Pottertale - O Encontro de Dois Mundos escrita por FireboltVioleta


Capítulo 23
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Frisk sentiu o chão vibrar assustadoramente.

Paralisada, só pôde assistir Chara lançar-se sobre Sans, tornando sua varinha a empunhadura de uma afiada lâmina mágica.

— CHARA! NÃO!

Sans riu, desaparecendo no ar, poucos segundos antes da adaga de Chara acertá-lo.

— É tudo que sabe fazer, humana? - a voz de Sans desdenhou, enquanto o pequeno esqueleto ressurgiu atrás de Chara.

A garota sorriu macabramente.

— Você não viu nada, saco de ossos.

Com um gesto violento da varinha, a garota conjurou dezenas de adagas voadoras, que dispararam contra Sans.

Evocando uma pequena gaiola de ossos, o jovem monstro desviou os ataques da oponente, deixando Chara frustrada.

— Deixa ela em paz, Sans! - vociferou Asriel, fazendo sua espada surgir em uma das mãos, brandindo-a contra o revenant.

Sans impediu o ataque, cruzando um de seus ossos contra a lâmina de Asriel, ao mesmo tempo que lançava uma afiada tíbia contra Chara. O osso estatelou-se contra a parede do corredor, estilhaçando-se, e produzindo vários cortes profundos no braço da garota.

— Ahhh… - grunhiu Chara, ofegando de dor.

Finalmente despertando de sua inércia, Frisk avançou para ajudá-los, empunhando o escudo avermelhado na direção dos ossos de Sans.

Por mais que não quisesse admitir, o fato era que Sans era um adversário razoavelmente forte. Mesmo combinando sua força com a dos demais, Frisk percebeu que ele conseguia manter-se em luta sobre todos os golpes, sustentando-se em suas defesas ósseas.

— Vocês são patéticos! - desdenhou, fazendo vários ossos surgirem abaixo deles. Asriel e Chara desviaram a tempo dos golpes do esqueleto..

Mas Frisk não teve a mesma sorte.

A menina gritou, sentindo uma das lascas empalarem sua perna.

— FRISK!

Frisk baixou a mão, tentando desvencilhar-se do osso que a prendia. Sua visão anuviou, enquanto sentia algo quente e úmido empapar-se em contra seus dedos.

— C-Chara… - arquejou, enquanto o corredor girava ao seu redor, fazendo-a cambalear.

E então, tudo escureceu.





— Frisk? Frisk!

Depois do que pareceram horas, a visão de Frisk voltou lentamente a entrar em foco. E a primeira coisa que visualizou foi o rosto peludo e preocupadíssimo de Asriel.

— Asriel… - choramingou distraidamente, percebendo que estava em um dos leitos da enfermaria de Hogwarts – o que…

— Ei, não se preocupe – o jovem cabrito sorriu – fico feliz que esteja bem. Aquele osso fez um belo estrago em você.

A garota baixou o olhar, notando a faixa que enrolava completamente sua perna direita. Mesmo dolorida, Frisk percebeu que não parecia tão mal quanto havia pensado.

— O que aconteceu? - piscou, confusa – onde está a Chara?

Asriel contraiu o rosto.

— Bem… ela não escapou – lamentou-se – confessou que foi ela… que começou a briga – explicou – Undyne está furiosa. Deu uma bronca na gente. Chara vai ter que cumprir uma detenção com Sans.

— Não! - a menina arquejou – não é justo!

— Pois é – Asriel sacudiu os ombros – mas não pude defendê-la. Afinal, havia rastro da nossa magia pelo corredor inteiro. E quando a professora chegou, você estava ferida e desmaiada. Era a minha palavra contra a dele – o garoto desanimou-se – pelo menos ela não descontou prontos da Lufa-Lufa e da Grifinória. Disse que o susto já foi castigo o bastante para a gente.

— Droga – a criança fungou – coitada da Chara…

— Aquele Sans me paga – o monstrinho resfolegou, zangado – primeiro a Chara… e agora você. Vou te dizer… ele não perde por esperar.

Frisk suspirou, desolada. Já havia muito que andavam fazendo embaixo do nariz dos professores. Tudo que não precisavam era que Sans tivesse dado um jeito de quase todo o castelo ficar de marcação sobre os três.

— Bem, numa coisa aquele cabeça de osso ajudou – disse, pesarosa – descobri que não consigo vencer nem mesmo um colega de escola – ela ergueu o olhar para o amigo, desolada – Asriel… e se for verdade? E se Gaster realmente estiver atrás de mim? Como vou poder lidar com ele, se mal posso derrotar alguém da minha idade?

O menino sacudiu-lhe o braço, agoniado.

— Pelo amor de Deus, Frisk! Sans trapaceou! Não meça sua habilidade numa luta dessas! - a expressão de Asriel se abrandou ligeiramente, tornando-se mais gentil – e depois, mesmo que isso aconteça… você não estará sozinha – apertou a mão de Frisk, sorrindo – estamos juntos nisso.

Algo resplandeceu-se dentro do peito de Frisk, reagindo à declaração convicta de Asriel. Era maravilhoso ver que seus amigos nunca a abandonariam, independente de qual estrada decidisse trilhar.

— Obrigada, Asriel – disse, com os olhos úmidos – de verdade.

— Ah, pare com isso – contestou, rindo – é o mínimo que posso fazer pela invulgar mais famosa do subterrâneo.

Antes que Frisk revirasse os olhos, porém, a porta da enfermaria se abriu, dando passagem para que Undyne entrasse.

Envergonhada, a menina baixou a cabeça, vendo a guardiã lhe erguer uma sobrancelha ruiva, nitidamente surpresa.

— Ora… finalmente acordou – a monstra sentou-se ao lado de sua cama – como se sente?

— Tonta – confessou Frisk, ainda encolhida.

— É normal. A poção que curou seu HP era um pouco pesada – Undyne inclinou-se, começando a desenfaixar a perna da criança – vamos ver como está essa perna.

Finalmente, ambos puderam ver como estava o ferimento de Frisk. A garota careteou, vendo o rasgão que estava cicatrizando lentamente sobre sua panturrilha.

A professora pousou a mão sobre o corte, conjurando um tipo de magia esverdeada sobre o ferimento. Para surpresa da menina, quando Undyne retirou-se, a ferida se mostrou bem melhor do que anteriormente.

— isso vai ajudar – declarou – agora volte a descansar. Precisa estar recuperada para sua sessão de trino amanhã.

Dizendo isso, reergueu-se, saindo da enfermaria, e desaparecendo porta afora.

— Sério, Undyne? - ela entreolhou-se com Asriel, cochichando – coloca o treino na lista de coisas que tenho que fazer até amanhã.

— É – brincou Asriel – entre “sobreviver de novo ao ataque de um monstro das trevas” e “incinerar os ossos do Sans”.

Ambos riram, enquanto o garoto acomodou-se na poltrona do lado, observando Frisk voltar a se deitar.

Não demorou a adormecer outra vez, ainda com os pensamentos mais desvairados rondando-lhe a mente.
























































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