Festim de Sangue vol. 1 escrita por Ricardo


Capítulo 1
Capítulo 1- Prólogo - A Batalha de Nova Orleans


Notas iniciais do capítulo

E assim começa a história de Lucius em busca de seu caminho nesse novo mundo.



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 Na luz do amanhecer, de um dia de Janeiro, névoa encobria às margens do rio Mississipi. Os exércitos britânico e americano, estiveram acampados ao longo do rio por mais de duas semanas, encarando um ao outro; A escaramuça que será lembrada nos livros de história mundial como "A Batalha de Nova Orleans " está para ter seu início sangrento. 

Assim que os britânicos estavam prontos, como se houvesse sido combinado, o nevoeiro levanta suas cortinas brumosas. 

As ordens sobem e descem as linhas de soldados americanos, elas clamam para que seus soldados abram fogo contra os regimentos britânicos, loga a névoa da pólvora queimada de mosquetes e canhões, junta-se à névoa do Mississipi. Mesmo na margem ocidental do rio, numa espécie de "casa-mata", dois homens observavam tudo o que ocorria nos primeiros momentos da escaramuça, eles podiam escutar os sons das canhonadas disparadas pelos exércitos. 

Para estes dois homens de sentidos apurados, o som era esmagador. 

Os garotos britânicos que faziam parte da banda de música do exército Real, começaram a tocar seus instrumentos: Tambores, gaitas e etc. 

Fosse intencional ou não, o som atravessava o rio e mascarava o chapinhar dos Casacas-Vermelhas pelo pântano, que silenciosamente avançavam para as posições em que poderiam atacar o flanco do exército americano por esta Costa do rio. 

Da casa-mata bem escondida, os dois homens observavam tudo, os Casacas-Vermelhas pareciam flutuar, como espíritos furiosos e vingativos, obscurecidos pela distância, pelos ciprestes e principalmente pela névoa, que como vermes invisíveis à tudo grudava. 

A parede da casa-mata,  de onde os dois homens observavam toda a escaramuça que ocorria, explode. Inundando o interior da casa-mata com terra e madeira, pedaços de vidro de uma janelinha cortam o rosto do homem mais novo e mais alto. 

Parte do esconderijo cede e cai em cima do companheiro do homem mais novo. 

O homem mais velho é um vampiro, uma criatura imortal de séculos de idade e que há poucos meses tinha dado "O Presente" para o mais novo. 

O criador de olhos azuis olha para sua cria de olhos cinzentos, estende a mão e implora:

— Tire-me daqui... Salve-me, Lucius. 

Lucius olha com desdém para seu Dominus - Jeito formal de chamar seu Criador -, pega um lampião aceso e joga na patética criatura, que logo entra em combustão. Lucius assiste seu Dominus agonizar e gritar, enquanto vira cinzas. 

Lucius corre para longe do esconderijo, em direção ao pântano. Ele para e olha para o esconderijo, agora em chamas, sorri e volta a correr pântano à dentro. 

O sol nascente encurrala Lucius em um lago profundo de água salobra, lá dentro do Lago, sob as raízes de uma velha árvore convenientemente expostas o jovem vampiro está à salvo. 

Ao menos momentaneamente. 

"É uma sorte que não preciso respirar! "Pensa Lucius, submerso e entrando em um estado que imitava o sono humano. 

E é nesta situação que o rapaz toma um tempo para refletir sobre o que tinha lhe levado a esta situação... Ah, sim, o encontro predestinado. 

Quando Lucius vislumbrou seu criador pela primeira vez, ele tinha quatorze anos. Ele sentiu certa emoção, encarando-o de forma intensa, Lucius soube que sua vida não seria mais banal. 

Estendendo a mão ele se apresentou como Bjorn, ostentando um sorriso selvagem, assim como tudo naquele vampiro o era. Ele nunca tinha dito seu nome completo a Lucius e o jovem nem conseguiria dizer onde ele havia nascido ou quando. Os olhos azuis de Bjorn contavam uma história de violência e massacres. 

Lucius lembrava o olhar que Bjorn havia lhe dado, abrindo caminho aos recônditos de sua alma. Com aquele seu olhar ele havia jogado Lucius num torpor, Bjorn parecia julgar-lhe em algum critério que naquela época Lucius não havia entendido. 

E assim quando o contanto entre os olhos azuis e os olhos cinzentos quebrou, o garoto voltou a si e fez uma leve mesura hesitante. 

Lucius acordou para uma nova noite, livre das regras de seu Dominus. Ele estava livre! Livre para fazer seu próprio caminho através da noite a seu bel-prazer, sem a interferência de Bjorn. Mas também livre de sua proteção. 

Pelo que o rapaz pode perceber a batalha não havia ido bem para os americanos, pois a maioria dos corpos eram deles. Caso o resultado fosse outro a margem ocidental estaria cheia com os corpos dos Casacas-Vermelhas do exército britânico. Mas ela estava fazia, exceto por alguns azarados. 

Uma brisa carrega o cheiro de sangue e medo para as narinas de Lucius. A princípio tinha sido difícil distinguir o cheiro de sangue fresco do que inundava o campo de batalha próximo; Em pouco tempo o cheiro de sangue se diferencia, atraindo a atenção do vampiro, enquanto a mistura de suor salgado e sangue fresco acende as chamas da fome. 

Os dentes de Lucius se alongam em antecipação, o desertor que pensou ter fugido de um pesadelo, mal sabe que outro o ronda. 

Lucius usa sua velocidade sobrehumana para agarrar o soldado com um braço que mais parecia uma piton agarrando a presa indefesa, seu braço livre afasta a cabeça do soldado pro lado esquerdo, o vampiro sedento por sangue afunda suas presas com ferocidade na carne do pescoço do soldado. 

Lucius saboreia lentamente o sangue que lhe inunda o corpo, por alguns segundos seu coração volta a bater lentamente, também aproveitando o momento, este era um sangue forte e grosso que encheu o rapaz de força. 

O soldado esperneava e Lucius sugava cada vez mais sangue, aproveitando a resistência inútil, que logo sumiu. 

Saciado e enérgico depois de lanchar, Lucius decide ir para Nova Orleans em busca de outros da sua espécie. 

E assim como um fantasma ele partiu em direção à um futuro incerto e cheio de perigos. 


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Notas finais do capítulo

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