Ainda sentia o toque suave dos lábios de Kristoff nos seus. Chegando ao seu quarto caiu pesada sobre o leito e refletiu sobre tudo o que se tinha passado.
Mais uma vez lhe passava pela cabeça o rosto de Hans e todo o mal que ele lhe havia feito. E por outro lado vivia outra vez o beijo com Kristoff.
Sim, sem dúvidas que Anna amava Kristoff, mas algo que talvez se possa chamar de orgulho ferido não a deixava esquecer Hans e todos os malditos anos que vivera com ele.
Sentia que se devia entregar puramente a Kristoff, e isso pairava sobre a sua cabeça, o que não a deixou dormir essa noite. No dia seguinte muitos acontecimentos a esperavam mas ela talvez não estivesse preparada para os superar a todos!
O dia havia nascido límpido e o sol raiava. Sentada em frente do espelho Anna penteava os seus lindos e compridos cabelos ruivos, até que ouviu alguém bater à porta.
—Pode entrar!- exclamou Anna olhando para a porta através do espelho. Então viu a sua tão querida irmã Elsa que correu para ela abraçando-a fortemente.
— Anna minha querida! Como estás bonita! Ontem não te vi o dia todo!- dizia Elsa com um sorriso impossível de descrever.
— Obrigada!- agradeceu Anna com um sorriso nos lábios que rapidamente se desmoronou- De facto andei um pouco desaparecida ontem… tive uns assuntos que me deixaram um pouco para baixo.- Disse Anna proferindo as últimas palavras quase num sussurro.
— Mas o que se passou minha querida irmã! Espero que não seja mais uma vez por causa do teu “antigo” marido.- Exclamou Elsa com um ar de desaprovação.
— Em parte foi, mas deixa eu vou contar-te tudo! Foi assim, à tarde comecei a pensar que Hans podia estar naquele mesmo momento na cama com aquela nojenta da sua amante, e isso mais uma vez abriu a ferida que Hans me fez.
Depois comecei a pensar no homem incrível que o Kristoff é e tive uma tremenda vontade de desabafar com Kristoff. Não que não o quisesse fazer contigo, nada disso só achei que tu tinhas de descansar e eu não queria incomodar.
Combinei então encontrar-me com ele no Lago Azul, começamos a falar e foi então que ele disse que me amava que estava ali para o que eu precisasse e depois beijou-me! Eu fiquei sem reação mas afastei-me e disse que também sentia algo muito forte por ele mas que não estava preparada para um novo relacionamento. Ele compreendeu e disse que esperava até eu me sentir pronta.
— Uau, nunca pensei que tu e o Kristoff…- exclamou Elsa estupefacta.
— Sim eu também não esperava que isto viesse a acontecer algum dia, mas aconteceu! E o que tu me dizes minha irmã.
— Bem, eu acho que tens de enfrentar a tua situação com Hans de uma vez por todas! Afinal ele trai-te, trata-te pessimamente mal, ainda te quer matar e tu deixas de ser feliz por causa dele? Não minha irmã! Kristoff ama-te e tu também o amas por isso eu acho que tu devias aceitar este amor de frente e dedicadamente.- Aconselhou Elsa revoltada por Anna estar a abdicar de um amor lindo por causa de um traste.
— Sim, Elsa tens razão acho que vou me entregar ao amor de Kristoff tal como me dizes, mas pouco a pouco porque passei muito e tenho medo que me vá entregar demasiado a uma pessoa e depois sou de novo traída.
— Anna tenho a certeza que Kristoff é diferente e sei que ele nunca te iria fazer mal. Afinal foi ele que nos salvou e nos deu tanto apoio. Posso não o conhecer lá muito bem, mas disto tenho a certeza absoluta.
— Sim ele é um bom homem, e tens razão para me entregar a esta relação preciso de ter plena confiança de que ele nunca me vai magoar.- Disse Anna já com um sorriso no rosto.
—Chiu, não faças barulho e vem à janela!- sussurrou Elsa gatinhando até à janela, e Anna fez o mesmo.
Olhando pela janela que dava para o portão principal da casa Anna e Elsa deparam-se com um homem careca vestido de guarda montado num cavalo branco dizendo para Gerda a dona da casa:
— Esta é uma carta para a Princesa Anna! Por favor não abra deixe para a própria abrir!
— Mas eu conheço este sujeito! É um dos amigos de Hans!- exclamou Anna estupefacta com o que via.
— Amigo? Deve ser mais um capanga dele! Mas como soube que tu estavas aqui? E o que quererá ele contigo?-perguntou Elsa assustada com a situação.
— Bem acho que aquela carta deve responder a todas essas perguntas!- afirmou Anna. Ficaram ali a olhar até que o homem se foi embora. Logo após disso desceram rapidamente as escadas e procuraram Gerda.
— Gerda acho que tens algo para mim?- perguntou Anna com um ar preocupado.
— Sim, uma carta que um guarda veio entregar! Meu Deus aquele homem tinha um ar assustador diria mesmo suspeito. Que quererá ele consigo minha querida ruivinha?- perguntou Gerda.
—Não sei doce Gerda, mas vou sabe-lo logo após abrir esta carta!- disse Anna subindo apressadamente as escadas em direção ao seu quarto seguida de Elsa.
Assim que chegaram ao quarto sentaram-se na cama e Anna abriu a carta enquanto Elsa olhava para ela preocupada, e com um pouco de medo do conteúdo que a aquela carta podia ter. Anna começou a ler a carta em voz alta para Elsa ouvir:
Minha querida Anna
Como já deves ter reparado nem tu nem a tua querida irmã me enganaram e eu consegui descobrir onde estás.
Presumo que tenhas cometido essa cobardia de fugires por teres descoberto o meu caso com Ingrid, mas Anna eu só o fiz porque nunca te amei, e precisava de alguém melhor que tu para certos assuntos que ela faz muito melhor que tu por sinal.
Estou a gastar a minha tinta e a minha pena a escrever para ti, porque quero ter o prazer de resolver este assunto de uma vez por todas no Baile de Máscaras que estou a organizar no palácio de Arendelle.
Espero que apareças junto com a tua irmã, porque se o contrário acontecer podes ter a certeza que quem vai sofrer é o lourinho com quem andas. Mas não só ele vai sofrer como tu também, tu e a tua irmã.
Não leves isto como uma ameaça mas sim como um aviso, que talvez vá dar ao mesmo ponto mas enfim.
Os meus calorosos beijos que tu adoras
Do teu querido marido Hans
Anna e Elsa entreolharam-se.
— Como é que ele ousa escrever-me, e dirigir-se a mim neste tom tão impertinente?!Desculpa Elsa mas eu não vou admitir!- exclamou Anna furiosa.
—Calma Anna! O que o Hans quer é tirar-te a pouca paz que ainda te resta! Mostra-lhe indiferença e assim conseguirás vencê-lo! Isso vai deixa-lo furioso!-aconselhou Elsa.
Anna ponderou no assunto.
— Tens razão não lhe vou dar esse prazer!
E o que iriam fazer as duas irmãs? Teram força suficiente para deter Hans? O amor de Anna e Kristoff fluirá?