Precisamos um do outro escrita por Moon


Capítulo 2
Inquérito


Notas iniciais do capítulo

Stiles tem primeira aula e forma o grupo do trabalho principal do trimestre. Riley começa a pesquisar sobre seu passado e recebe uma visita da família.



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POV Stiles

Inquérito. - O senhor de óculos redondos, cabelo preto e de terno escreveu no quadro negro com um giz branco.

— Essa é a primeira fase de uma investigação. - Ele disse apontando pro quadro. - O que é isso?

Alguns alunos levantaram suas mãos comigo, ele apontou pro rapaz de blusa azul perto de mim.

— O conjunto de atos e diligências que têm por objetivo apurar a verdade de fatos alegados. - O professor então virou pra mim e fez sinal para que eu falasse. 

— O inquérito policial é todo o procedimento  destinado a reunir elementos necessários para a apuração dos fatos relacionados a uma infração penal e sua autoria.

— Ótimo. Então vocês todos sabem o que é inquérito. - Ele andou pela sala. - Mas por que essa é a primeira etapa da investigação? Qual o seu papel? Como deve ser realizado? Quais são os protocolos? Quais são os prazos? Quais são os profissionais envolvidos nesse processo? 

Ele bombardeou inúmeras perguntas.

— Esses serão os meus ensinamentos aqui. Eu vou ensinar cada etapa individualmente. E vocês vão realizar essas etapas do mesmo modo. - Ele começou a distribuir papéis. - Vocês vão formar equipes e executar as etapas de uma investigação. Eu vou fornecer dados durante as aulas para cada equipe. Quem fizer tudo direito, terá um caso sólido no fim do bimestre. Quem não for bem...

— O que acontece se alguém não tiver o caso solucionado até o fim do bimestre? - O rapaz de antes perguntou.

— Essa pessoa, ou pessoas, serão dispensadas. - Ele disse sem emoção. 

O clima tenso pairava na sala.

— Quantas pessoas por equipe? - Jessie perguntou.

— 4. - Ele respondeu. Ela virou pra mim e eu confirmei com a cabeça.

A aula continuou, eu tomava notas de cada coisa que ele falava. No fim a turma foi pra uma lanchonete falar sobre a aula.

— Por que começar no sábado? - Jessie se sentou a minha frente indignada. 

— Relaxa, loira. - Marcos colocou o braço nos ombros de Jessie. - Daqui pra frente só piora!

— Quem será o quarto integrante? - Perguntei.

Eu sempre fazia meus trabalhos com o Marcos, eram sempre duplas. Mas agora seriam quartetos.

— Eu pensei em chamar o Toby. - Ela indicou o menino de blusa azul que respondeu sobre inquérito. - Ele é novato. Não estava na fase física e não conhece ninguém.

— Por mim, tudo bem. - Disse. - Marcos?

— Claro. Eu vou chamar o cara. - Ele entrou na lanchonete e voltou com o rapaz. - Senta aí.

— Esses são Stiles e Jessie. - Marcos nos apresentou. - Galera, esse é o Toby.

Eu estiquei o braço e o cumprimentei, ele sorriu amigável. 

— Quer ser parte da nossa equipe? - Perguntei.

— Quero. - Ele sorriu. - Valeu! Eu não conheço ninguém ainda.

— Porque você não participou da primeira etapa? - Jessie perguntou e levou um empurrão do Marcos.

— Não. Tudo bem! - Toby riu. - Eu estava internado. O diretor concordou em me deixar participar do resto do treinamento junto com a turma e fazer a primeira etapa por último.

— Você é discreta como uma bomba! - Marcos disse a Jessie. Ela riu e eles se beijaram.

Voltei ao alojamento junto com todos e todas as bagagens estavam nos corredores com uma nota no quadro de avisos que dizia: Dividam as equipes.

Peguei minha mochila e me encontrei com Toby perto do quadro. 

— Encontrou com o casal? - Perguntei e ele negou com a cabeça.

Escutei meu nome ser gritado do segundo corredor. Era Marcos na porta do quarto. O último quarto.

— Pegamos um quarto com banheiro. - Jessie comemorava quando eu entrei.

— Eu achei que todos tivessem banheiro. - Toby declarou.

— Apenas alguns tem banheiro. Ontem, quem chegou primeiro ficou com esses quartos. Quem chegou tarde como eu, ficou com quarto sem banheiro. Aí tem que usar o banheiro desse andar, ou o público do térreo. - Eu expliquei.

Estávamos nos acomodando. Guardando as coisas. 

— De cima ou de baixo? - Toby perguntou apontando pra beliche.

— De cima. - Eu pedi. - Pode ser?

Ele concordou com a cabeça e eu joguei minhas coisas na cama de cima, peguei meu celular e sai do quarto. 

Lydia Martin

O telefone chamou até cair na caixa postal. Não conseguíamos nos falar a três dias.

— Já estou em NY. Tive minha primeira aula hoje. Me liga mais tarde. — enviei a mensagem e voltei pro quarto.

POV Riley

Meus pais saíram com o Auggie pro supermercado. Casa vazia. Minha oportunidade. Fui a estante e procurei pela pasta dos documentos. Abri e busquei pelos papéis que eu tinha visto no dia anterior.

Tirei foto do contrato. Da minha certidão de nascimento. Atestado de óbito da minha mãe biológica, Claudia Stilinski. Atestado de incapacidade mental do meu pai biológico, Noah Stilinski. Dados sobre o processo.

Guardei tudo pra que ninguém desconfiasse. Voltei pro meu quarto e chorei lembrando dos meus avós falando sobre quando eu nasci, o Shawn contando que me viu no hospital no dia que eu nasci, meus pais falando sobre como meu nascimento mudou a vida deles. Tudo mentira.

Era uma tristeza misturada com raiva, angústia, medo. Tantos sentimentos. As lágrimas caiam pelo meu rosto e esses sentimentos borbulhavam dentro de mim. Eu sentia que ia explodir, derrubei tudo que estava na minha penteadeira com um grito seco. 

Sequei meu rosto, arrumei minhas coisas e peguei meu notebook.

Noah Stilinski. - digitei no google.

Xerife de uma cidade chamada Beacon Hills. Alguns casos policiais apareciam em blogs da cidade. Nenhuma rede social. Nenhum telefone. Nada. 

Peguei meu celular e liguei pro Farkle.

— Farkle? 

— Oi, Riles. 

— Eu tenho uma pergunta sobre tecnologia.

— E eu tenho a resposta. Manda.

— Se eu souber o nome e sobrenome de alguém tem como eu descobrir algum contato dessa pessoa, mesmo que ela não tenha nenhuma rede social?

— Pra que isso? - ele ficou curioso.

— Eu tava vendo uns meninos discutindo sobre isso num fórum e fiquei curiosa. - meu coração estava acelerando. - Eles estavam dizendo que sem redes sociais a pessoa fica invisível.

— Eles estão errados. - ele acreditou. - Se pesquisar o nome completo e emails, tipo gmail, hotmail, yahoo, você provavelmente vai descobrir uma conta. E se a pessoa não tiver email tem alguns sites especializados pra buscar pessoas. Além de processos, cartões de banco, multas, tudo fica na rede.

— Parece que eles estavam errados então. - fingi ter sanado minha curiosidade. 

— Eles sempre estão. Não leia essas coisas de fóruns. - ele disse com humor. - Topanga's mais tarde?

— Claro! Talvez eu tenha mais dúvidas interessantes pra você.

— Que bom que está elevando seu nível. - ele disse antes de desligar.

Pesquisei por horas. Conversei com algumas pessoas daqueles blogs pedindo informações. Em uma tarde eu tinha o email, o endereço da casa dele e um número de telefone.

Escutei a porta da sala abrir e fechei o notebook, o coloquei na minha bolsa, com os papéis que eu fiz anotações, guardei meu celular. A porta do meu quarto abriu e minha boca parecia que ia sair pela boca.

— Riley, querida! - minha mãe entrou. - Seus amigos estão te esperando no Topanga's.

— Eu estava esperando vocês chegarem para eu sair. - sorri. - Pra avisar que eu tô saindo.

— Precisa de dinheiro? - ela perguntou com um sorriso.

— Preciso! - fingi que tinha sido pega com vergonha de pedir dinheiro.

— JOSH! - escutei o Auggie gritar.

— Parece que temos visitas. - minha mãe foi até a sala e a seguiu.

— Meu irmão! - Josh falou pro meu pai.

— Meu irmão! - ele respondeu.

— Tio Josh! - o abracei percebendo que ele era provavelmente o único da família que não mentiu pra mim. 

— Riley! - ele apertou o abraço.

— Quer ir ao Topanga's? - perguntei me afastando.

— Claro! Por que não? - ele soltou a mochila no sofá. - Aliás, eu posso ficar aqui esse final de semana?

— Claro que pode, Josh! - minha mãe disse - Mas aconteceu alguma coisa?

— Tapa os ouvidos, Auggie. - Josh disse e meu irmão o obedeceu - Meu colega de quarto tá com a namorada e eles são barulhentos.

— Tapa os ouvidos, Riley. - meu pai disse e o Josh riu.

 

 


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Notas finais do capítulo

Comente sobre o capítulo. Obrigada por ler. Espero que tenha gostado e volte logo!



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