GuCilia - Uma História Diferente escrita por CDA GuCilia


Capítulo 1
Capítulo 1 - Confessando


Notas iniciais do capítulo

Decidi começar a história depois que a Dulce percebe que Cecília está diferente com ela, e como sou GuCilia assumida, decidi tentar apressar as coisas um pouco.
Espero que gostem da história! Não sei bem a frequência com que vou postar os capítulos, mas prometo tentar atualizar, pelo menos, uma vez por semana!



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Mais uma semana começava no Colégio Doce Horizonte. Seria uma semana agitada, pois haveria uma grande festa em comemoração ao aniversário do colégio, mas Dulce Maria não estava tão animada quanto suas coleguinhas, há dias sentia que Cecília estava diferente com ela.  Não deixara de ser carinhosa, mas não era como antes.

Há vários dias que Cecília, por ordem da Madre, não colocava Dulce Maria pra dormir, nem a acordava todas as manhãs como sempre fizera. Naquele dia, porém, foi diferente. Enquanto as outras irmãs acordavam as colegas de Dulce Maria, Cecília se aproximou da cama da menina a quem considerava sua filha para acordá-la.

— Dulce, acorda! – Chamava Cecília, num tom suave

A noviça estranhou quando Dulce não despertou de imediato ao ouvir sua voz, como era costume.

— Dulce Maria, acorda! – Chamou num tom um pouco mais alto, fazendo carinho nos cabelos da menina, e ao tocar seu rosto, percebeu que a garotinha estava quente - Ai meu Deus, Dulce! O que você tem? Acorda meu amor!

Dulce Maria abriu os olhos com um pouco de dificuldade, fazendo Cecília respirar aliviada.

— Graças a Deus você acordou Dulce! O que você tem?

— Irmãzinha, que saudade! Eu tô com frio! – A voz de Dulce saía mais baixa e fraca, o que cortava o coração da noviça

— Frio? – Dulce assentiu, enquanto Cecília a cobria melhor – Você está com febre, meu amor. Vou avisar a Madre e pedir pra chamarem o médico, tá bom?

Cecília ia se levantar quando Dulce a impediu, pegando em sua mão, o que fez a jovem imediatamente voltar-se a ela

— Fica irmãzinha, por favor. Faz um tempão que você não vem aqui!

As palavras de Dulce cortavam o coração de Cecília, sabia que a pequena sentia sua falta, mas naquele momento não podia desobedecer às ordens de sua superiora, ou corria o risco de ser afastada do colégio.

— Está bem, eu fico – Voltou a se sentar ao lado da cama da garotinha, pegou em sua mão e chamou Fabiana

— Fabiana, a Dulce está com febre, mas não quer que eu saia daqui. Pode por favor avisar a Madre e chamar o Dr. André e o Gustavo?

 - O papai e o doutor bonitão ao mesmo tempo, é Cecília? – Provocou a líder do coral

— Fabiana, por favor! – Olhou para Dulce que dormia novamente – Não é hora de brincadeiras. Avisa a Madre, por favor.

— A Madre não quer você próxima da Dulce, isso pode dar problema!

 - Não importa, a Dulce pra mim vem em primeiro lugar, eu me entendo com a Madre depois!

— Tá certo então, já volto!

Quando Fabiana saiu do quarto ficaram apenas Dulce e Cecília ali. A noviça acariciava o rosto pálido e quente da menina, e enquanto a olhava dormindo dizia em voz baixa:

— Ai meu amor, você não imagina como dói ver você assim! Eu sinto tanto não poder ficar pertinho de você, Dulce! – Os olhos de Cecília já começavam a lagrimar, ela continuou – Meus dias sem você ficam mais escuros, sem vida, e a cada dia que passa eu te amo mais minha pequena! Minha filhinha...

Cecília parou e desviou seu olhar de Dulce ao perceber o que havia dito.

— Ai meu Deus, o que foi que eu disse? Se bem que... – Olhou para Dulce - É exatamente isso que eu sinto, só que eu aprendi a disfarçar... Eu me sinto sua mãe, Dulce. Aqui no meu coração, eu sou sua mãe e você é minha filhinha amada!

Cecília acariciava os cabelos loiros de sua protegida quando ela abriu os olhos.

— Você estava acordada Dulce? – Perguntou franzindo as sobrancelhas, e um pouco preocupada pelo que Dulce poderia ter ouvido

— Sim piririm!

— Quanto você ouviu?

— Tudo, irmãzinha! Eu também sinto que você é minha mãezinha, e eu queria que você casasse com meu papi.

— Dulce... Você diz cada coisa! – Disse envergonhada – Mas meu amor, você também queria que eu fosse sua mamãe? – A vergonha deu lugar a um encantamento que Dulce nunca tinha visto nos olhos de sua noviça preferida

— Sim piririm! Eu posso te chamar de mamãe? Você me chama de filha, ou de carinha de anjo, igual minha mãezinha lá do céu!

Nesse momento Cecília percebeu o quanto Dulce sentia falta da mãe, procurou responder de forma que não magoasse a garotinha.

— Dulce... – Sorriu amorosamente para a menina, segurando suas duas mãos – Por mais que eu fosse gostar muito disso, você não vai poder me chamar de mamãe. Eu sou uma noviça, e noviças não se casam, e nem tem filhos!

— Mas irmãzinha... – Baixou seu olhar, em sinal de chateação – Você mesma disse que se sente minha mamãe!

— Eu sei meu amor, mas isso pra mim é errado – Explicou pacientemente

— Irmãzinha, você ainda é noviça né? – Cecília assentiu – Você pode desistir de ser freirinha pra casar?

— Dulce... Eu posso desistir sim, mas isso é uma decisão difícil, que leva tempo, não é de uma hora pra outra. E... Pra casar com alguém, as duas pessoas tem que se gostar, entende? Se fosse pra eu casar com seu pai, eu teria que gostar dele, e ele de mim. – Afirmou envergonhada para a menina, no fundo ela própria sabia que estava se apaixonando por Gustavo

— Mas ele gosta de você! Quando ele fala de você, ele fica igual quando fala da minha mãezinha, todo bobo!

Cecília corou, não conseguiu responder nada diante da afirmação de Dulce Maria, mas por dentro se sentia radiante em saber que Gustavo também gostava dela, seja como fosse.

Ia tentar responder algo quando Fabiana entrou no quarto acompanhada da Madre e do Dr. André.

— Irmã Cecília!

— Madre, eu fiquei aqui porque a Dulce me pediu, eu sei que tenho que me afastar dela!

— Venha comigo, por favor.

— Sim Madre. Dulce – Voltou-se para a menina – Fica bem tá? Fabiana, fica com ela, por favor?

— Pode deixar Cecília!

[...]

— Algum problema, Madre?

— Mais ou menos. Não é novidade pra ninguém o seu amor pela Dulce Maria, todos sabem que você cuida dela como se fosse mãe, e depois de tudo o que já vivemos desde a volta do senhor Gustavo... Eu quero te fazer uma pergunta e preciso que seja sincera.

— Claro, Madre. – Respondeu receosa

— Você deseja abandonar o noviciado?

Cecília pensou um pouco antes de responder, mas foi sincera em sua resposta.

— Eu já não tenho certeza sobre a vida religiosa. Eu amo muito a Dulce Maria, como se ela fosse mesmo minha filha, e hoje ela me disse que me ama da mesma forma, até pediu pra me chamar de mãe.

— Ela pediu isso pra você? – A Madre disse surpresa

— Pediu. Eu expliquei que ela não pode me chamar assim porque eu sou noviça, e noviças não se casam.

— Entendo. E você? Como se sente?

— Eu... Eu queria muito que a Dulce fosse minha filha, queria poder ser mãe dela. Eu amo a Dulce mais do que qualquer coisa nesse mundo.

— E o senhor Gustavo?

— O que tem ele? – Perguntou, envergonhada

— Qual é o sentimento que você tem por ele? – A Madre perguntou, mas já sabia a resposta

— Ai Madre...

— Fale sem medo Cecília, pode confiar em mim.

— Eu acho que eu estou apaixonada por ele, Superiora. – Cecília estava se assustando com a coragem de estar contando tudo para sua superiora

A Madre sorriu de forma maternal para Cecília, como se estivesse ouvindo algo que esperava já há muito tempo

— Entendo, Cecília. Então, se sinta livre para fazer o que seu coração mandar. Se for o seu desejo construir uma família, que assim seja. Pense o tempo que tiver que pensar, e depois venha falar comigo novamente.

— Eu já pensei, já decidi Madre. Eu vinha mesmo falar com a senhora sobre isso.

— Decidiu?

— Sim. Não posso mais ser noviça. O que eu realmente quero, é ter uma família.

— E essa família, tem o sobrenome Lários?

Cecília sorriu, em afirmação. Finalmente sentia-se livre para abrir seu coração para o homem que já amava, e ter como filha a menina mais doce que já havia conhecido.

— Eu aconselho, Cecília, que se confesse com o Padre Gabriel. Aí então, será uma mulher livre, para ter a família que quer.

— Obrigada Madre, por tudo. Tudo o que eu aprendi aqui vou levar pra vida inteira, não tenha dúvida. Vou educar a Dulce da mesma forma como fui educada, quer dizer, isso se meu sentimento pelo pai da Dulce for mesmo correspondido. Vou ter uma conversa definitiva com ele, só depois vou deixar o hábito.

— Me dê um abraço? – Pediu a Superiora

Cecília e a Madre se abraçaram, e Cecília finalmente pode respirar aliviada. Aquela angústia que sentia, enfim tinha passado.

— Vá ver sua menina Cecília! Ela deve estar te esperando!

Quando Cecília saiu da sala da Madre, não sabia se ria, se chorava de alívio, mas a primeira coisa que fez foi ir até o quarto de sua menina, que brincava com uma boneca na cama, acompanhada de Fabiana

— Dulce, meu amor! – Entrou eufórica no quarto

— Meu Deus Cecília, que alegria é essa?

— Como você tá, meu anjo? – Perguntou

— Ela já tá sem febre, tá ótima! O pai dela veio e já foi embora, mas  ter visto você foi o remédio dela. – Sorriu – Mas qual é o motivo dessa euforia?

— Que bom que você melhorou, meu amor. Fabiana, eu contei tudo pra Madre!

— Tudo o quê?

— Sobre o Gustavo.

— Como assim irmãzinha? O que tem meu papi? – Indagou a menina curiosa

— Meu amor, você lembra do que a gente conversou hoje mais cedo, sobre eu não ser mais noviça? – Perguntou sentando-se na cama de Dulce

— Lembro irmãzinha, o que que tem?

— Então, eu conversei com a Madre sobre algumas coisas que eu tava sentindo no meu coração, e eu decidi que não vou mais ser noviça.

— Então agora eu vou poder chamar você de mamãe?

— Calma Dulce, vai com calma! – Riu – Não é assim, do nada! Eu disse pra Madre que eu amo muito você, que você me ama muito, e também que eu gosto do seu pai, igual ele gostava sua mãezinha. – Exemplificou para que a menina entendesse

— Iupiiiii! – Comemorou a menina – Você ama meu papi, eu sabia! Agora você já pode casar com ele?

— Eu amo seu pai sim, mas eu tenho que conversar com ele primeiro, pra ver se ele gosta de mim do mesmo jeito, entende?

— Simpiririm, mas eu tenho certeza que ele também gosta de você, irmãzinha.

— Pode me chamar só de Cecília, ou de mamãe, se você quiser.

— Iupiiiiii! Agora eu tenho uma mamãe e um papai, como todo mundo! – Dulce tinha um sorriso que ia de uma orelha a outra

Cecília e Fabiana sorriram emocionadas.

— Me dá um abraço, mamãe?

— Claro, minha filhinha!

Cecília abraçou Dulce o mais apertado que pode, sentindo lágrimas descerem do seu rosto.

— Vou pedir pro meu papi vir aqui hoje pra pedir você em casamento!

— Ei mocinha, não é assim não! – Desfez o abraço com Dulce e a colocou em seu colo - Eu vou conversar com o seu pai, fora do colégio. Mas olha, mesmo que minha conversa com ele não dê certo, eu vou sempre ser sua mãe, combinado?

— Combinado, mamãe!

As duas sorriam e se olhavam em completa harmonia e cumplicidade.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Favoritem, recomendem, comentem, me façam feliz! Mas, se acharem que tenho que mudar alguma coisa, podem falar sem problemas!



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