— O que é um beijo? - Lena pergunta com seu rosto bem perto do de Jackie

— B-beijo? P-por que está me perguntando isso? Você não sabe mesmo o que é?

— Não, eu nunca vi isso

— Nem seus pais ou alguém na aldeia?

— Nunca, eu me criei sozinha

— Bem.... você não prefere me perguntar outra coisa? Estamos na frente todos e isso é uma pouco... - Jackie olha um pouco envergonhada para o resto de nós

— Tudo bem, então como duas garotas fazem sexo?

— Quem ensinou essas coisas pra você? - ela segura Lena pelos ombros e a garota aponta para Meren - Por favor, não faça mais isso. - Jackie encara tristemente Meren

— Por favor, me ensine. - Lena a encara curiosa

— Impossível, eu não posso fazer isso agora

— Por que? - ela chega um pouco mais perto a encarando com um olhar firme e deposita sua mão um pouco a baixo do pescoço de Jackie a acariciando

— Na frente dos outros?!

— Lobos não fazem isso?

— Você foi criada no meio da floresta? - Jackie pergunta sarcasticamente

— Fui

— Ensine a garota, Jackie. - Leo se aproxima com um sorriso no rosto e as mãos na cintura - O que vai te custar se for apenas um beijo?

— Você consegue facilmente degolar um homem sem esboçar reação e não consegue lidar com uma filhotinha de lobo? - Inari ri

— Quantos anos você tem mesmo? - Jackie pergunta dela

— 2100

— Errado. - Inari fala se aproximando e sentindo o cheiro da garota - 1800

— Como sabe? - ela pergunta supresa

— Confie no faro de uma raposa velha. - ele ri - Eu reconheço o cheiro de um filhote, eu brinquei com uma lobinha por anos

— Você é 500 anos mais nova, hein.... - Jackie a encara um pouco

— Isso é um problema?

— De forma alguma

— Ensine logo a criança! - Serafina grita do andar inferior

— OK, JÁ ENTENDI! - Jackie puxa o pulso de Lena e a leva para os quartos de cima

— Voce fudeu a vida dela. - digo pra Meren

— Ela vai me agradecer depois. - ri para mim

— Pelos mestres, se elas ficarem como a Safira e a Madeleine, nos não vamos conseguir dormir por um tempo, o quarto delas fica perto do nosso

— Sem problemas, qualquer barulho que elas fizeram, nós faremos o dobro

~parte narrada pela Jackie~

Seguro no braço de Lena e a levo para o andar de cima, entramos no quarto e eu fecho a porta com as minhas costas dando um suspiro aliviado por sair do meio daquela confusão.

— O que é um beijo?

— Voce continua com isso?

— Eu quero que você me mostre

— Um beijo é..... quando você enconsta sua boca na boca de outra pessoa... - falo meio envergonhada-  É uma coisa muito importante que acontece quando duas pessoas se amam

— Amam? O que é isso?

— Voce não sabe o que é amor?

— Já ouvi a palavra algumas vezes, mas nunca me explicaram

— Amor é um sentimento, é quando você quer passar muito tempo do lado de uma pessoa, sente saudade quando ela está longe, você quer.... - eu mexo nervosamente os meus dedos e desvio um pouco o olhar com a ansiedade - Abraçar a outra pessoa, beijar a outra pessoa,...... tocar na outra pessoa....

— Eu não entendo. - ela se aproxima um pouco mais com as mãos nas costas e fica a pouco centímetros do meu rosto - Me mostre

— Eu não posso

— Por que?

— Porque eu não quero fazer isso com você só porquê você está curiosa. - a encaro seriamente

— E agora? - ela pega cuidadosamente minha mão e a leva até seu peito, eu sinto seu coração batendo muito forte - É o suficiente?

— Eu..... - minha mente fica completamente em branco, eu não conseguia pensar, eu não conseguia falar, apenas involuntariamente levo minhas mãos ao seu rosto e a aproximo lentamente

Seus lábios gentilmente encostam nos meus, parecia que eu meu coração iria parar a qualquer momento, o corpo esquentando de dentro pra fora como se eu fosse uma bomba prestes a explodir, Lena puxa minha cintura com uma mão e com a outra segura minha nuca, sinto as unhas dela arranhando gentilmente minha cabeça. A cada segundo que aquele beijo durava minha mente perdia o controle, as unhas, aquelas malditas unhas crescendo, eu não podia parar, eu queria machucá-la e senti que a mente dela estava no mesmo estado quando suas unhas começaram a afundar mais na minha carne.

Lena começa a intensificar o beijo, era difícil pensar que ela nunca havia feito isso antes, as pernas começavam a  ficar bambas, excitação crescendo pelo meu corpo, mas ela perde o controle antes de mim e me puxa me jogando na cama, ficando por cima de mim. Se afasta um pouco, ela arfava e seu rosto estava muito vermelho, os olhos com a íris em tom vibrante cativavam minha atenção, as unhas dela seguravam com forma os meus braços, o sangue escorria em uma linha fina sujando o lençol de cama, Lena solta um pequeno rosnado e, em um ataque rápido, morde meu ombro, solto um pequeno grito de dor e cravos minha unhas nas próprias palmas das minhas mãos para não machucá-la.

— Um pouco devagar. - rio ainda me segurando com força - Você vai acabar comigo

Paro de rir quando sinto algo pingando na minha bochecha, Lena arfava, seu rosto esboçava raiva, mas ela chorava, chorava descontroladamente.

— Ei, Lena, você está bem? - eu levanto um pouco e me sento a puxando para se sentar no meu colo de frente para mim, ela chora alto e esconde seu rosto no meu ombro machucado - O que foi? Eu te machuquei?

— Eu não queria machucar você. - ela diz com dificuldade enquanto solução

— Tá tudo bem, eu estou bem, nao chore. - levanto um pouco o rosto dela para que ela olhasse para mim, enxugo suas lágrimas com meu polegar e beijo sua testa

— Me desculpe. - ela repete essa frase em sussurros enquanto continuava chorando

— Achei que você gostasse disso. - ela me olha confusa - Você sabe, sangue, morder, nós nos conhecemos assim

— Eu não quero machucar você! - ela me olha furiosa - Se eu matasse você eu ficaria sozinha!

— Vamos com calma, ok?

— Ok

— Eu não vou morrer, não vou deixar você me matar

— Ok. - ela balançava a cabeça prestando atenção em mim

— Não precisamos passar daqui por agora, temos a vida toda, não temos?

— Você me promete?

— Claro que prometo. - eu a abraço e beijo sua bochecha

— Mais uma vez

— O que?

— Vamos tentar mais uma vez. - ela se arrasta pra mais perto, suas pernas prendem meus quadris, sinto seu corpo me envolvendo e me devolvendo a sensação de excitação 

— Com calma. - eu lhe dou um pequeno beijo me afastando logo depois - Se começar a se sentir mal me avise, tudo bem?

— Tudo bem

Eu a beijo e a deito suavemente na cama ficando ao seu lado, fico ali a abraçando o tempo inteiro, ela estava mais calma agora, mas eu sabia que era uma questão de tempo até que ela ficasse excitada de novo e tentasse me machucar, estava pronta pra isso, mais pronta do que ela mesma, eu não realmente entendia o que isso significava, eu passei a vida inteira cercada por morte, sangue, qualquer coisa desagradável, o único amor que sentira na vida foi pelas minhas duas famílias, mesmo quando me relacionava com outro alguém era apenas por instinto, mas dessa vez, eu finalmente senti medo de machucar alguém.