Entre elfos e vampiros escrita por neko chan


Capítulo 38
O que é um beijo?




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Terceiro dia de descanso, os dragões passavam por cima da casa logo cedo, mas agora eles pousavam nas florestas, ficava cada vez mais perigoso sair de casa.

— Ei, Meren, levanta. - eu cutuco seus ombros nus

— Eu to de folga, só me acorde se quiser fazer de novo. - ela murmura puxando seu travesseiro e virando de costas para mim

— Quer alguma coisa de café da manhã

— Panquecas, café com 3 colheres de açúcar e você. - a escuto dando uma risadinha

— Vou fazer o possível para alguém que nunca sentiu o gosto de uma panqueca antes

— Se nada der certo você pode voltar e eu tomo meu outro café da manhã na cama

— Vou me lembrar disso. - levanto da cama e visto minha roupa de baixo com um roupão por cima para ir para a cozinha

A casa estava bem quieta, mas eu podia escutar alguém cantarolando da cozinha, Leo estava sentada em uma das cadeiras da mesa com o punho apoiando o queixo e olhava para a janela com um sorriso.

— Bom dia. - ele sorri para mim quando percebe que estava ali

— Bom dia

— O que faz aqui tão cedo?

— Ah, apenas senti um pouco de fome, então... - tento gesticular um pouco com as mãos, não tinha muito intimidade com ele pra manter uma conversa - Pode me fazer um favor?

— Claro

— Acho que deixei minha poção com a Serafina e a Francine, pode pedir das duas?

— Vou levar uma bronca daquelas duas por acorda-las tão cedo, mas claro. - ele se levanta e sobe as escadas

Aqueles fracos raios de sol entrando pela janela aqueciam um pouco minha pele, nada muito grave, era como um banho de água quente, mas não podia me arriscar a esperar ficar pior. Começo a tirar as panelas na gaveta e os ingredientes da geladeira, escuto a voz de alguém gritando lá encima e me assusto.

— SÃO 6 DA MANHÃ, EU VOU TE DESTRUIR. - Serafina gritava

— OK, OK, ME DESCULPE. - Leo grita correndo escada abaixo - Ela me atirou uma chave inglesa na testa - ele me fala esfregando sua testa com a mão e rindo levemente - Mas aqui está. - me entrega a poção

— Obrigada. - estico o braço para pegar e ele afasta a poção de mim, a abre e despeja um pouco em suas mãos as esfregando uma na outra

— Posso? - pergunta me mostrando as mãos

— Por que não? - me aproximo e levanto a cabeça

Ele passa suas mãos peludas no meu rosto, suas mãos eram tão grandes que apenas uma era o suficiente para cobrir meu rosto inteiro, os pelinhos faziam cocegas no meu nariz e eu não conseguia conter o riso, o fazendo sorrir mais ainda e rir comigo.

— Prontinho. - diz depois de passar no meu rosto e meus braços - Precisa de alguma ajuda na cozinha?

— Sim, obrigada. - me viro para começar a quebrar os ovos de lagarto de fruta* - Desculpa te causa problemas com as meninas antes

— Tudo bem, eu praticamente criei aquelas duas, já sabia o que esperar

— Como vocês se conheceram?

— Bem..... duas garotinhas perdidas na neve, sozinhas, com frio, com fome, exaustas, como eu poderia deixar isso passar?

— Queria que tivesse sido mesmo assim. - Safira fala na porta da cozinha - Ele pode até parecer um gatinho de pelúcia adorável, mas é mentiroso como uma raposa

— Vai dizer que não dei uma casa para vocês

— Impôs um preço para isso

— Você se arrepende? - ele sorri para as duas com um olhas misterioso

— Nem um pouco. - Serafina sorri e se vira para ir até a sala - Vamos trabalhar um pouco lá embaixo, estamos com um projeto de míssil de longo alcance

— Para usar em trabalho ou entretenimento?

— Um pouco dos dois. - ela ri e pega Francine nos braços, chuta o tapete para o lado e aperta o botão de um controle que estava com ela, uma plataforma no chão começa a descer e as levar para o andar inferior

— Essas duas são o grande orgulho de um pai. - sorri orgulhoso enquanto coloca um avental e bate os ingredientes para fazer a massa me dando um descanso

— O que ela quis dizer com "preço"?

— Temos um trabalho difícil... - fica quieto um pouco - Mas nunca permiti que nada serio acontecesse com aquelas duas e com nenhum dos outros, eu mesmo me chicotearia milhares de vezes se permitisse que machucassem qualquer um da minha equipe, são a melhor família que um leão poderia querer

— Deve mesmo ser um trabalho perigoso

— Bem.... é bem melhor do que nossas vidas antigas.... pegue a frigideira pra mim, por favor

Ele começa a fazer as panquecas e gira-las no ar como um profissional, Rauthar desde as escadas e se senta na mesa em silencio ainda meio sonolento.

— Bom dia, querida. - Leo sorri se virando para ele

— Fique quieto. - resmunga

— Leia o avental. - ele aponta com a espátula para seu peitoral onde o avental dizia "kiss the cheff"

— Eu vou chutar sua bunda

— Farei café pra você. - ele dá um pequeno beijo na testa de Rauthar

— Obrigado. - ele dá tapinhas carinhosos na cabeça de Leo, que volta para o fogão logo depois

— Rauthar pode parecer um cara rabugento, mas ele é um velho amigo meu, então eu posso dizer o quão gentil ele pode ser. - Leo sussurra pra mim

Depois que Leo termina de fazer uma pilha absurda de panquecas, ele sobe as escadas e chama os outros para comer, em pouco tempo todos descem e a mesa fica cheia, Serafina e Francine optam por comer no laboratório e eu puxo Meren para fora da cama para comer com todo mundo.

— Estou completamente cheia, eu vou morrer se comer mais alguma coisa. - diz Jackie de jogando no sofá

— Deixe os mais velhos deitarem primeiro. - Inari puxa seus pés e a faz cair no tapete, deitando em seu lugar logo depois

— Não é justo. - Jackie pula encima dele e eles começam a.... brincar.... brigar? Ambos riam, se mordiam e arranhavam de leve encima do sofá, Lena observava de longe como se estivesse se preparando para pular encima deles se começasse a ficar serio

O celular de Leo toca quebrando o clima da brincadeira, ele atende e todos ficam quietos o observando falar.

— Era um cliente. - Leo diz depois de desligar o telefone - Jackie, Inari, Daisy, aqui agora, por favor

— Sim, chefe. - eles falam sorrindo e indo até ele

— Trabalho, Daisy, hackear o sistema de segurança de uma fabrica subterrânea de contrabando, Inari, reaver os produtos ilegais..... talvez trazer algo legal para nós.... - ele ri - E Jackie, o líder deles e todo seu

— Silenciar ou fazer sumir por um tempo? - ela pergunta

— Silenciar, querida, faça um trabalho rápido de preferencia

— Sim, senhor. - os 3 falam e sobem as escadas para se trocarem, Lena tenta seguir Jackie, mas Leo segura seu braço

— É muito perigoso, você está em fase de treinamento. - ele diz para a garota

— Eu quero ir

— Absolutamente não, e se você se machucasse?

— Eu não vou. - ela o encara com um olhar ameaçador

— Jovenzinha... - ele desfaz seu sorriso e a encara, consigo notar o calafrio correndo pelo corpo dela, aquele olhar ameaçador faria qualquer um desistir de uma briga antes de começar - Por favor, me escute, eu não quero que você se machuque, eu nunca me perdoaria se deixasse você se machucar

—..... certo.... - ela desiste

Jackie estava vendo das escadas e volta para falar com a garota

— Ta tudo bem, Lena, prometo que levo você pra fazer alguma coisa depois, ok? - ela segura os ombros da garota e fala bem perto do rosto dela

— Ok. - ela esfrega seu nariz perto do nariz de Jackie, deve ser algum costume de lobos

Jackie, Inari e Daisy de arrumam e saem de carro algum tempo depois, Leo e Rauthar descem para trabalhar no laboratório com as garotas e ficamos sozinhas com Lena.

— Então.... - Meren tenta iniciar uma conversa - Quer sair pra fazer alguma coisa?

— Claro. - diz um pouco desanimada

— Meren, os dragões lá fora...

— Ah, verdade, então.....

— Podemos jogar cartas lá encima? - pergunto

— Ok. - ela parece um pouco mais animada - Eu nunca brinquei antes

— Vamos ensinar você! - Meren parece animada

Fomos para nosso quarto e passamos horas ensinando Lena a jogar, mas o que ela mais gostou foi do jogo de detetive que Safira e Francine haviam feito a um tempo.

— Como vão as coisas com Jackie? - Meren pergunta para Lena no meio da terceira partida

— As coisas? - ela parece confusa

— Você sabe, "aquelas coisas"

— Isso não é meio indelicado, Meren? - pergunto

— Aquelas coisas?

— Você não sabe? Quantos anos você tem?

— 2100

— E você não sabe o que é......

— Apenas diga de uma vez. - Lena fala irritada

— Sexo?

— ....... que?

— Sexo?

— O ato de procriação? Fêmeas fazem isso também? - ela parecia surpresa

— Agora estou com medo de perguntar se você já a beijou

— Beijo?

— Misericórdia. - Meren leva a mão ao peito

— Converse com ela quando ela voltar. - digo

— Me mostrem

— Apenas pergunte dela! - repito

Passamos a tarde jogando depois do almoço, jogamos vídeo games, brincamos de alguns jogos, Serafina e Francine nos pediram para testarmos algumas armas. Era tarde da noite quando escutamos a porta se abrir.

— Chegamos! - diz Inari trazendo sacolas nas mãos - Eu achei produtos ilegais muito legais! - sorri entregando as coisas para Leo

— Eu estou morto. - Daisy estava suado e voava baixo pela sala

— Finalmente. - Jackie entra com sua roupa com algumas manchas de sangue - Eu estou com tanta fome! - ela dá um berro cansado

— Jackie... - Lena passa pelos outros e fica bem perto da garota

— Ah, Lena, senti sua falta. - ela sorri

— O que é um beijo?


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Notas finais do capítulo

* um lagarto pequeno que tem costume de se camuflar em meio a todo tipo de fruta, seus ovos são quase o dobro do seu tamanho e tem varias pequenas gemas dentro



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