O Mundo que Você não Vê escrita por Carolambola


Capítulo 3
3


Notas iniciais do capítulo

Oii! Já temos acompanhantes! Vocês não sabem como me deixa feliz ver um numerozinho só no acompanhamento. Gente, eu tentei colocar nomes antigos e alemães de verdade, mas já tô me arrependendo, eu não consigo lembrar! Bj bj ♡



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Já se passou uma semana desde que eu me mudei para a Mansão. Joseph e Arthur me ajudaram a forjar um programa de intercâmbio na Austrália, para usarmos como desculpa para o meu sumisso. Pelo menos assim eu podia falar com eles por vídeo.

Eu já conhecia quase todo mundo àquela altura, menos uma pessoa que vinha me deixando bastante curiosa. Eu perambulava pela casa o dia inteiro, mas nunca vira Lilith. Ela era bastante mencionada, mas nunca parecia estar em lugar algum.

Enquanto isso, fiquei sabendo mais sobre a vida dos habitantes da Mansão. 

Arthur estava desesperado porque não se alimentara por sessenta e oito anos. Ele tinha resolvido dissecar por cem anos inteiros, para fazer uma coisa tipo "máquina do tempo". Quem sou eu para julgar? Eu faria o mesmo.

Descobri também que Joseph o havia criado para ser seu companheiro. Ele já tinha criado Hadrian, mas este estava focado em achar um motivo para a vida.

Hadrian e Verena estavam caminhando pela Alemanha quando encontraram duas jovens morrendo de frio. Quando as julgaram mortas, beberam de seu sangue. Mas elas não estavam, e isso originou as irmãs. 

Lilith foi uma tentativa de Joseph de achar uma esposa, mas acabou se tornando uma irmã. Mas foi ela mesma quem pediu para ser transformada. 

Hadrian achou Verena e eles se apaixonaram. Os dois marcaram o dia em que ele transformaria ela.

Um dia, esbarrei com Joseph no corredor. Ele era muito simpático e eu queria muito conhecer melhor o vampiro.

— Ei, Joseph! Tem um minuto?

— Claro, Mandy. O que deseja?

— Posso te fazer uma pergunta?

— Vá em frente.

— Como você virou vampiro?

— Bem, querida, me acompanhe que eu lhe conto.

Começamos a caminhar na direção da biblioteca. Sentamos em um sofá, lado a lado, com ele virado para mim.

— Eu era um garoto normal. Morava com meus pais e Delilah, minha irmã mais nova. Morávamos em uma cabana em algum fim de mundo da Alemanha. Éramos felizes. Um dia, eu fui patinar no gelo sozinho. Na verdade, fui ver a menina que eu gostava, Abigail, e declarar meus sentimentos. Ela era muito mais velha do que eu, tinha mais de trinta anos, e me via como um garotinho. Fiquei triste quando ela me rejeitou. Por isso fui para o gelo. Adorava deslizar. Entretanto, não chequei a espessura antes de subir. Resulatado, caí no gelo fino. Achei que ia morrer. Mas então uma fada apareceu. Ela disse que tinha cometido um erro e que precisava que eu a ajudasse. "Você quer viver para sempre?" Ela perguntou. Respondi que sim. Então acordei na floresta, ela do meu lado. Ela me explicou tudo e sou assim até hoje. O que achou?

— Eu acho...- fiz um suspense para deixar ele intrigado - ... que você é o Jack Frost!

Ele riu. Alta e sinceramente. Eu adorei aquela risada e ri junto.

— Joseph, quantos anos você tem? Ou tinha, não sei.

— Eu tinha dezoito anos quando aconteceu. E quantos anos você tem?

—  Dezessete.

Nossa conversa não se encerrou por ali. Foi muito além, e conversávamos quase todos os dias, e o mesmo acontecia com Arthur. 

Um belo dia, estava caminhando pelos corredores quando um menino passou  com um copo de água. Me perguntei o que ele faria com aquilo, afinal ninguém ali bebia água. Deduzi que era para as plantas. De repente, o menino tropeça. Eu observo enquanto a água voa do copo na minha direção. Estendo o braço e fecho os olhos, esperando sentir o líquido no meu rosto, mas nada acontece. Devagar, abro os olhos.

A água está parada, pausada na minha frente. Abaixo a mão ainda no meu rosto. Quando o faço, o líquido cai no chão.

— Uau. Joseph tem que saber disso. 

Uma mulher de uns vinte anos, com a pele branca como a neve e os cabelos e olhos negros como a noite estava parada atrás de mim. Ela agarra meu braço e começa a me puxar, de modo grosseiro.

— Ei, ou, para um pouco. Quem é você?

Ela não para, mas reduz a velocidade.

— Ah, sim. Não fomos apresentadas. Me chamo Lilith.

Ok, então essa era a tal da Lilith. Novamente, tinha imaginado uma senhora carrancuda que se mostrava uma jovem com cara de modelo.

Chegamos à porta de Joseph. Lilith já foi entrando, me rebocando pelo pulso. 

— Joseph?! Joseph, seu bastardo, vem aqui! Vai gostar de ver isso! Joseph?

— Lilith, basta, Lilith! Estou aqui. O que poderia ser tão importante? - e, me notando, completou - Oh, Mandy! Olá, querida, como vai?

— Vou bem! E você?

— Ótimo. Lilith, diga, querida, o que foi?

— Amanda tem habilidades! Temos que treinar. 

— Habilidades? 

— Ela parou a água. 

— Pois bem. Aqui temos um copo de água. Mandy, querida, mova a água.

Eu tentei. Juro, mas não rolou.

— Foi mal, mas eu não consigo.

— É porque não se aprende assim, Amanda. Joseph, dê dois passos para trás.

— Lilith...

— Deixa comigo, Joseph.

Joseph dá dois passos para trás, preocupado. Lilith então agarra o copo e joga o conteúdo em mim.

É assim que eu consigo. A água fica parada na minha frente, cristalina, boiando no ar. Quando baixo a mão, a água vai pro chão.

— Fascinante.

— Falei que funcionaria!

Fico feliz por ter alguma habilidade 

Alguns meses se passam e eu ainda estou aprendendo a lidar com as habilidades. Aliás, eu mexia com todos os elementos e podia fazer um negócio Jedi de fazer as coisas fluruarem e virem até mim. 

Minha cabeça estava confusa. Eu estava começando a achar que eu talvez tivesse algum sentimento por Joseph. Nossas conversas diárias se tornaram mais longas ainda, durando até duas noites. O lado bom dos vampiros é que eles sabem conversar e não  enjoam da pessoa quando o papo rende. E ele acompanhava todas as minhas seções de treinamento, de camarote. 

Lilith era minha rígida treinadora. Mas eu estava muito melhor. Minha nova tarefa era o que ela chamava de "Conclusão de Curso". Eu deveria parar uma bala no ar. Fazia semanas que tentávamos, mas nada. 

Um dia, ela chegou com o que chamava de terapia do medo. Ela atuaria em mim com balas de madeira. Madeira doía muito e era o fim da minha linha se ela acertasse meu coração.

Eu tinha certeza que conseguiria parar a bala. 

— Pronta? Lá vamos nós - grita Lilith. Eu me concentro e espero.- um, dois, três.

A bala é disparada e eu tento com toda a minha força parar antes de ela acertar minha canela. Não acontece. 

— Próxima. UM, DOIS, TRÊS.

Outra bala, no meu braço. Seguida de outra, na barriga.

— Essa vai doer. 

Ela está com a arma apontada para a minha cabeça quando ouço a voz de Joseph.

— Lilith! Pare com essa palhaçada!

— Oh, Joseph, defendendo sua pobre donzela! Ela vai conseguir segurar a bala,  meu bem. Quer ver? 

Então ouço o som do gatilho.

Em uma fração de segundo, Joseph está na minha frente. A bala bateria em seu coração, com certeza. Ele iria morrer, e nem no máximo da minha velocidade eu chegaria na sua frente a tempo.

Então eu grito NÃO bem demoradamente e corro. O empurro para o lado e caio em cima dele, nosso rostos colados. 

Grudo meus olhos nos dele. Ele sorri para mim, e é tipo ceninha de filme. Mas sem beijo, porque o clima é interrompido por Lilith, eufórica. Eu parei a bala, afinal. Ele não teria morrido de qualquer jeito.

Agora, eu já dominava as coisas! Os quatro elementos foram fáceis, só o lance Jedi e a bala que implicaram minha vida, mas eu consegui.

Lilith sumiu e Joseph e eu ficamos na sala de treinamento individual conversando. A bala ainda estava suspensa no ar, então a fiz dar várias voltas pelo ambiente circular. Nos sentamos sobre um pneu, lado a lado. Continuamos conversando e girando a bala. Lembrei que ainda tinha três balas de madeira ardendo como o inferno no meu corpo. Isso acontecia quando eu estava com ele. A dor parecia sumir.

Mas foi só pensar nas balas que doeu de novo.

Enojada, tive que cavar minha perna para puxar a bala dali. Logo que a tiro, a pele começa a cicatrizar. Faço o mesmo procedimento com a da barriga, mas Joseph tem que me ajudar com a do braço. Quando ele a tira, está perto do meu pescoço. Do nada, pinta o maior clima. Ele joga a bala ensanguentada para trás e beija o lugar do machucado, agora praticamente ileso. Me viro para ele e puxo sua boca para a minha. Daí sim vira cena de filme, aqueles beijos lindos e perfeitos. Nos beijamos por uns cinco minutos quando alguém cujo cheiro eu desconhecia entra na sala. Assustada por não reconhecer o vampiro, mando as quatro balas para cima do sujeito, as deixando suspensas a centímetros da pele dele. Percebo que Joseph sorri com o ato.

— Calma, Mandy.- diz, rindo.- O que há, Derek? 

— Senhor, a Madame Agnes veio lhe ver.

Joseph fica tenso, e eu fico sem entender nada. Tanto ele quanto Derek parecem nervosos. 

— Mandy, venha. Hora de conhecer alguém.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Comentem! Bj bj♡



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