Together Again escrita por Cristabel Fraser, Bell Fraser


Capítulo 1
ஜPrólogoஜ


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, olha eu aqui com uma nova e louca ideia rss... pois é meu povo sei que muitos que já leram e acompanharam THG, muitas vezes depois que passa aquele período de "alvoroço" muito perdem o interesse ou se desanimam com determinada saga. Bem eu sou apaixonadíssima por várias sagas, mas THG foi a que ainda me persegue e amo. Quando enjoarei? Bem, eu não sei, mas quando este dia chegar eu não estarei mais escrevendo nessa categoria, então tenho que aproveitar enquanto estou tendo inspirações. Ufa... me perdoem pela nota gigante, mas queria desabafar isso rss... pois bem, pessoal vou confessar que este enredo me veio num momento de... como posso explicar conflitos internos, certo? Acho que é isso... daí quando me sinto assim vem um enredo atrás do outro em minha mente e espero de coração que gostem e dê uma chance para este aqui, pois aquelas com o coração apaixonado pelo nosso casal vai ter que respirar fundo e se apaixonar ainda mais kkkkk... quero dedicar esse prólogo as minhas lindas amigas e autoras que sempre estão a disposição para me ouvir (o quão chata sou rss) um muito obrigada a Sany (que contribuiu com sua crítica) a linda Gabi, Amandinha, Yasmin e Arabella MHSI... amo vocês gurias.
Espero que gostem, boa leitura.



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“Sonhos que se tornam realidade e realidade que se tornam em sonhos. Um paradoxo peculiar, ainda mais se você tiver a plena certeza de que se encontra envolvido nos dois.”

***

 

 

Se ao menos pudesse ver uma última seu rosto, talvez, somente talvez eu tentaria seguir em frente. Tentar seguir é o que eu me esforçaria a fazer.

Quase todas as noites me arrastava de um sono agitado, pesadelos que envolviam as mesmas cenas de sempre. Quando pensava em tocar seu rosto, nas vezes em que povoava minha mente, falhava inutilmente.

Como poderei continuar vivendo deste jeito? Você disse que cuidaria de mim de onde estivesse. Será que realmente está cuidando? Ou é só fruto da minha imaginação?

— Katniss, precisa comer. – Ele se abaixou à minha frente, mas não levantei meu olhar para lhe encarar. – Sei de gosta de carne assada. Então pedi que preparassem especialmente para você.

— Por que ele se foi? – Depois de dias calada minha voz saiu quase inaudível.

Ele puxou o ar dos pulmões fazendo um esforço desnecessário e logo se levantou.

— Se não quer comer agora, eu entendo. Deixarei a bandeja aqui. – Escutei o pequeno baque do suporte sobre a cômoda. — Sabe que, tem que se alimentar, não sabe?

— Gale, sua mãe quer saber se você não vem almoçar. – Era a voz da Johanna, mas não fiz o menor esforço para encará-la.

— Eu já vou – ele respondeu, com a voz hesitante. — Só queria que ela saísse desse estado...

— Ela não quer ser ajudada. Se quisesse permitiria que fizéssemos isso, mas não quer. Está vendo? – retrucou, saindo e batendo a porta com força. O que fez meu corpo sobressaltar-se.

— Sinto muito, Gale... – Meu peito voltou a inflar e as grossas lágrimas desceram livremente pelo meu rosto já apático.

— Não é sua culpa, querida. Por favor, não se culpe. Odeio te ver assim.

— A mamãe disse que faço isso para chamar a atenção. – Senti seu corpo se abaixar novamente, mas agora ele sentou-se ao meu lado e me puxou para seus braços, onde extravasei tudo o que vinha sentindo, durante esse tempo.

— Isso não é verdade. Ninguém mais do que você, sabe pelo o que passou e está passando. – Seus lábios encostaram em minha testa e senti suavemente o beijo.

— Fa-faz isso parar, Gale... – falei entre soluços.

— Se pudesse, eu tiraria essa dor que tanto te machuca, mas não tenho como fazer isso.

Sei que faria realmente o que disse. Gale era meu melhor amigo, meu irmão querido que eu podia contar em qualquer momento da vida. Até mesmo nos piores.

— E-eu te amo, Gale. – Foi o que consegui dizer, mesmo não tendo a mesma força de antes.

— Eu também te amo. Se precisar de mim, estarei lá embaixo.

Assenti com a cabeça antes dele sair e fechar a porta. Desde às seis da manhã, eu me encontrava no chão do quarto, vestida com a camiseta que ele adorava vestir em um dia normal. Um tempo em que era somente ele e eu. Sentada no chão, aos pés da cama, parecia ser o único lugar em que os pesadelos não me perseguiam. O único lugar que eu sabia que não permitiria que mergulhasse de vez para o obscuro mundo dos pesadelos. Onde sempre via seu rosto banhado pela luz do luar. Seus olhos clamando por mim e quando eu tentava abraça-lo tudo desaparecia.

Mesmo contra a vontade da minha mente, me apoiei na cama atrás de mim e ergui meu corpo. Tive que fechar os olhos por um instante, pois tudo girava ao meu redor e se forçasse minhas pernas a caminhar com toda certeza iria ao chão.

Inspirei o ar e soltei vagarosamente. A passos curto andei em direção a minha cômoda e ao olhar para o prato, senti meus olhos arderem novamente.

— É assim que você gosta?

Escutei sua grave voz, porém suave, ecoar dentro da mente.

Fechei meus olhos para tentar visualiza-lo melhor e não consegui ver seu rosto.

Sempre que fazia o jantar, perguntava minha opinião sobre o sabor e a decoração do prato. Talvez Greasy tivesse aprendido com ele, aquela organização no prato. A quantidade adequada de molho. Mas, como ela aprenderia se ele mal pisava os pés em casa? Lembro de um tempo onde não era mais bem-vindo. Logo de cara, era apedrejado pelo meu pai ou minha mãe.

Levei minhas mãos até os talheres e segurei firme guiando-os até o pedaço da carne e cortando uma pequena porção. Ao levar à boca e mastigar, pude sentir a suculência. Acabei soltando um som de prazer quando o tempero agridoce, levemente apimentado, se espalhou por minha boca. Após alguns minutos tinha comido praticamente tudo. Beberiquei o suco cítrico e em seguida segui para o banheiro.

Observei meu reflexo frente ao espelho. A escrita na camiseta se encontrava tão visível quanto ficava em seu peito torneado sem exagero.

HOUSTON

Passei a ponta dos dedos sobre a figura bizarra. Ao erguer meus olhos para meu rosto percebi as manchas arroxeadas embaixo dos olhos. Os cabelos se encontravam eriçados como se tivesse fugido de um manicômio.

Desviei os olhos para o box e temi entrar ali, mas eu precisava daquilo. Precisava de um banho morno e relaxante.

Ergui os braços já arrancando a peça e a lancei no cesto de roupa. Usando apenas uma calcinha, entrei no box e abri o registro vendo a água jorrar. Um calafrio passou por minha espinha.

— Lembre-se de que você é mais forte do que isso.

Era o que o Dr. Aurelius sempre dizia nas sessões de terapia. Que eu era mais forte do que a água, seja ela onde estivesse. Claro que, depois de dois anos consegui vencer, – ou quase isso – a síndrome de sentir o líquido escorrer em meu corpo. Talvez a culpa seja daquela noite... não, não, não... não é uma boa ideia pensar naquela noite.

Encarei mais uma vez o jorro de água antes de entrar. Instantaneamente fechei os olhos e deslizei as mãos pelo corpo. Ainda havia algumas cicatrizes, aquelas que a cirurgia plástica não fora capaz de esconder, mas nenhuma se comparava com a que existia em meu coração. Ergui institivamente minha mão esquerda frente ao rosto e analisei o anel de noivado. Questionei, mais uma vez, em minha mente... Como foi que isso sobreviveu?

— Katniss, quer casar comigo?

Sacudi a cabeça ao escutar sua voz. Minhas mãos começaram a tremer e, de repente, o restante do corpo. Minhas pernas bambearam e só para não sentir o baque do azulejo em minha cabeça escorreguei meu corpo até o chão. Trouxe minhas pernas – as dobrando até meu peito – e permaneci nessa posição. Com os braços abraçando os joelhos mordi meu pulso tentando abafar um grito que queria emergir da escuridão que minha alma havia virado.

— Katniss? Katniss, você está bem?— As batidas na porta do banheiro insistiam e logo foi aberta com um baque. Em meu campo de visão a figura do meu irmão apareceu. — Meu Deus, Katniss! – Ele não se importou com minha nudez. Segurando uma toalha entrou no box. Me ergueu e enrolou o tecido felpudo o prendendo em meu corpo. Em seguida, me pegou em seus braços. — Você está sangrando. – O desespero em sua voz me fez encará-lo enigmaticamente. — Olhe! – Gale elevou meu braço esquerdo e além do meu anel de noivado, desci um pouco mais os olhos e vi meu pulso sangrando, provavelmente pela mordida. Salivei sentindo o gosto de sangue na boca.

— M-me desculpe...

— Pare! – Comigo ainda em seus braços, ele adentrou o quarto e sentou-se sobre a cama e me abraçou tão forte quanto pôde. Encostei minha cabeça em seu peito e escutei as galopadas que seu coração dava.

— O que aconteceu querido? – A doce voz de Madge preencheu o quarto.

— Pegue o estojo de primeiros socorros, por favor – pediu Gale e logo escutei ela se afastando. — O que deu em você? Achei que não se ferisse mais.

— Eu não consigo, Gale – disse em um único murmúrio.

— Não consegue, o que? – Ele tomou meu rosto entre suas mãos e me encarou profundamente. Como se quisesse me enxergar por dentro.

— Eu escuto ele na minha cabeça mesmo estando acordada.

— Você sabe que é só sua imaginação, tentando lhe pregar uma peça, não sabe? – Seus olhos cinzentos iguais aos meus, percorreram meu rosto enquanto falava.

— Não é minha imaginação. São memórias. Como a do dia em que nos vimos pela primeira vez. O nosso primeiro beijo. As manhãs em que acordava ao lado dele. O pedido de casamen... – Não ousei prosseguir, a ferida já estava aberta o suficiente e sangrava cada vez que eu revivia as cenas que um dia existiram.

— Shhh... – Gale me aninhou mais em seu peito e começou a balançar seu corpo para frente e para trás, como que se estivesse ninando um bebê.

Madge tornou a entrar no quarto, segurando em suas mãos, o que meu irmão lhe pedira minutos atrás.

— Aqui, vou pedir para a Bonnie preparar um morfináceo. – Um desespero tomou conta de mim.

— Não, não... por favor, Gale... eu não quero dormir! – ele suspirou, ao ver o medo que estampava meu rosto e logo desviou o olhar para sua esposa.

— Sem morfináceo, peça para a Greasy preparar um chá adoçado com um pouco de mel. – Gale entendia o que realmente se passava comigo. — Apenas isso.

— Claro, vou lá agora mesmo. – Percebi a tremulação na voz da minha cunhada. Ela era uma ótima pessoa. Toda minha família a amava e aprovava cem por cento o casamento de quase cinco anos dela com meu irmão mais velho.

Assim que ficamos sozinhos, Gale sentou meu corpo ao seu lado e abriu o estojo iniciando o curativo. Ele já estava acostumado com isso. Já tive ferimentos piores que estes. Foram eles que me levaram a ter uma rigorosa ajuda psicológica e inúmeras sessões de terapia intensiva.

— Finnick ligou. – Meu coração saltou no peito.

— O que ele queria?

— Saber como você está e convidando para almoçar com ele e a Annie, amanhã. – Gale já tinha limpo todo o sangue e posto anticéptico.

— Eu imagino o porquê do convite. – Desviei meus olhos que observavam Gale tampar o ferimento e olhei em direção a janela. — Amanhã é o aniversário dele... – Soltei o ar como se um peso estivesse sobre meus pulmões. — Ele faria 37 anos.

— Argh! Isso seria nojento, ele estaria dando os primeiros sinais de cabelo grisalho. – Meu irmão fez graça, esboçando uma careta, o que acabou por tirar um pequeno sorriso dos meus lábios.

— Seu idiota. Que exagero. Ele não aparentava a idade que tinha. Também não vem ao fato, a diferença de dez anos entre nós. – Dei um leve tapa em seu ombro e gemeu fingido dor, como se eu tivesse arrancado um membro de seu corpo.

Gale e ele sempre se deram bem. Na verdade, era meu irmão que nos encobria quando começamos a sair. Bem diferente dos meus pais que faziam pouco caso e em determinado momento do meu relacionamento o tratavam com a maior falsidade.

— Ele te amava de verdade, sei disso. E iria querer que você seguisse em frente, sabe. – Deu de ombros e com minha mão livre toquei levemente seu rosto.

— Como seguir em frente?

— Com sua carreira que estava começando a fazer sucesso. Você simplesmente parou com tudo, Katniss. Poderia estar criando tanta coisa. Desde pequena, sempre fez isso e olhe para você agora – falou, terminando o curativo. — Não digo para você arrumar um namorado, mas pelo menos retomar sua carreira.

Abracei Gale que logo retribuiu o gesto acariciando minhas costas.

— Obrigada por ser tão paciente comigo.

— É minha maninha caçula e tenho que cuidar de você.

— Aqui está seu chá, Katniss. – Madge entrou com um sorriso estampado no rosto ao ver o afeto entre eu e meu irmão. — Espero que isso a ajude – disse me entregando a xícara.

Assim que terminei de beber, ambos me persuadiram a descer.

— Vou me trocar e já desço. – Segurei com firmeza o nó da toalha que se afrouxou.

— Estamos esperando por você. – Gale deu um beijo em minha testa, mas antes de saírem ele olhou apreensivo para sua esposa. — Não contaremos a ninguém que Katniss se feriu, ok? – ela assentiu com a cabeça e logo fui deixada sozinha.


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Notas finais do capítulo

E, aí gostaram? Devo continuar... bem, esqueci de dizer que em cada inicio de capítulo deixarei uma frase e venham me contar através dos comentários o que acharam dessa ideia, prometo que não morderei ninguém... e ah, uma dica, se ficaram meio confusos com o prólogo, calma que o próximo capítulo explicará desde o inicio. Beijinhos e até.