Se Anna continuasse em Arendelle a sua vida correria perigo. Não só a sua mas também a de sua irmã Elsa.
Ela tinha que reagir! Em passos cautelosos Anna ia-se afastando da porta até chegar às escadas, que teve o cuidado de descer devagar. O final das escadas ia de novo dar acesso ao seu quarto.
Mas ao chegar ao quarto toda a sua raiva havia se tornado em tristeza.
 Olhava para cada recanto daquele mesmo quarto onde outrora tinha vivido experiencias inesquecíveis, e apenas conseguia pensar que os momentos felizes que tinha vivido com Hans não passavam apenas de puro cinismo da parte dele.
Como poderia ter sido enganada daquela maneira? Todas as qualidades que tinha visto em Hans agora já não existiam. Os seus olhos verdes sedutores, o cabelo sedoso e ruivo, a pele branca e sardenta e o magnífico corpo musculado de Hans agora não significavam nada para Anna.
Ainda se lembrava das noites de amor que tinham vivido juntos! Quando Hans a beijava na boca e sussurrava frases sedutoras e torno rosas aos seus ouvidos, era como se mais nada no mundo existisse…apenas eles os dois.
Por isso Anna deixava-se levar. Hans tirava cuidadosamente a roupa da sua companheira deixando-a completamente despida, e claro depois era a vez. Anna tocava os músculos do ruivo passando ao de leve com as unhas pelos seus peitorais deixando um pequeno rasto vermelho, deixando Hans completamente louco abraçando-a e beijando-a possuindo-a com muita paixão.
Tudo isto agora já não fazia sentido! A voz daquela mulher não lhe saia da cabeça. Anna sabia que ela também estava metida na falcatrua. Não era por coincidência que ela iria estará a incentivar mais Hans a matá-la! Mas para quê tanta maldade? Sempre tinha sido uma mulher presente. Qualquer problema que Hans tinha Anna esforçava-se por ajudar a resolver. Coisa que não podia dizer o mesmo de Hans! Sempre que ela tinha um problema o ruivo fazia não estar a perceber o assunto mudando logo a conversa.
Agora é que podia ver como tinha sido enganada. No início ainda não tinha dado por nada, mas depois Hans já não podia disfarçar mais, ignorava-a e tratava mal. Nessa altura já devia estar bastante envolvido com aquela mulher nojenta cm quem estava naquele exato momento.
Caída no chão a chorar lembrava-se de tudo isto. Mas tinha que reagir. O que iria fazer?
Visto que Elsa sua irmã era a Rainha de Arendelle e a sua vida também corria perigo tinha que avisar o mais rápido possível. O ideal era agora!
Levantou-se rapidamente do chão como se estes pensamentos lhe tivessem dado uma descarga de energia e correu para a porta de saída dos seus aposentos.
A correr pelos corredores do palácio as lagrimas ainda lhe rolavam pela cara. Avistou as grandes portas dos aposentos da Rainha. Ergueu a mão para bater à porta, mas deteve-se durante uns segundos. Seria realmente isto o que teria de fazer? Como não lhe ocorria outra ideia bateu à porta três vezes.
— Quem ousa incomodar-me a estas horas da noite?- pergunta Elsa ainda com uma voz um tanto ensonada.
— Sou eu Anna! É urgente!- exclama Anna sobressaltada.
—Entra!- diz Elsa. Com esta simples palavra Anna entra nos aposentos da irmã dirigindo-se para perto da cama onde Elsa se encontrava sentada.
— O que é que se passa?- pergunta Elsa agora assustada vendo a cara de Anna, que se encontrava ainda lavada em lágrimas.
— Elsa preciso te contar uma coisa e por favor não me perguntes mais nada. Tenho que ser rápida!- exclama Anna. E a partir destas palavras Anna contou todo episódio que havia decorrido há poucos minutos.
— Oh meu Deus! Como pode Hans fazer tudo isto no meu palácio no meu Reino?-pergunta Elsa agora também a chorar de raiva, pena da irmã e de medo por elas as duas.
— Não sei. Mas temos que agir rapidamente! Temos que preparar uma cilada de que ele nunca imagine que fomos capazes de fazer!
—Tens razão Anna! E para nossa segurança temos de fugir. Fugir para bem longe daqui!- exclama Elsa.- E tem que ser agora. Prepara umas mudas de roupas, leva umas malas com os documentos mais importantes, e vamos fugir para as montanhas do norte. Duvido que nos encontrem lá.
Podia parecer um ato de cobardia, mas era a maneira mais inteligente de armar uma cilada. Elsa poderia simplesmente banir Hans, mas isso não provaria que o ruivo planeava a morte das duas irmãs. E mais um pormenor que não podia passar despercebido. Anna não sabia quem era a amante de Hans, logo mesmo banindo Hans as vidas de Elsa e Anna correriam perigo visto que a mulher poderia cometer o crime com as suas próprias mãos.
Algo que era perfeitamente claro aos olhos das duas irmãs, era o facto de Hans apenas ter casado com Anna para ter poder ao trono!
                    ***                                         
O caminho para as montanhas do norte era muito ingreme, e o pior é que havia se formado uma enorme tempestade. Anna forçava o seu cavalo a correr mais depressa, o que agora se tornava quase impossível, visto que o vento, a chuva e trovoada aumentavam cada vez mais.
Elsa e Anna no fundo não sabiam bem para onde iam, apenas queriam chegar às montanhas do sul onde sabiam que seria difícil alguém as encontrar. Depois de percorrem grande parte do caminho tinham chegado ao desfiladeiro. Tinha começado a nevar e era muito perigoso continuar o caminho, mas elas tinham que se apressar por isso seguiram em frente.
O espaço entre o limite do desfiladeiro e a parede da montanha era mínimo! Os cavalos tentavam seguir o mais devagar possível, mas um dos cascos do cavalo de Anna escorregou!
— Elsa socorro! Vou cair!- gritava Anna.
— Anna tenta agarrar a minha mão!- exclamava Elsa esticando-se para a sua irmã poder alcançar-lhe a mão.
Anna segurou na mão de Elsa mas os seus pés saíram das selas! O seu cavalo caiu da montanha e Anna ficou apenas segura pela mão de Elsa.
— Elsa tenta-me puxar mais para cima!- gritava Anna desesperada. Elsa puxando com as duas mãos conseguiu puxar Anna mais para cima, dando oportunidade a esta de colocar os pés de novo no desfiladeiro, e dando um pulo colocando-se no cavalo de Elsa.
Tinha sido por pouco! Já tinham seguido o desfiladeiro até metade da montanha. Por isso é que o cavalo havia morrido.
O desfiladeiro dava acesso a um pequeno vale. E foi ai que pararam! A tempestade estava tão forte que o cavalo de Elsa só relinchava de tão assustado que estava.
A morrerem de frio, as duas irmãs caem do cavalo perdendo os sentidos.
O que lhes aconteceria agora? Iriam sobreviver? Existiria alguém naquele pequeno vale?