Interativa - O Décimo Reino escrita por Luan Hiusei


Capítulo 7
VII - Lápides e Rótulos


Notas iniciais do capítulo

Poix bem, aqui estamos. Voltando ao ritmo normal agora. Boa leitura.



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Agora deixaremos Aurea e Pedro ao acaso por um instante, e vamos para onde a “paz reina”, junto com Giovanni, Emily e mais uma pessoa.

Ambos estava saindo a biblioteca, Giovanni segurando o livro que havia encontrado em suas mãos. Emily estava sempre observando o local ao seu redor, estava tudo calmo mas cuidado nunca era demais.

— Eu vou fritar aqui. – Um jovem falou com um mal humor quase verdadeiro e riu logo após terminar a frase. Estava chegando por uma das esquinas do local e mal se deu conta que estava gritando. Estava um belo dia de sol e este estava a pico ainda, indicando que era próximo da uma da tarde. O adolescente era alto, muito alto, com 1,90 de altura. Era possível perceber que era magro também. A pele era muito clara e tinha uma aparência macia e levemente delicada. Ao se aproximar era possível identificar um cabelo descolorido cinzento e olhos roxos de um brilho fraco. Tinha as bochechas vermelhas, como se estivesse envergonhado com algo, o que não era o caso, já que não estava. Sua roupa era uma camisa curta branca sob um casaco escuro. Mais calça de jeans comum e um sapato da mesma cor do casaco. Um colar com uma ametista ficava pendurado em seu pescoço.

— Onde você esteve, Rafael? – Giovanni parecia preocupado, talvez até de forma exagerada, mas estava sendo sincero.

— Eu estava procurando alguma coisa interessante nas casas, baixinho. – Ele falou e riu de como Giovanni apertou levemente os olhos irritado com aquele adjetivo. Rafael se sentiu um pouco mal pela palavra, não gostava de julgar os outros pela aparência, embora fosse apenas uma brincadeira inofensiva...

O cão de Giovanni reconheceu imediatamente Rafael e correu até ele, esfregando seu corpo carinhosamente nas pernas o jovem. Estrela parecia bem animado de ver o jovem.

— Você não se machucou mesmo? – Giovanni levantou um pouco seu braço enquanto uma gentil e fraca luz branca envolvia sua mão, sinalizando que poderia ajudar se Rafael quisesse.

— Já falei que estou bem. – Rafael sorriu e se recusou a ajuda do colega, que abaixou a mão, talvez até um pouco desapontado por não poder fazer nada. Algo interessante de se notar quando estavam próximos era que mesmo tendo 24 anos, Giovanni era bem menor e parecia bem mais jovem que Rafael, que tinha apenas 19.

Os dois começaram uma conversa animada enquanto procuravam alguma casa para passar a noite, Estrela corria animado entre os dois. Emily estava quieta como costumava estar. Poderia dizer que seus sentimentos sobre aqueles garotos eram neutros. Mas eles pareciam felizes de mais, e ela havia percebido uma característica em comum dos dois: eram muito prestativos, ou ao menos tentavam sempre que possível ajudar quem precisava. Além de, e isso sim ela achava um pouco irritante, gostarem de falar, e não pouco. Quando os dois começavam era como abrir uma torneira a força total, não era fácil parar. Rafael fazia muitas piadas, Emily deve ter rido de uma ou duas, mas a maioria, segundo ela, beirava o ridículo. Giovanni era um bom amigo, amigo de Rafael já que ela não o considerava um amigo exatamente, e por isso parecia rir sinceramente da maioria das coisas que o companheiro deles falava.

Por outro lado, ela não queria muito se aproximar deles. Por dois motivos, o maior e mais significante era que eles eram “felizes e gentis demais”, sim, para ela era algo quase insuportável, não conseguia confiar em pessoas assim. Via outras intenções nessa bondade embora não admitisse isso. o segundo era que era um pouco egoísta, e não gostaria da bondade dos dois homens atrapalhando algo que pudesse ajudar ela.

Mas assim como tinha motivos para não andar com eles, tinha maiores para andar. E o principal é que ela aprendeu cedo que nesta era seria necessário fazer alianças com muitos tipos de pessoas para sobreviver, além do mais, Giovanni era um mago Branco de habilidade realmente memorável, havia visto ele fazer muito com sua magia e isso era algo valioso. No mais era tudo neutro com relação a eles. Seu objeto era chegar até o Rio de Janeiro e ficar na cidade por lá, pelo menos por um tempo, então poderia pensar no que fazer depois.

Um grito quase feminino interrompeu a reflexão de Emily, ela já conhecia aquele grito. Numa situação normal ela teria pego sua adaga e se preparado para uma luta... mas, bem...

Rafael passou correndo por ela e segurou seus ombros, balançando ela como um escudo humano. Continuava gritando desesperadamente como se o mundo ao redor estivesse acabando. Seria engraçado, mas o mundo já havia acabado, não é?

— Mo-mo-monstro! – Emily estava ficando irritada com seu corpo sendo balançado enquanto Rafael apontava o dedo para um pequeno animal no chão. Emily rapidamente viu que era um tipo de escorpião bem venenoso, e era a causa de todo aquele alarde. O cachorro começou a latir incessantemente para o animal, a jovem já estava cansando daquilo. Ela deu um suspiro decepcionada com seu aliado e pegou sua arma, se soltando de Rafael, caminhando até a criaturinha e colocando sua adaga sobre ele para mata-lo.

— Não! – Giovanni estendeu a mão num gesto um tanto quanto dramático. – É só um animal, ele provavelmente está com mais medo da gente do que vocês dele.

— Eu não estou com medo dele. – Emily baixou a cabeça desapontada, recolheu sua arma e se afastou do pequeno escorpião. Giovanni tomou o lugar dela e se abaixou, olhando fixamente para o animalzinho. Apontou sua mão para o cachorro e um brilho verde envolveu seus dedos. Estrela parou de latir no mesmo instante e se sentou calmo. Ele voltou seu braço para o escorpião que deu meia volta e se enfiou entre os escombros de um carro.

— Pronto, ninguém morreu, viram? – Giovanni bateu as mãos como se limpasse algo e se levantou, seu cachorro voltou ao seu lado.

— Com esse barulho todo que fizeram poderiam acabar morrendo. – Uma figura desconhecida os surpreendeu. Era um homem alto, com uma voz bem firme.

Emily dessa vez não pensou duas vezes antes de pegar sua arma, enquanto Rafael e Giovanni simplesmente viraram seus rostos na direção da voz. Sentado sobre uma das janelas de alguma casa estava um homem alto e com longos e lisos cabelos negros, que caiam em mechas por seu rosto e se estendiam pelas costas. Sua roupa era um longo traje vermelho, que se assemelhava a um vestido. Tinha mangas curtas e era aberto desde a coxa esquerda até os pés. Por baixo disto ele usava uma calça preta e uma cota de tecido nos braços, que acabavam definindo seus músculos. Em seu “vestido” haviam detalhes em formato de rosas, e outros prateados. Os olhos dele eram acinzentados. Também tinha uma longa espada guardada em uma bainha, presa no lado esquerdo de sua cintura. Nos pés usava largas botas de cor amarela desbotada.

— Ele não parece muito amigável, melhor nos prepararmos pra uma luta. – Emily disse séria, estava com a arma pronta para lutar.

— Rótulos são para embalagens, Emily. – Rafael disse e não se moveu para lutar, Emily deu um olhar repreensivo para ele.

— E lápides são para quem pensa assim. – O homem falou ainda mais sério, tirando sua espada da bainha com um som metálico alto.


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Notas finais do capítulo

E então? Bem eu ainda não sei quantos estão acompanhando ou não, então vou pedir pra pelo menos comentarem nesse capítulo, ou vou mandar mp pra todo mundo que tem personagem e eu odeio ficar incomodando assim, mas preciso saber.

Obrigado e vejo vocês nos comentários.