Sentimento Paciente escrita por ACJackie


Capítulo 3
Me torno um idiota


Notas iniciais do capítulo

Hey! Espero que gostem desse capítulo, algo novo está para acontecer. Será que Sasayan que nunca teve muitos problemas vai saber como lidar com isso?
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Antes de começarmos:
Muxoxo - Estalo que se dá com a língua e os lábios, à semelhança de um beijo, para mostrar desdém ou pouco caso em relação a pessoa ou coisa.
Também conhecido com "tsc



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Depois do acontecimento do Valentine's day eu pensei que meu relacionamento com a Natsume teria algum avanço, mas nada parecia ter mudado.

Talvez seja porque todos estavam preocupados com o fim do ano letivo e a formatura, bem, até eu estava preocupado com isso.  Os vestibulares já tinham passado, sabíamos para qual Universidade cada um iria (se é que iria). 

Eu não estudaria no mesmo lugar que Natsume, nem mesmo sabia ao certo o que ela faria depois da formatura. Como ficaríamos depois de nos formar? Eu ainda teria alguma chance? Eu não deveria ter pensado nisso…

No dia da cerimônia de formatura encontrei Natsume na sala de aula, ela estava pensativa. Conversamos um pouco, olhar pra ela me fazia lembrar que ficaríamos distantes dali para frente. Senti um aperto no coração. Ela conheceria muitas pessoas novas, será que ainda teria lugar para mim? Provavelmente eu tinha perdido.

Quando estava saindo da sala, Natsume parou na porta e olhou de relance para trás.

— Sabe, o lugar do meu cursinho até que é perto da sua faculdade.

Então ela saiu, me deixando em estado de choque.

Meu coração estava dançando, ainda tinha alguma chance.

Realmente nos encontramos várias vezes depois disso, inclusive no Batting Center. Natsume me pedia conselhos algumas vezes. Geralmente sobre trivialidades, mas era bom poder conversar com ela. Entretanto sentia que meu coração não aguentava mais se segurar.

Até que um dia, no  outono algo que eu não esperava aconteceu.

Estávamos conversando no Batting Center, Mizutani, Haru e os outros também estavam lá. Natsume estava preocupada com suas notas baixas no cursinho (como sempre), e pedia pra Haru e Mizutani a ajudarem com algum tipo de trabalho (como eles conseguiam eu não sei), era uma situação cotidiana, eu estava observado e rindo,  me lembrando dos tempos de colegial.

Então  alguém que eu não conhecia chegou. Tinha aproximadamente a altura do Haru (perto de mim, é bem alto), o cabelo era claro e usava óculos. Fora isso ele parecia ter saído de um mangá para garotas. Eu não gostei daquele cara.

Seu nome era Yamato, Yamato Suichiro. Era pouco mais velho que eu, visto que estava a frente de nós na faculdade (eu procurei me informar). Mitsuyoshi parecia o conhecer. Conversaram por um bom tempo, até que Natsume se levantou para pegar algo de beber e acabou escorregando em uma bola de baseball que inexplicavelmente tinha “fugido” da área de jogo. Natsume caiu e antes que eu pudesse ajudar,  o príncipe encantado, digo, Yamato lhe estendeu a mão.

— Obrigado - Ela estava vermelha - por me ajudar.

— Por nada.

Ele se virou e voltou para o balcão onde estava conversando com Mitsuyoshi.

— Me chamo Na-Natsume - não entendi o nervosismo dela  - Natsume Asako.

— Yamato Suichiro, prazer em conhece-la.

Depois de dizer isso ele se despediu de Mitsuyoshi e foi embora. Natsume voltou pra mesa corada e nervosa. Eu sabia, a barreira anti-garotos não funcionava com caras mais velhos.

— Sasayan você está se sentindo bem? - Mizutani olhava séria pra mim, então voltei para realidade.

— Sim! - Falei mais alto do que o necessário - Estou bem, só estava pensando em dar umas tacadas.

— Ele parece nervoso. - Ouvi Mizutani dizer antes de me afastar para ir jogar.

Sentia meu rosto arder. Droga, não tinha acontecido nada de mais, eu precisava me acalmar. “Souhei, Yamato não é um rival.“ pensei.

No final de semana todos combinaram de voltar para o Batting center, era meu aniversário, então até meus irmãos estavam lá. Foi divertido, eu até  ganhei um bolo, e presentes...um da Natsume, um gorro (ainda bem que o inverno estava chegando). No final da tarde demos algumas rebatidas e quando me cansei fui sentar um pouco, talvez beber algo. Mas então vi Yamato Suichiro conversando com Natsume. 

Como assim eles já viraram amigos?

— Ei Sasayan! Este é o…

— Yamato Suichiro - eu a interrompi - já o vi por aqui.

Natsume ficou um pouco sem jeito, talvez eu tenha sido um pouco rude.

— Humm...Então já me conhece? A sua namorada não falou nada de você. - Ele olhou para Natsume.

— E-Ele não é meu namorado! - Natsume estava muito vermelha- é só um amigo...

— Ah...pensei que fosse namorado, ou irmão já que não parava de me encarar. - Ele riu, de uma forma perturbadora.  

Eu não consegui segurar o muxoxo.

—  Eu já tenho que ir embora, fiquei de encontrar uns amigos do Colegial ( mentira),  até mais Natsume. E... até mais Yamato ( minha vontade era agir como uma crianças e virar a cara para ele, mas sou educado).

Eu já estava perto da porta quando ele disse:

— Ei, você sabe meu nome, mas não disse o seu, isso é um pouco grosseiro.

Ainda bem que eu estava de costas, pois acabei soltando outro muxoxo.

— Sasahara Souhei. - Disse saindo.

Nos dias que se passaram eu acabava vendo Natsume conversando com Yamato várias vezes. Um sentimento ruim cresceu em mim. Passei a ser rude quando Natsume ia falar comigo, principalmente quando Yamato estava por perto. Eu não queria magoa-la, as palavras saiam da minha boca antes que eu me desse conta. Isso fez com que nos afastássemos.

No natal fomos a casa da Mizutani, fiquei feliz com isso, pois Yamato não estaria lá, talvez eu pudesse conversar direito com Natsume. Ela estava muito bonita, de vestido vermelho que combinava com a ocasião.

— Como vai o cursinho Natsume? - Não consegui pensar em uma forma melhor de começar a conversa.

— Sa- Sasayan! - Ela se surpreendeu - Vai bem, eu acho. Haru e Mitty tem me ajudado bastante.

— Acho que algumas coisas não mudam mesmo depois do colegial.

Eu ri e ela retribuiu o sorriso.

— Sabe Sasayan…- Ela mexia as mãos inquieta.

— O que foi? Eu olhei em sua direção e ela corou.

— N-não, não nada.

— Certeza?

Natsume parecia querer dizer algo, em vez disso começou a mexer na bolsa.

— M-mudando de assunto...olha as horas! Tenho algo pra te entregar antes de ir…

— Ir? Mais ainda é cedo...nem comemos o bolo ainda. - Algo começou a me perturbar.

— Bem, fiquei de encontrar alguém…

— Ehh… - Eu criei o péssimo hábito de fazer muxoxos - Yamato Suichiro presumo.

A expressão de Natsume mudou.

— Bem...eu fui convidada...antes mesmo de combinarmos a festa de natal na casa da Mitty.

— Não tem por que você me explicar isso, a vida é sua, faça o que quiser. - Eu não podia mais olhar pra ela.

— Sasayan…

— Você não estava atrasada para esse tal compromisso? - Meu tom de voz agora era agressivo, por que fiz isso? - Seu namorado vai ficar chateado se você não se apressar.

— Ele não é meu… -  Os olhos dela estavam marejados, mesmo assim eu a interrompi.

— Ahh certeza? Porque você tem passado mais tempo com ele do que com o resto de nós (eu queria dizer comigo).

Nós dois já tínhamos nos levantado, a discussão tomou proporções que eu não queria e a culpa era minha.

— Isso não é verdade!

— Ei vocês dois, o que há de errado? - Nesse momento Haru apareceu.

— Natsume está atrasada para um encontro. Tudo bem não vou atrapalhá-la mais. - Eu me virei e voltei a sentar.

— Sasayan seu idiota! - Ela estava chorando - Esse Sasayan grosseiro...não é o meu amigo! Eu o odeio!

Eu poderia ter me tocado da burrada que estava fazendo aqui, mas ao invés disso, eu consegui piorar a situação.

— Talvez esse Sasayan não queira mais ser ser amigo! - Não consegui olhar pra ela.

— Sasayan seu idiota! - Ela gritou e me acertou com um embrulho.

Depois disso saiu pela porta, chorando.

Eu estava imóvel, não sabia o que fazer ou dizer, era como um transe.

Até que alguém me acordou, com um soco.

— Aaaai!

— Haru não faça isso! - Mizutani o repreendeu.

— Sasayan seu idiota! Por que fez Natsume chorar?

Nesse momento minha ficha caiu. Eu era amigo de Natsume, deveria ficar ao seu lado quando tivesse problemas. Em vez disso, eu a fiz chorar. Queria que o Haru me batesse novamente, com mais força.

Eu peguei o embrulho. Um presente de natal, era o que Natsume queria me entregar. O abri, era um cachecol, eu nunca ganhei um cachecol de uma garota. Não entendia de costura, mas pelas falhas parecia ter sido feito a mão.

— Eu fui um idiota.

Amarrei o cachecol no pescoço e saí correndo pela porta.

— Ei volte aqui! - Haru gritou -  Ainda não terminei de te dar uma lição!



 


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem até aqui! ♥
Na verdade esse capítulo era bem maior, então acabei dividindo-o em 2.
Nossa história está quase no fim, espero que estejam gostando. :)



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