Precisamos um do outro escrita por Moon


Capítulo 18
Despedidas


Notas iniciais do capítulo

Todos estão abalados com a perda de um colega de classe, um estudante exemplar, um humano, um membro da comunidade. Mas eles sentem pela perda de um amigo, um membro da matilha, alguém da família e seus corações estão tão partidos e vazios quanto o corpo de Mason naquele caixão. Mas eles tem um ao outro e uma ideia para ajudar o mais ferido entre eles, Liam.



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POV Scott

Acordei com o braço formigando embaixo do corpo da Malia que ainda dormia. Fui cuidadoso para conseguir sair do sofá sem acordá-la. Lydia e Corey também estavam adormecidos na sala. Procurei por Liam. E meus sentidos se aguçaram quando não o vi na sala.

Liam estava fedendo a tristeza há dias. Primeiro era mais como um leve odor, por causa do término com Hayden, depois um pouco pior quando ela se mudou e então se tornou um cheiro forte e intenso há dois dias, quando Mason se foi.

O odor se sobrepunha até ao cheiro natural de lobo que era dificilmente disfarçável para outros lobisomens. Em um segundo o identifiquei no andar de cima, mas tinha alguém mais com ele. O cheiro era familiar, mas só o identifiquei quando notei Stiles na cozinha. Riley estava com Liam.

Coloquei meus chinelos e fui a cozinha sabendo que encontraria Stiles e minha mãe tomando café silenciosamente.

A casa era uma mistura de tristeza, raiva, culpa. Todos estavam sentindo a perda. Alguns mais que outros.

— É bom te ver, irmão! – Disse abraçando-o.

Ele me abraçou de volta na mesma intensidade.

— Como você tá? – Ele perguntou.

— Levando. – Respondi sem saber como descrever bem o que se passava.

Fui até minha mãe e a abracei.

— Como que a Riley está?

— Eu não sei. – Stiles afastou a xícara de café. – Você acha que eles vão ficar bem?

— Eu não sei. – Fui honesto.

— É claro que eles vão ficar bem. – Minha mãe ficou entre nós dois. – Vocês ficaram bem.

Me lembrei de chorar nessa mesma cozinha nos braços da minha mãe pela morte da Allison. Por algum tempo eu achei que nunca mais seria feliz. E eu estava errado.

Eu ainda sinto falta dela e eu sempre terei esse peso no meu peito. Mas a gente segue em frente. Mesmo parecendo impossível.

— E sejamos honestos. – Lydia disse na entrada da cozinha. – Eles são bem melhores do que a gente era na idade deles.

Stiles fez uma careta concordando e eu ri. Lydia foi até ele, abraçou-o pela cintura e o beijou de leve nos lábios.

— Por que vocês não saem um pouco? – Perguntei virando pro casal. – Eu tenho certeza que vocês precisam de um tempo pra vocês. E eu sei ligar se a gente precisar.

Eles se entreolharam e eu sabia que tinham tido toda uma conversa apenas com aqueles olhares.

— Tá, mas. – Stiles disse e deu um passo na minha direção ainda abraçado a Lydia. – Cuida dela.

Assenti com a cabeça. Lydia foi ao banheiro antes de sair com Stiles. Me despedi com um aceno.

Depois que eles saíram, subi as escadas silenciosamente escutando um choro baixo. Imaginei se era Riley, mas me surpreendi ao chegar no quarto.

A porta estava aberta. Liam estava chorando embalado pelo abraço da Riley, o rosto enterrado nos cabelos da humana. Eles estavam em pé no meio do quarto. E nenhum percebeu minha presença, ou se percebeu não demonstrou.

Pensei se eu deveria sair e deixá-los sozinhos.

Não. – Respondi pra mim mesmo mentalmente. – Liam é meu beta e ele está precisando de mim.

Eu não consegui faze-lo conversar comigo, nem se abrir com outra pessoa da matilha.

Eu sei que ele está triste. Que ele quer parecer forte. Ele sempre achou que chorar era demonstrar fraqueza. Eu sei que por isso ele esteve guardando toda aquela dor por tempo demais.

Caminhei até eles. Toquei as costas de Liam.

Os dois se surpreenderam com minha presença, mas não se assustaram.

Liam me encarou. Seus olhos vermelhos e inchados ainda estavam cheios d’água. Ele secou o rosto com as costas da mão e levantou os cantos da boca numa tentativa de sorriso. Até seu sorriso era repleto de tristeza.

— Ele ainda está com você. – Eu disse. – Seu melhor amigo sempre será parte de você.

Ele assentiu enquanto outra lágrima caia silenciosamente.

— Você não está sozinho, Liam. – Riley comentou saindo do abraço.

Ele se virou pra mim e eu o abracei, instintivamente. Liam se aninhou no meu peito como uma criança e eu apertei o abraço.

Como um lobo ferido. — Pensei.

Percebi que o beta manteve uma das mãos segurando a mão da jovem Stilinski. Ela me encarou preocupada. Eu sabia que ela também procurava algum conforto.

Sorri-lhe sem humor e fiz sinal pra que se aproximasse. Ela também me abraçou.

Fechei os olhos sentindo as lágrimas de Liam molharem minha camisa. Me recordando de quando era eu derramando tantas lágrimas. Era impossível não lembrar de Allison.

Em alguns minutos ele se acalmou. O choro diminuiu aos poucos até quase cessar. Ficamos em silencio. Ele fungou e secou as lágrimas encarando os pés.

POV Cory

Conversamos sobre o menino que havia falecido. Riley tinha o conhecido na escola. Passaram o dia juntos. Com Liam e Corey também. Mason e Corey eram um casal e foram pra floresta no fim do dia. Acabaram se separando e Mason, perdido na floresta, foi atacado por um lobo.

— Um lobo? Tem lobos aqui? – Perguntei.

— Alguns. Há alguns anos foi descoberto um homem que estava criando lobos ilegalmente na região. Antes de ser preso ele soltou os animais. Alguns foram capturados, mas eles se reproduziram.

— A população sabe disso? – Topanga indagou.

— Sabe. – Ele afirmou terminando de tirar os últimos pratos na mesa com o rosto sério. – Já houveram outros ataques.

Ele colocou os pratos na pia e virou-se pra nós.

— Os animais nunca chegaram a vir pra cidade, mas é difícil manter os jovens longe das florestas. – Ele suspirou derrotado. – Hoje, haverá outro anuncio no colégio. Pedindo outra vez que eles não andem na região.

— Podemos ir? – Perguntei. – Conhecer o colégio, digo.

Ele concordou com a cabeça. – Claro.

— Uma vez professor. – Topanga comentou baixinho.

Tomamos banho e trocamos de roupa. Topanga usava uma calça jeans escura, um sapato de salto preto e uma blusa social azul escura. Eu vesti minha calça jeans e um suéter petróleo, calcei o mesmo sapato que usava quando cheguei na cidade e fechei o relógio que sempre usava.

— E aí? – Ela perguntou se virando do espelho que usava para passar o batom.

— Você está ótima. – Respondi amarrando o cadarço.

— Não é isso que eu estou perguntando. – Ela sentou perto de mim e perguntou mais baixo. – O que você tá achando? Estar em Beacon Hills, o Noah, toda essa história...

— Ela tem um bom pai. Um irmão super atencioso. E parece que ela é exatamente como a mãe, na idade dela.

Topanga fez uma careta.

— Ele realmente a ama. – Ela disse encarando as mãos. – E ele é um bom homem, ao que parece.

— É. Ele é o xerife.

O silencio pairou e suspiramos juntos.

— A gente tem que conversar com o Auggie sobre tudo isso. – Ela disse. – Que os Stilinski serão parte da família. Porque eles são a família da Riley.

POV Noah

Quando sai do quarto já uniformizado encontrei Topanga e Cory sentados no sofá.

— Vamos? – Chamei e eles se levantaram.

Fomos até a viatura que estava estacionada. Cory sentou ao meu lado e Topanga no bando de traz.

— Porque essa viatura não tem aquela barra que separa o banco de trás? – Ela perguntou.

— É porque é uma viatura de circulação.

— Eu não sabia que tinha diferença. – Ela disse colocando o sinto.

— Em cidade pequena tem.

Seguimos até a escola.

— Bem-vindos a Beacon Hills High School. – Disse descendo do carro.

A escola seguia normalmente. Os alunos seguindo suas vidas, quase alheios ao que tinha acontecido. Os grupos conversando e até rindo, mas de modo mais tímido.

Natalie estava me esperando na entrada da escola. Andei até ela, os Matthew me acompanhando observando atentamente a tudo.

— Essa é a senhora Martin. Diretora da escola. – Indiquei-a com a mão. – Natalie, esses são Topanga e Cory Matthews.

— Um prazer conhece-los. – Ela os cumprimentou. – A Riley é uma menina adorável.

Passando pelos corredores o clima era menos animado. Todos estavam sabendo do ocorrido agora. Passamos por um armário todo decorado, com bilhetes, flores, velas. Conclui que aquele costumava ser o armário do Mason.

A porta da auxiliadora pedagógica abriu-se abruptamente e um Corey, completamente visível, saiu apressado a passos largos depois de bater com força a porta na direção da porta pela qual entramos instantes antes.

A diretora nem tentou impedi-lo de ir embora, apenas o encarou com pena enquanto ele se afastava.

— Esse é o Corey. – Expliquei quando notei a confusão na expressão de Topanga. – O namorado do Mason.

A confusão tornou-se compaixão.

Seguimos até o campo de lacrosse onde o pronunciamento seria feito. Professores já estavam reunidos organizando o pequeno palanque improvisado e o microfone que seria usado.

E a mensagem foi a mesma.

Recentemente aconteceu um incidente muito triste que tirou a vida de um jovem. Pedimos, mais uma vez, que vocês não andem pelas florestas, que evitem passar por regiões de mata fechada e nem que andem pelas regiões, mesmo sem mata, mais afastadas da cidade. Estamos em luto e queremos evitar que outros pais tenham que passar pela dor de perder um filho, nem que vocês percam um amigo. Agradeço pela atenção. Sejam cuidadosos!

Não era mais como se eu estivesse mentindo. Realmente haviam animais perigosos na floresta. E esses jovens deveriam ficar longe deles.

Levei-os depois até a delegacia. O ritmo era o mesmo de sempre, algumas poucas ocorrências. Muitas ligações querendo confirmar os fatos que haviam escutado sobre o falecimento do menino. Fomos para minha sala.

— Como é a família de vocês? – Cory perguntou vendo a foto do Stiles com Scott, Lydia e Malia que havia sido tirada na formatura do ensino médio que estava na minha mesa.

Ele colocou a foto de volta ao lugar com um sorriso e pegou o outro porta retrato que tinha uma foto minha com Stiles.

— Por muito tempo achei que nossa família era só eu, Claudia e Stiles. Mas quando Claudia se foi e Riley também, eu descobri, no meio de toda aquela dor, que família não é só sangue. – Topanga prestava atenção a cada palavra sentada no pequeno sofá enquanto o marido explorava minha sala. – Melissa e Scott são parte da família. Lydia e Natalie. Malia. Liam. Chris. Todos eles.

Respirei fundo pensando em todos que já se foram. Começando por Claudia, depois Allison, Derek, Kira. Até os que eu não cheguei a ser próximo deles: A mãe da Argent, Jackson, Isaac, os gêmeos. E agora Mason.

— E agora, vocês. Eu acho. – Cory sorriu pra mim.

— Eu espero que sim! – Ele respondeu.

Nós conversamos um pouco mais. Sobre a família deles. A infância da Riley. Os amigos. E o tempo passava muito rápido.

Uma batida na porta nos interrompeu enquanto falávamos de nossas próprias experiências quando tínhamos a idade da Riley e do Stiles.

— Oi. – Stiles entrou um pouco tímido de mãos dadas com Lydia.

— Oi. – Ela disse um pouco tímida também.

— Lydia, esses são Topanga e Cory Matthews. – Ele os indicou. – Os pais da Riley.

— É um prazer conhecer vocês, senhor e senhora Matthews. – Ela abriu um largo sorriso e os cumprimentou.

— Essa é a minha namorada, Lydia. – Stiles terminou as apresentações orgulhoso e eu ri dele.

— O prazer é nosso, Lydia. – Topanga a abraçou.

— Ela é filha da Natalie Martin. – Comentei.

— A diretora da escola? – Cory perguntou e eu confirmei com a cabeça.

Antes que o silêncio caísse sobre a sala, Stiles se pronunciou.

— Melissa nos convidou para almoçarmos na casa dela. – Ele se virou para Cory e Topanga. – Para vocês conhecerem o resto da família.

— A Riley já está lá. – Lydia completou antes de qualquer um de nós perguntar sobre ela.

— Como o Liam está? – Perguntei imaginando como seria o clima desse almoço.

— Melhor. – Lydia disse com um meio sorriso.

— Segundo o Scott. Ele e Riley já estão em nível avançado de amizade sincera. – Stiles fez uma careta. – Ninguém faz uma amizade de infância em algumas horas.

— A Riley faz. – Topanga respondeu rindo.

Peguei meu casaco que estava pendurado, Topanga pegou a bolsa e saímos todos.

Eu fui na viatura com Topanga e Cory, enquanto Lydia e Stiles estavam no carro do senhor Matthews.

A casa dos McCall era relativamente perto da delegacia, em pouco menos de vinte minutos chegamos ao nosso destino.

A porta não estava trancada e Stiles já foi entrando. Pensei em fazer um comentário sobre modos, mas desisti.

Scott e Malia estavam se beijando e foram surpreendidos pelas visitas que entraram sem nenhum aviso. Eles se separam constrangidos, Malia estava com o rosto corado, Stiles apenas riu e subiu as escadas, sendo seguido por Lydia.

— Oi. – Scott disse com um sorriso tímido.

Fiz as devidas apresentações.

Riley e Melissa vieram da cozinha assim que nos escutaram. Elas estavam de braços dados. Riley parecia estar num humor melhor do que ela estava quando saiu de manhã. Liam desceu as escadas com o casal que tinha subido instantes antes.

E voltei a fazer apresentações.

— A Riley é uma menina de ouro. – Melissa disse pra Topanga baixinho, mas eu escutei.

Riley pareceu não ter notado.

— Parece que ela teve a quem puxar. – Ela respondeu e eu sorri encarando o chão.

— Teve sim. – Minha amiga concordou. – Mas tenho certeza que também teve uma criação que fez jus ao sangue.

Topanga a abraçou de lado.

Cory e Riley conversavam e pareciam alheios a conversa das duas.

Stiles ria enquanto falava com Scott e Liam, Lydia e Malia estava cochichando.

Família. – Não pude evitar esse pensamento.

Uma batida na porta e Chris entrou.

Ele e Melissa agora estavam namorando.  Tinham assumido o relacionamento há pouco tempo, mas ela já tinha conversado comigo sobre isso muito antes.

Scott estranhou no iniciou, mas ficou feliz pela mãe.

Ele então foi apresentado aos novos membros da família, incluindo Riley, que ele não conheceu quando ela nos visitou.

O clima não era pesado como eu imaginei. Era leve. Apesar disso, não era possível escutar ninguém rir. E mesmo assim sabíamos que todos estávamos felizes por estar juntos.

Havia um ar de tristeza pela nossa perda, mas estávamos fortes por estarmos juntos.

Durante o almoço falamos sobre Mason. Liam foi quem mais falou. Compartilhamos histórias do garoto. Mas foi de forma saudosa, doce, quase divertida.

Depois da refeição nos despedimos. Todos iriam se arrumar para ir ao enterro.

O silêncio em casa era como uma prece. Todos estavam quietos enquanto se trocavam e andavam pela casa. Mas não era sufocante. Não era desconfortável. Estávamos mergulhados cada um em seus próprios sentimentos. E o silêncio parecia a única forma de expressar tudo aquilo e de responder aos sentimentos do outro.

A capela onde seria a cerimônia estava submergida nesse mesmo silêncio quando chegamos. Liam, Scott, Malia, Lydia, Melissa e Chris já estavam lá. Na primeira fileira, com exceção de Chris e Melissa. Liam e Scott estavam de mãos dadas. Do outro lado, na primeira fileira. A família do Mason. Corey. Os pais do Liam. Todos em silêncio.

Riley sentou-se ao lado de Liam, Stiles do lado dela e Lydia, que antes estava ao lado de Malia, se levantou e sentou ao lado do namorado.

Eu e os Matthews sentamos atrás deles, com Melissa e Chris.

Logo muitos jovens começaram a chegar. Reconheci seus rostos da escola. Muitas outras pessoas. Familiares e pessoas da comunidade. Alguns professores, alguns policiais.

Logo todos os bancos estavam ocupados e ainda haviam pessoas em pé.

Mas o silêncio ainda prevalecia.

O padre entrou, leu algum versículo sobre perda que eu não prestei atenção. Então a mãe dele se levantou e foi a frente. Agradeceu aos amigos de Mason, especialmente Liam, que sempre o fizeram tão feliz. Agradeceu ao namorado dele. E chorou.

— Ao menos eu sei que meu filho foi feliz. – Ela disse com a voz falha e trémula antes de voltar à cadeira.

Era a vez de Liam e Corey falarem. Ambos se levantaram e foram até a frente. Deram ás mãos.

Corey mal conseguia falar, tinha a voz embargada e suas lágrimas caiam insistentemente enquanto ele tentava se manter firme.

— A última coisa que o Mason me enviou foi uma música do musical Hamilton. Que ele me fez assistir com ele, mas eu dormi durante a peça. – Corey disse.

Algumas pessoas riram. Liam sorriu de canto.

— Era a música “Wait for it”. Que diz. – Ele respirou fundo e então recitou aquelas palavras que lia no celular.

A morte não discrimina

Entre os pecadores e os santos

Ela leva e ela leva e ela leva

E continuamos vivendo de qualquer maneira

Nós nos levantamos e nós caímos

E nós quebramos

E cometemos os nossos erros

E se houver uma razão pela qual que ainda estou vivo

Quando todos os que me amam morreram

Estou disposto a esperar por isso.— Ele respirou fundo ainda chorando e sussurrou quase inaudível. - Vá em paz, meu amor. Você vai fazer falta!

Liam veio até o banco. Scott pegou algo em baixo do banco que eu não consegui ver e entregou ao beta. Ele então encarou o taco de baseball que havia sido dado pra Mason pelo Stiles. Andou até o caixão e colocou o taco.

— Foi uma honra ser sua comissária de bordo. – Ele disse rindo mesmo derramando tantas lágrimas. – E eu sei que você ainda está cuidando de mim.

Eles se sentaram. Corey agora ao lado de Lydia.

Liam chorava silenciosamente enquanto outras pessoas diziam palavras bonitas. Vi Riley estender sua mão e ele aceitou o gesto. Scott de mãos dadas com Malia, tinha o braço em seus ombros e Liam deitou sua cabeça no ombro do alfa encarando o teto. Stiles abraçou Riley e Lydia, enquanto os discursos se encerravam.

Sete homens, dentre eles o pai do Mason e seus tios, se levantaram e se posicionaram ao redor do caixão, o fecharam e o levantaram. Saíram, sendo seguidos por quase todos.

Aquela primeira fileira continuava no mesmo lugar, os sete imóveis e em silêncio.

Nós nos retiramos, depois de observá-los por alguns instantes para acompanhar o resto da cerimônia.

Houve a oração final. E o caixão foi colocado naquele buraco. Ouvia-se apenas choro.

E então as pessoas começaram a ir embora. Pouco a pouco.

Ficamos eu, Cory, Topanga, Natalie, Melissa e Chris com os pais do Mason e os pais do Liam.

Prestamos nossas condolências ao casal que tinha perdido o filho. E voltamos para a capela.

Sentamos na última fileira e apenas observamos eles conversarem.

POV Topanga

Riley estava com o irmão e seis amigos. Se despedindo de um deles. Ela era parte daquilo. Ela era da família.

Era tudo tão triste e tão lindo ao mesmo tempo. Estava feliz por ter decidido vir com ela. Conhecer essa parte dela. Conhecer a família. Vivenciar tamanho amor e união.

Isso. Essa realidade. Essa família. Agora é parte da nossa vida, da nossa família. E eu estava feliz com isso.

Eles conversaram por quase uma hora naquela capela e então se levantaram juntos para sair e só então perceberam nossa presença.

— Estão com fome? – Noah perguntou.

Eles concordaram.

— Pizza? – Liam propôs.

— Pizza. – Corey concordou e completou. - Pelo Mason.

Todos saímos da igreja e vimos o casal ainda lá sentados juntos.

Não havia nada que pudesse ser dito pra amenizar a dor deles. Então seguimos nosso caminho.

Stiles entregou a Cory as chaves do carro e foi com Scott em um jeep azul junto com Malia e Lydia.

Melissa entrou em um carro verde escuro, no banco de motorista, e Chris no banco do carona. O xerife na viatura com Natalie. E eu e Cory levamos Riley, Liam e Corey.

Cory apenas seguiu os outros carros. Scott estacionou e todos os carros o seguiram. Apenas Stiles desceu do carro com o celular na mão. Parou no carro de Melissa, anotou algo e foi pro carro do pai, anotou algo e então veio até nós.

— Cada carro tem direito a escolher um sabor e colaborar com 15 reais. – Ele disse e Riley riu.

— Quais escolheram? – Perguntei.

— Pepperoni, quatro queijos e frango. – Ele respondeu lendo do celular.

— Nova Yorkina? – Perguntei e os três no banco de trás concordaram. Stiles anotou no celular e pegou o dinheiro que Cory entregou.

— Muito obrigado pela sua colaboração. – Ele disse entrando na pizzaria.

A viatura então saiu, sendo seguida pelo carro da Melissa e nós os seguimos. Fomos pra casa dos Stilinski.

Stiles chegou logo em seguida com os amigos.

— As pizzas chegarão em breve. – Ele anunciou entrando na casa.

Todos se acomodaram na sala. Os adultos nos sofás, os jovens sentados pelo chão.

As pizzas chegaram rápido com refrigerantes.

Estávamos conversando tranquilamente. Corey então anunciou que iria embora, para morar com os avós no Texas.

O silêncio pairou.

— Desculpa, Liam. – Ele disse sem olhar para o amigo. – Não queria te deixar sozinho. Mas não acho que eu consiga ficar aqui.

Scott tentou amenizar dizendo que Liam não ficaria sozinho. Que ele e Malia ainda estavam na cidade, mesmo não mais estando na escola.

— Talvez você também pudesse mudar de ares. Ir para algum outro lugar. - Opinei meio sem graça.

— E pra onde eu iria? – Ele perguntou meio rindo.

— Nova York. – Stiles disse. – Eu poderia solicitar que você ficasse no alojamento comigo. E você iria para a mesma escola que a Riley.

— Você poderia ficar lá em casa por um tempo. – Cory me surpreendeu.

Seria bom para o menino. Um novo ambiente. Novos amigos. Tendo alguém familiar por perto.

Liam sorriu pro Stiles provavelmente analisando a oportunidade que surgiu pra ele. Analisando as opções.

— Eu não sei se meus pais concordariam. – Ele disse.

— Mas se você quiser isso. – Scott se pronunciou. – A gente ajuda você. A gente faz acontecer.

— O Mason vivia falando que adorava Nova York. – Corey comentou saudoso finalmente olhando o amigo que assentiu com a cabeça.

— Nova York. – Ele disse reflexivo em um quase sussurro.


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Notas finais do capítulo

Comente sobre o capítulo. Obrigada por ler. Espero que tenha gostado e volte logo!



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