Pottertale - O Encontro de Dois Mundos escrita por FireboltVioleta


Capítulo 24
Decisões




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Naturalmente, havia um ódio pungente na maneira como Sans e Chara se entreolhavam nos dias seguintes.

— Chara... abaixa a cabeça – brincou Asriel, tentando descontraí-la – se você fuzilar ele um pouco mais com os olhos, vai atravessar o crânio do garoto.

— É isso que eu quero – grunhiu a menina, folheando violentamente o livro de dramaturgia, quase levando consigo meia dúzia de folhas.

Frisk sacudiu a cabeça, risonha, afagando as costas da amiga. Chara lhe abriu um meio sorriso, aparentando estar menos irritada.

— Relaxa, Chara. Ele vai tentar provocar a gente direto depois disso.

— Tem razão – engrolou, envergonhada – eu não devia ter sido tão impulsiva – tentando desconversar, baixou o olhar para a perna de Frisk – ainda está doendo?

— Não – Frisk respondeu – Undyne ajudou a curar o corte. Não sinto mais nada agora. Mas a curandeira pediu que eu ficasse com a gaze por precaução por mais alguns dias.

A atenção dos três foi brutalmente desviada por algo que atravessou o pátio aos pulos, cujas pernas encontravam-se grudadas uma na outra, como que por alguma magia.

— Socorro – guinchou Monster Kid, tentando desgrudar ambas as pernas.

Chara lançou outro olhar zangado á Sans, que mal disfarçava o riso do outro lado do pátio do castelo.

Finite Incantatem— proferiu a garota, finalizando o efeito do feitiço.

O monstrinho capengou, caindo de borco em cima do banco. Asriel ajudou-o a se levantar, com a exata expressão de quem reprimia erguer um dedo do meio para o esqueleto que gargalhava.

— Foi o Sans, não foi?

— Pois é – como quem havia perdido toda a dignidade, o garoto acomodou-se ao lado dos colegas no banco – mas vocês sabem... é difícil conseguir se defender quando sua varinha fica o tempo todo na sua boca... – sacudiu o corpo, evidenciando a falta de seus braços – sou um frangote.

— Não diga isso, Kideon! – Frisk contestou – você é corajoso. Tem mais peito que vinte Sans, se quer saber – disse, com seriedade – eu não duvido nada que ele só implique por você por que te inveja... Sans provavelmente queria ter metade da valentia que você tem!

Isso pareceu animar Monster Kid.

— Sério?

— Seriíssimo –Chara concordou com a amiga – não deixe que Sans faça você ficar par baixo. Aquele esqueleto não vale de nada!

— Puxa – o jovem monstro aprecia sem graça, mas extremamente feliz – obrigado, gente. Eu... eu vou revidar da próxima vez. Vocês vão ver!

Asriel e Frisk trocaram um olhar preocupado quando Monster Kid desceu do banco, correndo animadamente pátio afora e desaparecendo de vista.

— Acho que estamos dando um péssimo exemplo para ele – o cabritinho comentou, receoso.

— Ah. Qual é – Chara voltou a desaparecer atrás de seu livro – quanto mais cedo Kideon meter um chute na tíbia do Sans, melhor vai ser para a gente. E não podemos deixar aquele esqueletinho metido a besta nos colocar para baixo.

— Ah, claro. È tudo que precisamos agora, Chara – Frisk sacudiu a cabeça, exasperada – dar mais um motivo para os professores ficarem em cima da gente. Ainda precisamos descobrir se Riverman está mesmo atrás do dispositivo.

Chara ergueu o olhar outra vez.

— Certo. Mas e se estiver... o que podemos fazer? Afinal, que relação ele pode ter com Gaster? Até onde sabemos, Riverman é professor como todos os outros da escola... e nada mais.

— Precisamos espiá-lo de longe – Asriel sugeriu – observá-lo durante as aulas. Ver aonde ele vai... com quem conversa. È a única maneira de sabermos se ele está mancomunado com algum monstro das trevas.

— Asriel... vá com calma – Frisk refreou uma risadinha quando Chara grasnou – eu mal terminei a minha detenção e você já quer que eu pegue outra?

Asriel retraiu o focinho.

— Que parte de “espiá-lo de longe” você não entendeu?

— Ei. Parem com isso, vocês dois – exortou Frisk, cutucando uma Chara irritada – não vamos nos preocupar com isso agora. Até onde sei, se nossas teorias estiverem certas, o dispositivo ainda está bem seguro nas mãos de Gerson. Não há motivo para pânico por hora.

— Certo – Chara fechou seu livro – bem... então vamos nos preocupar com outra coisa... – ela abriu um largo sorriso – as férias de Natal.

A garota ofegou, pega de surpresa. Havia esquecido completamente que o recesso de Natal se aproximava. Todos os alunos que quisessem passar as festas de fim de ano com a família seriam levados de volta á suas casas, podendo ficar duas semanas em suas casas, antes de retornarem á escola.

Frisk sentia uma imensa falta de Shepia e Taryan, e decididamente teria prazer em retornar para casa durante as festividades.

Porém, também se sentia perturbada por querer desvendar o que poderia estar acontecendo por trás das amuradas de Hogwarts. E não sabia se aquele mistério podia ser evitado por mais tempo.

A dúvida a corroeu imensamente.

— Eu vou ficar – Asriel disse taxativamente – mamãe já sabe que estarei em Hogwarts durante as festas.

— Eu também – Chara assentiu – já está tudo combinado com meus pais – virou-se para Frisk – e você, Frisk?

A criança suspirou, abraçando o próprio corpo.

Obviamente, a tia e sua prima entenderiam se quisesse ficar. Talvez jamais voltasse a ter a oportunidade de ir atrás de quem quer que estivesse tentando roubar o dispositivo do vórtice. Deveria aproveitar qualquer oportunidade que surgisse dali em diante, antes que fosse tarde demais.

— Eu... vou passar as festas na escola – disse enfim.

— Ótimo! Está decidido então – Chara se levantou – vamos aproveitar que Hogwarts estará vazia, e nos dedicaremos a estudar mais sobre o tal vórtice temporal. Se quisermos impedir o ladrão, teremos sempre que estar um passo á frente dele. Combinado?

Frisk e Asriel se olharam, concordando com a cabeça.

— Combinado.

— Será que só eu estou achando que vamos entrar em outra enrascada? – riu Asriel – bem... até então, não fomos o melhor exemplo de estudantes da escola. Acho que já não importa mais, não é?

— É. Você não pode transbordar um copo que já está cheio – dando um pulo, Chara empurrou Asriel, galopando para dentro do castelo – coma minha poeira, Asriel!

— Chara! – vociferou o garoto, correndo atrás dela.

Rindo, Frisk acompanhou-os em seu próprio ritmo, recolhendo o material e indo em direção á saída do pátio.

Por mais que tivesse receio do que estivesse por vir, a garota sabia que qualquer desafio poderia ser superado se nunca estivesse sozinha.

E, pelo visto, no que dependesse de Asriel e Chara, isso seria algo com o que jamais teria que se preocupar.

 

 

 


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