Entre o Céu e o Inferno escrita por Lu Rosa


Capítulo 4
Clary


Notas iniciais do capítulo

Por favor não me odeiem, rsrs!



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Antes que Genny pudesse expressar sua surpresa, um grito irrompeu pela casa.

                - É a Clary! – ela disparou pelas escadas acima, mas quando conseguiu chegar ao quarto, os irmãos Mikaelson já estavam lá.

                Abrindo caminho entre eles, ela chegou até uma cama com dossel. Os cabelos ruivos destacavam-se contra a brancura dos lençóis, assim como as runas destacavam-se contra a palidez da pele.

                Freya levantou-se quando a moça se jogou ao lado da doente. Com um ar desolado ela olhou para Genny como quem pede desculpas.

                - A infecção já está muito espalhada pelo corpo dela. Não há mais nada que eu possa fazer a não ser amenizar seu sofrimento...

                - Não... Clary? Clary, sou eu. Genny.

                A enferma abriu os olhos tentando focalizar os rostos à sua frente.

                - Genny... meu anjinho.

                A moça sorriu pegando na mão da ruiva.

                - Sim. Sou eu.

                - Onde estamos?

                Genny olhou para os irmãos Mikaelson.

                - Na casa de amigos. – sorriu timidamente para eles.

                - E o Jace? Genny como ele está? Cadê ele?

                - Calma Clary... O Jace... ele está bem agora.

                - Você sempre foi péssima em mentir, graças ao anjo. – ela sorriu fracamente. – Eu sei que ele desejava isso. E logo eu estarei com ele.

                - Não diga isso... você ainda tem que me ensinar muito ainda.

                - Não querida. Não há mais tempo... procure o Magnus, ele a ajudará a descobrir quem você é.

                - Eu já sei quem eu sou, Clary. Sou sua filha.

                Clary fechou os olhos, emocionada com a declaração da moça. Aliás todos no quarto estavam emocionados com a despedida de mãe e filha. Porque os irmãos Mikaelson pensavam no momento em que quase morreram sufocados pelo pó de carvalho branco por obra de Dahlia.

                A atenção de Clary foi atraída para o homem moreno de expressão séria.

                - Você... foi você quem nos salvou dos vampiros. Obrigada.

                - Sou Elijah Mikaelson, senhora.

                - Ele também é um vampiro, Clary. O primeiro de uma linhagem. – esclareceu Genny.

                - Então você pode ler a minha mente, não é Elijah?

                - Sim eu posso. – Ele sentou-se na beirada da cama oposta à de Genny.

                - Bom. Por que eu não tenho tempo para falar. – ela segurou firme a mão dele e a mente dos dois se conectou.

                Em um lugar entre o passado e o futuro, Elijah olhou as imagens que se formaram. O momento em que ela encontrou Jace pela primeira vez na boate Pandemonio. Simon, o melhor amigo. Sua mãe Jocelyn. Isabelle e Alec. A dor de receber sua primeira runa. A primeira vez que vira Genny. Tudo que ela já vira e vivera até ali. Sebastian e seus demônios. No momento em que ela recebeu o ferimento que a mataria, a conexão se desfez.

                Ele arfou com a quebra da conexão. A ruiva olhava para ele com a serenidade da aceitação da morte.

                - Você entende agora... a necessidade.

                - Sim.

                - Você é leal aos que amam. Só precisa descobrir que sua vida não é só trevas. Genny, minha estrela.

                Genny pegou um pequeno bastão sobre o criado mudo.

                - Aqui. – ela colocou-o nas mãos de Clary. Ela ainda segurava a mão de Elijah.

                - Você vai precisar de algo para conhecer o que está vindo. – ela olhou para a mão dele e para o bastão em sua mão.

                Como se ela tivesse pedido algo, ele assentiu. Sentiu um ardor na pele e viu que ela havia desenhado um símbolo um pouco acima do punho.

                                  

                - Esse é um símbolo de união. Minha essência agora é sua. Genny precisa ser guiada. Acho que você conseguirá isso.

                - Está me nomeando tutor dela? A mim?

                - Sei que você acha que anda nas trevas. Mas você é capaz de qualquer sacrifício por aqueles que ama. Genny?

                - Sim, mamãe. Estou aqui.

                - Você precisa saber a verdade. Só ela ajudará você quando Sebastian vier... – Clary fechou os olhos e suspirou. Estava acabado.

— Clary? - Genny apertou a mão de sua mãe adotiva esperando uma resposta. Mas essa não veio. Ela ficou alguns minutos olhando para o rosto amado e então baixou a cabeça, chorando de mansinho.

Freya bateu de leve no ombro dela e saiu do quarto.  Klaus foi atrás dela, saindo sem dizer nada. Apenas Elijah permaneceu esperando até que os soluços cessassem. Quando eles cessaram e Genny ergueu-se e endireitou os ombros, ele retirou um lenço do bolso e ofereceu a ela.

— Eu sinto muito por você. E por ela também.

A moça olhou para a mulher deitada.

— Não sinta. Ela está junto dele. De Jace, eu quero dizer. Juntos pela eternidade.

— Você sabe se ela... bem... se, algum dia ela disse como queria o seu funeral?

— Shadowhunters não pensam muito na morte. Quer dizer, eles sabem que vão morrer um dia, mas não falam muito sobre isso. Se ela estivesse em Nova York, com certeza seria sepultada na Cidade dos Ossos, para onde todos os Shadowhunters vão. Mas se a alma dela já está com os que ela amava, que diferença faz para onde seu corpo vai.

— Nós temos experiência em funerais. Posso providenciar um para ela se você quiser.

— Obrigada.

Elijah saiu do quarto deixando Genny a pensar no que ela faria a partir daquele momento. As pessoas que conhecia como pais estavam mortos, seus amigos mortos ou feridos. Procurar Magnus era o que Clary dissera. Mas como voltar para Nova York se Sebastian estava lá esperando por ela? "Eu quero para mim a promessa que o seu nome encerra, Genesis." Foi o que ele lhe dissera. O que será que isso queria dizer?


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