Pottertale - O Encontro de Dois Mundos escrita por FireboltVioleta


Capítulo 33
O Terceiro Teste




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Os garotos se entreolharam, nervosos, enquanto o gigantesco boboneco saltitava de um lado para o outro, enfurecido, fazendo tremer o chão do picadeiro.

O som dos dentes de ferro, que emergiam do centro aberto do estufado, ensurdeciam Frisk.

— Só um… de nós?

Chara fez uma careta.

— Conhece a regra, Frisk. Bobonecos só lutam com um oponente por batalha – surpreendendo Asriel e Frisk, a garota deu um passo a frente – eu vou.

Asriel agarrou o braço dela, desesperado.

— Ficou maluca? Viu o tamanho dessa coisa?

— Vi – Chara suspirou, tentando desvencilhar o braço dos dedos trêmulos do cabritinho – eu me lembro de todos os feitiços e ataques que Undyne nos ensinou. Se algo acontecer comigo… continuem sem mim. Não podemos perder tempo!

— Por favor, Chara! - Frisk se adiantou, aflita – não vamos conseguir sem você!

O garoto soltou Chara. A menina viu os punhos de Asriel se fecharem

— Eu vou… você precisa ajudar Frisk, Chara. Se houver outros obstáculos, ela vai precisar de alguém para orientá-la!

Ambas abriram a boca para protestar, mas fecharam-nas quase que no mesmo instante, fazendo uma troca angustiada de olhares.

Infelizmente, sabiam que Asriel tinha razão – o que definitivamente não tranquilizava Frisk.

— Asriel…

— Olha, eu tenho que fazer isso, ok? - Asriel segurou o ombro de Frisk – é nossa única chance… e eu preciso provar, de uma vez por todas, que tenho algum valor.

Frisk ofegou, pega de surpresa, quando Chara o abraçou, soluçante.

— E você tem, seu cabrito bobo! - choramingou a garota.

Igualmente surpreendido, Asriel afagou as costas de Chara, parecendo sem graça. Depois de alguns segundos, ele a soltou, dando um sorriso tenso.

— Tome cuidado, Asriel – disse Frisk, receosa.

O menino assentiu, se afastando das duas amigas, apanhando sua varinha, e aproximando-se do boboneco que ainda esperneava encolerizadamente.

As duas recuaram, encolhidas de receio, vendo Asriel menear a varinha num floreio.

Dezenas de espadas brilhantes surgiram no ar, indo fincar-se em vários pontos do boboneco, que emitiu um guincho raivoso de dor.

Talvez pelo esforço que havia feito no teste anterior, o fato era que Asriel estava evidentemente enfraquecido. Mesmo que seu primeiro golpe tivesse atordoado o boboneco, não parecia ter causado o mínimo dano físico em seu corpo.

Ainda assim, Asriel continuou conjurando seus ataques, resfolegando audivelmente. Desviou-se a tempo do golpe que o boboneco desferiu contra ele, continuando a atingi-lo com suas espadas.

— Vai, Asriel. Você consegue… - Frisk fechou as mãos sobre a boca, ansiosa.

Chara gritou quando uma das facas do boboneco fincou-se sobre o ombro de Asriel. O monstrinho berrou de dor, caindo de costas no chão, segurando o ombro ferido.

— ASRIEL! - Chara gritou.

Frisk impediu-a de ir até ele, segurando seu ombro.

— N-não podemos intervir… lembra? - sussurrou, condoída.

— Mas Asriel…

A menina balançou a cabeça.

— Estamos fazendo algo errado.

Voltaram o olhar para a batalha, vendo o garoto lutar para se reerguer, tapando o ombro que ainda sangrava.

Um laivo de compreensão varreu o olhar de Asriel.

— O que ele vai fazer?

O jovem cabrito, vacilante, novamente se aproximou do boboneco, baixando levemente o braço, sem tirar os olhos do imenso receptáculo mágico.

E por fim, para choque de Chara e Frisk, ajoelhou-se, colocando a varinha no chão, e baixando a cabeça em sinal de rendição.

— Ele está…- Chara gaguejou – ele está…

— Poupando – Frisk ofegou – Asriel está poupando o boboneco...

O boboneco parou de reagir instantaneamente, baixando a longa cabeçorra para o monstro aos seus pés.

Ao contrário do que poderia ter se esperado – o que deixou-as ainda mais perplexas – o boneco imobilizou-se repentinamente, deslizando suavemente para o lado, abrindo o caminho para a parte norte do picadeiro.

— Conseguimos – arquejou Chara – não acredito… conseguimos!

Sem demora, Frisk e Chara correram até Asriel, que havia se deixado desabar no picadeiro, contraído dolorosamente sob a superfície do picadeiro do recinto.

— Ah, Asriel….

Havia se machucado feio. Além da facada no ombro, Asriel também havia se escoriado durante a chuva de facas, e parecia ter sofrido uma grave contusão em uma das pernas.

— Eu tô bem… - fungou o menino, sem conseguir se levantar – continuem… impeçam o Riverman…

— Eu não vou sem você! - exclamou Chara, tentando ajudar o amigo a se erguer.

— P-para, Chara… - ele gemeu de dor – me deixem aqui… vocês tem que continuar…!

Por mais que doesse para Frisk, sabia que não poderiam carregar Asriel adiante. Além dele estar seriamente debilitado, se atrasariam ainda mais no encalço de Riverman.

— Ok… - Frisk falou, penalizada, afagando a cabeça felpuda do amigo – nós vamos… continuar. Fique aqui e descanse… tá legal?

— Tá… - ele deu uma risada trêmula e fraca – não vou sair daqui mesmo…

Sentindo o coração pesar de pena, Frisk puxou Chara adiante, lançando um último olhar para o monstrinho desolado no chão.

— Ele vai ficar bem – disse Chara, embora seu tom indicasse que estava tentando mais convencer a si mesma do que qualquer outra coisa.

— É – condoeu-se Frisk, tristonha – vamos… precisamos continuar.

Deixando para trás o amigo desamparado, Chara e Frisk seguiram caminho pelo corredor adiante, sentindo-se extremamente culpadas.

— Vai dar tudo certo… - a voz chorosa de Chara surpreendeu Frisk – eu… eu sei que vai. Já devemos ter passado pelos empecilhos… de todos os professores. Exceto os da professora Muffet… e do próprio Riverman… que imagino ser o mesmo.

Abriram uma porta à frente, adentrando do cômodo seguinte.

Ao contrário da câmara anterior, esta era bem mais clara, nitidamente criada para dar ênfase à pequena mesa de mogno que havia no centro da sala. Em cima dela, vários quitutes se encontravam, dispostos elegantemente em terrinas de prata.

Sobressaltando as meninas, um mar de chamas multicoloridas bloqueou os caminhos de ida e volta do recinto, deixando-as completamente cercadas pelas labaredas.

— E agora? - esganiçou-se Chara.

Frisk olhou para a mesa.

— Parece que precisamos passar pelas chamas…

Apanhou um papel, erguendo-o à altura dos olhos de Chara, sentindo um nó formar-se em sua garganta;

— E esse enigma aqui tem a nossa a resposta.


























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