Quando o amor bater à porta escrita por Lyare


Capítulo 10
Deixe-o fazer morada


Notas iniciais do capítulo

Últimos capítulos, leitores. Obrigada por estarem presente até aqui :)



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Quando o amor bater à porta, deixe-o fazer morada

 

Coragem. Era o que Sakura pensou quando levantou naquela manhã. Queria sair de casa, e acompanhar Itachi até a empresa parecia uma boa ideia, uma vez que poderia levar um livro e ficar estudando em algum cantinho. Duas semanas de passaram e aos poucos recuperava-se do ocorrido. Tudo ficaria bem.

— Pronta? — Itachi perguntou quando saiu do banheiro só de toalha. Sakura teve um mini ataque cardíaco e acenou com a cabeça que sim e escapuliu pra sala sem esperar uma resposta. O moreno não reparou, pois estava atrasado.

Era um dia importante. Conheceriam um novo acionista que possuía empresas nos EUA, era uma oportunidade e tanto pra empresa. Conseguiram chegar na hora e Sakura ficou na sala do Uchiha depois de desejar boa sorte com a reunião.

Pela janela reparou como o dia estava bonito. Deixou o livro de lado e se aproximou do vidro. O prédio dos Uchiha era bem alto, dava-lhe certa agonia tentar ver a rua lá de cima. Foi como quem não queria nada que olhou o corredor do andar de baixo feito de vidro.

A boca abriu surpresa quando viu uma moça loira muito familiar. Fones de ouvido, vestido roxo e os inconfundíveis cabelos loiros agora em um rabo em cavalo alto. Nem pensou quando deixou a sala correndo e foi até o elevador. Estava tão eufórica que decidiu usar as escadas mesmo.

Quando chegou no corredor que vira, estava ofegante. Ali na sua frente estava sua melhor amiga. Ela não ouviria se a chamasse, então sentou ao lado da jovem e esperou ser notada.

Ino estava impaciente. Achava uma completa perda de tempo ter que acompanhar a mãe e jogava no celular torcendo pra reunião acabar logo. Foi quando alguém sentou ao seu lado. Ia ignorar, mas o rosa chamou atenção. Subiu o olhar até o rosto da pessoa e um sorriso enorme surgiu no rosto.

— TESTUDA! — Ela gritou por causa da música. Sakura fez uma careta e abraçou a amiga. — Não acredito! Você aqui!

— Porquinha. Eu vou dar na sua cara. — Sakura tinha uma cara de poucos amigos. — Faz não sei quantos anos que eu não falo com você porque você ME DEU O NÚMERO ERRADO.

— Dei? — Ino fez uma cara confusa. De repente, bateu a mão na testa. — Eu perdi meu celular no avião quando eu viajei. Por isso que eu não consegui contato.

— Minha filha, facebook, instagram. Eu revirei tudo atrás de você. Enfim, tão feliz por te encontrar. — Estavam agarradas uma na outra.

— Você trabalha aqui? Eu ia tentar encontrar o Naruto quando eu saísse daqui. — Ino falou apertando a amiga.

— Não, meu namorado sim. Eu vim com ele hoje pra não ficar sozinha em casa. — Ino a olhou desconfiada. — Aconteceu muita coisa, preciso te contar. Podemos ir até a cantina?

Quando Itachi saiu da reunião por volta do meio dia, estava satisfeito. A senhora Yamanaka parecia uma ótima pessoa e os negócios foram feitos. Só mais um semestre e poderia de dedicar integralmente à empresa. Quando abriu a porta de sua sala, esperou encontrar a rosada. Mas ela não estava. Olhou o corredor e nada.

A senhora Yamanaka parecia meio perdida e ele se aproximou.

— A senhora precisa de ajuda? — Ela pareceu meio sem graça.

— Meu celular descarregou e perdi minha filha. Era pra ela estar no corredor de baixo, mas não encontrei. Ino sempre dá um jeito de sumir quando não estou olhando. — E o moreno teve uma vaga lembrança do nome.

— Talvez ela tenha ido comer alguma coisa, estou procurando minha namorada também. — Decidiram então pegar o elevador até a cantina.

Itachi escutou uma risada alta assim que a porta abriu. Sakura parecia super sem graça e uma menina loira ria escandalosamente.

— Você fez ele se vestir de unicórnio? — Itachi suspirou e se aproximou das duas.

— Sakura! Que saudade de você, menina! — A mãe de Ino abraçou a rosada. — Como vão as coisas? A Ino estava louca pra ir atrás de você.

— Estão indo. Ah, oi Itachi. — Sakura acenou meio sem graça. Provavelmente ele tinha ouvido a loira rir.

— Caraca, Sakura. Que gato. — Ino cochichou e tanto Sakura como a mãe ouviram. A mais velha deu um tapinha na filha.

— Ele é o filho do dono da empresa, se controla menina. — Sakura segurou o riso. As duas eram ótimas.

— Acho que você está em boa companhia, minha flor. — Itachi se aproximou e beijou a testa da rosada. — Eu só preciso terminar de assinar alguns documentos e podemos ir.

— Na verdade, eu pretendia sair com a Ino agora. Nos encontramos em casa, pode ser?

— Claro. Divirta-se. Qualquer coisa me liga. Foi um prazer conhecê-las. — Itachi se despediu com um sorriso enorme. Que ótima coincidência! Sakura com certeza ficaria feliz. As Yamanakas se despediram e o moreno foi embora.

— Vocês estão morando juntos? Você não chegou nessa parte. A sua mãe não matou você não? — Ino falou surpresa. O sorriso da rosada vacilou alguns segundos.

— Mamãe faleceu, Ino. — Ficou feliz pela voz não ter vacilado.

 

Por volta das dezessete, Itachi recebeu uma ligação de Sakura. As três passaram a tarde no shopping comprando roupas e também no salão, uma tarde só de meninas. Ela pediu pra ele buscá-la já que surgiu um imprevisto e as duas tiveram que sair correndo de lá, parece que tinha sido algum problema com água em casa.

— Onde você está? Podemos ver um filme.

— Hm, na pracinha em frente ao café cinco estrelas.

— Ok, estou indo.

Sakura desligou e sentou em um banco da praça. O céu já começava a escurecer e ali o teto era aberto. Tinha só uma sacola grande que guardou suas roupas — Ino a fez comprar um lindo vestido rosa bebê e saltos nude, estava muito mais bonita depois da hidratação e da maquiagem no salão.

Alguns minutos passaram e ficou ali sozinha. Talvez Ino tivesse planejado de propósito fazê-la esperar por Itachi ali, era bem a cara da amiga arranjar um encontro. Se bem que nunca tivera um encontro "de verdade" com Itachi. Sempre saíram como amigos e depois de se tornarem namorados nunca fizeram nada específico.

Gostava de beijar Itachi, nunca passaram disso. Talvez ainda tivesse muita cabeça de criança pra isso. Mas naquele dia queria que ele a visse como uma mulher. E bem, quando Itachi viu sua flor de longe, ficou deslumbrado com a beleza dela. Como era sortudo por ter uma mulher incrível ao seu lado!

Antes que ela o visse, decidiu fazer algo que estava planejando fazia algum tempo e deu meia volta.

— Você bem que podia aparecer, Itachi. — Murmurou começando a ficar entediada.

— Você fala sozinha? — O Uchiha falou rouco em seu ouvido. Sakura não se mexeu como habitualmente fazia. Ficou ali com os olhos fechados aproveitando a proximidade dele contra sua pele.

— Posso falar mais vezes se você sempre fizer isso. — Sussurrou de volta e ele arrastou os lábios até o pescoço fazendo em seguida o caminho de volta.

— Você é linda, sabia? — Ela riu.

— Tem umas garotas me olhando, acho que estão com inveja. — Ela murmurou virando pra ele. As bocas quase se tocaram. — Não sei se de mim ou por não estarem no meu lugar.

— É porque você é linda, já disse. — Ele sentou ao lado dela. — Acho que nunca disse pra você o quanto você é incrível, Sakura.

Ela o olhou intrigada. Itachi não era o tipo de pessoa que falava essas coisas assim do nada.

— Você sempre me ensina a ser alguém melhor, sempre me mostra o lado bom das coisas mesmo quando não vejo. Você tem me ensinado a amar as pequenas coisas e a amar você.

— Eu só tenho te dado trabalho, Itachi. — Ela riu meio sem graça.

— Você tem me ensinado a amar — ele repetiu — e sou grato a você por isso. Meus dias são mais felizes quando sei que você vai estar lá, quero tanto que você alcance seus sonhos, suas metas. Você ser feliz, me faz feliz.

Ele pegou a mão dela e beijou. Ele finalmente mostrou a outra mão e lá havia uma rosa do mesmo tom do vestido.

— Obrigado por estar, Sakura. — Ela tinha um sorriso enorme no rosto. Como apreciava o cuidado do Uchiha, a atenção. Como era bom tê-lo ali, ouvir a voz dele, sentir o cheiro dele. Amava estar com ele e poder vê-lo crescer.

— Eu te amo, senhor killer. — Deu um sorriso travesso e o beijou. Deixaram a rosa de lado e Itachi segurou sua cintura. Era um beijo calmo, sem pressa. Quando se separaram, tinham sorrisos bobos no rosto.

E ali, tiveram certeza de que queriam passar o resto da vida um com o outro. Mesmo com os defeitos que possuíam, queriam tentar construir algo só os dois. E Itachi deu o primeiro passo.

— Sakura... Casa comigo? — Ônix e esmeraldinos se encaravam.

— Aham. — Ele riu com a resposta dela. Mas do bolso, tirou um anel delicado prateado que lembrava o ramo de uma flor. O brilhante seria a rosa em si.

— Bom, acho que depois você vai contar pra Ino que vai se casar com o cara gato. — Ela riu e roubou um selinho.

— Pronto pra me aguentar pelo resto da vida? Eu consigo ser bem bagunceira.

— Qualquer coisa é só eu ameaçar jogar seus livros pela janela. Super controlável a situação. — Ela estreitou os olhos.

— O que acha de adotar um cachorro? Ou talvez um gato pra te fazer companhia quando eu estiver de plantão. Já sei! Que tal pintar aquela parede da sala? — E saíram conversando planejando o futuro longínquo e o próximo, que no caso era decidir qual filme assistiriam no cinema.


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