- Kagome-chan, Kagome-chan! Venha, Kagome-chan! – Eu seguia Shippou e sua alegre voz.

Inuyasha, Miroku e Sango já estavam no Poço, nos aguardando. Rin já havia partido com Sesshoumaru, mundo afora, porém ela me prometera que iríamos continuar nos vendo...

Flashback On

Minha nova irmã estava em pé muito próxima de Sesshoumaru. Próxima até demais.

- Kagome nee-chan, Inuyasha, vou continuar viajando com Sesshoumaru-sama... E estamos partindo... Já.

Inuyasha lançou um olhar intrigado para seu irmão, percebendo a aproximação do mesmo para com a menina.

- Rin... Desejo-lhe o melhor, querida irmã. – Abraçamo-nos. Sesshoumaru não pareceu gostar nem um pouco que Rin saíra de seu lado, mesmo que fosse por um segundo.

- Vamos nos encontrar em nossas viagens, nee-chan. Tenho certeza. – Sorriu e virou-se para o youkai a seu lado. – Qualquer coisa vamos atrás de vocês quando a saudade apertar, não é mesmo, Sesshy-sama?

Sesshoumaru enrubesceu, mas foi quase imperceptível.

- Talvez. –Ele murmurou.

- Sesshy-sama?! – Ridicularizava Inuyasha. – Talvez?! Sesshoumaru se curvando para uma menina humana? Pfft, parece que não somos tão diferentes assim, querido irmão. – Gargalhou.

O youkai lançou-lhe um olhar mortal. Eu, pensando rápido, tentei acalmar a situação e evitar mais uma das conhecidas brigas de família.

- Mas Rin crescerá um dia para Sesshoumaru, Inuyasha! Não se esqueça disso! E não temos o direito de nos metermos na vida deles... Nem eles na nossa, é claro...

- Pare de defender meu irmão, - Protestou o hanyou, fazendo bico. – é simplesmente errado! – Eu apenas ri.

Infelizmente eles tinham mesmo que partir, então nos despedimos mais uma vez e vimos os dois, acompanhados de Jaken e Ah-Um, sumirem no horizonte.

Flashback off

Eu estava feliz pela Rin. Ela, que nem eu, encontrara seu caminho para a felicidade.

- Nossa! Chegaram rápido!

- É que o Shippou veio correndo, Miroku. – Sorri ao ver Sango e Miroku, um colado no outro, sentados na grama. O belo hanyou estava sentado na beira do Poço, paciente.

- Pronta, Kag? – Assenti com a cabeça, mas não saí do lugar.

Eu não havia pensado em como minha família reagiria a tudo... Eu chegaria simplesmente em casa após um ano com tudo mudado! Meu relacionamento com Inuyasha finalmente acertado; com uma personalidade um pouco diferente de antes por causa do tempo em que fui General; avisaria que me mudaria definitivamente para a era feudal; e, pior de tudo, como uma hanyou! E se eles não me aceitassem de volta? O que irão pensar de mim assim, com orelhinhas e caninos afiados?

Senti braços me levantando até eu ficar de pé na beirada do Poço. Era o hanyou.

- Pegue minha mão, Kag, vai dar tudo certo, prometo. – Sua terna voz me despertou.

Como que algo poderia dar errado quando eu estava com Inuyasha, o amor da minha vida? Não poderia. Mas mesmo se desse tudo errado, iríamos dar um jeito de superar!

Peguei sua mão estendida e ele passou a outra pela minha cintura. Depois, pulamos.

---x---

Abrimos a porta do templo. O quintal estava vazio, mas bem do jeito que sempre foi. A Goshimboku, como sempre majestosa, fazia sombra em nós. Nada estava diferente de como era antes.

Andávamos em um passo nem tão acelerado e nem tão devagar. Parte de mim não via a hora de me reencontrar com meus familiares, mas outra parte estava super nervosa.

- Buyo, volte para dentro! – Os passos do dono daquela voz se aproximavam... Souta se aproximava.

Peguei o meu querido gato no colo quando ele correu até mim, provavelmente seguiu o meu cheiro e o de Inuyasha.

- Lembra-se de mim, Buyo? Eu sempre brincava com você quando vinha buscar a Kagome, seu gatinho brincalhão! – O hanyou estava feliz em rever o gato também.

- OKAA-SAN! OJII-SAN! A-a Onee-chan... voltou!

---x---

- Kagome, querida, que saudades! – Todos me abraçavam de uma vez só. Ficamos um tempão assim, matando a saudade. Depois vieram as perguntas. E, é claro, todos eles quiseram pegar nas minhas novas orelhinhas.

Nós ficamos lá por uma semana, meu quarto estava intacto para meu alívio. Não que eu fosse voltar a usá-lo, mas eu gostava de pensar que eles não haviam desistido de mim.

Contei tudo a eles e, como Inuyasha havia prometido, tudo deu certo. É claro que eles não gostaram de saber que eu deixei de ser humana e principalmente que eu viveria na Era Feudal para sempre. Principalmente após saberem que o Poço fecharia. Mas eles só queriam minha felicidade, e eu só a conseguiria se estivesse ao lado de Inuyasha, no mundo dele, que agora era meu mundo também.

Eu chorei muito quando a hora chegou para eu finalmente me despedir deles, mas eu sabia que não estava realmente os deixando. Eles sempre estariam comigo, em meu coração e em minhas lembranças.

---x---

Cinco anos depois

- Inuyasha, por favor, chame sua filha para o jantar! Estou ficando quase sem voz de tanto berrar pra essa menina! – Ela suspirou. – Juro que ela não puxou a mim.

- Pois eu digo que ela puxou sim a você! É teimosa e cabeça dura igualzinha à mãe.

- Há! É teimosa e cabeça dura igualzinha ao pai! Ora essa, vem me chamar dessas coisas...

- Chiharu! Vamos, sua mãe está cansada de chamar! O que eu já lhe disse sobre desobedecê-la?

- Desculpe, papai. É que eu estava caçando borboletas! Estava muito divertido! – A pequena menininha de cabelos prateados e olhos vermelhos disse inocentemente, correndo para dentro da cabana.

- Você não pode estressar sua mãe! É perigoso para sua nova irmãzinha ou irmãozinho!

- Desculpe-me mamãe, não foi minha intenção. – Chiharu disse docemente, sentando-se.

- Tudo bem, milha filha. Nós te amamos, você sabe.

- Feh, é, nós te amamos.

- Eu também amo vocês, mamãe e papai. Amo mais do que qualquer coisa.

Inuyasha, Kagome, a pequena Chiharu e a criança crescendo dentro da barriga de Kagome se juntaram em um grande abraço. Era realmente uma família que se amava mais do que qualquer coisa.

Fim.