmo com o rosto mais simpático, ainda causava arrepios de medo.

Ele fez uma breve reverencia com a cabeça e pegou os seus talheres.

Todos eles tinham traços indígenas. Mesma cor de pele, bronzeada. Os mesmos cabelos negros e lisos. Jacob prestava atenção na minha feição, enquanto mastigava sua panqueca, os outros dois pareciam estar sem comida há séculos.

Seus olhos negros procuravam alguma coisa na minha alma, de tão profundos que eram. Olhava os meus lábios, meus olhos, meus cabelos e toda a extremidade do meu rosto. Olhou meus dedos, que batiam na mesa, devido a aquela sensação de estar pegando fogo que eu tinha toda vez que ele estava por perto.

— Temos visita, Sue. – Vovó Swan falou sem aquele tom brincalhão o que me fez ficar preocupada.

Jacob levantou-se prontamente vindo ao meu lado, e segurando o meu pulso com força. Seth, Paul e Embry pararam na porta, em uma posição de ataque.

— É um deles. – Embry avisou.

A mão quente do Jake apertava meu pulso, o bastante para deixar uma marca depois que estivesse solto. Meu coração palpitou forte, já imaginando todos naquela cozinha sendo atacados.

— Eu sinto o cheiro nojento deles. Tem mais um.  – Paul falou com desgosto.

— Os dois, vão! – Jacob ordenou.

Mas antes que eles saíssem, Sue ombro no pulso dos dois.

— É a Alice. – Avisou, mas ainda nem um, dos lobos estavam confiantes. – E o Emmett.

— Já falei que não quero essa raça. Não confio nela. – Jacob soltou meu pulso, e pude notar que com o canto dos olhos, verificou como ele estava. Vermelho, e com a marca dos seus dedos, como o previsto. Ele faz uma careta de culpa, e caminha até a porta.

Os quatro fizeram um tipo de base no batente da porta, e em questão de segundos pude ver uma garota caminhando até a casa. Ao lado dela, um homem alto e com ossos largos, provavelmente daria dois do Jacob. Aparentava ter no mínimo dois metros, já a garota, não passava do 1,63.

Entre as árvores, conseguia ver algumas sombras grandes, e a floresta parecia estar muito movimentada. Alguns uivados fizeram minha pele arrepiar-se. Eram lobos, ali poderia ter mais lobos do que eu imaginava.

Ela foi aproximando-se com o homem, e já poderia notar a pele branca e pálida dos dois. Ela, magricela com os cabelos curtos rebelde, onde as pontas arrepiavam-se para fora. E ele um armário, com os cabelos naturalmente arrepiados. Alice carregava um sorriso simpático nos lábios, já Emmett, parecia não ter tomado café da manhã, seus olhos estavam fixamente em mim, suas sobrancelhas grossas franzidas com um ar de ameaça.

— Meninos, por favor. – Sue sussurrou suplicando. – Parem.

Alice chegou á porta, e deu um sorriso amigável. Seus olhos percorreram por todos eles, por Sue, pela vovó até chegar ao meu e seu sorriso esticou-se.

— Você é tão bonita quanto a minha visão. – Sua voz era fina, muito fina.

— O que querem? – Embry deu um passo á frente, porém Emmett deu dois, ficando frente á frente com o garoto, que perto dele tornava-se pequeno. Mas não parecia intimida-lo.

— Emmett, querido. – Alice o puxou delicadamente. – Não somos inimigos. Não é, garotos? – Certificou-se, como uma professora pergunta aos seus alunos se eles entenderam a matéria.

— Eles não vão fazer nada... – Billy entrou na cozinha, parando ao meu lado.

— Se vocês manter os dentes fora dos pescoços das pessoas. – Retrucou Jacob irritado.

Aquilo tudo era novo pra mim. Muito novo, o suficiente para me deixar assustada e confusa. Nunca imaginaria que existiam lobos e vampiros, e jamais em hipótese alguma, os imaginaria a minha frente, decidindo se são ou não aliados.

Alice era tão bonita, mesmo que fosse pálida e com as bochechas um pouco chupadas. Tinha os olhos da cor caramelo diferente do que eu já havia encontrado, o que pude notar no Emmett também, que não tirava a atenção dos quatros lobos ao seu lado.

— E então, o que houve? – Sue perguntou a Alice, que tirou os olhos de mim e olhou pra ela.

— Eles vão vir. Vão esperar a Lua cheia passar. Na minha visão pude ver Edward matando-a. – Indicou a cabeça para o meu lado.

— O-o quê? – Falei, dando um passo a frente.

Billy segurou a minha mão tremula, e apertou levemente.

— Ninguém irá machuca-la, Bella. – Garantiu.

— Não mesmo. – Jacob engrossou a voz. – Eles estão em desvantagem, e pra mim, você é a informante. Veio ver se ela está com a maldição ativada não é? – Perguntou ríspido.

— Não. – Alice respondeu simplesmente. – Mas deveria estar. Carlisle é incansável. Edward com o seu poder em ler mentes, irá descobrir rapidamente que ela não é um lobo, ainda, o que vai facilitar. Rosalie – Deu uma pausa, olhando para o irmão, que ainda olhava os meninos. Seus olhos cintilaram, mas Alice continuou. – Ela é a melhor caçadora que já conheci. Jasper e Esme são as criaturas mais violentas que vocês podem conhecer. Eles não se importam se a maldição está ativada ou não, eles simplesmente não a querem aqui. 

— Nós também somos violentos, pálida. – Paul rosnou e Emmett ameaçou ir pra cima dele.

— Sue. Ela corre perigo. Muito perigo. Todos vocês.

— Meu Deus. – Sussurrei inconformada.

Até semana passada, eu era uma garota normal que sonhava em cursar medicina. Que morava com os pais, com vidas normais, e tinha amigos, com vidas normais. Agora, vivo em uma floresta, sou descendente de um lobo e vampiros estavam querendo minha cabeça.

Se isso tinha algum jeito de ficar pior, eu não gostaria de saber. Mas se sentir vulnerável não era uma das coisas mais bonitas. Era horrível, saber que, até a Vovó Swan era mais forte. Que todos eles, poderiam defender a si mesmo.

— Ninguém vai encostar as presas na minha neta, Billy Black. – Vovó falou séria.

— Eu garanto que não, Vovó Swan. – Jacob garantiu com a voz firme.

— Precisamos ir. – Alice segurou no braço do irmão. – Boa sorte, Isabella. – Desejou, saindo com o irmão. E como um vulto, os dois sumiram.

A cozinha ficou silenciosa, eu ainda permanecia parada e todos começaram a se entreolharem. Olhei para os meus pés, e senti meus olhos arderem e minha vista embaçar.

Eu não quero morrer.

Não cresci aqui, não sou como eles e não faço ideia em como ser.  È como um daqueles pesadelos, em que você sabe que está sonhando, mas não consegue acordar. Um homem a persegue armado, ameaçando mata-la a todo instante, e as saídas começam a se fechar. Você sabe que é um sonho, descontroladamente começa a gritar e desejar acordar, mas não acorda. E então, você começa a desejar que aquilo seja um sonho.

— Bella. – Duas mãos seguraram as minhas, e o sussurro do Jake fez com que uma lágrima escorresse. – Ninguém vai te machucar.

— É Bella. – Ouço Seth. – Estamos aqui por você.

Mas, se eles estavam sacrificando suas próprias vidas para me proteger, que tipo de pessoa eu seria se não fosse fiel a minha matilha? Não era hora para fraquejar e nem desejar acordar desse pesadelo. Talvez fosse a hora para voltar, ficar frente a frente com o cara armado e gritar mais alto do que ele: Não vou fugir de você.

— Sim. – Levantei a cabeça, e olhei pra eles que pareciam esperar respostas. - Compre o remédio para pulgas Seth, hoje é um grande dia.

— Jacob. – Billy falou. – Leve-a para o local de transformação, e passe a noite com ela. Paul e Embry vão até o hospital da cidade e quero alguém ao leito da morte. Sue leve a Vovó Swan para os nossos amigos em outra reserva.

—  Meus meninos. – Vovó falou. – Cuidem da minha neta.

— Vai Jake! – Billy rangeu os dentes. – Não temos tempo. Vai!

Jacob corria na minha frente e eu tentava acompanha-lo na corrida. O dia estava escuro, com as nuvens negras tampando qualquer luz que pudesse iluminar Forks. O vento soprava forte e gelado, com algumas gotículas de chuva que mais pareciam neve.

Depois de alguns minutos correndo, pude ver uma casinha de cimento velha entre algumas árvores, quase passando despercebida. Era pequena, parecia ter apenas um cômodo já que tinha só uma janela, onde tinha grades e uma porta. Fui parando os passos, quando nas árvores comecei a notar marca de garras da grossura da palma da minha mão. Algumas árvores estavam estraçalhadas e a grama completamente amassada, com barro por todo lado e alguns buracos.

— Isabella. – Jacob parou na porta, e virou pra mim. – Não fique assustada com o que vai ver ai dentro. Todos nós já passamos por isso, e eu vou estar aqui com você. Quando nos transformamos a primeira vez, não temos controle da situação. Não reconhecemos nem o nosso melhor amigo. Então, fizemos isso, para que não houvesse mais acidentes. Depois da primeira noite, as coisas começam a melhorar. – Deu uma pausa, e um longo suspiro. – Posso?

— Claro. – Balancei os ombros. Iria fazer o que?

A porta rangeu, quando ele a empurrou, depois dela, ele também abriu um portão de ferro, com grades. E o que eu vi, foi assustador.

Correntes presas a paredes e no chão. Marcas de sangue por todo lados. Cheirava a cachorro molhado e as garras também estavam lá dentro.  Engulo seco, tentando controlar a minha respiração e sentindo meu coração bater contra o peito assustado.

Passei pelo Jacob, e vi mais correntes. Algumas haviam sido quebradas, pelas varias marcas de reboco. Olhei para o chão, e vi a marca de uma pata que daria cinco pés do meu.

— Em que diabos eu vou me transformar? – Sussurrei, perguntando a mim mesma.

Meu celular tocou, e ainda em choque o peguei no meu bolso vendo que no visor, era o meu pai.

— Talvez, essa seja a hora de atende-los. - Ele aconselhou.


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