Girls Bite Back escrita por Rock Queen


Capítulo 1
Medicine


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Faz muito tempo que eu não posto nenhuma fic aqui no nyah (ou em qualquer lugar hahaha), então estou um pouco (muito) enferrujada. Aceito qualquer conselho que vocês tiverem!
Bom, algumas explicações sobre a história... Ela é uma história que vai girar em torno de algumas meninas Weasley: Molly II, Rose, Lily, Dominique e Roxanne. "Mas e a Victoire e a Lucy?". Bom, como a Victoire já está formada, vai ser mais difícil inserí-la na história, mas pode ter certeza que ela vai aparecer. E quanto a Lucy, no meu headcanon ela é bem mais nova que as meninas, mas ela também vai aparecer, mesmo que o foco seja nessas 5. E quanto aos meninos? Sim, eles também vão aparecer bastante! Mas o protagonismo é todo delas. ♥
Cada capítulo da história vai ter uma música (no título), e uma citação (de alguma mulher) no começo.
E a música de hoje é... Medicine, da banda Daughter.
Agora, sem mais delongas... Boa leitura!



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“That is all I want in life: for this pain to seem purposeful.”
― Elizabeth Wurtzel, Prozac Nation

Os Weasley já não eram mais os mesmos há muito tempo e todos sabiam disso. Depois de algum tempo, começou a ficar difícil demais manter todos unidos. Percy era sempre tão ocupado, a loja de travessuras crescia cada vez mais nas mãos de Ron e George, Ginny raramente estava em casa por conta do Quadribol, Harry absorvia cada vez mais a fama que a vida lhe dera... Naturalmente, o afastamento aconteceu e se refletiu nos mais jovens.

Albus e Rose, melhores amigos desde a infância, mal trocavam palavras (talvez tivesse algo a ver com Albus andar demais com o ex-namorado de Rose, Scorpius Malfoy). James e Fred, apesar de dividirem a casa, o ano, o dormitório e o time de Quadribol, não sabiam nada um sobre o outro. E isso nem era o pior. Louis havia se tornado o mais jovem traficante de drogas de Hogwarts, Molly havia cortado relações com a família muito antes do afastamento acontecer, e Lily havia caído no esquecimento após se envolver com Dylan Parkinson e se distanciar de todos pelo namorado.

Por todas essas razões, a movimentação entre os Weasley naquele dia revelava algo muito estranho. Albus conversando com Rose, Rose falando com Dominique, Dominique sussurrando algo para Roxanne, Roxanne escrevendo um bilhete para Molly…

— O que exatamente estamos fazendo aqui? — Dominique perguntou, diante da estranha reunião familiar no corredor vazio. Logo o toque de recolher começaria, e por mais que ela não se importasse com isso, preferia evitar detenções por um motivo tão ridículo quanto uma reunião de família.

— Eu vou direto ao ponto — Albus respondeu prontamente, olhando para suas primas.

Ali estavam apenas Rose, Dominique, Roxanne e surpreendentemente Molly. Hugo e Fred nunca foram conhecidos pela maturidade, então Potter preferiu deixá-los de lado. E Louis... Bem, a presença dele não ajudaria em nada, e considerando sua conduta atual, ele devia estar mais ocupado cuidando de seus próprios “negócios”

— Lily precisa de ajuda. Dylan terminou com ela e já faz duas semanas que ela não sai do quarto, não toma banho, não vai a aula. James e eu já tentamos de tudo. Ela não tem muitas amigas, vocês sabem, ela abandonou tudo por causa dele.

— E o que exatamente você quer que a gente faça? — Roxanne perguntou, antes de cruzar os braços.

Ela queria soar durona, mas sua voz tensa a entregava. Lily algum dia havia sido muito importante na vida de Roxy. E para alguém como a filha mais nova de George Weasley, hiper sensível e que tinha família como sua prioridade, aquele distanciamento entre os primos havia sido extremamente doloroso. Roxanne assistiu vagarosamente toda sua família se resumir a estranhos um para o outro, e só conseguira suportar isso por ter se desconectado de alguns sentimentos que a impediam de seguir em frente. E agora, a proposta de Albus exigia que ela se reconectasse com tudo isso e Roxanne não sabia se queria pagar esse preço.

— Roxanne, eu não viria até vocês se eu não estivesse desesperado. Vocês são meu último recurso — Albus enfatizou, sério demais. Ou pelo menos tão sério quanto sempre estava. “Continua um neurótico”, pensou Dominique — Só… Conversem com ela. Eu não sei, façam a mágica feminina de vocês. É um favor.

— Sabe, Albus, esse é o problema em você — Molly descolou-se da pilastra que se apoiava, saindo do silêncio.

Albus engoliu em seco, e a tensão entre os primos aumentou. A relação com Molly nunca fora fácil, e não era errado dizer que ela havia dado início ao afastamento entre os Weasley. A mais velha das meninas não conseguia suportar qualquer ligação entre ela e seu sobrenome, ou até mesmo a aparência física. Se dava ao trabalho de cobrir suas sardas com maquiagem todos os dias e desde que se entendia por gente pintava seus cabelos de castanho como os de sua mãe. E mesmo conhecendo apenas isso sobre sua prima, Albus sabia que o que quer que ela fosse dizer, não seria nada bom

— Essa sempre foi a única coisa que você soube fazer— Molly continuou. 

— Cuidar da minha irmã?

— Não. Pedir favores — Molly aproximou-se dele, passando por suas primas sem se dar ao trabalho de olhá-las — Você acha o que? Que depois de anos, você aparece aqui, pede um favorzinho e vamos fazer o serviço que você não tem capacidade? Quando foi que você ou seus irmãos levantaram um dedo pra ajudar alguma de nós?  

O tom de voz dela era calmo e estável, mas a expressão genuína de desprezo que ela dirigia a Albus faria o estômago de qualquer um revirar. Os olhos sutilmente marejados de Molly brilhavam na luz baixa do corredor e para disfarçar suas mãos que tremiam, ela cruzou os braços.

— Nós não somos amigos. Nunca fomos. Muito menos família, eu não colocaria minha mão no fogo por nenhum de vocês. Na verdade, se fosse possível, eu colocaria vocês no fogo. Então minha resposta pro seu favorzinho é não. E se alguma de vocês tivesse um pouco de amor próprio e lembrasse que ninguém dessa “família” faz alguma coisa ao próximo, também diriam não. Agora, com licença, eu vou fazer a minha ronda e pra não dizer que eu nunca dei nada pra vocês, se eu encontrar algum de vocês fora do dormitório daqui dez minutos, vão ganhar detenção até o ano que vem.

Albus preferia que sua prima tivesse ficado ali, preferia que ela tivesse gritado, preferia qualquer coisa ao silêncio mórbido que se instaurou. Esperou algum sentimentalismo de Roxanne, ou alguma piada de Dominique, ou pelo menos que Rose falasse algo já que ela estava em silêncio desde o início da conversa. Mas nada aconteceu. Roxanne foi a primeira a sair, seguindo para o dormitório da Gryffindor. Dominique provavelmente não queria encontrá-la, então esperou até que ela sumisse no corredor para seguir o mesmo caminho até a casa, deixando Rose e Albus ali sozinhos.

Era lamentável, Rose pensou. Lamentável que Molly estivesse certa. Lamentável que aquela família estivesse perdida. Lamentável que todos eles fossem tão jovens e tão sozinhos.

— Rose, eu…

— Eu vou falar com Lily — Antes que ele pudesse terminar, Rose interrompeu, com a voz firme. Albus baixou a cabeça e soltou um suspiro de alívio. — Vou passar no dormitório dela agora, ela ainda deve estar acordada.

— Sr. Potter, Srta. Weasley? O toque de recolher já começou! Os dois querem ganhar uma detenção? — A voz de Professora McGonagall soou, fazendo os dois se sobressaltarem, assustados.

— Não, senhora, já estamos indo — Rose disse rapidamente.

— Acho bom mesmo! — McGonagall enfatizou, seguindo seu caminho, enquanto Rose tentava não pensar em quanto Molly estava começando a parecer com a professora.

Sem jeito, ela deu um aceno para Albus e quando já estava quase na metade do corredor, ouviu a voz de seu primo novamente:

Obrigado.

.

Gryffindor nunca era um lugar completamente silencioso. Mesmo tarde da noite, depois do toque de recolher, sempre havia alguém no sofá, sempre havia uma conversinha audível de algum dormitório, sempre havia uma música abafada. Essa era a verdadeira magia vermelha e dourada.

— Rose? Você fora do dormitório a essa hora? —Elizabeth Finnigan manifestou-se, quando viu Rose cruzar a entrada da sala comunal.

Mas o que Rose Weasley saberia sobre a "magia Gryffindor"? Ela era como uma lenda na casa, um mito. Ninguém nunca a via de fato, ela transitava do dormitório pra sala de aula, da sala de aula pra biblioteca, como um fantasma de cabelos cor de cobre pelos corredores. Discreta, silenciosa... Imperceptível. Era como se ela nunca estivesse estado ali.

— A que devemos a honra da princesa Weasley na nossa humilde social? — Kyle Thomas provocou.

A medida que os comentários aumentavam, as bochechas de Rose ficavam mais e mais vermelhas, e ela sabia que se não fosse para um lugar silencioso e vazio rápido, iria acabar tendo um ataque de ansiedade. Eram situações assim, que a faziam ter medo de sair do quarto, medo de ver gente. Rose vivia num constante estado de pânico, se sentindo completamente indefesa perto de Kyles e Elizabeths.

 

— Cortem essa — Uma voz que Rose não ouvia há muito tempo se pronunciou. E bastaram aquelas duas palavras para que os comentários se silenciassem e a conversa voltasse para a programação normal. James Sirius, sempre o herói.

Ela não falava com Albus há muito tempo, com suas primas muito menos, mas com James... Ele podia achar que era discreto, mas Rose sempre o via, cuidando de longe das mais novas, olhando feio para quem ousasse falar mal da personalidade intrépida de Molly, assumindo a culpa das brincadeiras de Dominique que davam errado. Era como se ele estivesse estado ali o tempo todo, mesmo que não estivesse. E isso fazia Rose se sentir um pouco mais segura de levantar da cama todos os dias.

Rose acenou para James, e começou a caminhar na direção do dormitório de Lily. Alguns passos depois, deparou-se com a porta fechada. Respirou fundo e girou a maçaneta. Não podia dizer que estava confortável com tudo aquilo, Rose mal saía de seu próprio dormitório e agora tinha que convencer Lily a sair do seu, não parecia certo. Mas ela sempre teve um ponto fraco para os pedidos de Albus.

— Lily? Sou eu, Rose — Anunciou, enquanto empurrava a porta.

Rose Weasley sempre tivera a imaginação mais fértil entre todos os Weasley. Apenas no caminho do corredor até o quarto de Lily, Rose imaginara mil cenários possíveis para quando ela entrasse no quarto de sua prima. Ela era assim, aumentava o tamanho das coisas até que elas ficassem grande demais e parecessem impossíveis de lidar. Mas não importava quanto ela imaginasse, nada iria prepará-la para o que realmente lhe esperava. No chão de madeira, repousava o corpo de Lily com uma expressão pacífica no rosto pálido, e ao seu redor comprimidos e frascos de todos os tipos e cores possíveis estavam espalhados.

Rose tinha tanto medo da morte quanto tinha da vida. A morte vinha sem avisar, sem planejamento, era um portal para o desconhecido, afinal, como saber o que nos espera depois dela? Mas a vida... A vida é a incerteza diária e o medo constante. Rose tinha verdadeiro pânico de viver... E não tinha a menor coragem de morrer. Mas Lily parecia tão pacífica ali deitada que por um instante, Rose pensou se aquele não era o caminho certo, a resposta correta para todos os questionamentos que ela tivera.

Mas não demorou muito para que a arritmia em seu coração disparasse e a ficha da cena a sua frente caísse.

— Meu Deus! Lily!


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Notas finais do capítulo

Sei que esse capítulo deixou várias lacunas, mas não se preocupem, tudo será resolvido no próximo, em que veremos mais sobre a Lily.
Beijos, muito obrigada pra quem leu até aqui e adoraria comentários! ♥
PS pra se alguém se interessar.: Eu gostaria de fazer um banner por capítulo, mas infelizmente eu não tenho habilidade ou tempo. Isso seria uma ferramenta ótima pra vocês verem mais a carinha dos personagens :(. Maaaasss eu tenho aesthetics (pra quem não conhece, é tipo isso aqui: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/11/9b/ce/119bce0c99ee55ba4d4da855f8f189a9.jpg) de cada personagem da fic. Acho que é bem legal pra vocês conhecerem melhor eles também, mas não tenho ideia de onde divulgar/postar isso. Alguém tem alguma dica? Na minha época a galera postava no capítulo mesmo, mas acho que não se faz mais isso hahaha. Enfim. ♥