Infinite escrita por Skye Miller


Capítulo 11
Carpe Diem.


Notas iniciais do capítulo

OI GENTEY!!!!
Capítulo enorme né, eu sei, eu sei ajhbsnesnekmsies e inteiramente dedicado á Tay que completou ano hoje (apesar de já ser meia noite e oficialmente, 07, ao invés de 06) e eu estou dando a ela esse lindo presentinho.
Espero que não só ela, mas vocês também gostem, sinceramente. Esse capitulo sugou muito de mim quando eu o escrevi, para que não parecesse sem sentido algumas coisas, coisas essas que só fazem sentido na minha cabeça pq sei o fim da fic skjekmsioejsejsm uma desgraça mesmo
enfim, comentem pessoal, por favor. A fic está inteiramente PRONTA, sério, até o capitulo 30, TODA ESCRITAAAAAAAAAA, mas com vocês sem comentar e sem indicar pros amigos e inimigos, fica dificil de eu me sentir com ânimo pra publicar, né, pfvr, não deixem infinite morrer!!!!!!



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Tarde de quinta. Ginásio esportivo da Walter. Meninas com expressões nada agradáveis e um técnico impaciente. Preferiria estar debaixo da minha cama agora, onde os números infinitos são minha única e fiel companhia.

Existe uma grande desvantagem nas atividades extracurriculares: Nem sempre elas são exatamente o que você deseja. No meu caso, estou sendo obrigada por uma pedagoga mal comida á fazer um teste para entrar para o time de futebol, e eu tenho quase absoluta certeza de que o resultado será negativo. Talvez, só talvez, mediante ao meu fracasso ela finalmente perceba que eu não tenho concerto, que não sou hábil e prática como Juliet.

 De qualquer forma, estou agora com esse uniforme azul horrendo totalmente colado ao meu corpo correndo de um lado para o outro tentando manter a bola em meus pés. Acho isso uma completa perda de tempo, já que o time feminino da escola nunca ganha nenhum jogo á quase três anos, e não vai ser a minha milagrosa entrada que vai mudar isso, mas a de Ramona Lancaster, sim.

Existe uma coisa que você precisa saber sobre Ramona Lancaster: Ela é bonita. Não com todo aquele preto desbotado que ela usa todos os dias, não com aquele piercing de argola no nariz e muito menos com as botas de combate que ela exibe sem se importar com o que as outras meninas acham disso.  Ela é bonita como está agora, sem absolutamente nada gótico nela, apenas uma gargantilha obviamente preta ao redor do pescoço. E, puta merda, ela é muito boa jogando.

Ela está do lado oposto ao meu, o que significa que as suas duplas são diferentes da minha, o que significa que ela está acompanhada de Mayune. Anne é líder de torcida, e quando descobriu que além de Mayune eu também tentaria entrar para o time seu rosto inteiro se contorceu em desgosto.

— Vocês vão ficar parecendo um bando de porcas depois dos jogos. E, pior, daqui alguns dias vão andar iguais os meninos. – Foi o que ela disse. – Acho futebol feminino um fiasco.

— Discordo. Futebol feminino às vezes pode ser bem mais interessante que o masculino. – Maxwell interviu, e por dois segundos eu gostei dele, apenas dois. Iludir uma pessoa não faz de você alguém cujo mereça ao menos a minha simpatia.

De qualquer forma, Mayune e Ramona já estão oficialmente escaladas para o time, e quando eu acho que nada mais pode ficar pior do que ter câimbra nos pés por estar fazendo tanto esforço, o técnico diz que, por pedido da Sra. Minerva, eu irei ser escalada também. E eu gemo, e juro que quase choro, diante dessa discórdia.

— Mas eu não sou boa. – Digo, tentando fazer com que ele pare de escrever meu nome completo em sua prancheta. – Eu nunca sequer joguei futebol. Não sei nem mesmo as regras.

— Não há nada que você não possa aprender. – Seu sorriso faz com que eu murche por inteira. Eu assinto, tentando aceitar sua decisão da maneira mais compassiva possível. Achava que, por estar sendo uma completa perna de pau, seria eliminada de cara. Mas é claro que os planos da Sra. Minerva seriam outros. – Os treinos são todas as terças á tarde.

Quase uma hora depois, o treino termina. Meu corpo inteiro está coberto de suor, e concordo mentalmente com Anne em relação á ficar semelhante a um porco. Mayune vem até mim e não esconde o sorriso estampado no seu rosto. Ela não é alguém em quem eu confie, mas faz parte da minha vida, do meu dia-a-dia, o que faz com que ela se torne ao menos especial para mim, mesmo que só um pouco. Às vezes, até mais do que Anne.

O professor Smith está nos parabenizando por ter conseguido essa maravilhosa vaga, e o fato de eu estar no time é tão irônico e sem sentido que eu até sorrio, mesmo que esse sorriso não alcance os meus olhos.  Aprendi com a minha mãe que os olhos nunca mentem e que as expressões enganam e isso definitivamente é uma lição que irei levar comigo pelo restante da minha vida.

— Estou louca para contar á Anne. – Mayune diz alegremente com um olhar tão sonhador que engulo todo o meu discurso sobre como ter falsamente conseguido essa vaga só me irritou ainda mais em relação á Sra. Minerva. – E ao Taylor, também.

— Então quer dizer que o nome do seu tão misterioso namorado é Taylor? – Faço o melhor olhar cumplice que consigo. Mayune fica tão vermelha que acho que vai explodir. – Relaxa, não vou contar para ninguém até que você conte.

Ela entende bem o que eu quero dizer: Não vou contar a Anne até que você conte. E isso faz com que ela respire fundo e passe a me falar sobre esse tal Taylor de uma maneira tão exagerada e apaixonada que por poucos segundos sinto inveja. Inveja e desejo de ter alguém, também, de me permitir ter todas essas sensações.

Durante toda a minha puberdade vi Juliet curtir sua adolescência com mais namorados do que posso contar. Antes de Aaron, ela aparecia ao menos quatro vezes ao mês com um garoto diferente, e eu o chamava de sortudo da vez. Eram sempre com o mesmo estereotipo: Medianos, fortes, musculosos e mais velhos. Quando ela começou a namorar Aaron, eu não acreditei. Não por ter sido uma completa traição, mas por ele não fazer nem um pouquinho o seu tipo, não mesmo. Aaron era magrelo, gigante e ainda por cima usava um aparelho de cor esquisita. No começo, achei que tudo não passasse de uma piada, até que eles começaram a sair juntos.

Era uma droga. Uma completa, gigante e intensa droga. Juliet já morava com meu pai quando eles começaram á namorar, e às vezes ela deixava-me sozinha assistindo filme no porão para ir até a casa dele.  Eu nunca soube realmente classificar o meu real sentimento por Aaron. Nós crescemos juntos, fizemos juras de amor quando éramos crianças, quando éramos tão inocentes e incorruptíveis, além de que ele era o meu melhor amigo. Juliet costumava dizer que não era amor, não era paixonite, nem nada, era apenas admiração e ainda esfregava na minha cara que Aaron tinha dezesseis anos e eu não era nada além de uma criança. Como se ter quatorze anos era ser tão criança assim. Mas, de certa forma, era.

Pensando bem, não é como se eu quisesse namorar com Aaron naquele momento. Mas eu o amava, tinha certeza disso.

Mas, o mais chato de tudo isso, não foi ter meu par para o baile roubado e o namoro deles dois decolarem. Não, o pior foi que, com quatorze anos, todo mundo já estava com aquela euforia de “Nossa, você precisa perder o seu BV” e “Garotas não são mais piolhentas, elas são até bonitinhas” juntamente com “Meninos não são tão nojentos assim” e enquanto todo mundo da minha turma estava se empenhando ao máximo para beijar alguém, eu ficava dentro de uma velha casa da arvore entre a minha casa e a de Aaron, perguntando-me quando chegaria a minha vez, questionando-me se gostar tanto dele fosse algo tremendamente errado. 

Talvez, só talvez, fosse tudo coisa da minha cabeça. Talvez eu estivesse tanto tempo a sombra de Juliet, aceitando tudo o que ela fazia ou dizia de boa vontade que eu precisava de alguma justificativa para colocar um defeito nela, e aí talvez gostar de Aaron não era nem mesmo um gostar de verdade, talvez era só para convencer-me de que Juliet não era tão perfeita assim.

E, puxa vida, ela realmente não era. Mas eu cresci com isso, acreditando nisso, então ela sempre seria A Garota Exemplar, mesmo com todas as mentiras e falso bem estar que ela transmitia, pois agora percebo isso, percebo que não havia como Juliet estar sempre sorrindo o tempo todo por estar feliz, ela fingia, e eu nunca havia percebido. E não sei se fico decepcionada ou feliz em descobrir isso.

De qualquer maneira, estou à uma hora ensaiando possíveis diálogos para quando eu for encontrar a outra metade do mapa. Eu sei que está com alguém, então eu tenho que saber exatamente o que vou dizer para evitar constrangimentos.

Como Colin virou oficialmente meu motorista, e hoje é sexta, o que significa que ele já não está mais na faculdade, ele me leva até o endereço que Juliet havia escrito na nota. Por mais que eu esteja nervosa e deseje que ele vá comigo até o apartamento indicado, despacho a sua companhia e enfrento o que está por vir sozinha. Eu estou tão malditamente nervosa que sequer olho para o sobrenome que está escrito na caixa de correio, apenas vou até a porta e bato.

Eu não sei bem o que irei encontrar. Espero que talvez alguém possa apenas explicar quem realmente era a minha irmã e o que a anotação no mapa que jazem minhas palmas suadas significa. Mas, quando a porta se abre, eu engasgo com minha própria saliva e, como você já deve imaginar, faço aquela típica cena na residência alheia.

O causador disso até tenta me ajudar, mas ele está mais ocupado fazendo a maldita pergunta sobre o que eu estou fazendo aqui. Quando enfim recupero o folego, não vejo aquele ignorante que havia me tratado de maneira tão brusca na biblioteca, pelo contrário, vejo um garotinho de doze anos com os cabelos colados na testa, os olhos baixos, encarando os próprios sapatos no velório do pai. E isso foi o suficiente para eu saber que Aaron estava se tornando uma pessoa completamente desconhecida para mim, pois foi ali que a porra toda começou, e com porra toda me refiro á ele perder toda a sua inocência depois da morte do pai.

— Você está me seguindo? Como sabe onde eu moro? O que você quer? – São muitas perguntas para poucas respostas e eu certamente estou zonza por ter perdido o folego de uma maneira tão brusca, então ainda estou tentando respirar normalmente, soltando um ruído estranho a cada suspiro. – Violet?

A menção do meu nome é o suficiente para que eu pare de fazer uma cena ridícula e lhe estenda o mapa, sem falar absolutamente nada. Aaron olha-me como se estivesse avaliando-me, talvez se questionando que tipo de espécie eu sou, talvez uma alienígena. De qualquer forma, ele pega o mapa e o olha por um bom tempo antes de simplesmente dizer que a outra metade está na casa da arvore e fechar a porta bem ali, na minha cara.

Continuo lá, parada, com minha maior cara de ameba, até bater na porta mais uma vez, impaciente.

— É só isso o que você tem a dizer, McFuller? – Grito, mesmo sabendo que ele está do outro lado da porta, pois eu consigo ver a sombra de seus pés. Sei que ele está olhando-me pelo olho magico na porta.  – O seu endereço foi escrito nesse mapa pela Juliet, e, se me lembro bem, você andava com um mapa pra todo canto, porra.  Esse é o mapa? E por que ele está na casa da árvore? E porque você está envolvido nessa história toda?

— Vai embora, Violet.

Ofego, ofendida com tal insolência. E o xingo mais uma dezena de vezes, sentindo-me uma tola por achar que ele me ajudaria a entender todo esse quebra-cabeça.

— Eu não tenho mais nenhuma ligação com a sua irmã. – Ele diz após abrir a porta e olhar-me com os olhos azuis tão gélidos que por um segundo acho que ele vai fazer algo contra mim, mas, poxa, ele é Aaron McFuller, alguém que não machuca nem mesmo um inseto qualquer. – E eu não sei o que isso tudo significa. Primeiro ela aparece no meu trabalho exigindo que eu guarde para ela três livros que, misteriosamente, sumiram dois. Então quase dois meses depois você aparece pedindo os livros de volta. E quando vou colocar o seu nome no registro de livros emprestados aparece a porra de um bilhete com “Cuide da Vivi. - J.” e puta merda, você agora aparece na porta da minha casa mostrando-me um mapa que há anos eu deixei dentro da casa da arvore exigindo que eu saiba de alguma coisa.

— E você sabe? –Não era isso que eu queria perguntar. Eu queria perguntar por que ele disse não haver nenhuma ligação com Juliet se nós todos sempre fomos ligados á ela. Queria perguntar por que ele estava tão rancoroso. Queria perguntar o que exatamente aquele bilhete significava e porque Juliet pediria uma coisa dessas. Idiota, idiota, idiota.

— Não.

Murcho, decepcionada. Engulo a dor que está na minha garganta, pois sinto que estou prestes a chorar. Aaron era a última pessoa que eu gostaria de ver, pois havia tantas coisas que queria dizer á ele, tantas perguntas a fazer. “Por que você foi embora?” era a principal delas, mas nós não nos falávamos mais, então aquilo não era necessário. Meu impulso em seu escritório só fez com que eu ficasse tremendo de raiva por saber que ele havia se tornado alguém todo cheio de mimimi e razões.

Começo a dar meia volta quando, reunindo toda a minha coragem e autoestima, viro-me novamente para ele e pergunto:

— Mas gostaria de saber?

Ele não responde, ao invés disso, ele dá largos passos em minha direção. Fico parada, tentando controlar minha respiração e não parecer uma completa idiota na sua frente, então ele fecha a porta e começou a ir até a garagem ao lado.

— Para onde você vai?

— Para onde nós vamos você quer dizer. – Ele levanta uma sobrancelha e, puta merda, exibe o sorriso que eu estive três anos ansiando para ver novamente. – Encontrar respostas.

—.-.-

Carro do Aaron McFuller, onde tudo é coberto por coro e plástico, onde um pequeno coelho amarelo pendurado no retrovisor balança à medida que o carro para e avança, onde toca músicas estranhas que não consigo acompanhar ou entender a letra. Onde tudo é frio, tenso e silencioso. O lugar onde, quando eu fecho os olhos e ignoro a música, sinto que estou debaixo da minha cama. E, por mais que eu evite, eu conto, em pensamento, repentinas vezes.

Um, dois, três, quatro... Cinco vezes cinco é vinte e cinco e a metade de vinte e cinco é doze e meio... Seis, sete, oito, nove... Dez vezes dez é cem e a metade de cem é cinquenta... Onze, doze, treze, quatorze...

— Violet?

Os números se misturam. Eles sobem, eles descem, eles correm de um lado para o outro. E o infinito está inalcançável, pois são tantos números. Então eu lembro-me que quando eu era criança, papai comprava cereais educativos. Os de Juliet eram de letrinhas e os meus com números. E ela sempre comia as letrinhas, mas eu ficava contando e recontando os números, pois há uma coisa tão complexa nos números. Pois existem números antes de um, como, por exemplo, zero vírgula cinco, e tem mais números antes de zero vírgula cinco. E são tantos tantos tantos números.

— Você está bem?

Abro os olhos. O carro está parado, e Aaron está inclinado, estudando-me.  Estamos parados entre a minha casa e a antiga casa dele. Há uma casa de árvore abandonada no espaço entre as duas residências. Memórias me atingem. Aaron, Juliet e eu construindo essa casa com nossos pais. O gatinho de Aaron, Snow, preso dentro da casa por quase três dias sem ninguém ter notado. Nós brincando de cartas. Nós brincando de adivinhação. Nós brincando de perguntas e respostas. Nós. Nós. Nós. Nós.  Aaron, Juliet e eu.

E então, Aaron e eu, em uma tarde chuvosa.  Aaron está chorando, pois seu pai foi internado ás pressas no hospital. E meu coração se aperta contra o peito, e eu não choro, por mais que queira, pois Aaron precisa de mim, Aaron não pode me ver chorando, eu não posso ser fraca. Eu digo que vai ficar tudo bem, eu digo que ele vai conseguir, eu digo várias coisas, mesmo sabendo que nem um terço delas são verdades. E Aaron também sabe, mas ele ao menos finge acreditar. E nós nos abraçamos. E eu quero dizer á ele que eu entendoo que ele está sentindo, que eu sei o que é perder um pai, pois sinto que perdi o meu. Quase digo á ele sobre Kiersten, e por quase dizer á ele, acabo chorando também. E nós prometemos um ao outro que seremos amigos para sempre.

Mas as coisas mudam e agora os anos se passarem. Não há mais nós. Há apenas Juliet e Aaron. E eu. Não somos mais um trio, existe uma dupla e o que sobrou de um trio. E Juliet e Aaron sobem para a casinha da arvore, e ficam lá a noite inteira. E quando vou até lá, eles não me deixam entrar. Então eu fico na escada, escutando o riso dos dois, escutando uma música lenta e ao mesmo tempo acelerada que toca no Ipod de Juliet. E essa cena se repete tantas vezes que eu não consigo mais contar. E o baile de inverno chega. Eu fico na janela, esperando Aaron me convidar, porque sou uma caloura que quer ir ao baile e ele está no seu penúltimo ano. Mas Juliet diz que ele convidou ela. E, duas semanas depois, eles estão namorando. Não choro, mas sinto que fui traída, pelos dois.  Então, meses depois, eles brigam. Na casinha de arvore. E eu estou sentada na escada, e aumento o volume do Ipode ao máximo, pois não quero escutar o motivo da briga. E Juliet está chorando, e Aaron parece tão irritado que vai explodir. Juliet corre para casa, e eu saio da escada. Aaron me encara e eu encaro-o de volta. O que aconteceu? Pergunto. E ele responde: Terminamos. Mas, quero dizer o que aconteceu entre ele e eu, não Juliet e ele, e sinto vontade de fazer a pergunta novamente, mas ele já está se afastando. Nós ainda seremos amigos para sempre? Mas ele não responde, ele sequer olha para trás. Desligo o Ipod. E tento me desligar, procurando algum botão em meu corpo, apertando a minha pele com força, tentando encontrar as pilhas, a bateria ou seja o que for que me mantém ligada. Mas não encontro. E é por isso que eu choro, não porque Juliet e Aaron terminaram ou porque nossa amizade está acabando, mas porque eu quero parar de funcionar e não consigo.

E agora não existe mais Juliet. Só Aaron. E eu. Separados por um ponto ou um virgula em uma frase, mas nunca juntos. E seus olhos azuis estão sobre os meus verdes-cinza sem graça e opacos. Ele ainda continua perguntando como estou. E eu respondo que estou Ok, apesar de querer loucamente dizer Não-Ok, pois agora não sinto a mínima vontade de ir até a casinha de árvore, agora não sinto a mínima vontade de encontrar respostas. Essas lembranças fazem com que eu deseje correr para casa e esconder-me debaixo da cama.

Nós descemos do carro. A luz da minha sala de estar está ligada, então eu sei que minha mãe já chegou do trabalho. Questiono-me qual será o aroma que irei enfrentar hoje, arroz queimado ou chocolate derretido? E não faço à mínima ideia de qual deles eu realmente prefiro, qual deles representa quem minha mãe verdadeiramente é.

Aaron está olhando para a sua antiga casa e quando percebe que eu estou observando-o seus ombros balançam, como se estivesse desconfortável com a situação. Antes que eu diga qualquer coisa, ele pergunta:

— Por que está usando os óculos de Juliet?

 – Não consigo encontrar minhas lentes. – É uma mentira. Elas estão na cabeceira do meu quarto, mas desde que encontrei esses óculos optei por usa-los, apesar de o grau ser maior e parecer que eu vejo tudo em outra dimensão, além de deixar marcas quando o tiro.

— Quando vi o seu cabelo pintado de azul, achei que era apenas uma fase, para ficar lembrando-se dela. Mas agora você está com os óculos, e esse casaco é da nossa turma na Novaski. Você não quer se lembrar da Juliet. Você quer ser como ela.— Eu engulo em seco e começo a andar em direção á velha casa da arvore, tentando ignorar tudo o que Aaron está falando, tentando fingir que ele não sabe desvendar todos segredos sobre quem eu sou. E é isso que me mata, eu não saber quem eu realmente sou, mas ele sim. – Você deveria parar, senão, vai acabar realmente como Juliet.

Quase viro-me para ele e digo que esse realmente é o objetivo. Mas uma parte de mim está gritando: Qual é real objetivo? Ser como sua irmã? Ser você mesma? Mas quem é você, afinal? E eu não sei as respostas. E eu continuo andando, sabendo que ele está logo atrás de mim. Ninguém havia se importado com isso antes. Apenas Colin havia falado algo, e ao contrário de Aaron, elogiou-me por estar parecida com Juliet. Não sei por que Aaron está assim, talvez eu deva me conformar que não sobrou nada do Aaron de antes.

A última vez que estive na casa da arvore, foi quando Aaron se mudou. Fiquei sentada bem no meio, durante horas, apenas encarando a pequena janelinha, vendo o caminhão de mudança encher e depois se afastar, para longe, para sempre. Fiquei esperando ele vir até mim, dizer que ainda éramos amigos, dizer que eu ainda era a sua garota, que mesmo tendo terminado com Juliet nós ainda nos veríamos. Fiquei esperando que ele ao menos fosse se despedir. Mas ele não veio. E quando chegou a noite, quando tudo ficou frio e escuro, fui para casa. Havia perdido Juliet no ano anterior, e a perda de Aaron foi o suficiente para que eu decidisse nunca mais me apegar ás pessoas. Elas vêm e vão á todo momento.

Isso me lembra Sky. Não faz nem mesmo três semanas que a conheci, mas já confio tanto nelaque isso acaba me assuntando. E ela nunca é realmente presente. Ela vem e vai, e nunca se justifica, nunca fala sobre os motivos para ela sumir durante dois ou três dias. Mas ela me passa segurança. Ela é o céu chuvoso que observa, á distancia e ao mesmo tempo tão próxima, o meu oceano turbulento. Não sei se quero me apegar de verdade á ela. Não sei como será quando ela for embora, como todos da minha vida fizeram.

Subo a pequena escada. Está tudo velho e sujo, além de escorregadio. Quando entro, não consigo ficar de pé, pois tudo surpreendentemente está pequeno. E o fato de eu ter crescido me atinge tão rapidamente que fico sem folego.  Quero voltar á ser criança. Quero voltar á ser a Vivi que acredita em contos de fadas, a Vivi inocente que acha que os únicos monstros são aqueles que ficam atrás do armário, a Vivi que acha que ninguém jamais vai machucá-la, que a vida é bela e tudo é simplesmente bom e maravilhoso. Sinto a vontade enorme de voltar ao passado, até o dia em que li Peter Pan pela primeira vez e desejei ir para a terra do nunca, mas eu, criança idiota, disse que gostaria de crescer, queria ser adulta como meus pais. Oh, amarga ilusão! Que tola criança!

Sento-me no chão empoeirado e puxo meus joelhos contra o peito, apertando-os com força. Há uma caixa perto da pequena janela, a mesma em que fiquei um dia inteiro esperando Aaron despedir-se. Eu já a vi antes, é a caixa da mamãe, uma feita de material cintilante que emite hologramas sem significado. Estou encarando-a de uma maneira tão distraída e estranha que quando Aaron pergunta se deveria abri-la, eu digo que não. Então ele senta-se ao meu lado e descansa relaxadamente contra a parede de tábuas.

Minha cabeça gira. Os pensamentos vêm e vão. Eles correm e ao mesmo tempo caminham lentamente, e às vezes batem contra si, causando uma confusão que me deixa confusa e distraída. Quero entender o que Juliet necessariamente deseja com tudo isso. Quero entender porque Aaron está envolvido. Quero entender quando ela começou a formular todas essas pistas. Quero entender qual o objetivo da coisa toda.

Aaron e eu não conversarmos. Aaron e eu não trocamos olhares. Aaron e eu não nos mexemos. Aaron e eu não parece ser Aaron e eu. Parece ser eu, apenas eu, sozinha dentro dessa pequena casinha encarando uma velha antiguidade da minha mãe. Mas Aaron está aqui, pois eu escuto a sua respiração e seus dedos batendo contra a calça jeans que está usando. Ele não é uma alucinação.

Durante muito tempo formulei cenas em minha cabeça, em que eu diria para Aaron tudo o que pensava sobre a situação inusitada em que ele me meteu. Eu iria gritar e ao mesmo tempo sussurrar para ele o quanto sentia a sua falta, e ao mesmo tempo iria deixar o ódio escapar pela minha boca, transformando-se em veneno e atingindo-o em cheio. Queria perguntar, mais uma vez, o que havia acontecido. E agora que estamos aqui, percebo que a única coisa que ainda nos mantém em uma espécie de suporte é apenas o nosso passado. É a única coisa que temos em comum, não somos nada além de desconhecidos um para o outro.

 – Você se lembra quando estávamos brincando de Romeu e Julieta? – Aaron começa, a voz tão baixa que por um segundo acho que seja apenas a minha imaginação. Mas então ele continua, dessa vez movendo o corpo para o lado, olhando-me. Não retribuo o olhar. A caixa cintilante ainda é meu único e exclusivo foco. – Eu era o Romeu, Juliet era a Julieta e você o Páris. – Aí, quando fomos fazer aquela cena da varanda, eu fiquei na escada, declamando poemas sem sentido e sem rima e nem nada, apenas improviso.  Aí, foi você quem apareceu na janela, não a Juliet, e quando perguntei sobre ela, você disse que era a nova Julieta.  Então continuamos brincando. – Eu lembro-me disso. Lembro que fiquei tão irritada por eles escolherem justamente essa peça e extremamente magoada por ter que interpretar um papel masculino. – E aí a Juliet apareceu, ela na verdade tinha ido ao banheiro e quando viu que estávamos brincando sem ela, começou a reclamar com você. Foi a primeira e única vez que vi vocês discutindo. Vocês começaram á brigar, uma atacando a outra com palavras desagradáveis. Aí você entrou em casa e ela foi atrás. Fiquei sentado na varanda de vocês, apenas escutando gritos. Então a Sra. Singer apareceu e disse que eu deveria ir embora. No outro dia, vocês agiram como se nada tivesse acontecido. – Ele para. Move-se para frente. Não me encara mais, não fala mais, não bate os dedos contra a calça. Ele apenas congela, e quando acho que acabou ele finaliza: – Nunca entendi o que aconteceu.

O que aconteceu foi que Juliet sempre ficava com os melhores papeis, independentemente da peça e eu era apenas uma personagem secundária, com poucas falas. O que aconteceu foi que Juliet e Aaron estavam com quinze anos e me tratavam como se eu fosse um bebezinho. O que aconteceu foi que Juliet havia dito que aquela seria a última peça que iriamos fazer, pois ela e Aaron estavam velhos demais para minhas brincadeiras idiotas, como se eu é quem tivesse começado com essa história de teatro e não ela. O que aconteceu foi que em algum momento Romeu e Julieta iriam se beijar: e mesmo que com se beijar resumia-se em Aaron encostar os lábios contra a bochecha de Juliet, irritava-me profundamente a proximidade dos dois, além de eles estarem excluindo-me de absolutamente quase tudo.

Além de tudo, o que realmente aconteceu foi Juliet descobrir os meus sentimentos por Aaron. E dizer que já sabia, que já havia percebido e que eu era uma idiota por achar que ela teria algo com ele, pois eles não eram nada além de amigos e não seria uma completa fura-olho, mas ela só falou isso depois de dizer que eu era apenas uma criança, que eu nunca poderia ter qualquer chance com ele. E isso gerou outra briga, até prometermos nunca, jamais, brigarmos novamente, independentemente da situação. E foi por isso que agi como se não fosse nada demais quando eles começaram a namorar.

Tenho vontade de deixar que essas palavras saiam dos meus lábios, tenho vontade de jogar tudo no ventilador, como fezes frescas e deixar que Aaron fique sujo e fedendo. Mas isso não acontece, pelo contrário, a única coisa que saí dos meus lábios antes de eu finalmente pegar a caixa é:

— Chega um momento que a gente cansa de interpretar papéis insignificantes.

Não fico nem um pouco surpresa quando encontro um envelope e, junto a ele, a outra metade do mapa. Aaron aproxima-se de mim, mas não chega a tocar-me, apenas inclina-se sobre meu ombro a fim de acompanhar letra por letra do que irei ler.

É uma carta de Juliet.

Obs: Caso quem esteja lendo esta carta não seja a Vivi, por favor, pare de ler agora mesmo.  E deixe-a exatamente como está.

Vivi,

Eu sei que essas cartas são estranhas, parecem até mesmo meio mórbidas, mas Carpe Diem, não é mesmo?  Espero que não tenha demorado muito para você encontrar esta carta, espero que tenha sido esperta o suficiente e que Aaron esteja ao seu lado agora, vocês vão precisar um do outro, eu sei que sim.

Dentro desta caixa, tem uma carteira com dinheiro suficiente para você e Aaron gastarem com o que houver necessidade. Não que vocês realmente vão precisar para alguma coisa, mas tenho guardado minhas economias á muito tempo e sei que estou entregando para a pessoa certa. Há também uma bússola, que espero que você leve para todo canto, custe o que custar.

Na página seguinte, você vai encontrar a outra metade do mapa. Nele, há vinte e cinco coisas que você precisa fazer. Por mim, por você e por Aaron. Mas principalmente por você. Poderia ser mais extensa, mas vinte e cinco é o suficiente para nós duas suportarmos, e espero que você utilize o tempo que precisar para cumpri-los. Parece mais uma daquelas listas de coisas para fazer antes de morrer, mas é algo além disso, e eu realmente espero que você cumpra cada uma delas da maneira mais intensa possível.

Para cada lista, á uma nota. NUNCA leia a nota antes de fazer o que tem que ser feito. E, por favor, esteja com Aaron quando decidir faz-las, não é obrigatório, mas seria bom. Menos os itens 14 e 17, ao menos, é claro, que você queira que ele esteja presente

Sei que a pergunta que paira é: Por que estou colocando ele nisso?

Bom, nós éramos um trio, o melhor trio desta cidade. E eu acabei com ele. E muitas coisas não foram resolvidas. Mesmo que Aaron e eu tenhamos voltado á ser como éramos antes: amigos, você e ele nunca tiveram uma oportunidade. E agora essa oportunidade voltou.

Aaron, por favor, aproveite. E cuide da nossa pequena Vivi, você sabe tantp quanto eu como ela é frágil.  

Sinto muito aos dois por todas ás mágoas, por todas as lagrimas. E sinto muito, Vivi, que você esteja se sentindo tão sozinha e perdida. Mas, confie em mim, você está indo muito bem, garota.

Obs: Desculpe-me pelo item 25, mas ele é necessário. Vai ser difícil, vai doer bastante, e você vai sentir-se traída e deixada para trás. Mas á uma coisa boa por trás disso, e você vai precisar descobri-la. Não posso dizer mais nada, as dúvidas irão fazer você encontrar as respostas.

De sua querida e amada irmã, Juliet. 

Aperto a carta contra o peito. Acho que esqueci como se faz para respirar. Fecho os olhos. Inspira; expira. As lagrimas escorrem pelo meu rosto e eu me contorço um pouco para o lado quando Aaron toca no meu ombro. Ele se afasta. Continuo chorando. 

Quando a notícia de que Juliet estava morta chegou, eu estava sentada na escada dessa pequena casinha de árvore. Eu não quis entrar, pois sabia que as lembranças iriam afetar-me, acho que essa carta já estava aqui quando o acidente aconteceu. De qualquer forma, aqui estava eu, com as mãos sobre os joelhos encarando o meu velho e desgastado all-star. Eu ainda segurava o milk-shake de morango que Juliet havia comprado pra mim, já fazia quase três horas que ela havia me deixado em casa, completamente arrasada.

Eu já estava quase entrando em casa quando um senhor barrigudo e careca que mora no fim da rua veio rapidamente em minha direção. Seu rosto estava vermelho, e o suor que descia pelo seu pescoço deixava-o parecendo um porco fugindo do abate.

— Você está bem? – Ele perguntou e quando eu disse que sim, ele olhou para trás, nervoso e agitado. – Você não é ela, é?

— Ela quem?

— A garota do noticiário, a garota morta.

Lembro que cheguei a rir, eu bem que queria estar morta. Então disse que não. Eu disse:

— Não sou ela.

 Fazia menos de um mês que ele havia se mudado, então seria aceitável que ele estivesse confundindo-me com alguém. O senhor começou a falar de um acidente na ponte de Cambridge, de uma garota muito parecida comigo ter morrido na hora. Fiquei tão chocada e absorta em pensamentos que, quando ele disse meu sobrenome, pedi para que ele repetisse.

— Singer. O sobrenome da menina é Singer. O seu é Singer também, né? – Meu coração falhou uma batida. Assenti. – Mas o seu nome é Vivian, o dela é Juliet.

Todo mundo tem a sua hora.

Não estou falando no sentido literal da coisa toda; todo mundo tem a sua hora mesmo. E naquele momento eu queria que a minha hora chegasse em um segundo, mas ela não chegou. O senhor continuou encarando-me. Engoli o espasmo que ia sair dos meus lábios e balbuciei um “Meu nome não é Vivian” enquanto corria para casa “Meu nome é Violet”.

 As lagrimas ainda estão escorrendo quando pego a outra metade do mapa. Aaron pede para ler a carta novamente e mesmo a contragosto eu entrego. Sobre o mapa está escrito Carpe Diem em esmalte violeta. Espero que a minha respiração fique regularizada para que eu possa abri-lo e continuar a ler. Quando isso acontece, deparo-me com uma lista escrita em perfeita harmonia.

Carpe Diem.

1° Aprenda a perdoar.

2° Perdoe o papai.

3° Aceite conselhos de uma criança.

4° Tenha um momento glorioso, cheio de mimos e frescurinhas.

5° Dance em um bar e fique bêbada.

6° Cante “I Can’t Get Now (Satisfaction)” em algum momento inapropriado.

7° Chore porque está feliz e sorria porque está triste.

8° Cuide da mamãe.

9° Tente falar em uma língua estrangeira com um desconhecido.

10° Perdoe Aaron.

11° Recrie a cena triunfal de As Vantagens de Ser Invisível. (Você sabe á qual me refiro)

12° Aprenda a dirigir.

13° Pule de uma tirolesa.

14° Nade em mar aberto. (Ps: Faça isso nua)

15° Entre de penetra em uma festa.

16° Beije um estranho.

17° Faça sexo em um local inusitado.

18° Faça uma nova amiga.

19° Corra dez quilômetros em um dia. (Ps: Tente não morrer no processo.)

20° Tente tocar piano.

21° Leia uma obra completa de Shakespeare.

22° Furte uma loja. (Ps: Não seja presa, por favor.)

23° Vá ao baile de primavera com Aaron.

24° Apaixone-se e supere a decepção que virá em seguida. (Fique tranqüila, decepcionar-se vem de pacote quando você se apaixona).

25° Deixe-me ir.

Eu não choro por quase dez segundo inteiros, o que é um grande alivio e recorde, mas então o choro vem novamente. Dentro da caixa á diversas notas de papel, todas dobradas igualmente. Há também uma carteira e a chave de um carro, que deveria ser o seu se ele não estivesse agora completamente destruído em um ferro velho. Aaron está falando comigo, mas não entendo um terço do que ele diz. Por fim, digo que quero ficar sozinha.

Aaron deixa o seu número de telefone escrito no meu braço e no verso da carta de Juliet, mas os números parecem misturar-se uns com os outros. Eu começo a contá-los e recontá-los, faço somas, multiplicações e divisões, eu encontro o infinito nesses números enquanto choro. Aaron beija minha testa e diz que vai me esperar lá fora.

Fico aqui por um longo período de tempo, leio e releio a carta diversas vezes, assim como a lista. Há coisas aqui que nunca poderia fazer em minha vida, mas Juliet espera que eu faça, e por esperar que eu faça isso, irei fazer. Quando finalmente fecho a caixa e saio da casinha, encontro um bilhete grudado na porta. É de Aaron. Ele pede que eu ligue para ele quando me estabilizar, desculpa-se por precisar ir ao trabalho e fala para eu encontra-lo na biblioteca para falarmos sobre a lista.

Eu amasso o papel e o jogo dentro da lata de lixo mais próxima que encontro. O primeiro item da lista com absoluta certeza será o mais difícil de todos.


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Notas finais do capítulo

gente, por que Juliet fez isso tudo? Qual a intenção dela? E SÓ EU QUE PERCEBI O "CARTAS" NO PLURAL SENDO QUE VIVI NUNCA ENCONTROU NENHUMA CARTA ANTES DESSA? hein hein hein? parece que nossa protagonista pulou uma etapa do procedimento, hein.
e esse "deixe-me ir" nossa, até parece que Juliet já estava deixando claro que iria morrer
rsrsrrsrsrsrs
spoiler que não é spoiler pq o que vcs tão pensando nesse momento é só pra fuder com o piscicologico de vcs HAHAHAHAHAHA
bom, comenteeeeeemmmmmm
ps: Aaron McFuller amor, venha cá pfvr, precisamos ter uma conversinha sobre o quão lindinho vc é é beijando a testa de Violet Singer.

bjossss de luzzzz



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